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Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.

O Jabá: Pagar ou Não Pagar? Eis A Discórdia

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Por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa

Pagar ou não o Jabá nas rádios e mídia é motivo de polemica e equívocos. Vamos entender esse fenômeno comercial por duas visões. No passado, os radialistas e médicos do interior ganhavam como forma de agradecimento e pagamento: peru, galinha, frango, porco, frutas, filhas, mulheres, sogras e a carne de jabá. Eram as barganhas, permutas, escambos e trocas da vida diária.

Os artistas que não pagam têm várias argumentações, mas à falta de dinheiro é a principal, mas alguns não pagam por uma questão de ética, baseada no valor artístico em oposição ao comercial. Acreditam que por terem um bom trabalho artístico seriam isentos do pagamento.

As empresas argumentam que por terem contas à pagar, inclusive o ECAD (Escritório Central de Arrecadação de Direitos) pela execução das músicas na Rádio, baseado na lei que resguarda o direito exclusivo de audição a quem comprou o Disco, proibindo a locação e execução publica e radioteledifusão, ou seja, para tocar uma música tem que paga direito autoral. Por esse motivo às empresas, alegam que cobram tocar uma música várias vezes por dia como promoção comercial de um produto (CD). Valor varia na grande São Paulo entre R$ 1.500,00 a R$ 5.000,00 por mês, por quatro execuções diárias.

O CD é um produto comerciável, independente do seu valor artístico. As rádios e outros meios de comunicações cobram a divulgação comercial de um produto. Seu Manoel da Padaria ou Mercearia quando quer aumenta sua freguesia paga um valor pelo comercial do seu produto ou empresa. A gravadora para vender mais CDs faz promoções nas rádios e pagam para que toquem nas rádios as músicas do Artista (seu investimento), o tornando popular, por isso as gravadoras negociam planos de mídia em Rádios, Jornais, Revista e TV.

Mas, essa lógica comercial, “natural no capitalismo” faz com que os meios de comunicações se esquecerem do caráter cultural da sua programação descendo o nível e tocando musicas descartáveis e ruins. Além do fato de ser através uma concessão pública a liberação para abrir uma empresa de Rádio e TV. Os artistas independentes, que se auto-intitulam, os “sem rádio”, por não terem fôlego financeiro para pagar plano de mídia. Alguns artistas, chamam de mercenários os donos de rádio, que por sua vez respondem que não são mecenas, mas empresários.

Possivelmente, teriam outras formas para selecionar uma música tocar na rádio, com ou sem Jabá, seja pela quantidade artistas, ou pelo gosto pessoal dos radialistas. Existem programas que abrem espaços sem cobrar o Jabá, avaliam o trabalho pela qualidade, mas, às vezes são descartados por alguns artistas, que também criticam a prática do Jabá, nesse caso, o Programa é que não passou na Seleção de qualidade do artista.

O artista, seja Independente ou contratado de gravadora precisa ter atenção na qualidade técnica e não esquecer que o seu CD é um produto comercial que dá lucro e pagar imposto pela vende (CD). O artista que não tem como pagar um plano de mídia pode buscar outros meios e formas de divulgar o seu CD, seja de forma gratuita ou com plano de impulsionamento com valores módicos nas redes sociais. As leis de sobrevivência e de mercado são selvagens e dificilmente vão mudar ou se sensibilizar com a pureza da obra de arte dos artistas.


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Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.