Zeli Silva
O contrabaixista, compositor, arranjador e professor paulista Zeli Silva, nascido José Ricardo de Barros e Silva. Formado em Composição pela Faculdade Santa Marcelina e especialização em Metodologia do Ensino Superior. Estudou arranjo com Roberto Sion e Cláudio Leal Ferreira e contrabaixo com Acelino Matias e John Clayton Jr.
Em 1993 participou do “Jazz Workshop” em Banff – Canadá, onde tocou com Chucho Valdez, Don Tompson, Pat la Barbera, entre outros. Em 2002 lançou pelo selo Lua Discos o CD solo – “Voando baixo”, bastante elogiado pela crítica especializada. É integrante do grupo de música instrumental brasileira “Terra Brasil”, com o qual já se apresentou em casas e festivais internacionais de jazz (Colônia e Wittlich-Alemanha, Copenhagen-Dinamarca, Nova York e Rochester-EUA) e por todo Brasil. O grupo tem cinco CDs gravados – “Terra de Ninguém”-1992 , “Tudo Bem”-1995 , “Mestiço”-1998 e “Atlântico”-2003 e “Questão de tempo”-2005 .
Como baixista, atua/atuou nos trabalhos de: Badi Assad, Cida Moreira, Rosa Passos, Renato Motha, Chico Saraiva, Nuno Mindelis, Renato Consorte, Carlinhos Antunes, João Parayba, Renato Anesi, Edgar Scandurra, Tutti Baê, Zé Luis Mazzioti, Fabio Torres, Hector Costita, entre outros.
Zeli participou de projetos com a Banda Sinfônica Jovem (“Rei Artur” “Viagem ao centro da Terra” e “Paulistana”) como músico convidado e tocou na Ópera“Brasil 500 anos” de Millôr Fernandes com música de Toquinho e arranjos de Wagner Tiso. E de Outubro a Dezembro de 2006 faz parte do Quinteto Musical no espetáculo “Caubi, Caubi, em homenagem ao cantor Caubi Peixoto, protagonizado pelo ator Diogo Vilela.
É professor titular de Baixo elétrico, Prática de grupo e Repertório da FAAM [FMU] e da Faculdade Santa Marcelina. Lecionou de 1992 a 1998 na Fundação das Artes de São Caetano do Sul. Toda essa experiência acumulada dá credito e coragem para lançar seu segundo CD solo em 2006 – CD – Em Movimento com musicas instrumental e cantadas.
Segue abaixo entrevista exclusiva com Zeli para a www.ritmomelodia.mus.br, entrevistado por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 01.09.2006:
Índice
Zeli Silva: Nasci no dia 02.06.1968 em São Paulo.
Zeli Silva: Sempre ouvi bastante música na infância, meu pai é amante da boa musica:Jazz, MPB.
Zeli Silva: As primeiras ficaram, pois foram boas, tais como: Elis Regina, Chico Buarque, Oscar Peterson. As novas são diversas, cito entre elas: Renaud Garcia Fons, Avishai Cohen, entre outras.
Zeli Silva: Estudei Contrabaixo e Violão com professor particular, depois estudei com Acelino Matias no CLAM. Depois me formei bacharel em Composição pela Faculdade Santa Marcelina e me especializei em Metodologia do Ensino superior.
Zeli Silva: Por gostar do som grave e da função do baixo de acompanhar, de ser o eixo que sustenta a música.
Zeli Silva: Tudo depende de como você toca e do contexto musical. O baixo de 4 cordas é suficiente pra função primordial do instrumento que é acompanhar. O baixo de 5 proporciona um grave que funciona muito bem em certos momentos. E o baixo de 6 amplia as possibilidades do músico, que pode solar, harmonizar e fazer melodias nas regiões agudas. Acima de 6 cordas acho exagero, mas pode ser que mude de ideia um dia.
Zeli Silva: Existem grandes baixistas que usam a vida toda 4 cordas e tá tudo certo. Depende mesmo dos objetivos e desafios do músico. Se for pra ser solista, improvisador, buscando novos caminhos, mais cordas são bem vindas.
Zeli Silva: Toco. É bastante diferente pelo som, tamanho, técnica, agilidade e a própria linguagem. Isso sem falar na técnica de tocar usando o arco, que é mais usada na música erudita.
Zeli Silva: Meu CD – “Voando Baixo”. É o meu primeiro CD solo lançado em 2002 pela Lua Discos. Tem 10 composições próprias e 4 arranjos de música brasileira. É um CD essencialmente instrumental que tem também uma música com letra e outra com vocalize vocal. O repertório passeia pelos ritmos e gêneros brasileiros tais como: Samba, Bossa Nova, Baião, Valsa brasileira, entre outros.
Zeli Silva: Foram muitas, tais como: dinheiro, energia para gravar, mixar e masterizar. É preciso muita dedicação para o CD sair. Organizar o grupo, ensaiar, fazer a produção executiva e tudo mais dão bastante trabalho.
Zeli Silva: Gosto de compor e tocar minhas próprias músicas e também gosto de participar de trabalhos como instrumentista contribuindo da melhor maneira que posso para a música.
13) RM: Quais são os principais músicos que você acompanhou em show e estúdio e quem já gravou suas musicas?
Zeli Silva: Acompanhei: Badi Assad, Simone Guimarães, Proveta, Roberto Sion, entre outros. Muitos já gravaram minhas musicas, tais como: Vitor Alcântara, Edu Ribeiro, Renato Consorte, Carlinhos Antunes, entre outros.
Zeli Silva: Dou aula há 10 anos na FAAM-FMU. E 8 anos na FASM (Faculdade Santa Marcelina).Também lecionei na Fundação das Artes de São Caetano do Sul durante 6 anos. Além de dar aulas particulares. Minha didática tenta focar o lado profissional do músico, de sua competência em leitura musical, em técnica do instrumento, em harmonia e em desenvolvimento da linguagem sobre os diversos repertórios da música popular.
Zeli Silva: Ridicularizar o aluno, não responder perguntas e não ter objetivos claros são coisas prejudiciais ao aluno. Obviamente existem os bons e os maus professores, mas também bons e maus alunos. A humildade para ensinar e aprender, além da sintonia com o conteúdo abordado é fundamental para uma boa relação.
Zeli Silva: Está difícil como sempre, com poucos espaços para se apresentar e divulgar o trabalho.
Zeli Silva: O bom aluno é aquele que está centrado em seu desenvolvimento, tendo regularidade em seus estudos diários. E que entenda a linguagem de seu professor, realizando as tarefas solicitadas e tendo curiosidade de ir além da aula em si. A humildade, o respeito e o talento pesam bastante na eficácia de um processo de desenvolvimento. O aluno não deve ter uma ideia preconcebida do que o professor deve ensinar, mas sim confiar no processo de construção de sua identidade musical e profissional monitorado pelo professor. A relação de confiança é fundamental.
Zeli Silva: Eu recomendo muita dedicação, perseverança e senso de realidade, investindo tempo e energia para resultados que muitas vezes demoram a aparecer.
Zeli Silva: O baixista canhoto encontra dificuldades para encontrar instrumentos bons no mercado de novos e usados. Tendo que quase que necessariamente encomendar em algum luthier um instrumento próprio pra canhoto. Além disso não pode dar nem emprestar o instrumento em eventuais “canjas”. Fora isso é normal, só um pouco esquisito pra quem vê e esta acostumado ao mundo predominantemente destro.
Zeli Silva: Os prós são a autonomia e flexibilidade maior. Agora com internet as coisas tendem a melhorar bastante pros independentes. Quase não vejo contras, só em alguns casos onde não há investimento, respeito ao trabalho e espaço para divulgação.
Zeli Silva: Com muitas ressalvas, a parte artística está em terceiro plano e os produtos de consumo de massa destroem a boa cultura nacional.
Zeli Silva: O ativo seleciona mais as frequências, têm menos ruídos. Já o passivo tem um som mais médio e mais “quente”, mais sujo, porém mais natural. Gosto dos dois. Depende do Baixo e da situação musical.
Zeli Silva: O de corpo menor é mais leve, melhor pra carregar e o peso da correia, mas um corpo maior tem mais som, pois a vibração na madeira influencia no som do Baixo.
Zeli Silva: Eu gosto de GHS e Thomastick, que tem som mais gordo e aveludado, melhor para jazz e música brasileira. Elixir é bastante brilhante, em excesso na minha opinião, mas bom para Funk e estilos afins. Em tudo entra o gosto pessoal.
Zeli Silva: No jazz e em músicas em que o Baixo exerça uma função melódica, já que o Fretless “canta” mais, tem mais sustain, que dá maior expressividade melódica.
Zeli Silva: Depende muito do modelo. Caixas de padrão bom são a Gallien Krueger, SWR e Hartke System.
Zeli: Acho que num contexto mais acústico, com violões e instrumentos acústicos, independentemente do gênero. Logicamente gêneros mais “pesados” não são acústicos.
Zeli Silva: Lançarei em Outubro (2006) meu segundo CD solo pelo selo Maritaca (que é um motivo de orgulho pra mim pelo catalogo de artistas de qualidade e critério musical). Acabo de lançar o CD – “Questão de tempo” com o quinteto instrumental Terra Brasil www.terrabrasil.mus.br, que é o quinto trabalho desse grupo do qual faço parte faz 15 anos.
Zeli: www.zelibass.com | zeli@zelibass.com.br \ www.maritaca.art.br \ www.luadiscos.com.br
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