More Zé Guilherme »"/>More Zé Guilherme »" /> Zé Guilherme - Revista Ritmo Melodia
Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.

Zé Guilherme

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O cantor, compositor cearense Zé Guilherme tem 25 anos de carreira, quatro discos, vários singles e um EP lançado, radicado em São Paulo, desde 1982. Cresceu ouvindo Orlando Silva, Dalva de Oliveira, Ângela Maria, Cauby Peixoto, Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro. Suas influências passam também pelos de cantadores, repentistas, violeiros e por manifestações como maracatu, frevo e boi-bumbá, tudo em harmonia com a música pop contemporânea.

Seu primeiro CD, Recipiente (Lua Discos), foi lançado em 2000, com produção musical e arranjos de Swami Jr, apresentado em unidades do Sesc (Pompeia – Prata da Casa, Ipiranga, São Carlos e Consolação), CCSP e em vários outros espaços da cidade. Sua interpretação para “Mosquito Elétrico”, de Carlos Careqa, foi incluída na coletânea Brazil Lounge: New Electro-ambient Rhythms from Brazil, da gravadora portuguesa Música Alternativa, em 2002. O segundo disco, Tempo ao Tempo (Lua Music), veio em 2006com produção musical e arranjos de Serginho R.. Zé Guilherme assina direção artística, concepção e coprodução, esta em parceria com Marcelo Quintanilha.

Em 2015, o artista entrou em cena com um tributo ao centenário de nascimento do “Cantor das Multidões”, um primoroso trabalho de resgate e releitura de sua obra: Abre a Janela – Zé Guilherme Canta Orlando Silva, que tem arranjos e produção de Cezinha Oliveira, ao lado de Zé Guilherme na direção artística e concepção. O disco foi apresentado no Blue Note e em unidades do Sesc – Belenzinho, Pompeia e Santana, entre outros.

Alumia, lançado em 2018, revela sua faceta de compositor em um repertório predominantemente autoral, e também marca os 20 anos do primeiro show que apresentou em São Paulo (Clandestino). O CD foi concebido e dirigido pelo artista e, assim como no anterior, Cezinha aparece como produtor e arranjador.

O lançamento do álbum foi antecipado pelo single da canção-título (letra e melodia de Zé Guilherme), que ganhou também, em 2020, a versão Alumia – Remix, rearranjada por Waldo Squash (Uaná System) com sotaque paraense do carimbó eletrônico, temperado com a guitarra de Flakes e a base eletrônica de Squash. O show de lançamento do álbum foi apresentado no Sesc Belenzinho, bem como em vários espaços da capital paulista.

De janeiro a agosto de 2021, duas novas canções foram lançadas nas plataformas de música: Meu Querer e Ao Vento (esta canção em parceria com Edson Penha). Os singles foram incluídos entre as cinco faixas de , o primeiro EP de Zé Guilherme, que chegou ao mercado virtual em novembro do mesmo ano.

O EP autoral é bem representativo da sua trajetória ao contemplar diversos estilos – do pop ao maracatu, passando pelo samba e pelo xote – e reafirmá-lo como criador de letras e melodias. Em março de 2023, a música Clandestino (Chico César), gravada em 2000 para o CD – Recipiente, mas que não entrou no repertorio, chegou às plataformas digitais.

O intérprete também fez participação especial no CD – Cezinha Olviera (homônimo, 2003), cantando na faixa “Seca”; no disco São Paulo e a Lua – 450 Anos (Lua Discos, 2004), na faixa “Tema de São Paulo / Amanhecendo”; e no álbum Com os Dentes – Poesias Musicadas (2007), de Reynaldo Bessa, gravado ao vivo.

No início da carreira, em São Paulo, Zé Guilherme cantou no circuito de casas noturnas em shows ao lado de amigos e parceiros musicais. Em 1998, estreou o show Clandestino com direção musical de Swami Jr. e direção geral do ator Luiz Furlanetto, e, na sequência, apresentou Zé Guilherme e Convidados com a participação de Carlos Careqa, Maurício Pereira, Vânia Abreu, Marcelo Quintanilha, Péri e outros. Em 2004, estreou o espetáculo Canto Geral, formado por canções de seu CD de estreia e inéditas de autores da cena contemporânea.

Zé Guilherme apresentou-se nos projetos Arte nas Ruas, Clima do Som (Parque da Aclimação), MPB nas Bibliotecas, Quinta Mariana (Sesc Vila Mariana), Quatro Vozes (Sesc Consolação), Música no Bar (Sesc Belenzinho), Sarau Público e Música no Museu (Museu da Casa Brasileira), além de cantar em locais como Espaço Mauro Discos, Supremo Musical, Vilaggio Café e Funarte, entre outros.

Em junho de 2020, iniciou o projeto EntreMeios pelo Instagram, que contempla artistas e profissionais de várias áreas e vertentes com a finalidade de discutir temas de interesses diversos. Mais de 30 personalidades agregaram conhecimento, arte e diversão às lives de Zé Guilherme, até maio de 2021. Este projeto se transformou em programa de entrevistas, em 2023, transmitido pelo canal YouTube / EntreMeios – Zé Guilherme.

Segue abaixo entrevista exclusiva com Zé Guilherme para a www.ritmomelodia.mus.br, entrevistado por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 29.03.2023:

01) Ritmo Melodia: Qual a sua data de nascimento e a sua cidade natal?

Zé Guilherme: Nasci no dia 01 de de janeiro de 1957 no Juazeiro do Norte – CE.

02) RM: Fale do seu primeiro contato com a música.

Zé Guilherme: Em casa, por influência de meus pais, além das manifestações musicais e folclóricas na cidade onde nasci.

03) RM: Qual sua formação musical e/ou acadêmica fora da área musical? 

Zé Guilherme: Fiz aulas de canto e técnica vocal com professores particulares, noções básicas de violão, piano, teoria musical. Sou eminentemente autodidata. No mais sou formado em Administração e Psicologia Clínica.

04) RM: Quais as suas influências musicais no passado e no presente. Quais deixaram de ter importância? 

Zé Guilherme: Desde Banda Cabaçal até os clássicos da MPB, passando por Jovem Guarda e Bossa Nova. Nenhuma influência jamais deixa de ter importância. Ficam inscritas na alma.

05) RM: Quando, como e onde você começou sua carreira musical? 

Zé Guilherme: No início da vida adulta, fazendo teatro amador, em Recife – PR.

06) RM: Quantos CDs lançados? 

Zé Guilherme: Lancei quatro álbuns, 6 singles e 1 EP. Em 2000, o álbum – Recipiente – Lua Discos, com produção: Swami Jr. Em 2000, a música Mosquito Elétrico (Carlos Careqa) fez parte da coletânea Brazil Lounge – New Electro-ambient Rhythms from Brazil – Gravadora: Música Alternativa de Portugal. Em 2006 o álbum – Tempo ao Tempo – Lua Music, com produção: Serginho R. Em 2015, o álbum Abre a Janela – Zé Guilherme Canta Orlando Silva – Independente. Com produção: Cezinha Oliveira. Distribuição: Tratore. Em 2018, o single Alumia. Produção: Cezinha Oliveira. Distribuição digital: Tratore. Em 2018, o single Alumia Remix. Produção: Waldo Squash (Uaná System). Distribuição digital: Tratore. Em 2021, o single Meu Querer. Produção: Cezinha Oliveira. Distribuição digital: Tratore. Em 2021, o single Ao Vento. Produção: Cezinha Oliveira. Distribuição digital: Tratore. Em 2021, o EP – . Produção: Cezinha Oliveira. Distribuição digital: Tratore. Em 2023, o single Clandestino. Produção: Swami Jr. Distribuição digital: Tratore.

PARTICIPAÇÃO DISCOGRÁFICA: Em 2003, Cezinha Oliveira, cantando “Seca”. Em 2004, São Paulo e a Lua – 450 Anos – Lua Discos. Cantando “Tema de São Paulo / Amanhecendo”. Em 2007, Com os Dentes – Poesias Musicadas. CD de Reynaldo Bessa.

07) RM: Como você define seu estilo musical?

Zé Guilherme: Música brasileira.

08) RM: Você estudou técnica vocal?

Zé Guilherme: Sim.

09) RM: Qual a importância do estudo de técnica vocal e cuidado com a voz?

Zé Guilherme: Primordial. Estudo e pesquisa para um artista é fundamental, bem como os cuidados para manutenção da saúde e qualidade vocal.

10) RM: Quais as cantoras (es) que você admira?

Zé Guilherme: Uma lista enorme, prefiro não listar para não ser injusto com qualquer colega.

11) RM: Como é seu processo de compor?

Zé Guilherme: Intuitivo, não planejado, espontâneo quando a vontade de compor se faz premente.

12) RM: Quais são seus principais parceiros de composição?

Zé Guilherme: Cris Aflalo, Cezinha Oliveira, Marcelo Quintanilha, Luis Felipe Gama, Filipe Flakes, Hang Ferrero, Edson Penha, até o momento.

13) RM: Quais os prós e contras de desenvolver uma carreira musical de forma independente?

Zé Guilherme: Não vejo prós e contras, vejo desafios e oportunidades, muitas de ambos os lados. Faz parte do processo.

14) RM: Quais as estratégias de planejamento da sua carreira dentro e fora do palco? 

Zé Guilherme: Trabalhar, estudar, trabalhar, produzir, parcerias de trabalho, pesquisar, trabalhar e correr atrás das oportunidades. Não tenho um método específico, as estratégias se ajustam aos movimentos do mercado.

15) RM: O que a internet ajuda e prejudica no desenvolvimento de sua carreira? 

Zé Guilherme: Não vejo prejuízos, o bom uso pode trazer ajudas e benefícios inúmeros, inclusive na comunicação.

16) RM: Quais as vantagens e desvantagens do acesso à tecnologia de gravação (home estúdio)?

Zé Guilherme: Vejo muitas vantagens. A desvantagem é, muitas vezes, o trabalho solitário.

17) RM: No passado a grande dificuldade era gravar um disco e desenvolver evolutivamente a carreira. Hoje gravar um disco não é mais o grande obstáculo. Mas, a concorrência de mercado se tornou o grande desafio. O que você faz efetivamente para se diferenciar dentro do seu nicho musical? 

Zé Guilherme: Não diria que a grande dificuldade no passado era gravar um disco. Hoje gravar um disco continua sendo uma tarefa difícil, mais facilidade para gravar não garante bons resultados. Não faço esforço para “me diferenciar”, eu cuido do meu trabalho com extremo zelo e cuidado para que ele expresse a minha identidade artística, que é o que diferencia um trabalho de outros.

18) RM: Como você analisa o cenário da música popular brasileira. Em sua opinião quem foram às revelações musicais nas duas últimas décadas e quem permaneceu com obras consistentes e quem regrediu? 

Zé Guilherme: O cenário da música brasileira sempre foi e continua sendo rico. Há produtos para todos os gostos. Não me sinto confortável em citar nomes de “revelações”. Não costumo olhar para o trabalho de colegas com um olhar de julgamento. Tento entender o que é oferecido, posso gostar mais disso e menos daquilo, o que não invalida o trabalho da (o) colega.

19) RM: Quais os músicos já conhecidos do público que você tem como exemplo de profissionalismo e qualidade artística?

Zé Guilherme: Inúmeros. De Rita Lee a Jaloo, passando por Marisa Monte, Castelo Branco, Chico Buarque, Zeca Baleiro, Chico César, Maria Bethânia e por aí vai. Cada um no seu lugar e tempo são excelentes no que fazem.

20) RM: Quais as situações mais inusitadas aconteceram na sua carreira musical (falta de condição técnica para show, brigas, gafes, show ambiente tosco, cantar e não receber, ser cantado etc)?

Zé Guilherme: Inusitadas porém ricas: cantar em boteco num subúrbio; energia acabar no meio do show e continuar totalmente desplugado até o fim; fazer show com playback porque o local muito precário não tinha equipamento mas queria meu show para a comunidade carente e foi lindo; aquela cantada descarada, que eu amei, e acariciou o ego; entre outras.

21) RM: O que lhe deixa mais feliz e mais triste na carreira musical? 

Zé Guilherme: Poder faze meu trabalho me deixa sempre muito feliz; nada na minha carreira me deixa triste.

22) RM: Existe o Dom musical? Como você define o Dom musical? 

Zé Guilherme: Dom é um termo muito ligado à concepção cristã, não me agrada. Prefiro o termo aptidão e sim acho que algumas pessoas vêm com uma disposição inata para uma determinada coisa, e isso acontece com a música. A aptidão musical é um conjunto de requisitos, inatos ou adquiridos, que permitem a alguém se tornar um profissional da música.

23) RM: Você acredita que sem o pagamento do jabá as suas músicas tocarão nas rádios? 

Zé Guilherme: Nunca pensei em pagar jabá, não disponho de recursos para tanto. Se vão tocar na rádio ou não eu não tenho controle sobre, nem grana para controlar.

24) RM: O que você diz para alguém que quer trilhar uma carreira musical? 

Zé Guilherme: Estudar, trabalhar bastante. Ouça, fique atento, pesquise, descubra e desenvolva sua singularidade e imprima no seu trabalho. O prazer de ser artista é poder olhar pro próprio trabalho e encontrar nele sua identidade e singularidade.

25) RM: Quais os prós e contras do Festival de Música? 

Zé Guilherme: Não tenho experiência nem opinião sobre. Nunca participei, nem me ocupei em entender as vantagens e desvantagens. Nunca vi como uma oportunidade que me atraísse.

26) RM: Como você analisa a cobertura feita pela grande mídia da cena musical brasileira? 

Zé Guilherme: É a cobertura que optaram por fazer. Nem sempre com acerto. Quase sempre privilegiando os já midiáticos. A mídia para a mídia. Há quem ache lindo.

27) RM: Qual a sua opinião sobre o espaço aberto pelo SESC, SESI e Itaú Cultural para cena musical? 

Zé Guilherme: Espaços extremamente importantes. Perderam um pouco o olhar para “alternativos”, renderam-se bastante ao apelo da grande mídia e do “mainstream” (a corrente principal).

28) RM: O circuito de Bar na cidade que você mora ainda é uma boa opção de trabalho para os músicos? 

Zé Guilherme: Não. Já foi na década de 80/90.

29) RM: Quais os seus projetos futuros? 

Zé Guilherme: Trabalhando em novos singles, em breve um EP, e investindo no meu programa de entrevistas no canal do YouTube “EntreMeios – Zé Guilherme”.

30) RM: Quais seus contatos para show e para os fãs?

Zé Guilherme: www.zeguilherme.com.br | Shows: [email protected]

Facebook: https://www.facebook.com/oficialzeguilherme

Instagram: https://www.instagram.com/zeguilhermeoficial 

Assessoria de imprensa | Verbena Comunicação

(11) 99373 – 0181 | [email protected]

Canal: https://www.youtube.com/@zeguilhermeoficial

Zé Guilherme – Clandestino (Chico César): https://www.youtube.com/watch?v=9urZAdH32ws

Playlist do EP – Zé: https://www.youtube.com/watch?v=oC57_e5U-7Q&list=PLU0qOexsjF5tip5BOL8CndXy3BAlKcmxK

Playlist do álbum Alumia: https://www.youtube.com/watch?v=NUTHJxMN2WE&list=PLU0qOexsjF5uE6Z5yKOvLbpDhlxaYnims

Playlist do álbum Tempo ao Tempo: https://www.youtube.com/watch?v=Aqinfk4lvTY&list=PLU0qOexsjF5umxEIyFeLRwJ1PXBj0a1OJ


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