Vanessa Kryolla
A compositora, poetisa paulistana Vanessa Kryolla MC segue com seu trabalho independente, suas vivências com a cultura Hip Hop.
Vanessa Kryolla começou sua carreira musical na adolescência e seu convívio com a música já vinha de família e amigos que curtiam Rap Nacional. Vanessa Kryolla começou escrever suas primeiras poesias aos 11 anos de idade, porém o despertar para escrever música e seguir uma carreira começou em 2015, de lá pra cá a MC lançou em 2017 seu primeiro CD – “EU TENHO FÉ” e em 2020 lançará um novo álbum de forma independente e suas letras trazem mensagens de fé, amor, superação, protesto, reflexões sobre problemas sociais e o genocídio de jovens negros que moram na periferia de São Paulo.
Vanessa Kryolla dentro da cultura hip Hop foi curadora do mês do Hip Hop de São Paulo em 2020. Vanessa Kryolla segue articulando junto com o núcleo “A Voz do Gueto” não dá cala saraus na Casa de Cultura Itaim Paulista. O intuito da MC é fomentar a cultura Hip Hop de diversas maneiras e trazer para periferia, Cultura, lazer, arte, entretenimento e Despertar Talentos.
Segue abaixo entrevista exclusiva com Vanessa Kryolla para a www.ritmomelodia.mus.br, entrevistada por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 27.04.2020:
Índice
Vanessa Kryolla: Nasci no dia 22.07.1984, São Paulo – SP e registrada como Vanessa Aparecida Galdino Cardoso.
Vanessa Kryolla: No ministério do Louvor na Igreja.
Vanessa Kryolla: Estou me formando em Serviço Social. Fora da área musical trabalho como orientadora Sócio Educativa.
Vanessa Kryolla: Minhas influências musicais desde da infância foi Tim Maia, Jorge Benjor, Samba de Roda em que tive a minha infância e adolescência marcada por essa musicalidade negra. Nenhuma música deixou de ter importância.
Vanessa Kryolla: Em meados de 2015 obtive a responsabilidade de me dedicar ao trabalho independente no RAP participei de um coletivo chamado espaço hip hop positivo e de lá pra cá venho me dedicando cada vez mais para o trabalho independente musical.
Vanessa Kryolla: Lancei um CD – “Eu tenho fé” em 2017 e em 2020 vou lançar um novo trabalho com 10 músicas com participações musicais de outros grupos de RAP nacional sendo grupo “DÚ ALTO E.D.A PRODUÇÕES” com a música “ÓH Brasil”, e o grupo de RAP “Ministério arrependei vos” com a música “Propósito”. Inclusive as duas músicas estão disponíveis no meu canal do YouTube vídeo clipe.
Vanessa Kryolla: Hoje me defino como poetisa, compositora, MC, rimadora de RAP nacional.
Vanessa Kryolla: Estudei técnica vocal e por motivos financeiros não dei continuidade, porém, pesquiso aulas no YouTube sobre técnicas vocais para estudar e colocar em prática.
Vanessa Kryolla: A técnica vocal é importante para obter o resultado esperado nas apresentações e para evitar problemas futuros com a voz.
Vanessa Kryolla: Há vários cantores que admiro se for falar aqui não caberia (risos), tanto no cenário do RAP nacional quanto em outros ritmos.
Vanessa Kryolla: Não tenho um processo para compor. A música sai simplesmente de algum momento que eu vivencio ou algo que vejo. A música pode surgir eu dentro de um transporte público, como pode ser na madrugada quando eu acordar do nada. Existem várias formas que posso compor não tem uma maneira específica ou regra.
Vanessa Kryolla: Eu não tive parceira para compor. As minhas letras eu que fiz. Eu tenho parceiras musical como mencionei acima, porém isso não me impede de construir uma música junto com outras pessoas. Meu principal parceiro é o direcionamento de Jesus Cristo em que me traz discernimento de determinadas questões.
Vanessa Kryolla: Minha primeira música “EU TENHO FÉ” foi gravada no estúdio Piranosom e tive a ajuda dos meus amigos Mano Jota, Pablo Franzino e Franco Atirador, eles são MC’S com trabalho independente e me ajudaram muito no começo. Essa música tem a participação especial do Tavão do Grupo “Pleno conhecimento”. Além disso gravei no estúdio Última Faixa do DJ Armatese, Estúdio Casa Dois do Hirãn Boaz, Estúdio Portisom do Portinelly e com o Brancola.
Vanessa Kryolla: A vantagem de desenvolver um trabalho independente é que você faz da forma que quer com sua marca e sua essência. A desvantagem é a questão financeira, pois para colocar um trabalho independente na rua não é fácil e todos os gastos são meus e não tenho como dividir, porém o resultado final vale a pena.
Vanessa Kryolla: A primeira estratégia que faço é colocar a cabeça para pensar e analisar o que o cenário do RAP nacional precisa nesse exato momento? Nós da Cultura Hip Hop falamos muito da velha ou nova escola, a velha escola são Mc’s do tempo de Thaíde , Racionais Mc’s , De menos Crime, Doctor Mc’s, Apelidado X, Consciência Humana, Poder Bélico da Favela, Facção Central, RZO, SNJ entre outros que ainda se encontram no cenário do Rap Nacional trazendo algumas inovações, porém mantendo a Raiz do RAP Nacional.
Mas independente se é velha ou nova escola o RAP sempre existiu. Eu procuro manter o legado que foi plantado lá atrás em que os cantores de RAP sofriam preconceito e eram chamados de ladrão por causa das letras e até por conta da roupa que usavam. Nós do movimento sabemos que RAP é protesto e que cada letra é um grito de alerta com foco nas questões sociais, por exemplo, o genocídio do jovem negro e periférico.
Vanessa Kryolla: Dentro do palco é sempre trazer verdade para o público através das apresentações e fora do palco é estudar e ver o que cenário precisa no momento. Ações para avançar no RAP é estudar, trabalhar e arcar com as minhas responsabilidades além de realizar projetos futuros para a cultura hip hop em que não somente eu seja favorecida, mas demais parceiros.
Vanessa Kryolla: A internet é uma faca de dois gumes. Ela ajuda na divulgação e pode alcançar maior público dentro e fora de São Paulo e isso é uma vantagem enorme. A internet atrapalha na para conseguir vender o CD – físico, pois com o acesso à internet ficou mais fácil para escutar e baixar música e a maioria das pessoas não compra o CD – físico do artista, exceto uma pessoa que gosta muito de CD, que é o meu caso (risos).
Vanessa Kryolla: Na época do vinil os grupos de RAP iam se apresentar nos eventos e com a mesma base ou instrumental saia diversas confusões por isso, com a chegada do home estúdio o artista pode contratar, produtor musical para criar sua base sem usar igual de ninguém, isso foi uma evolução pro Rap Nacional.
Vanessa Kryolla: Eu tenho que concordar com você. A internet trouxe à tona uma diversidade musical, gostos e estilos e para me sobressair, eu consigo saber quem é meu público através das redes sociais e até a cidade que acompanha o meu trabalho. Hoje meu maior público estar em São Paulo e a maioria são homens acima dos 30 anos e baseado nessa pesquisa eu consigo desenvolver um trabalho de divulgação específico.
Vanessa Kryolla: Posso falar aqui sem medo de ser feliz que Racionais Mc’s e Dexter são uns dos que vem trilhando e já tem seu público no cenário do RAP nacional, inclusive eu sou muito fã deles (risos). Agora um grupo que regrediu prefiro não comentar, pois eu vejo de outra forma.
Vanessa Kryolla: O Dexter, o mesmo alavancou a carreira, escreveu um livro. Vejo nele muito profissionalismo.
Vanessa Kryolla: Eu fui no show da banda “Caminho Suave” em 2019 no evento chamado “A VOZ DO GUETO NÃO SE CALA” no bairro do Itaim Paulista em que na apresentação da banda eu estava tão empolgada dançando reggae que o vocalista (Anderson Sousa) me chamava para o palco dizendo: “Vem Vanessa, vem Vanessa” e eu entendi: “Salve Vanessa”.
Depois que terminou o show, ele me perguntou porque eu não subi no palco para cantar com eles. Eu somente respondi: Oi? Fiquei de “cara na terra” (risos) e com raiva, pois perdi uma oportunidade de cantar com a banda de reggae “Caminho Suave” (risos). Outro acontecimento que me deixou de “cara na terra” foi quando fui entrevistada pelas alunas da Faculdade São Judas, porém eu não sabia que Joyce, jornalista da TV CULTURA, estaria também nessa entrevista. Quando a vi de longe achei que era miragem ou alguma mulher parecida a ela, porém era a própria Joyce, uma mulher incrível, foi uma experiência inesquecível.
22) RM: O que lhe deixa mais feliz e mais triste na carreira musical?
Vanessa Kryolla: O que me deixa feliz é saber que a música pode ajudar pessoas e as pessoas que se identificam me procuram para dizer. O que me deixa triste é perceber muitas das vezes que meu trabalho não é respeitado. Eu digo respeito, pois ninguém é obrigado a gostar da minha música, mas precisa respeitar minha obra e trajetória musical.
Vanessa Kryolla: Dificilmente a minha música tocará nas rádios. Tudo envolve dinheiro para sua realização e na música não é diferente.
Vanessa Kryolla: Eu digo para alguém que queira trilhar na carreira musical que insista sempre.
Vanessa Kryolla: Os Festivais de música pode alavancar a carreira de um artista, mas também pode colocar no fim um sonho dos que participaram e não ganharam.
Vanessa Kryolla: Hoje eu analiso que existem programas de TV direcionado somente para música. Esse tipo de investimento é para alcançar público e audiência. Hoje dentro do cenário do RAP Nacional existe um trabalho com o nome Nós no rolê. Monica Senna também faz diversos registros fotográficos em diversos eventos de RAP dentro e fora de São Paulo e isso tem ajudado e fortalecido o trabalho independente dos grupos de RAP.
Vanessa Kryolla: Os espaços como Sesc, entre outros que abrem a oportunidade para os artistas independentes se apresentarem é de grande valia, pois nesses eventos e espaços os artistas ou Grupos vão se tornado mais conhecidos.
Vanessa Kryolla: As tabacarias tem abrindo espaço e oportunidade realizando bastante eventos nas periferias.
Vanessa Kryolla: Meu projeto futuro está relacionado a Cultura Hip Hop e afim de ajuda o próximo também.
30) RM: Quais seus contatos para show e para os fãs?
(11) 97773 – 8781 | kryollagaldino@gmail.com | nucleoavozdg@gmail.com | https://youtu.be/UeadQF2OcHw
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