Savilar
O cantor, compositor e guitarrista baiano Savilar começou a sua carreira musical nos trios elétricos no final dos anos 70. Nesse período ouviu pela primeira vez os reggaes de Jimmy Cliff e Bob Marley. E o ritmo jamaicano passou a ser a linha do seu trabalho musical.
Vocalista e guitarrista de trios elétricos, bandas de baile e participando de Festival de Música em Faculdades foram o caminho percorrido na Bahia até vir morar em São Paulo no final dos anos 1980 e gravou o seu primeiro disco o LP – “Mãe África” que resultou numa tournée por toda América do Sul no começo dos anos 1990. Até final dos 1990 continuou pesquisando sobre o Reggae e suas vertentes com músicos jamaicanos e brasileiras.
Essa pesquisa resultou no CD – “Nação Rastafari” que teve a participação especial de Tonho matéria e Luís Vagner, dentre outros. Em 2004 deu continuidade ao seu trabalho dentro das raízes do Reggae e o swing baiano, lançou o CD – Savilar – “Meia noite em São Paulo”, a música título do disco faz uma justa homenagem a cidade que tem o coração aberto a todos os migrantes e imigrantes e que nunca dorme. O CD conta com dez músicas de puro reggae raiz, urbano e profético.
E paralelamente ao seu trabalho solo compôs as melodias para dez poemas do jornalista, poeta e músico Antonio Carlos da Fonseca Barbosa e cantou essas parcerias musicais no primeiro disco da Trilogia da Reggaebelde – Reggae baseado em Poesia, lançado em 2008.
Savilar voltou para Bahia em 2010 e mantém seu trabalho musical nas cidades de Camaçari e Salvador.
Segue abaixo entrevista exclusiva com Savilar Rastaman para a www.ritmomelodia.mus.br , entrevistado por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 01.08.2017:
Índice
Savilar : Não lembro mais…deixa vê aqui…(risos) dia 03/08/1961 em Guanambi – BA. Meu nome de batismo é Benedito Rodrigues de Souza e no Candomblé, eu sou filho do orixá Ogun que é o Deus da Guerra. E Savilar é o nome de um guerreiro africano. E gostei e escolhi como nome artístico.
Savilar: Meu pai era violeiro repentista, reizeiro. Meu irmão Violeiro. Minhas irmãs rezadeiras de igreja.
Savilar: Fiz o curso de teoria musical na Ordem dos músicos do Brasil em São Paulo nos anos 80. E depois trabalhei no selo Disco de Prata de Cid José em que tive a oportunidade de conhecer os estúdios de gravação e pessoas como Darcio (baixista que tocou Roberto Carlos) e Mirandinha (saudoso guitarra e produtor) e com eles aprendi a ler partitura musical de verdade e na prática.
Savilar: Fui cantor de banda de baile, vocalista de trio-elétrico. Gilberto Gil sempre me influenciou. E ouvi reggae pela primeira vez na voz de Jimmy Cliff. Hoje tento me reinventar todo dia.
Savilar: Em Guanambi – Bahia eu era o vocalista de uma banda de baile chamada Super Som Universal.
Savilar: Dois LPs e dois CDs no ritmo de reggae. Um CD em parceria com o poeta Antonio Carlos da Reggaebelde. Coloquei melodia em dez poemas do seu: “Poemas D’versos Poemas” e cantei todas às dez músicas do primeiro CD da sua Trilogia: Reggae baseado em Poesia.
Acho que o perfil é a evolução critica e evolutiva em todos os termos. As músicas dos meus discos que tiveram mais aceitação foram: “Na paz de jah”, “Reggai por nós” e “Rasta man”. E no CD da Reggaebelde foram: “Chega de Privação”, “Não Basta ser exótico” e “Rostos”.
Savilar: Trabalho com todas as vertentes do reggae com prioridade para o roots com influência percussão baiana.
Savilar: Um cantor com predileção por cantar músicas melódicas que tem letra forte.
Savilar: Gilberto Gil, Diana King e em alguns outros cantores e cantoras, eu gosto pontualmente de algumas características que eu julgo importantes.
Savilar: Meus parceiros são: Tonho Matéria, Antonio Carlos e Will Souto.
Savilar: Pros – A liberdade de fazer o que acredita. O contra é na maioria das vezes termos poucos recursos e o boicote dos meios de comunicação de um modo geral. Você só tem a internet pra se divulgar sem empecilhos.
Savilar: Fui obrigado a adquirir som, iluminação, palco e transporte para baratear os custos da produção do meu show.
Savilar: Acho que só ajuda, no quesito divulgação mesmo.
Savilar: Infelizmente o cenário é ruim. Só entra e permanece na mídia quem faz “reggae modinha”, sempre foi assim e sempre será. É um fato triste. O que tem de sério no reggae é a cena independente. Tem muita gente boa.
Savilar: As vantagens são: poder fazer o experimento, pesquisar e baratear a produção. A desvantagem é que qualquer um que não sabe nada de som comprar um computador e instalar um programa qualquer de áudio e achar que é um produtor. Tem algumas produções ridículas. Tem que tomar cuidado com isso.
Savilar: Gilberto Gil, Daniela Mercury e Roberto Carlos.
Savilar: Risos. O que já passei dá um livro. Mas vou citar algumas: Uma vez toquei 29, 30 e 31 de Dezembro em Ubatuba – SP. E dia 1 de janeiro subimos para um show em Sampa (São Paulo). Todo mundo morto de cansado, na hora de um solo de guitarra em uma música, eu errei tudo.
E na segunda parte, eu errei de novo. João Ribas era o Tecladista e ri de minha cara até hoje. Cantar e não receber aconteceu muitas vezes. Fiz um carnaval em Campo Limpo – São Paulo com um trio elétrico. Só sai um dia. Os outros dias caíram uma tempestade. Já tinham me pago e sustaram o cheque.
Foi para na justiça. E o advogado Alexandre Puga Cano e mais outro que não lembro o nome, tinham uma procuração minha e eram meus amigos, receberam o dinheiro e me disseram que perdemos. Um foi pro Hawai o outro pra Jamaica na época. Depois descobri que usaram o dinheiro do cachê. E o pior é que os músicos da banda acham que eu recebia o dinheiro.
Savilar: Feliz o fato de alegrar, fazer dançar, fazer pensar o meu público. A tristeza é vê a mídia tornar sucesso qualquer porcaria musical que dá dinheiro.
Savilar: Vivo entre Salvador – BA e Camaçari – BA. A Bahia é o Estado que mais vende mentira para o mundo. A chance para os pequenos aqui é mínima. O reggae é sufocado. A música remunerada na Bahia foi privatizada. Os caciques do Axé music são os donos de tudo, mandam chover e manda parar. São os mesmos há décadas e ninguém entra sem o aval deles. Tanto que você vem a Salvador e tem ensaio de todos os ritmos, menos do REGGAE, somos sufocados. E de vez em quando um desses caciques do Axé grava um reggae mentiroso para dizer que também fazem reggae.
Savilar: Aqui em Salvador tem Edy Vox das antigas, tem bom trabalho e Banda Cativeiro. Aqui em Camaçari tem Nilton Spirro, Reggae Steady e em Feira de Santana tem Dionorina.
Savilar: Não corro muito atrás disso.
Savilar: Nunca. Pagar o Jabá é a lei nas rádios e TVs.
Savilar: Tenha muita fé e paciência.
Savilar: Acho que na Jamaica normal. Aqui no Brasil a maconha é contravenção. Persistir fumando é querer problema. Nunca fumei e faço reggae. Fumar é escolha pessoal não tem a ver com escolha musical.
Savilar: É assim na Jamaica, fora de lá fica meio confuso. Ser rastafári de verdade e complicado.
Savilar: Uso o dreadlock e não sou da religião rastafári. Religião é escolha pessoal não tem nada a ver com o estilo do cabelo que se usa.
Savilar: Contraditória.
Savilar: Os negros são muito desunidos no Brasil, principalmente os regueiros. Na Bahia os únicos negros que são unidos são Axé music.
Savilar: DVD AO VIVO.
Savilar: savilar@gmail.com | (71) 9.9129 – 4908 | https://web.facebook.com/SavilarRastaman
https://www.instagram.com/savilarrastaman
Canal Savilar Rasta Man: https://www.youtube.com/channel/UCkwwRk_YcvJ9XMsdXyvljIA
Live – CIRCUITO RASTA REGGAE: Tributo ao Dia Municipal do Reggae: https://www.youtube.com/watch?v=7T6jlatl3wM
SAVILAR NAÇÃO RASTAFARI CD COMPLETO: https://www.youtube.com/watch?v=mmFP9XAg4IA
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