Sandra Grego
No cenário cultural há anos, a mineira de Maria da Fé, Sandra Grego, vem consolidando sua maturidade musical com um trabalho de elaboração singular e perfeita sintonia com seu estilo visceral e ao mesmo tempo de grande sensibilidade artística.
Descendente dessa relação entre arte e artista, entre blues, baladas ou nas canções mais ácidas, sua trajetória é marcada por momentos memoráveis a quem tem a oportunidade de prestigiar seus shows por diversas casas noturnas do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo causando surpresas ao público que ainda não a conhecia.
Sua música já foi trilha sonora do programa “A Vida Alheia”, da Rede Globo, pode ser ouvida nas plataformas digitais. Sandra Grego escreve com propriedade sua história na música popular brasileira e proporciona sempre uma opção diferente e de qualidade para a geração atual.
Segue abaixo entrevista exclusiva com Sandra Grego para a www.ritmomelodia.mus.br, entrevistada por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 03.07.2021:
Índice
Sandra Grego: Nasci no dia 08.04.1967, em Maria da Fé, Minas Gerais. Registrada como Sandra Regina Gonçalves.
Sandra Grego: Desde criança adorava os programas de música e já explorava com habilidades especiais os brinquedos musicais. Ainda na infância participei da fanfarra do colégio, fiz algumas aulas de piano e no início da adolescência ganhei um violão, quando comecei a tocar e cantar.
Sandra Grego: Formei no curso técnico de professora primária, em seguida fiz um curso técnico de Processamento de Dados. Estudei no Conservatório de Música em Pouso Alegre, fiz o curso de canto, tínhamos uma grade curricular diversificada que ampliou meu universo musical e artístico, fiz aulas de Técnica Vocal, História da Arte, Canto Coral e outras. Nesse período, frequentei um Seminário de Violão em São Paulo, ministrado por Henrique Pinto – um dos mais importantes didatas do violão do século 20 em todo mundo. No Rio de Janeiro tive aulas de Canto, Harmonia Funcional 1 e Violão 1 e 2 na Rio Música; um instituto que trouxe muitos conhecimentos das escolas conceituadas dos EUA. Além da aprendizagem regular em instituições e cursos, também tive aprimoramento com aulas particulares de Percepção Musical e Canto. Participei do I Congresso Carioca da ABENEPI-RJ e do Seminário Empretec, promovido pelo SEBRAE/RJ.
Sandra Grego: Nas Canções da MPB dos anos 70, eu conheci Simone, Elis Regina, Maria Bethânia, Gal Costa, Ney Matogrosso e através desses intérpretes fui apresentada aos grandes compositores como: Milton Nascimento, que também é um grande intérprete, Fernando Brant, Gonzaguinha, Chico Buarque, João Bosco e Aldir Blanc, Gilberto Gil, Caetano Veloso. No cenário Pop da mesma época: Roberto Carlos, Erasmo Carlos, Rita Lee e Tutti-Frutti, Raul Seixas e Paulo Coelho, também me atraíam muito. No início dos anos 80, o cenário do Rock Nacional apresentou-se com determinação e relevância e me apaixonei por Marina Lima, Cazuza, Lobão, Renato Russo, RPM. Nos anos 90 fiquei muito impressionada com Marisa Monte e Cássia Eller. Ouvia também Sandra de Sá, Angela RôRô, Tim Maia, Jorge Benjor, Cláudio Zolli, Djavan, Diana Ross, Michael Jackson, Bee Gees, Tina Turner, Aretha Franklin, Beatles, Rolling Stones, White Snake, Titãs, Lulu Santos, Guns N’ Roses, Carlos Santana, Joe Satriani, Pacco de Luccia, Astor Piazzola… …por aí vai… Sou bem eclética! Letras metafóricas, profundas e bem construídas são de um seguimento bem interessante e que sempre me influenciou muito. Por outro lado, aquelas populares não tão complexas, com refrão que todo mundo canta junto, eu também ouço bastante. No Rio de Janeiro, onde morei entre os anos de 1988 e 2019, ouvi muitos artistas do cenário alternativo e com alguns tive a felicidade e oportunidade de estabelecer parcerias. Todos esses artistas são presentes e tem grande importância em minha trajetória, os sons das décadas de 60, 70 e 80 criaram conceitos que são usados até hoje. Música de qualidade é atemporal!
Sandra Grego: Em 1981 iniciei minhas apresentações nos eventos de destaque e em Bares, Clubes e Festas em Maria da Fé – MG, seguindo para as cidades vizinhas como Itajubá, Cristina, Santa Rita, Pouso Alegre.
Sandra Grego: Em 2005 o CD – “Será que eu falo Grego?” (Independente). Em 2011 o CD – “Solar” pelo selo Fina Flor. Em 2011 “Emoção Atlântica” participação como cantora no trabalho do poeta Márcio Catunda.
Sandra Grego: Nas canções que gravei, as harmonias têm forte influência da MPB e os ritmos vêm carregados da pegada Pop, Blues e Rock.
Sandra Grego: Sim, em cursos, escolas de música e aulas particulares.
Sandra Grego: Tanto exercícios vocais quanto respiratórios são essenciais para o aquecimento e controle da voz, além de impedirem danos às pregas vocais. Quando se aprende a “colocar” a voz, tirando da garganta e colocando no peito ou “em máscara” evita-se um desgaste que com o tempo traria prejuízos irreversíveis. Cuidados como não tomar gelados, não gritar ou falar sem “colocar” a voz, não fumar ou respirar fumaça de cigarros, evitar exposição a ventos frios, proteger sempre o peito, costas e pescoço, beber água frequentemente – principalmente quando a voz está atuante, são ações imprescindíveis para garantir a estabilidade vocal.
Sandra Grego: São muitos! Alguns com mais afinidades como Elis Regina, Ney Matogrosso, Marisa Monte, Cássia Eller, pela entrega e atuação nos trabalhos sempre muito bem produzidos.
Sandra Grego: A inspiração pode vir através de sentimentos como indignação, impossibilidades, admiração, paixões ou mesmo uma necessidade de algum trabalho que eu esteja participando ou produzindo.
Sandra Grego: Allan Bastos, Ana Cruz, Ana Alcantara, Léo Azevedo, Márcio Catunda, Ricardo Calafate, Norma Spagnuollo.
Sandra Grego: O Allan Bastos gravou “Segredos”; a Ana Cruz gravou “Refeita” e “Sublime Ancestralidade” e Ana Alcantara gravou “Adia para outro dia”.
Sandra Grego: O que temos a favor é a liberdade de expressar e desenvolver o trabalho sem nenhuma exigência da produção, mas, temos que observar o que agrada; afinal fazemos canções com o objetivo de criar um público. Já o que dificulta é que faltam recursos como agendamento de shows, divulgação do trabalho, captação de “budjet” e outras possibilidades que são facilitadas quando se tem uma equipe de produção executiva.
Sandra Grego: Dentro do palco: estar atenta a qualidade e equalização do som (caixas de retornos e P.A), entrosamento entre os músicos, produção pessoal (roupas, acessórios, cabelo e maquiagem) e roteiro de comunicação. Fora do palco: o máximo de ensaio possível, arranjos das músicas, escolha e sequência do repertório, mapa de palco, seleção dos músicos, agendamentos e divulgação das apresentações – Estas são algumas das estratégias de planejamento, mas existem muitas outras.
Sandra Grego: Sempre participei de eventos musicais, saraus de poesias, estabelecendo conhecimento e contatos com empreendedores de entretenimento, da cultura e da música. Também movimento minhas redes sociais com agendas de shows, músicas lançadas ou qualquer projeto que participo. Agora, com este novo cenário de pandemia do Covid-19 que se apresentou, tenho divulgado meu trabalho através de lives autorais, além de participar das lives de parceiros, programas de entrevistas e onde posso tenho feito divulgações.
Sandra Grego: A internet tem sido fundamental e o melhor recurso para artistas independentes como eu; apesar de não observar nenhum fator que me prejudique diretamente, existe cada vez menos um modelo de negócio em referência à venda de músicas. Isso foi bem prejudicado e está se extinguindo. Os direitos autorais e conexos pagos por execução em rede são irrisórios quando comparados aos executados em rádios, emissoras de TV, casas de show e bares cadastrados no ECAD. Esse assunto ainda é muito discutido em nosso meio, mas, como toda mudança, levará um tempo até que se ajuste. Em minha opinião, o saldo é positivo; hoje, qualquer artista tem acesso à gravação e exposição de seu trabalho. E todos nós temos acesso a diversos tipos de conteúdo. Isso é muito bom!
Sandra Grego: Acho que foi um grande passo para a produção musical em massa devido o baixo custo financeiro dos estúdios. Para garantir um bom trabalho é preciso pesquisar, selecionar e/ou adquirir e saber usar os recursos que ofereçam qualidade de gravação, mixagem e masterização. Existem muitas possibilidades, entretanto nem sempre se encontra a qualidade necessária para uma produção tecnicamente bem feita.
Sandra Grego: Procuro manter meu material sempre organizado e atualizado, disponibilizando projetos nos quais tenho participado, além de ter um perfil diferenciado e flexível em relação aos estilos musicais. Busco sempre estabelecer parcerias com outros artistas, produtores e agentes de música.
Sandra Grego: Não tenho certeza quais artistas foram lançados na grande mídia desde o ano 2000. Vou citar alguns que acho ser o caso: Roberta Sá, Monica Salmaso, Ceumar, Lineker, Filipe Catto, Simone Mazzer, Mart´Nalia… Me falta aprofundamento sobre as obras desses artistas, porém, das vezes que ouvi, gostei bastante. Ainda assim, não tenho propriedade para opinar a respeito de nenhum deles.
Sandra Grego: Marisa Monte. Sempre admirei o trabalho da Marisa, como artista e empreendedora. Todo o trabalho é impecável, com excelentes composições, arranjos e participações. No Brasil, foi precursora em material áudio visual, exibiu um VHS no início dos anos 90 registrando vários momentos de uma turnê, e acho que em meados de 2000 apresentou um CD explicando como acontecia um lançamento de um trabalho. Os CDs sempre vieram com as letras cifradas e com o tempo 1 marcado na letra, diferencial que só encontrei nos encartes dela. Considero um material didático de muito valor para qualquer artista. As atitudes e opiniões da Marisa são boas influências para mim. E, claro, tem uma voz belíssima!
Sandra Grego: Bem, vamos lá! Vou tentar lembrar…, mas, acontece de tudo mesmo citado na pergunta…- Condições técnicas: trabalhei em casas com equipamentos que não tinham sons adequados, às vezes estragados e ninguém consertava ou demorava a vida toda para executar o reparo. As “pessoas reclamavam: “Tá alto”, “Tá com barulho…”, “Tá baixo…”, “Vocês têm que exigir condições melhores de trabalho…” Eu ria e continuava… – Brigas… Hum… Já levei músico comigo que encrencou com garçonete, dizendo que ela tinha preconceito com ele… Queria receber antes de fechar o borderô, me deu o maior trabalho. Depois desse episódio, não chamaram mais a gente… – Gafes eu não lembro, mas, deve ter acontecido sim (risos). – Show em ambientes toscos é o que tem mais! E também já tive problemas com público tosco… Pediam músicas que eu não sabia tocar, tinha gente que vinha brigar, outros que levantavam e saiam xingando e por aí vai…- Trabalhar e não receber também já aconteceu algumas vezes. Diziam para pegar o cachê outro dia e eu voltava, voltava, voltava… E o contratante não estava, não abria a porta, e um belo dia…desaparecia…- Cantadas… Nossa…Foram muitas! Pessoal dava presente, carona, levava pra jantar, catava na esquina… “…são tantas emoções…” (risos).
Sandra Grego: O dom de tocar o interior, os sentimentos guardados das pessoas, ganhar um carinho especial de tantos fãs, me deixa muito feliz e realizada. Por outro lado, fico triste de ver que a criatividade, o estilo, tem menos valor do que artesanato musical. Cantores que fazem “cover” de um artista renomado ou outros, com repertório das mais tocadas do momento, têm seu trabalho mais vendido do que quem produz músicas inéditas.
Sandra Grego: Sim, existe. Quem tem facilidade de realizar atividades musicais com habilidade acima da média e sem conhecimentos teóricos, tocam e /ou cantam com a naturalidade; são requisitos de quem nasceu com o talento. De toda forma, precisa de estudo e técnica para aprimorar o trabalho.
Sandra Grego: Eu não tenho conhecimento de improvisação para falar com propriedade sobre o assunto. Mas, observo meus amigos que têm e acho que improviso seria criar uma melodia na inspiração do momento. Não é sair dando nota à vontade! Tem uma gravidade, uma linha a ser seguida, e o resultado tem que ser bom.
Sandra Grego: Bom, pelo que observo, o improviso não tem estudo… Tem o estudo das escalas, da técnica do instrumento, do tema…, mas, na hora da execução, será sempre uma melodia inédita, cada dia vai fluir uma bela novidade.
Sandra Grego: Não. Nas rádios tradicionais o pagamento da divulgação é praticamente condicionado à execução das músicas. Mas a Rádio Web tem sido uma opção de divulgação do nosso trabalho sem a cobrança do jabá!
Sandra Grego: Quem nasce com o dom e tem a arte no sangue só consegue ser feliz caminhando nessa estrada. Não importam as adversidades, as desilusões com a falta de reconhecimento do trabalho ou de recursos para a divulgação dele, o prazer está em viver a música!
Sandra Grego: Acredito que atualmente os festivais de música não têm o efeito que teve no fim dos anos 60, mas, de qualquer forma, para compositores é sempre válido estar presente. O público que freqüenta está aberto a ouvir composições inéditas, isso é uma raridade. E quem participa, pode ouvir belas composições e apresentações de artistas não conhecidos da grande mídia e fazer contatos ou parcerias. O ponto negativo é que se não ganhar em nenhuma modalidade ou não tiver prêmio em dinheiro, você trabalha sem ganhar cachê e muitas vezes precisa arcar com os custos.
Sandra Grego: Acho que não. Festivais de Música dos anos 60 e 70 foram os reveladores de grandes artistas da música. Em 1979, a TV Tupi realizou um festival que revelou artistas como Fagner – que já era conhecido, mas teve reconhecimento ainda maior cantando “Quem me levará sou eu” (Dominguinhos e Manduka), com arranjo de Wagner Tiso. O segundo lugar: “Canalha” (Walter Franco), interpretada pelo autor e o terceiro lugar: “Bandolins” (Oswaldo Montenegro), interpretada por Oswaldo Montenegro e Zé Alexandre. Em 1980 a TV Globo realizou um festival bem interessante que teve a presença de Raimundo Sodré, Sandra de Sá, Amelinha, Quinteto Violado, Joyce e outros grandes nomes apresentados para o Brasil através dele. Salvo engano, em meados da década de 80, a TV Globo realizou o último festival que teve a função de trazer novos nomes para a grande mídia; como Tete Espíndola e Leila Pinheiro. Depois deste, acredito que não tenha acontecido nenhum outro de grande expressividade.
Sandra Grego: O que tenho ouvido que aparece na grande mídia não me agrada! Mas vende, e este é o objetivo.
Sandra Grego: Tive algumas experiências com o SESC e os resultados foram positivos. Entretanto, as agendas são sempre muito concorridas e é difícil de entrar, é preciso ser indicado!
Sandra Grego: Em 2019 voltei para Maria da Fé que fica no Sul de Minas Gerais. Nesse ano, por motivos pessoais, estive um pouco ausente do cenário da música; ainda assim, diversas oportunidades de datas me foram ofertadas. Em 2020, o mundo parou em função da pandemia do novo Coronavírus… Ainda não tive uma noção de como funciona esse mercado por aqui.
Sandra Grego: Assim que voltei para Maria da Fé – MG, conheci músicos talentosos, formamos uma banda e tocamos em vários espaços; culminou na participação do edital da Lei Aldir Blanc! Realizamos uma apresentação com seis canções inéditas e nosso próximo passo é entrar em estúdio para registrar. Outro projeto que quero gravar é o “Cantiga de Brinquedo”, uma repaginada em canções folclóricas infantis. Além disso, pretendo criar ou participar de espaços que ofereçam cursos e oficinas de musicas, principalmente para o público infantil. Atividades lúdicas ou terapêuticas.
Sandra Grego: (21) 98837 – 1197 | https://pt-br.facebook.com/sandra.grego.9| https://www.instagram.com/grego.sandra
Canal: https://www.youtube.com/channel/UCpZzvLasyXiG38eY_bTgqYA
“Discretamente” – Sandra Grego: https://www.youtube.com/watch?v=Nogm2FjgLsM
Playlist de shows: https://www.youtube.com/watch?v=FJtAr_gPqD8&list=PL5QY5PPAui-0SqQf_Blr2dIj0LtWV6Z9A
Playlist: https://www.youtube.com/watch?v=-59Km01FstA&list=PLwxtcGlaEW0v8AeB6dnrWMLIh0lO3Rjpl
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