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Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.

Rose Calixto

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A cantora, compositora Rose Calixto iniciou a sua carreira em 1994, mas desde a sua infância já dava sinais do que seria o seu caminho na vida artística.

Roseli, como é seu nome de batismo, já aos sete anos de idade, usava os parentes e vizinhos como plateia, às cadeiras viravam seu palco e os cabos de vassoura seu microfone, até nas mesas de sala de aula a menina subia para cantar para os coleguinhas. Uma de suas professoras de primário montou uma festinha e colocou-a para cantar, já que em todo canto da escola, era só o que se via a garotinha fazendo.

Neste momento a menininha tornou-se a revelação da escola, subiu no palco e cantou, pois não teve medo, e o hit foi “Pare o casamento“ interpretado pela cantora Wanderléia. Em São Caetano do Sul – SP surgiram Festivais de Música mirins. E as professoras encantadas com a menina, inscreveram-na para defender a escola em alguns festivais. Sua primeira apresentação nos festivais da cidade foi com a música Jesus Cristo de Roberto Carlos. O hit interpretado pela diva do momento, Claudia, em uma versão jazzística foi reproduzido por Rose, e foi a campeã do festival.

A menina sapeca que virou mulher perdeu o medo dos palcos e a arte de cantar virou sua religião e os palcos sua igreja. Veio seu primeiro convite para um Festival de Música, dali surgiria seu primeiro trabalho semi-profissional no teatro, e em seguida os dois festivais que impulsionaram sua carreira: Primeiro Festival de São Caetano do Sul, com premiação de melhor intérprete, Festival A voz de Ouro.

Premiação, primeiro lugar e melhor intérprete. Rose ganha o apelido do jornalista carioca Zico Valentim e do maestro Giácomo Bartolone de “a Pimentinha Negra”, daí por diante a certeza de que esta era a estrada certa a seguir, na qual a menina sapeca está até hoje muito feliz com os resultados alcançados. E com a certeza de que para sonhar é preciso acordar e lutar, indo buscar suas realizações.

Rose Calixto segue a sua carreira como cantora sambista, acompanhada pelo grupo “Esquema Trinta” de Osvaldo Pepê, cantando o mais puro samba de raiz.

Segue abaixo entrevista exclusiva come Rose Calixto para a www.ritmomelodia.mus.br, entrevistado por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa 09.05.2016:

01) RitmoMelodia: Qual a sua data de nascimento e a sua cidade natal?

Rose Calixto: Nascida São Caetano do Sul – SP no dia 12 de setembro 1961.

02) RM: Fale do seu primeiro contato com a música.

Rose Calixto: Com minha família, minhas tias que cantavam lavando roupa. Eu já aos sete anos de idade usava os parentes e vizinhos como platéia, as cadeiras viravam meu palco e os cabos de vassoura meu microfone, até nas mesas de sala de aula eu subia para cantar para os coleguinhas, foi quando uma das professoras de primário montou uma festinha e me colocou para cantar, já que em todo canto da escola, era só o que se via eu fazendo. Neste momento a menininha tornou-se a revelação da escola, subiu no palco e cantou, pois não teve medo, e o hit foi “Pare o Casamento“ interpretado pela cantora Wanderléia. Já era sapeca desde aquele tempo (risos) a própria Pimentinha Negra como me denominou meu grande amigo e jornalista carioca, Valentim.

03) RM: Quais as suas influências musicais no passado e no presente? Quais deixaram de ter importância?

Rose Calixto: Minhas influências musicais são muitas, pois a família era eclética, nas festas era roda de Samba no quintal, na vitrola Sarah Vaughan, Ella Fitzgerald, Elis Regina, Elizete Cardoso. Tim Maia, Jorge Ben Jor, Pixinguinha, Cascatinha e Inhana, Tonico e Tinoco, Hoje Mariza Monte, Zizi Posse, Joana , Sandra de Sá e tantos outros artistas que adoro. Eu sou uma mistura de muitos gêneros, e nada deixou de ter importância, pois tudo foi aprendizado.

04) RM: Quando, como e onde  você começou a sua carreira musical?

Rose Calixto: Iniciei minha carreira musical como qualquer artista cantando em Botequinhos, depois Barzinhos. E o grande salto foi o Teatro Amador, bandas de Baile, Escolas de Samba, Comunidades de samba. Essa resposta me faz pensar em uma linha Tênue, pois profissional sempre fui, sempre tentei cumprir meus horários de apresentação, sempre respeitei os músicos que comigo trabalharam, mas não posso deixar de dizer que o respeito chegou pelo nome que virou uma marca, ao Trabalhar pelo Departamento de Cultura do Estado de São Paulo, pois viajei por alguns Estados Brasileiros,  com plateias  pequenas e gigantescas e tudo isso me fez acreditar que deveria ir em frente  e me profissionalizar,  pois cada vez mais me apaixono  pela música  e pelo publico.

05) RM: Quantos CDs lançados (quais os músicos que participaram nas gravações)? Qual o perfil musical de cada CD? E quais as músicas que se destacaram em cada CD?

Rose Calixto: Meu primeiro CD – Brasil sem Z, gravado ao vivo, no Memorial da America Latina, Com o Grupo Esquema Trinta, independente. Música: Nego Véio e o Violão. O Segundo foi CD – Rose Calixto – Passo a Passo. Eduardo Sant Anna Diretor musical e sua equipe, Compositores Osvaldo Pepê, Denise Corrêa, Gera Madureira,  Antonio Bonfim e Rose Calixto. O CD foi patrocinado Pelo Fundo de Cultura de Santo André – SP. Música: Passo a Passo, Verbo Coquim.

06) RM: Como você define o seu estilo musical?

Rose Calixto: MPB na vertente Samba de Tradição.

07) RM: Como você se define como cantora/interprete?

Rose Calixto: Os dois, cantora e interprete.

08) RM: Você estudou técnica vocal?

Rose Calixto: Sim, com minha querida mestra Magali Mussi na escola de música tom Jobim – ULM – Universidade Livre de Música em São Paulo.

09) RM: Quais as cantoras que você admira?

Rose Calixto: Muitas. Mas as do meu coração são: Elizeth Cardoso e Clara Nunes.

10) RM: Você compõem? Quem são seus parceiros musicais?

Rose Calixto: Sim.  Mais ainda não fiz parcerias.

11) RM: Quais os prós e contras de desenvolver uma carreira musical de forma independente?  

Rose Calixto: Tendo Talento, o publico luta por você e te joga para frente, que é meu caso. Sendo desconhecida da mídia, há Poucos incentivos governamentais.

12) RM: Como você analisa o cenário musical brasileiro. Em sua opinião quem foram às revelações musicais nas duas últimas décadas e quem permaneceu com obras consistentes e quem regrediu?

Rose Calixto: Abstenho-me de falar sobre o cenário musical de hoje no Brasil, pois nos artistas estamos que nem brasa coberta pelos produtos imediatistas, e sucessos sazonais, que tiram a chance de grandes obras e grandes artistas, serem conhecidos pelo povo brasileiro que é uma pena. E a regressão de alguns artistas só se deu midiaticamente, pois quem tem talento continua fora da mídia. As revelações foram: Marisa Monte, Monica Salmaso, Verônica Sabino, Lenine, Zélia Duncan, Seu Jorge entre tantos outros .

13) RM: Quais os músicos já conhecidos do publico que você tem como exemplo de profissionalismo e qualidade artística?

Rose Calixto: Todos, pois se você tiver uma estrutura bacana para trabalhar tudo fica lindo. E se é conhecido do publico vai ter uma bela estrutura de trabalho, não é que nem a gente que tira leite de pedra(risos).

14) RM: Quais as situações mais inusitadas aconteceram na sua carreira musical?

Rose Calixto: Nossa foram muitos tropicar e quase cair enroscada pelos fios no palco. Ir pedir força (apoio) para artistas famosos e ser incluída ao fã clube e não ser atendida pelo artista. Foram muitos, mais esses dois casos foram o cumulo dos meus MICOS (risos): Uma vez lá no começo de tudo, quando eu cantava músicas sertanejas. A minha dupla chamava-se: Riso e Rose e fomos levadas para jantar depois de um show, chegamos lá era um lugar estranho, entramos pelo fundo e chegamos à cozinha, e logo fomos avisadas para não sair de lá (risos). Os rapazes da banda sumiram até a jantar ficar pronta. Eu e a Riso ficamos lá sem entender o que estava havendo, mais eu muito curiosa fui espiar, nossa que saia justa, o lugar era todo em meia luz a música muito alta e ai foi que eu vi uma moça só de calcinha se contorcendo e rebolando e a turma gritando, ai entendi onde eu estava (risos). Voltei para cozinha envergonhada contei para Riso. E apavoradas decidimos ficar quietinha para os meninos não perceberem que sabíamos onde estávamos, depois de um tempo os músicos voltaram para jantar e ficamos quietinhas e logo fomos embora, mas foi um sufoco. Não contente do mico de ter ido jantar em uma Zona (risos) sem saber, já tinha terminado a Dupla sertaneja, fiz um release só com meu nome e fui à luta. Eu sempre via uma casa bonita com um grande letreiro verde, muito carros na porta, casa chique; eu pensei vou canta lá, sai de casa decidida, com o release debaixo do braço: Quando chego lá, estava o maior movimento. Cheguei ao segurança toda cheia de Razão e disse: – Moço, eu quero entrar falar com o gerente, pois quero trabalhar ai, o moço fez uma cara de espanto, ele disse: – Não senhora, não pode entrar ai. E fiquei brava cheia de posse. Olha senhor é um direito meu falar com o gerente, pois preciso trabalhar e não vai ser o senhor que vai me impedir. Eu, tanto briguei que o coitado do rapaz percebendo a minha burrice chamou o gerente para me atente (risos). Pois não senhora, quer trabalhar aqui fazendo o que? Eu toda orgulhosa saquei do release e mostrei para o Gerente, ai ele deu um curto sorriso e disse: não fazemos esse tipo de Show aqui. Eu – Como não, eu vejo os anúncios de show na casa só porque não sou bonitona, mas o povo diz que canto bem. Ele – eu acredito, mas aqui é casa de lida. Eu – Não entendi  e quase chorando disse, moço é meu sonho cantar aqui, é um lugar bonito cheio de gente bonita, mas tudo bem  obrigada e fui saindo. O rapaz percebendo que eu não tinha entendido o motivo da recusa foi atrás de mim e disse: Minha querida aqui é uma casa de função de primas, vou ser mais cloro, é uma casa de prostituição. E não trazemos cantor aqui, só moças da noite, tenho certeza que a senhora canta direitinho me desculpa a franqueza. Eu de novo morrendo de vergonha de ser tão idiota (risos). Não tenho preconceito de nada, mais não vi a diferença da casa de lida para uma casa de Show. Usando a frase: Sabe de nada inocente (risos).

15) RM: O que lhe deixa mais feliz e mais triste na carreira musical?

Rose Calixto: Feliz é o reconhecimento e o carinho do publico.  E muito triste vê os colegas tirando proveito da gente, para se levantar e a hora que consegue te virar as costas só por vaidade e dinheiro. Tive muitas experiências desse tipo infelizmente.

16) RM: Nos apresente a cena musical na cidade que você mora?

Rose Calixto: Aqui em São Caetano do Sul. A maioria dos músicos profissionais  da cidade trabalha fora da cidade. Eu mesmo estou voltando ao cenário musical depois de oito anos fora. E temos uma parceria bacana com o SESC que traz bons artista para os teatros da cidade.

17) RM: Quais os músicos ou/e bandas que você recomenda ouvir?

Rose Calixto: Não recomendo nada a ninguém, pois do que eu gosto pode não agradar. O que pode às vezes acontecer e emitir minha opinião quando me perguntam alguma coisa.

 18) RM: Você acredita que sem o pagamento do jabá as suas músicas tocarão nas rádios?

Rose Calixto: Sim. Algumas já tocam. Agora as rádios famosas, eu não sei!

 19) RM: O que você diz para alguém que quer trilhar uma carreira musical?

Rose Calixto: Para ir a luta, que uma carreira não é feita sonho e sim de trabalho duro, sofrido e que nada é um mar de rosas. E que a melhor forma de sonhar, é acordar para o sonho virar realidade. E ser honesto para no futuro se orgulhar do seu feito. E não passar por cima de ninguém,  pois o Sol brilha para todos. E pode demorar mais a luz chega para você também!

20) RM: Quais os seus projetos futuros?

Rose Calixto: Que Deus permita  que eu continue cantando já me basta, vivo um dia de cada vez!

21) RM: Rose Calixto, quais os seus contatos para show?

Rose Calixto:  (11) 4232 – 2528 |[email protected] | www.facebook.com/rose.calixto.3


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