Rodrigo Ramalho
O acordeonista, compositor, cantor carioca Rodrigo Ramalho dedica sua vida à música desde os 15 anos de idade, quando se apaixonou por acordeom e pelo Forró Pé Serra.
Aos poucos foi descobrindo seu fascínio por estúdios, e logo se tornou um produtor de trilhas sonoras para espetáculos de ballet e filmes. Um fã das sonoridades incomuns, gosta de misturar timbres e estilos diferentes
nas suas obras musicais: cítaras, violinos, banjos, bandolins, pianos, gaitas, órgãos e afins. Acordeonista da banda brasileira “Raiz do Sana” e vocalista e percussionista do trio de Forró “Conterrâneos”. Produtor musical, engenheiro de som, fotógrafo e amante da arte.
Segue abaixo entrevista exclusiva com Rodrigo Ramalho para a www.ritmomelodia.mus.br, entrevistado por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 24.05.2021:
Índice
Rodrigo Ramalho: Nasci no dia 25.09.1982 no Rio de Janeiro.
Rodrigo Ramalho: Acho que foi ainda antes de nascer, quando meu pai costumava encostar um fone de ouvido na barriga da minha mãe, com os Beatles tocando.
Rodrigo Ramalho: Não tenho formação acadêmica nenhuma, por enquanto. Na música sou autodidata.
Rodrigo Ramalho: Minha maior influência sempre foi Beatles. Amo o jeito como eles combina tantos elementos, em tantos estilos e atmosferas diferentes. Gosto muito de música clássica e trilhas sonoras também. Acho que tudo o que eu ouvi até hoje nunca deixou de ter importância.
Rodrigo Ramalho: Minha carreira musical começou aos 16 anos, no começo de 1999, no Rio de Janeiro, com a banda “Raiz do Sana”.
Rodrigo Ramalho: Tudo começou em meados de 1998, no Vale do Sana, distrito de Macaé – RJ. Inspirada pelos ritmos nordestinos, a banda Raiz do Sana se propôs ir muito além, fazendo uma fusão dos xotes, xaxados, maracatus e baiões com outros ritmos e elementos, como o rock, a salsa, o samba, e o soul. Foi a partir dessa autêntica mistura, que o grupo desenvolveu como marca registrada uma sonoridade própria e inconfundível, com apresentações envolventes e repertório dançante, contendo canções autorais e a fina flor da música regional brasileira, interpretadas por músicos inspiradíssimos. Já no início de sua trajetória, o Raiz do Sana recebeu o prêmio SESI de cultura, na categoria música. Após conquistar o púbico carioca, estava na hora de voos mais altos. Em abril de 2001 a banda se apresentou pela primeira vez em São Paulo e em dezembro do mesmo ano a música “Pedro Mila” foi eleita pelos forrozeiros paulistas como a melhor do ano. Em dezembro de 2011 o Raiz do Sana realizou a sua primeira turnê internacional, com shows na Itália, Portugal, França, Holanda e Alemanha. Em outubro de 2012, nova ida à Europa, com shows nos mesmos países.
A banda já se apresentou em diversos eventos importantes e em casas de shows de renome, muitas vezes dividindo o palco com artistas consagrados e mais de mil shows realizados. A cada dia agrega uma média impressionante de seguidores em seus perfis nas redes sociais, sendo considerada uma das mais conceituadas bandas de Forró Pé de Serra do Brasil por onde passa, o Raiz do Sana deixa uma atmosfera de amor, paz e muita alegria e tem o orgulho de levar música de qualidade para seu público. O show é contagiante, dançante, emocionante, vibrante, hipnotizante; imperdível!
Os músicos da “Raiz do Sana”: Tati Veras (Voz) impressiona com sua energia contagiante, o timbre de voz único e a força de suas interpretações. Seu carisma inconfundível é uma das marcas registradas da banda. Elysio (Baixo) poeta, compositor, músico, pintor. Artista completo e de talento raro. Mentor e principal compositor da banda. Traduz a beleza do Sana em belíssimas canções, além de ser um excelente instrumentista. Léo Oliveira (Cavaquinho e Guitarra) solista que prima pela criatividade, tem como principal influência o rock. Frank Furtado (Zabumba) dançante e cheio de energia, encanta a todos com seu carisma e alegria. Sua pegada na zabumba é única. Raphael Rabello (Percussão) Com seu estilo “várias mãos”, implementa dinamismo e é um dos principais diferenciais nos arranjos. Rodrigo Bucair (Percussão) talento puro, mão velozes; trouxe com ele o tempero dos instrumentos de pele. Rodrigo Ramalho (Sanfona) surpreende com sua musicalidade, solos pontuais e frases inspiradas, intensificando e dando um colorido às mensagens trazidas pelas canções.
Rodrigo Ramalho: Álbuns do “Raiz do Sana”: “Raiz do Sana” (2000), o primeiro CD, totalmente autoral e independente, com grande repercussão, adquirindo um enorme número de seguidores. “Cabeça D’água” (2002) – Participações – Marcos Moletta / Fábio Luna, o segundo CD também com composições próprias. A partir daí foram também acontecendo shows em outras praças, como Vitória – ES e Belo Horizonte – MG e a banda seguiu conquistando cada vez mais adeptos do seu som autêntico e original. “3” (2005), o terceiro CD, foi lançado também de maneira independente. Mais um sucesso. Nesse disco a influência de outros ritmos e sons como o maracatu, o reggae, o rock e o samba ficaram mais evidente, acentuados por timbres de guitarra. “Ao Vivo” (2009), o quarto trabalho, o DVD – “Raiz do Sana Ao Vivo”, uma retrospectiva dos maiores sucessos. O show vibrante foi gravado na Fundição Progresso e contou com a participação especial de Elba Ramalho e Marcelo D2. “Fio Da Navalha” (2014), lançou o quinto álbum, que foi financiado através de “crowdfunding”, composto de 12 músicas próprias e inéditas e contou com as participações especialíssimas de Geraldo Azevedo / Carlos Malta / Maurício Baia / Chris Mourão, Hélio Bentes, Nissin, Chris Mourão. “XX Anos” (2018). Os perfis dos discos são parecidos, considerando o amadurecimento musical ao longo dos anos.
Nossas músicas mais tocadas fazem parte do primeiro disco: “Pedro Mila”, “Catarina”, “O Toque”.
Rodrigo Ramalho: Considero um estilo livre, sem restrições a qualquer gênero, sonoridade, ritmo ou etnia.
Rodrigo Ramalho: Fui aluno de um curso chamado TEPEM em que estudava teoria e percepção musical, somente através da sua própria voz com o treino de solfejos. Não tinha muita técnica de canto, mas foi um divisor de águas na minha forma de cantar.
Rodrigo Ramalho: Quanto mais informação sobre técnicas, mais você consegue melhorar sua forma de cantar e driblar as dificuldades. E o cuidado também é essencial para conseguir performar da melhor forma possível, sem prejuízos físicos.
Rodrigo Ramalho: Dominguinhos, Cássia Eller, Ella Fitzgerald, Billie Holliday.
Rodrigo Ramalho: Bem natural e despretensioso. Por vezes começa com uma simples frase melódica, que vai abrindo espaço para outras ideias surgirem.
Rodrigo Ramalho: Geralmente componho sozinho, e na maioria das vezes, músicas que depois acabam se tornando trilhas sonoras instrumentais.
Rodrigo Ramalho: Acho que a parte boa é você poder fazer o que quiser com a sua música, sem seguir recomendações de terceiros. Sendo assim totalmente fiel ao que você sente e acredita.
Rodrigo Ramalho: Acho que meu pensamento não é muito estratégico. Eu vou vivendo um dia de cada vez, crendo que o que tiver que ser, será.
Rodrigo Ramalho: Nada mais do que fazer tudo com amor e verdade. Com a certeza de que estou fazendo o melhor que eu posso.
Rodrigo Ramalho: Eu penso que a internet só ajuda. Torna possível alguém ouvir minha música do outro lado do mundo, na tela de um smartphone.
Rodrigo Ramalho: Também só vejo vantagens no home estúdio. Para mim foi um divisor de águas, passar a ter a possibilidade de gravar minhas ideias sem sair de casa e sem maiores custos.
Rodrigo Ramalho: Eu tento fazer algo que seja relevante para as pessoas. Algo que possa deixá-las mais felizes, que traga leveza e alegria.
Rodrigo Ramalho: Não creio que haja algum tipo possível de regressão. Os artistas que se destacam para mim são: “Trio Dona Zefa” e a banda “Ó do Forró”. Sempre sinônimos de altíssima qualidade musical.
Rodrigo Ramalho: Minha maior referência, em todos os âmbitos, sempre será o mestre Dominguinhos.
Rodrigo Ramalho: Nossa, foram tantas situações inusitadas e muitas delas citada na pergunta, mas não existe nada pior do que tocar para um público que não gosta do tipo de música que você toca…
Rodrigo Ramalho: Eu adoro quando alguém vem te parabenizar e agradecer pelo show, isso gera uma satisfação pessoal muito grande. Acredito que a falta de condições técnicas para o show é sempre um problema que incomoda muito.
Rodrigo Ramalho: Eu vivi intensamente essa fase do movimento do “Forró Universitário”, e foi uma época muito feliz. Foi quando o Forró alcançou a fatia principal do mercado musical brasileiro. Tinha muito trabalho e um horizonte promissor pela frente.
Rodrigo Ramalho: Dentre todos, fui sempre muito fã da banda “Forróçacana”.
Rodrigo Ramalho: Sinceramente, não acredito…
Rodrigo Ramalho: Siga seu coração sempre. Saiba que será muito prazeroso, mas um grande desafio.
Rodrigo Ramalho: Acho sempre delicado e subjetivo julgar “melhor” ou “pior” um artista. Mas é positivo também, pois dali surgem talentos até então desconhecidos.
Rodrigo Ramalho: Super relevante!
Rodrigo Ramalho: Eu considero um pouco desleal a cobertura feita pela grande mídia da cena musical brasileira. Na maioria das vezes, acaba fazendo mais sucesso o artista que tem muito dinheiro para investir na sua carreira. Existe muita gente talentosa por aí que nunca aparece no “mainstream”.
Rodrigo Ramalho: Acho ótimo! São espaços que valorizam a cultura e fornecem estruturas técnicas e financeiras dignas e incomuns.
Rodrigo Ramalho: Acredito que cada uma contribuiu de alguma forma, e deixou um legado de referências. Forró Estilizado é muito moderno para mim, a começar pelo nome. Eu gosto mesmo é do Forró tradicional.
Rodrigo Ramalho: A essência do Forró carioca sintetiza o que significa a união de quatro amigos e grandes músicos do cenário de Forró do Rio de Janeiro: Rodrigo Ramalho (Triângulo e Voz), Rodrigo Gomes (Zabumba e Voz), Felipe Rodrigues (Violão de 7 Cordas e Voz), Nandinho Barros (Sanfona e Voz). Essa conjunção de talentos renova no coração da nação forrozeira a esperança de dias formidáveis para os amantes do Forró. Tanto que o quarteto conquistou o segundo lugar no maior festival de Forró do Brasil, o FENFIT – Festival Nacional de Forró de Itaúnas – Espirito Santo em 2015.
Conterrâneos em sua formação com sanfona, zabumba e triângulo segue a tradição do Forró Pé de Serra sem esquecer da modernidade e da pluralidade musical da atualidade. O repertório é de primeira, os arranjos idem. A maneira como executam e interpretam é sensacional. Estes quatro ótimos músicos, com sua dedicação, respeito e amor pelo Forró, vão emocionar a todos que tiverem o prazer de assisti-los.
Rodrigo Ramalho: Cada vez mais atuar no mercado de trilhas sonoras, que é algo que me alegra muito fazer.
Rodrigo Ramalho: (21) 99999 – 4150 | rodrigo@cameraobscura.com
Canal Raiz do Sana: https://www.youtube.com/channel/UCJHJclCttYMHUFa_BSbC11g
Raiz do Sana – Pedro Mila: https://www.youtube.com/watch?v=Apr7snfYH4I
Raiz do Sana – Catarina: https://www.youtube.com/watch?v=eHqJhxfAmS4
Raiz do Sana – O Toque: https://www.youtube.com/watch?v=ZJ5_Sj9QREs
Playlist do álbum Fio da Navalha: https://www.youtube.com/watch?v=UopssRpkkR8&list=PLTayaS-p4KljQIOUPgEHSbegZKoIGKVTm
Playlist do álbum 3: https://www.youtube.com/watch?v=sgincI-XEUs&list=PLTayaS-p4KliFS_dXcRsv8SNTSGwSAiNV
Raiz Do Sana Em Casa: https://www.youtube.com/watch?v=p4Mfh8IFA5E
Live Conterrâneos: https://www.youtube.com/watch?v=wU7i8aSlY8Q
Live Conterrâneos 2 – 16/08/2020: https://www.youtube.com/watch?v=KxnxNyITAXg
Conterrâneos FENFIT 2015 – 1º Show: https://www.youtube.com/watch?v=yAGAWHhBbvE
Conterrâneos FENFIT 2015 – 2º Show: https://www.youtube.com/watch?v=aVrMaQp7jQQ
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