ivan lins e rafael alterio imagem
Compositor e intérprete da música brasileira, Rafael Altério iniciou a sua carreira em 1993. E tornou-se um dos compositores mais premiados da história dos Festivais de Música Brasileira.
Em 2000, ao lado de Rita Altério, foi semifinalista da edição de compositores do Prêmio Visa. Em 2001 foi finalista do Festival da Música Brasileira da Rede Globo de Televisão; venceu o Festival de Avaré de Música Popular (FAMPOP); e ficou em segundo lugar no Circuito dos Festivais, evento promovido pela Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo. Em 2003 encerrou sua participação em Festivais, como finalista e ¨Melhor do Público no Prêmio Visa Edição Compositores. Ainda em 2003, lançou, pela gravadora Dabliú, o álbum – “Pescador da lua”. Com arranjos do próprio Rafael, ao lado de André Mehmari e Dino Barioni, o disco traz a participação especial de Mônica Salmaso. Em 2009 inaugurou o “Sollua Estúdio e Produções” na fazenda onde mora, onde dedica-se a composição e a gravações de grandes nomes da boa música brasileira.
Em 2011, lançou o terceiro disco: “Santo de Casa”. Como o próprio nome sugere, foram considerados dois pontos fundamentais: valorizar a sonoridade essencialmente da “casa”, ou seja, brasileira; e reunir profissionais amigos, para uma grande interação familiar de músicos, filhos, vozes e batuques.
Em 2013, participou do CD – “Amoragio” de Ivan Lins. Depois de algumas apresentações em SãoPaulo, a dupla se prepara para o lançamento de um projeto para homenagear o cancioneiro brasileiro. Atualmente, se dedica a gravação do novo CD, com músicas de sua autoria e com letras do seu parceiro Celso Viáfora.
Entrevista exclusiva com para a www.ritmomelodia.mus.br , entrevistado por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 10.11.2017:
Índice
Rafael Altério: Nasci no dia 31 de maio de 1951 em São Paulo – SP.
Rafael Altério: Comecei a ter contato com a música aos oito anos de idade. Nessa época, com incentivo de meu pai, eu cantava no Programa Infantil “Clube Papai Noel” da extinta TV Tupi.
Rafael Altério: Tive aulas de piano no CLAM – Centro Livre de Aprendizagem Musical – dirigida por Amilton Godoy (Zimbo Trio). E Sou formado em Administração de Empresas pela FMU – Faculdades Metropolitanas Unidas.
Rafael Altério:– Minhas influências sempre foram Egberto Gismonti, Ivan Lins, João Bosco.
Rafael Altério: Em 1993, por sugestão do amigo, Juca Novaes, eu me inscrevi no Festival de Música Livre de Tatuí – SP. A canção “Até Quando Deus Quiser”, em parceria com Rita Altério, ficou em 2º lugar; e a partir daí, começamos a desenvolver nosso trabalho de composição.
Rafael Altério: O primeiro foi CD – “Olhos da Noite” em 2004. Fui convidado pelo maestro Amilson Godoy para fazer este trabalho, com participações de Jane Dubok, César Camargo Mariano, Pedro Mariano, Filó Machado
e Renato Braz. Arranjos de Keco Brandão e Pichu Borreli.
O segundo CD – “Pescador da Lua” em 2008. Um trabalho com arranjos de André Mehmari, participação da cantora Monica Salmaso e do músico e compositor Pedro Altério.
O terceiro CD – “Santo de Casa” em 2012. Um projeto gravado somente com pessoas do meu convívio íntimo: filhos, esposa e amigos/músicos.
Rafael Altério: É difícil definir um estilo. Sou filho de Italianos de Nápoles, em que há influência da música árabe. Amo o som dos tambores, o que justifica eu querer beber na fonte musical dos africanos. Além disso, a canção é o ponto forte do meu trabalho.
Rafael Altério: Canto como um compositor. Considero-me um cantor regular, que não desafina e que sabe interprete a própria obra.
Rafael Altério: As eternas Elis Regina, Elza Soares e Nana Caymmi. Das cantoras contemporâneas admiro Monica Salmaso, Simone Guimarães, Maria Gadú, Bruna Moraes e outras. Os cantores que mais admiro são Dori Caymmi, Lenine e Ivan Lins. Os contemporâneos Renato Braz e Eudes Fraga, entre outros, também tem minha admiração.
Rafael Altério: Eu sou melodista. Tenho muitos parceiros: Rita Alterio, Celso Viáfora, Pedro Alterio, Paulo Cesar Pinheiro, Breno Ruiz, Tó Brandileone, Dani Black, Joãozinho Gomes, Eudes Fraga, Cristina
Saraiva, Consuelo de Paula e tantos outros.
Rafael Altério: Sou intuitivo. Sinto uma angústia, um vazio e sei que algo vai acontecer. Quando a música vem, vem completa. Trabalho nela alguns dias. Quando fica pronta, eu entrego pro mundo.
Rafael Altério: Eu acho que um artista, de um jeito ou de outro, tem que expor sua obra. A internet faz com que os artistas mostrem seu trabalho e arrebanhe o seu público. Essa liberdade é muito interessante e a satisfação é absolutamente gratificante.
Rafael Altério: O Brasil tem um potencial musical imenso. Tenho um Estúdio de gravação e posso acompanhar de perto os trabalhos de novos músicos, cantores e compositores. Ouço MARAVILHAS que, na maioria das vezes, jamais chegarão a fazer sucesso de massa, porém sempre haverá público interessado em acompanhar artistas com carreiras independentes. Nesses últimos vinte anos, eu posso citar alguns compositores que permanecem influenciando as novas gerações: Cazuza, Lenine, Chico Cezar, Zeca Baleiro são algumas dessas referências.
Rafael Altério: Hoje em dia, o artista tem que administrar muito bem sua carreira. Conheço vários deles, principalmente da música instrumental que sabem fazer isso muito bem, garantindo uma carreira internacional sólida, mesmo sem a colaboração da mídia brasileira. Posso citar Lea Freire, Amilton Godoy, Andre Mehmari, Teco Cardoso, Arismar do Espirito Santo, Trio Curupira e tantos outros…
Rafael Altério – Aconteceram várias. Mas uma delas foi realmente inesquecível.
Meu parceiro, Eduardo Santhana, me convidou para interpretar uma música dele, em parceria com a Isolda (autora da música Outra Vez um dos sucessos na voz do Roberto Carlos) que eles haviam composto para apresentar no Festival de Música Italiana do Rio Grande do Sul. Eu aceitei e lá fomos nós. Na primeira noite em que me apresentei, quando subi ao palco, me deparei com um ginásio completamente lotado de descendentes de italianos; portanto
não poderia errar na pronúncia da letra, por isso me garanti subi no palco com a letra “em punho”.
No meio da apresentação, havia um rapaz encarregado de soltar aquela “velha fumacinha” para dar um clima no espetáculo. E quando isso aconteceu, a tal fumaça encobriu completamente a letra que eu estava lendo com toda a atenção. Como não havia outra alternativa, parei a música; e como bom italiano, levantei os braços e emocionado, fiz uma saudação a todos os italianos presentes. Enquanto falava, abanava as mãos para espalhar toda aquela fumaça. Quando percebi que já dava para ler, voltei a cantar a partir do refrão e terminei minha participação. Saí do palco e reclamei com o rapaz que, prontamente me pediu desculpas. Chateado por não ter cumprido minha missão como poderia, fui para trás das cortinas e me sentei em uma cadeira na ponta do palco; que tinha três metros de altura. No momento em que resolvi me espreguiçar, a cadeira escorregou e eu levei o maior tombo da minha vida; com direito a atendimento no Pronto Socorro. Assim mesmo, com todo esse fiasco, terminamos o Festival em terceiro lugar.
Rafael Altério: Não desenvolvo uma estratégia empreendedora, pois me reconheço como compositor. Participo de alguns shows a convite de artistas/amigos; e me preocupo apenas em fazer o lançamento de cada disco que gravo.
Rafael Altério: A internet é uma ferramenta extremamente importante e indispensável, não apenas para divulgação de discos, livros, shows e espetáculos, como também para, arrecadar recursos através de plataformas e campanhas de “crowdfunding”, possibilitando a realização desses Projetos.
Rafael Altério: Acho que o Home Studio contribuiu muito para o trabalho de vários segmentos musicais. Muitas tribos não tinham condições de gravar em grandes estúdios. É uma tecnologia que democratiza e abre caminhos para muitos artistas mostrarem sua música.
Rafael Altério: Eu tenho como prioridade registrar minha obra. Continuo compondo, porém, meu foco não é a minha carreira como compositor e sim, meu trabalho enquanto dono do estúdio Gargolândia.
Rafael Altério: Localizado na Rodovia Raposo Tavares – Alambari – SP, na “Fazenda Vila do Carmo”, mais conhecida como Gargolândia, o estúdio de gravação, inaugurado pelos compositores Rita e Rafael Altério foi concebido para clientes em busca de tecnologia e privacidade. Hospedada na fazenda, a equipe realiza uma imersão no trabalho, viabilizando mais resultados em muito menos tempo. Além de gravações de CD e DVDs, firmamos duas parcerias importantes: a primeira com o Projeto Guri que fez todas as gravações que nos for proposta; e a segunda com a Produtora Zoe Films, com quem realizamos o Projeto MiniDocs, exibido no Canal ARTE 1.
Rafael Altério: O diferencial é que o Estúdio na Fazenda possibilita ao músico e sua equipe uma imersão artística, em que o foco é o Projeto em execução. Outra vantagem é que durante aquela semana, as salas do Estúdio permanecem com os equipamentos montados para o artista, o que resulta numa dinâmica e logística de trabalho, altamente produtiva. O tempo que se leva para gravar um Disco acaba sendo bem menor, o que resulta em economia no custo final.
Rafael Altério: Não temos selo e não somos uma gravadora. Os Projetos gravados na Gargolândia, basicamente, são de Captação de Som e/ou Imagem.
Rafael Altério – Gravamos grandes grupos instrumentais como Vento em Madeira, Silvia Góes, Arismar do Espírito Santo, Lea Freire, Amilton Godoy, Trio Curupira, Pó de Café e outros. Receberemos Hermeto Pascoal em fevereiro.
Nomes nem tão conhecidos e igualmente maravilhosos também nos orgulham por ter gravado aqui: Breno Ruiz, Bruna Moraes, Vanessa Moreno e Fi Maróstica, Filarmônica de Passárgada, Celso Viáfora, Grupo Casuarina, Bob Vieira, Os Varandistas e muitos outros… E grandes nomes da música brasileira como: Chico César, Ivan Lins, Maria Gadú, Luiza Possi, 5 a Seco, Airto Moreira, Flora Purim, Gabriel Sater, Renato Teixeira, Zeca Baleiro.
Rafael Altério: O que me deixa feliz é ver que a música brasileira continua viva e linda com muitos novos artistas fazendo grandes trabalhos. O que me deixa triste é que, na maioria dos casos, esses trabalhos não serão divulgados pela mídia, portanto não chegarão aos ouvidos da população como um todo, o que seria uma contribuição incalculável para a cultura dos brasileiros.
Rafael Altério: Dos jovens artistas recomendo: Anna Tréa, 5 a Seco, Dani Black, Grupo Oritá, Paulo Novaes, Dani Black, Pedro Alterio, Tó Brandileone, Bruna Moraes, Bruna Caram, Breno Ruiz, Vanessa Moreno e Fi Maróstica e muitos outros…
Rafael Altério: Jane Duboc, Fábio Junior, Maria Gadú, MPB4, 5 a Seco, Tó Brandileone, Monica Salmaso, Ivan Lins e outros…
Rafael Altério: Participei de Festivais durante muito tempo, mas há anos não me inscrevo mais.
Rafael Altério: É um caminho importante. Grandes nomes saíram dos Festivais, como Lenine, Chico César.
Rafael Altério: Acredito. No meu caso, tive sorte, pois a música “Em Paz”, em parceria com Pedro Altério e Rita Altério foi abertura da novela “Flor do Caribe” da TV Globo (interpretada por Maria Gadú e 5 a Seco) e tocou em muitas rádios. Fora isso, Rádios alternativas como Radio Alpha, Nova Brasil e outras, tocam nossas músicas e de novos compositores, sem jabá.
Rafael Altério: É uma carreira difícil, porém gratificante.
Rafael Altério: Em 2017 estou em fase de gravação, será lançado um Disco (ainda sem título), com melodias de minha autoria e letras de Celso Viáfora.
Rafael Altério: www.gargolandia.com.br | ritalterio@gmail.com | (15) 3274 – 1403
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