More Neide Gara-pé »"/>More Neide Gara-pé »" /> Neide Gara-pé - Revista Ritmo Melodia
Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.

Neide Gara-pé

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Neide Gara-pé é filha de nordestinos aprendeu com o pai Luiz de Nazaré (apresentador e fundador da Praça do forró que fica na Zona Leste no bairro São Miguel Paulista) o valor dessa cultura riquíssima que é o forró pé de serra, aos 12 anos de idade começou aprender instrumentos de percussão zabumba, triângulo, etc…

Aos 13 anos iniciou seu estudo de canto e sanfona no Conservatório Francisco Braga, atualmente Oreste Sinatra. Aos 15 anos de idade já ministrava aula de Acordeon (sanfona) e teoria musical para iniciantes ao mesmo tempo em que começou a compor músicas e seu primeiro show foi com seu pai Luiz de Nazaré e duas irmãs (Marinês e Ivone) na Praça do forró em São Miguel Paulista. Já se apresentou ao lado de grandes nomes como Anastácia, Dominguinhos,

Oswaldinho do Acordeon entre outros. Após uma indicação como melhor intérprete do Fenfit, é integrante do Gara-pé desde sua primeira formação. É integrante da banda da cantora e compositora Anastácia “A Rainha do forró”.

Neide Gara-pé também é coordenadora artística do MIPC Instituto Mceys de produção Musical Experiência profissional http://www.mceys.com.br. Tem se apresentado em várias praças públicas pela prefeitura: Praça Padre Aleixo Monteiro Mafra (Praça do forró) por mais de oito anos contratada pelo Anhembi turismo de São Paulo. Vários eventos pela prefeitura e secretária da cultura.

Galeria Olido homenagem dos 100 anos de Luiz Gonzaga. Mas de 10 shows pelo Proart nos Centros Educacionais Unificados (CEU) de São Paulo acompanhando Anastácia. Vários SESCs acompanhando Anastácia e com Trio Gara-pé (Neide Gara-pé). Já fez várias homenagens em memória ao seu pai Luiz de Nazaré. Recebeu o prêmio de melhor qualidade pelo Stúdio Mceys de 2017 e 2018. Participou do CD – Anastácia – Rainha do forró. Fez apresentações na Virada Cultural acompanhando Anastácia.

Segue abaixo entrevista exclusiva com Neide Gara-pé para a www.ritmomelodia.mus.br, entrevistada por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 08.03.2020:

01) Ritmo Melodia: Qual a sua data de nascimento e a sua cidade natal?

Neide Gara-pé: Nasci no dia 05.05.1972 em São Paulo. Registrada como Ivaneide Maria de Andrade. Uso como nome artístico Neide Gara-pé em homenagem aos trabalhadores do cultivo e corte da cana de açúcar que trabalhavam arduamente para extrair a garapa da cana e nas horas de folgas se reuniam para o arrasta pé no forró.

02) RM: Fale do seu primeiro contato com a música.

Neide Gara-pé: Aos 12 anos de idade, comecei meu contato com a música com incentivo dos meus pais Luiz do Nazaré e Cícera Maria e de minha família nordestina de Garanhuns – PE.

03)RM: Qual a sua formação musical e formação acadêmica fora da área musical?

Neide Gara-pé: Vocalista e instrumentalista, fora da área musical atuava como auxiliar de enfermagem e escrituraria.

04) RM: Quais as suas influências musicais no passado e no presente. Quais deixaram de ter importância?

Neide Gara-pé: Minhas influências musicais no passado são: Luiz Gonzaga, Jackson do pandeiro, Genival Lacerda, Camélia Alves, Elis Regina, Clara Nunes, Elza Soares, Elvis Presley, Michael Jackson, Luciano Pavarotti. E no presente minhas influências musicais são a rainha do forró Anastácia, Elba Ramalho, Hermelinda do trio Mossoró, Alcione, trio nordestino, Os três do nordeste, Trio Potiguar, Tiziu Araripe, Dió do trio Chamego, Dominguinhos, Oswaldinho do Acordeon, músicas clássicas, bolero, entre outros ritmos.

05) RM: Quando, como e onde você começou a sua carreira musical?

Neide Gara-pé: Nos anos 1980, através dos meus pais (Luiz do Nazaré e Cícera Maria) e um tio Geraldo (ótimo cantor e percussionista) o qual eu o admirava muito, tudo começou no quintal da minha casa onde nos reuníamos para tocar músicas nordestinas.

06) RM: Quantos CDs lançados?

Neide Gara-pé: São dois CDs: em 2015 o CD – “pro forró não para não” e um disco com o meu pai: Luiz de Nazaré e suas Meninas (Neide, Marinês e Ivone) em 1990.

07) RM: Como é o seu processo de compor canção?

Neide Gara-pé: Quando escuto uma melodia vem uma letra e geralmente que fala de amor (risos).

08) RM: Quais são seus principais parceiros musicais em composição?

Neide Gara-pé: Minha mãe e meus irmãos (Marinês, Ivone e Cicinho Silva).

09) RM: Quais os prós e contras de desenvolver uma carreira musical de forma independente?

Neide Gara-pé: Prol é a Liberdade para mostrar meu trabalho e saber se o público está gostando. Contras: é a dificuldade de encontrar um bom produtor para valorizar e levar meu trabalho para todo o público, pois apesar de hoje ser um mundo avançado às vezes encontramos as portas fechadas para mostrar nosso trabalho musical.

10) RM: No passado a grande dificuldade era gravar um disco e desenvolver evolutivamente a carreira. Hoje gravar um disco não é mais o grande obstáculo. Mas, a concorrência de mercado se tornou o grande desafio. O que você faz efetivamente para se diferenciar dentro do seu nicho musical?

Neide Gara-pé: Procuro resgatar as melhores músicas levando um repertório com lindas composições e de grandes obras da nossa música nordestina.

11) RM: Quais as vantagens e desvantagens do acesso à tecnologia de gravação (home estúdio)?

Neide Gara-pé: A vantagem é a oportunidade para o músico que não é conhecido como deveria ser e que não tem condições financeiras, nem patrocínio ou um empresário ou até mesmo uma gravadora para patrocinar a gravação de suas músicas.

12) RM: Como você analisa o cenário do Forró. Em sua opinião quem foram às revelações musicais nas últimas décadas e quem permaneceu com obras consistentes e quem regrediu?

Neide Gara-pé: Muito rico. O Forró Pé de Serra vem crescendo a cada dia contagiando outros países. Elba Ramalho, Jorge Altino, Flávio José pode acontecer altos e baixos, mas eles sempre estão na mídia. Não ouvi mais pelo sudeste shows das bandas nordestinas “Mastruz com Leite” e “Magnífico”.

13) RM: Como você analisa o Forró Universitário dos anos 2000?

Neide Gara-pé: O forró está se expandindo cada vez mais tanto no mercado musical nacional como internacional.

14) RM: Como você analisa o Forró de Banda ou Forró Estilizado?

Neide Gara-pé: As antigas bandas de Forró gravavam com maior carisma a música. Os ritmos eram verdadeiro Pé de Serra. Hoje existem algumas que gravam o Forró Pé de Serra puro sem sofisticação, mas outras bandas fazem misturas e não deixa o verdadeiro Forró Pé de Serra.

15) RM: Quais as situações mais inusitadas aconteceram na sua carreira musical (falta de condição técnica para o show, brigas, gafes, show em ambiente ou público tosco, cantar e não receber, ser cantado e etc)?

Neide Gara-pé: O não pagamento do cachê atrapalha nosso orçamento já que dependo exclusivamente da música para o sustento. Levar “cantada”, eu encaro como bom humor e humildade. E da melhor maneira coloco o fã mais “ousado” no seu devido lugar com carinho e respeito.

16) RM: O que lhe deixa mais feliz e mais triste na carreira musical?

Neide Gara-pé: Triste quando o cachê atrasa muito e quando um produtor musical pede para baixar o valor do cachê. E muito feliz quando elogiada, abraçada pelo fã e por grandes músicos presentes ao show. Tudo isso faz com que eu nunca desista da minha música nordestina e vou plantando sementes para colher os frutos.

17) RM: Você acredita que sem o pagamento do Jabá as suas músicas tocarão nas rádios?

Neide Gara-pé: Hoje tenho muitos amigos e parceiros que ajudam a divulgar nas rádios, com carinho e amizade graças a Deus estou conseguindo ter minhas músicas em vários rádios de várias cidades de São Paulo e outros Estados.

18) RM: O que você diz para alguém que quer trilhar uma carreira musical?

Neide Gara-pé: Falo para o artista não desistir do seu objetivo, buscar. Ame muito que faz, pois existem muitos obstáculos. Tenha carisma, seja humilde. É muito importante mostrar o trabalho sem prejudicar o próximo.

19) RM: Quais os prós e contras do Festival de Música?

Neide Gara-pé: Festival de Música ajuda muito na divulgação, mas existe “muita panela”. Às vezes um Festival não é justo com os participantes, claro que todos que vão participar um Festival, já pode se considerar vencedor, e que lá estão para concorrer com outros talentos. Mas infelizmente as vezes existe a tal da panelinha. Mas enfim nosso dever é mostrar a capacidade de estar lá como banda ou solo.

20) RM: Hoje os Festivais de Música ainda revelam novos talentos?

Neide Gara-pé: Festival de Música ajuda muito na divulgação, mas existe “muita panela” por trás de muitos Festivais de Música, isso desanima o concorrente que tanto estuda e se esforça para chegar até o Festival. Às vezes o músico passa por grandes dificuldades para participar do Festival de Música e não tem o reconhecimento do seu trabalho.

21) RM: Como você analisa a cobertura feita pela grande mídia da cena musical brasileira?

Neide Gara-pé: Existe mídia para todo público, seja para alguns trabalhos diferenciados como outros ritmos e são diferenciados pelos valores.

22) RM: Qual a sua opinião sobre o espaço aberto pelo SESC, SESI e Itaú Cultural para cena musical?

Neide Gara-pé: Ótimo cachê, cobertura total da mídia. O Itaú Cultural promove grandes eventos com boa mídia e público. Outras empresas poderiam promover grandes e pequenos eventos deixando um povo menos carente da cultura. Como existem muitos músicos locais que não são reconhecidos pela mídia como merecem.

23) RM: O circuito de Forró na cidade que você mora?

Neide Gara-pé: Canto da Ema, Remelexo Brasil, Novo Limoeiro entre outras Casas de Show maravilhosas. Também tem projeto Forró dos amigos, e Forró pé de calçada que levam a dança e a música para as praças e ruas de São Paulo.

24) RM: Quais os projetos futuros?

Neide Gara-pé: Levar o meu Forró Pé de Serra para toda a grande mídia, realizar grandes  projetos e aprovar alguns editais de incentivo a cultura para minha carreira cantando o Forró Pé de Serra no formato de Trio e de Duo. Hoje felizmente tem um lindo projeto no qual sou diretora musical: “Espalha Graça do forró”, tem o canto e toque masculino, mas a prioridade é a  participação de mulheres cantando e encantando diversos públicos.

No ano de 1984, Dominguinhos me apelidou de “A Princesinha de Nazaré”. Há uma passagem de minha vida, dessa mesma ocasião, que gosto muito de lembrar. Uma vez, me apresentando na Praça do Forró, Dominguinhos me convocou para dar uma canja. Ao me chamar ao palco, Dominguinhos anunciou: “Neide Nazaré”. Esse nome não foi usado até então, pois foi como Neide Garapé que eu cresci e me consolidei como intérprete. Mas em 2022 resolvi assumir.

25) RM: Neide Gara-pé, Quais os seus contatos para show e para seus fãs?

Neide Gara-pé: (11) 9.5425 – 4219 e pelo http://www.mceys.com.br | escritório Mceys Henry Junior (11) 5851 – 0293 |(11) 94899 – 9768 com Moreira.

 


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