nascimento
O guitarrista, compositor e produtor musical baiano Nilson Nascimento começou a sua careira aos 12 anos de idade, tocando guitarra baiana, seu primeiro instrumento, acompanhando alguns artistas na primeira Micareta de Cajazeiras com a sua primeira Banda “Toca de Segredo”.
Firmando-se a partir daí como guitarrista profissional, acompanhou os grandes artistas do Reggae e do Axé Muisic, como: Banda Tomalira; Banda Raízes do Pelô; Banda Terceiro Mundo; Bragada; Banda e trio Tapajós; Banda e trio Frenesi; Dionorina; Geraldo Cristal; Chico Evangelista; Gil Felix; Banda Zeed Revolution; Banda Timbalada; Edson Gomes; Junior Marley ( ex The Wailers); Jimmy Cliff.
Consagrou-se como produtor em 1992 com a banda “2000 Finos” em São Paulo. Construindo uma carreira brilhante, que possibilitou receber convites para dirigir shows e participar de grandes projetos, bem como arranjar e /ou produzir músicas e CDs de diversos artistas, como: Isaque Gomes; Edu Ribeiro; Dionorina; Thomé Viana e banda Ragga; Banda Confrontation; Eddie Brown; Marcos Robson e Alfa Roots; Geraldo Cristal; Kamapeu Tawá; Edson Gomes e Banda cão de Raça; Direto ao Ponto; Banda To Fly; Banda Tallowah.
Em 2004 dedicou–se a produzir e dirigir o trabalho: Edu ribeiro & Banda Cativeiro. Que teve sua consagração coma música “Me namora”, alcançando primeiro lugar nas principais rádios do país, levando o projeto a fazer todos os programas de auditório do país, como: Domingão do Faustão, Eliana, Melhor do Brasil, Boa Noite Brasil e etc. Ele ganha notoriedade como Produtor musical e Fonográfico, além de receber convites de produtoras, gravadoras e de vários veículos de comunicação impressa para reportagens sobre sua história e a música reggae no Brasil.
Atualmente, está dedicando a sua carreira como produtor Musical de alguns projetos coletivos como: o Fórum de Arte e Cultura do Subúrbio; o Fórum Reggae Brasil; o CD da Coletânea “Bahia de Todos os Reggaes” que reuni os Novos Talentos da música Reggae de Salvador – BA. É o líder e guitarrista da banda Cativeiro.
Segue abaixo entrevista exclusiva com Nilson Nascimento para a www.ritmomelodia.mus.br , entrevistado por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 10.07.2017:
Índice
Nilson Nascimento : Nasci no dia 23/01/1970 em Salvador – BA. Fui batizado como Nilson Nascimento de Souza.
Nilson Nascimento : O meu primeiro contato com a música foi aos oito anos de idade quando meu pai que me deu o meu primeiro instrumento, um Cavaquinho. Aprendi a tocar apenas ouvindo as músicas nas rádios AM e depois ia reproduzindo as músicas.
Nilson Nascimento : A música foi a minha grande escola, com ela aprendi a cultivar valores profissionais, culturais e de convivência na sociedade.
Nilson Nascimento : As minhas influências musicais inicialmente foram ouvindo Chorinho, Reggae e Frevo, ritmos que despontavam na Bahia na época. No presente tive grandes influências do jazz, blues, rock, afro pop, salsa, fusion e Soul Music. Todos esses ritmos foram importantes para a produção da música reggae que é a principal vertente musical ao qual me especializei.
Nilson Nascimento : Comecei a carreira profissional aos 12 anos de idade com uma banda de meninos da mesma faixa etária, em que participei de Micaretas (carnaval fora de época) e Festivais de Música da época. Depois participei da minha primeira banda de reggae chamada “Transformação” e toquei em vários estados do Brasil, a exemplo do Maranhão, São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e no interior da Bahia.
Nilson Nascimento : Foram lançados 4 discos e 1 DVD. O primeiro intitulado “Roots Reggae Classic e Outras Canções Vol1” em 2003, teve a participação do Micael “Mickey” Sene (guitarrista de Alpha Blondy), de Alexandre Carlo (vocalista do Natiruts). Nesse CD a formação da banda Cativeiro era Edu Ribeirono vocal, André Antunes na bateria, Jorge Nazzi no teclado, os metais de sopro com Herreiras no saxofone, Edu no trompete, André no trombone e eu na guitarra e contrabaixo. O perfil musical desse álbum foi uma fusão do reggae junto com a MPB, Rock e Jazz.
O segundo foi o CD e DVD gravado no ano de 2006 na casa de show Status em Santo André – SP, com os músicos, Edu Ribeiro no vocal, Profeta no contrabaixo, Jorge Vieira no teclado, Thiago na Bateria, nos metais de sopro, Artur no trombone, Edu no Trompete e Nascimento na guitarra Reggae com grandes influências do Rock, MPB e Soul Music.
O terceiro CD com uma nova formação foi gravado no ano de 2010 na praça do reggae no carnaval de Salvador – BA, com Ricardo Correia no vocal e na bateria, Osvaldo Filho no contrabaixo, Henrique Milton no teclado e Nascimento na guitarra com Reggae com as influências que existem na Bahia, a exemplo de Bob Marley, Bernie Lion, Gregory Isaacs e Peter Tosh.
O quarto CD foi gravado no ano de 2012 ao vivo no Nasc Music Studio, que fica no bairro de Plataforma, subúrbio ferroviário de Salvador – BA com a mesma formação do terceiro, mas com influências jamaicanas e da Bahia.
As músicas que caíram no gosto do público do primeiro CD:“Gaivotas sobre o Mar”,“Alma Negra” e “Me Namora”, sendo essa a música mais tocada de 2003 a 2009 nas principais rádios do país e nos programas de TV de: Fausto Silva, Gugu Liberato, Hebe Camargo, Ratinho, Leão Lobo, Tom Cavalcante, MTV, Melhores do Brasil, Netinho de Paula entre outros.
Nilson Nascimento : Eu vejo a música como um conjunto, aberto e sem rótulos. Ao contrário do que a maioria tenta se definir no reggae; a meu ver a música reggae pode ser produzida com várias influências musicais como Blues, Rock, Jazz, MPB, música africana. Na minha concepção não existe um rótulo ou estilo musical.
Nilson Nascimento : Eu prefiro que essa definição venha do público que me ouve tocar e admira meu trabalho.
Nilson Nascimento : Gilberto Gil, Luiz Melodia, Chico Buarque, Ed Motta, Tim Maia, Djavan, Cláudio Zoli, Cassiano, Dionorina, Edson Gomes, Bob Marley, Jimmy Cliff, Bernie Lion, Luciano “JAH Messenger” , Peter Tosh, James Brown, George Banson.
Nilson Nascimento : Eu componho músicas instrumentais e não tenho parceiros para composição. Fiz algumas letras de AXE junto com o Cantor Xexeu , ex vocalista da Timbalada e da banda Bragada.
Nilson Nascimento : Minha carreira musical foi desenvolvida com dedicação e estudos. Os prós é que tenho liberdade para poder criar e desenvolver a música de uma forma livre e tranquila, porém, a questão financeira e o grande problema para tentar manter uma carreira independente.
Nilson Nascimento : Tenho o investimento na criação de um Studio de gravação na Bahia e em São Paulo, e também em um selo musical que pretendo lançar.
Nilson Nascimento : A internet ajuda mais do que prejudica. Hoje com as redes sociais e plataformas digitais consigo divulgar a minha carreira e sentir o carinho dos fãs de uma forma mais próxima. Em relação às questões negativas eu nunca me senti prejudicado. Se não fosse a internet muitas carreiras não poderiam ser divulgadas com baixo custo financeiro. Dez anos atrás para poder divulgar um trabalho necessitava de um investimento muito alto.
Nilson Nascimento : O cenário do reggae brasileiro ainda não se profissionalizou totalmente, com algumas exceções. Nessas décadas apareceram muitos artistas no cenário do reggae, mas o contexto de regressão é algo complexo, a conjuntura atual e o mercado fonográfico nacional tem alguns entraves que não permite a absorção e crescimento dos artistas da música reggae.
Nilson Nascimento : A vantagem é que hoje em dia você tem acesso à tecnologia e tem mais condições de gravar um disco. Quando eu comecei, há 35 anos, não se tinha condições para gravar um Vinil na época, era fita K7. E para entrar no Studio tinha que ter um empresário com recursos financeiros para produzir o trabalho.
A desvantagem é que os artistas e bandas não conseguem ter uma orientação de um profissional da área que é o produtor fonográfico, e por isso, muitas vezes o trabalho não tem certa qualidade para ser divulgado e tocado numa rádio ou emissora de TV.
Nilson Nascimento : Carlinhos Brown, que consegue se expressar na música de forma vendável e tem um espaço no cenário. O Dionorina, que é uma referência na música reggae e tem uma qualidade musical excelente. Edson Gomes, que consegue se expressar, fazendo com que as pessoas consigam entender as mensagens que ele passa através da música. E isso faz com que tenha qualidade no trabalho.
Nilson Nascimento : Já passei por todas essas situações inusitadas citadas. O fato de ter uma carreira consolidada me fez passar por todos os momentos difíceis para um músico, já passei do lixo ou luxo.
Nilson Nascimento : O que me deixa mais feliz é a conquista que consegui na carreira, ter me mantido só com a música reggae e ter estourado uma música no mercado fonográfico como produtor. E o que me deixa triste são as pessoas não entenderem a importância de um músico profissional. E os próprios artistas de reggae, que asvezes não compreendem que precisam de um produtor fonográfico e um diretor musical para direcionar a obra deles.
Nilson Nascimento : Na cidade de salvador a cena musical está sem oportunidades para os músicos profissionais atuarem na área. O mercado se restringe a poucos artistas com cartas marcadas que tem conchavo com políticos locais.
Nilson Nascimento : São vários, entre eles: George Banson, Pat Metheny, Greg Howe, Eddie Van Halen, Yngwie Malmsteen, Jimmi Hendrix, Tony Macalpin, Mozart Mello, Living Colour, The Waillers, 14 Bis, Flávio Venturine, Lô Borges, Milton Nascimento, Toninho Horta, Roupa Nova, Black In Rio, A cor do Som, Third World, Stevie Vaughan, Wes Montgomery, Charlie Christian
Nilson Nascimento : Dionorina, Edson Gomes, Isaac Gomes, Xexeu, Dago Miranda, Confrontation, Tallowah, Thomé Viana, todos esses têm músicas em que a parte de arranjos foi de minha autoria.
Nilson Nascimento : Sim. A prova disso foi “Me Namora” que estourou no país e ficou por seis meses como a música mais tocada nas rádios
Nilson Nascimento : Primeiramente tem que estudar música, saber o que quer com a sua carreira e aonde quer chegar. E procurar um produtor para que o disco tenha uma boa qualidade musical.
Nilson Nascimento : Em 33 anos no reggae e nunca usei nenhum tipo de drogas (lícita ou ilícita). Na Jamaica o uso da maconha é liberado por fazer parte da religião deles, e aqui no Brasil o uso prejudicou a imagem do reggae.
Nilson Nascimento : Existe uma boa relação já que o reggae tem muita influência da religião rastafári, no caso, o ritmo nayambing, que é o canto do rastafári é muito usado nos dias de hoje. Eu já fui rastafári há alguns anos atrás.
Nilson Nascimento : Já fui há muito tempo atrás. Hoje eu uso o dreadlock só como músico para manter a identidade e o visual do reggae. Tenho dreadlock há mais de 20 anos, na época em que o preconceito era muito enraizado, em que a sociedade fazia ligação a marginal quem usava o dreadlock.
Nilson Nascimento : Eu vejo o reggae como uma música universal, e não pode se restringir a uma religião. Todo pé rapado tem o mesmo direito.
Nilson Nascimento : O motivo é que o reggae não é uma música de origem nacional, nós não criamos o reggae. Nos países onde o reggae tem prestígio os jamaicanos são muito valorizados. E aqui no Brasil existem outros estilos como Axé music, samba, sertanejo e etc.
Nilson Nascimento : Concluir o selo fonográfico. E montar uma ONG para ensinar música para as crianças carentes. E sempre está gravando bandas que não têm acesso a um produtor fonográfico e musical.
Nilson Nascimento –studionascmusic@gmail.com. A banda cativeiro também tem uma página no facebook e no Instagram com o nome Banda Cativeiro, e está presente nas plataformas digitais.
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