More Jah Nilo »"/>More Jah Nilo »" /> Jah Nilo - Revista Ritmo Melodia
Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.

Jah Nilo

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O compositor, cantor, multi-instrumentista paulista Jah Nilo, através da vivência nas ruas conheceu a música reggae, que logo se tornou uma paixão. Músico desde criança, ao conhecer o gênero focou seu trabalho não só em um dos instrumentos principais, Contrabaixo.

Abraçou o Reggae como um todo, toca Teclado, Guitarra, canta e usa softwares que também são ferramentas que transmitem sua vibração artística, se especializando dentro dessa vertente. Traz também em seu currículo, em 2009, ser integrante da banda “Expressão D´Fé” sendo o contrabaixista, ao lado de Vinil Moraes e Xaras Gabriel, ambos de Campo Grande (MS).

Jah Nil, também tem formação técnica em áudio, exerce a função de operador de P.A. e é produtor musical e fundador Red Skywalker Sounds. “A mística revolução através das frequências é para um e para todos”, diz Jah Nilo.

O selo Red Skywalker Sounds traz ao mundo a autêntica fórmula Reggae Music com a qualidade e seriedade que o mesmo pede. Red Skywalker Sounds, visa a evolução e parcerias com atuais e futuros cantores do mundo, com a expectativa de fortalecer o movimento e com foco na propagação dos princípios da cultura RastafarI e Espiritualidade em geral.

O Riddim é a pronúncia em patoá jamaicano da palavra Inglesa “rhythm” (ritmo), mas na linguagem do Reggae, Dancehall, Calipso, Soca e/ou Reggaeton se refere ao acompanhamento instrumental de uma canção. Estes gêneros consistem do riddim com a parte vocal cantada pelo deejay. A estrutura da canção resultante é distinta em muitas maneiras. Um dado riddim, se popular, pode ser usado em dezenas ou até mesmo em centenas de canções, não apenas em gravações de estúdio como em apresentações ao vivo. A Red Skywalker Sounds atua como uma fabricante de riddins sob medida, seja uma nova produção ou a releitura de uma existente. Tem o Riddim que você precisa.

Segue abaixo entrevista exclusiva com Jah Nilo para a www.ritmomelodia.mus.br, entrevistado por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 06.06.2022:

01) Ritmo Melodia: Qual a sua data de nascimento e a sua cidade natal?

Jah Nilo: Nasci no dia 21/04/1986 em Bauru – SP. Registrado como Danilo Lordelo Neves.

02) RM: Fale do seu primeiro contato com a música.

Jah Nilo: Meu contato com a música foi desde quando nasci. Minha família sempre teve muito contato com a zona rural (ranchos, sítios, etc), então desde muito cedo estive presente nas rodas de violeiros e música regional do interior de São Paulo. Sempre tive o contato com os discos de vinil em casa, minha mãe, Leila Lordelo, sempre foi grande apreciadora da MPB e Boleros antigos (tradição de família). E, sendo assim sempre ouvi e cantei com a família tendo a música como o ar que respiro, nos meus primeiros anos de escola fiz parte do coral, tive aulas de teoria musical e flauta doce. Até que em meu aniversário de 7 anos de idade ganhei meu primeiro violão e não pude mais controlar essa ânsia pela música, não importa a atividade que estou fazendo a música sempre tem que estar presente. E independente da atividade, a minha cabeça sempre está pensando em música e torcendo pelo fim da tarefa, para que eu possa ir para o estúdio gravar ou tocar algum instrumento. A música é minha vida e eu vivo para fazer música.

03) RM: Qual a sua formação musical e/ou acadêmica fora da área musical?

Jah Nilo: Aos 18 anos de idade me matriculei no Conservatório Musical da Universidade do Sagrado Coração em Bauru – SP, comecei com o Violão Erudito, mais tarde transferi meus estudos para Guitarra Popular por um breve período, mais tarde, migrando para o Contrabaixo e fiz minha formação completa. Após me formar, dei início aos estudos de Piano Erudito, mas devido a problemas financeiros da Universidade, o Conservatório foi fechado e interrompi meus estudos acadêmicos, mantendo meus estudos até hoje de forma autodidata. Em 2011 me formei no curso Técnico de Áudio Profissional.

04) RM: Quais as suas influências musicais no passado e no presente. Quais deixaram de ter importância?

Jah Nilo: Desde criança tive muita influência da música sertaneja e MPB, devido a minha família. Quando comecei a fazer as minhas próprias escolhas, me tornei grande fã e minhas composições passaram a ter grande influência do grupo Charlie Brown Jr. e pude conhecer alguns integrantes antes da fama. Quando eu tinha 17 anos de idade conheci a obra de Bob Marley, desde então o Reggae se tornou a minha música e as influências são várias desde os pioneiros: Toots & the Maytals, Abyssinians, The Mighty Diamonds, Dennis Brown, Junior Byles, Jacob Miller, todos os artistas da eram rockers. Passando pelos artistas que começaram a fazer fama na Europa como: Steel Pulse, Aswad e diversos cantores e DJs dessa fase. Como influências mais atuais, posso citar: Midnite ou Akae beka, Desire, Lutan Fyah, Capleton, Anthony B, Pressure, Perfect Giddimani, Chronix, Etana, Koffee, Lila Ike. No cenário nacional tive influência de vários cantores principalmente de São Paulo, porém não citarei nomes, pois acredito que os mesmos vinham se desenvolvendo quase que ao mesmo tempo que eu, sendo assim os considero mais como irmãos na música do que influência propriamente dita. Nenhuma delas jamais perdeu importância.

05) RM: Quando, como e onde você começou a sua carreira profissional?

Jah Nilo: Em 2010 tive meu trabalho como produtor e musicista reconhecido, sendo contratado pelo cantor Vinil Moraes de Campo Grande – MS, para produzir um show relacionado a seu álbum – “É isso que eles querem”. E passando por um período de três meses produzindo o show e posteriormente atuando como baixista da banda Expressão de fé, fazendo shows na região de Campo Grande e no verão 2010/2011 fazendo uma turnê descendo do Mato Grosso do Sul até Itajaí – SC. 

06) RM: Quantos CDs lançados?

Jah Nilo: Em 2017, o EP – “O caminhante do céu vermelho”. Em 2018, o EP -“Bun down babylon” em parceria com o cantor Muta³Man. Em 2020, o álbum – “Luz Divina” em parceria com a banda Nyah Live. Em 2021, o álbum “Dancehall Vibz”.

07) RM: Como você define seu estilo musical?

Jah Nilo: Posso me definir como um Produtor/Singjay no estilo Reggae, passando por todas ou ao menos grande parte das vertentes envolvidas com essa cultura.

08) RM: Você estudou técnica vocal?

Jah Nilo: Fiz parte do coral da escola estudando técnica vocal desde cedo. Após esse período não me lembro o ano tive uma tutora pelo período de nove meses em que pude desenvolver minha técnica vocal. E mais tarde participei do coral Arte Viva em Bauru – SP, durante um período de um ano aprimorando minha técnica.

09) RM: Qual a importância do estudo de técnica vocal e cuidado com a voz?

Jah Nilo: Em qualquer profissão que você atue é muito importante que primeiramente você saiba o que está fazendo, sendo assim, você precisa não apenas cantar e sim saber como cantar. Afinal, nosso corpo é como um instrumento, então precisamos saber como usá-lo da forma correta para que o instrumento não estrague e emita um som agradável, afinado e soe da forma como desejamos. Sem técnica, é como jogar na sorte, em alguns momentos você pode cantar melodias lindas, mas em outros você pode estar apenas emitindo sons estranhos desafinados e prejudicando seu instrumento.

10) RM: Quais as cantoras (es) que você admira?

Jah Nilo: Posso citar alguns que tenho apreciado com frequência: Lutan Fyah, Anthony B, Pressure, Akae Beka, Tarrus Riley, Koffee, Lila Iké. 

11) RM: Como é o seu processo de compor?

Jah Nilo: Não tenho um processo específico, vou onde o espírito me leva. Na maior parte das vezes a música surge como uma intuição, mas em alguns momentos também escolho um tema, a vertente que irei seguir. E começou gravando uma bateria, na sequência crio uma melodia com o contrabaixo gerando assim uma harmonia para a música e assim uma coisa liga a outra até que escrevo a letra baseada no tema escolhido. Mas na maior parte das vezes a música já surge pronta no meu subconsciente e eu a trago para o plano fisco.

12) RM: Quais são seus principais parceiros de composição?

Jah Nilo: Acho a composição algo muito particular. Cada um tem sua forma de pensar e nem sempre encontramos parcerias que pensam exatamente como nós mesmos, cada um tem sua particularidade. Eu mesmo já fiz parte de algumas bandas onde senti que grande parte do meu potencial sendo bloqueado devido as inúmeras formas do pensar. E, isso me levou a carreira solo e a não participação de terceiros em minhas composições. Eu, sempre tenho parceiros da música dando um parecer sobre minhas composições e isso pode influenciá-las de alguma forma, mas no geral componho sozinho.

13) RM: Quem já gravou as suas músicas?

Jah Nilo: Nunca coloquei minhas composições no mercado dessa forma. Mas aos leitores interessados, elas estão aí disponíveis, apenas me procurem para que possamos trabalhar juntos.

14) RM: Quais os prós e contras de desenvolver uma carreira musical de forma independente?

Jah Nilo: Como ponto positivo, o artista independente é livre em suas obras, em contrapartida, o ramo musical demanda muito dinheiro, para compra de equipamentos, para os estudos, Marketing, Produção audiovisual. Enfim, todo músico independente sabe do que estou falando, esse é o contra, o músico independente não tem esse apoio que uma grande gravadora pode oferecer. Excluindo aquele nicho de herdeiros que já vem de famílias musicais ou apenas tem o suporte financeiro necessário para que possam atuar profissionalmente no ramo musical sem depender de outros tipos de trabalho para bancar sua carreira. 

15) RM: Quais as estratégias de planejamento da sua carreira dentro e fora do palco?

Jah Nilo: Tenho estudado sobre produção musical em um contexto geral e isso tem me ajudado muito dentro e fora dos palcos. Através das redes sociais tenho estudado muito meu público alvo e as manifestações que chamam a atenção do mesmo, garantindo o engajamento tanto nas redes virtuais como em shows.

16) RM: Quais as ações empreendedoras que você pratica para desenvolver a sua carreira?

Jah Nilo: Primeiramente me filiei a uma instituição recolhedora de direitos autorais, garantindo um real controle sobre minhas obras, seja como, músico, compositor ou produtor fonográfico.

17) RM: O que a internet ajuda e prejudica no desenvolvimento de sua carreira?

Jah Nilo: Ainda não encontrei motivos para poder dizer que a internet prejudica minha carreira, mas, posso dizer que sem ela talvez eu nem tivesse uma carreira. Hoje em dia quase ninguém adquire uma mídia física, tudo está acontecendo na internet. Isso me ajuda muito, é através dela que lanço minhas obras, divulgo shows, entro em contato com o público e contratantes.

18) RM: Quais as vantagens e desvantagens do acesso à tecnologia de gravação (home estúdio)? 

Jah Nilo: No meu caso só vejo vantagens, sempre tive muita dificuldade com dinheiro para produzir um álbum, devido ao alto custo dos serviços a serem contratados em um estúdio comercial. A partir do momento em que pude adquirir equipamentos para montar um home studio não tive mais dificuldade em produzir. Foi através desse home studio que pude lançar meu selo Red Skywalker Sounds, que hoje conta com um estúdio profissional e trabalho não apenas com minhas obras, mas também venho produzindo outros artistas do cenário nacional e internacional.

19) RM: No passado a grande dificuldade era gravar um disco e desenvolver evolutivamente a carreira. Hoje gravar um disco não é mais o grande obstáculo. Mas, a concorrência de mercado se tornou o grande desafio. O que você faz efetivamente para se diferenciar dentro do seu nicho musical?

Jah Nilo: Apenas busco ser autêntico e fiel a minha intuição, estudo muito o que o público quer, mas, não sigo as tendências da moda que tem sido sempre passageira. A cada dia que passa nasce uma nova maneira de ser “legal” e atrair os fãs, como a maioria dos artistas segue essas tendências, encontrei na autenticidade uma forma de me tornar único. Existem muitos cantores/produtores de reggae, mas, nunca pude encontrar alguém que pudesse comparar meu trabalho com o de qualquer outro artista.

20) RM: Como você analisa o cenário do reggae no Brasil? Em sua opinião quais foram as revelações musicais nas últimas décadas? Quais artistas permaneceram com obras consistentes e quais regrediram?

Jah Nilo: Eu acho essa uma questão muito delicada, porque o grande “cenário musical” de fácil acesso é o que está na grande mídia e para estar presente nessa mídia o que você mais precisa é ter dinheiro para pagar por esse marketing. A maioria dos artistas que vejo em ascensão e aparecendo mais nessa grande mídia estão deixando suas raízes para trás e seguindo as tendências do momento, como resultado disso tem aumentado a popularidade na grande mídia e conseguido mais dinheiro. Porém, o público que deu suporte durante essa ascensão não é o público que traz esse dinheiro que é algo fundamental ao artista, sendo assim, eu não vou repetir nenhum desses nomes que já estão ocupando todo o espaço nas grandes mídias. Para mim quem tem se destacado são grandes artistas que estão na batalha diariamente, sem apoio e dedicando a vida a música com o próprio sangue e suor. Eles são: Muta³Man, Michel Irie, Guux, Regiane Cordeiro, Sistah Mari, Carol Afreekana, Afreekadu, Igor Rolim, Jah Bruno, Joe W.K., Vinil Moraes, Raromm Atman, Augusto Banton, Felipe Ovni, Gabriel PG e muitos outros que não me vem à memória agora. Então. quem não conhece nenhum desses nomes, busque conhecer, saia das grandes mídias e apoie a cena local de onde você vive, é daí que saem os grandes artistas aclamados na mídia.

21) RM: Quais os músicos já conhecidos do público que você tem como exemplo de profissionalismo e qualidade artística?

Jah Nilo: Acredito que na pergunta anterior já deixei minha opinião sobre a questão bem clara, eu prefiro falar sobre os nomes não conhecidos pelo público, acabei de citar o nome de exímios profissionais, são estes os exemplos que posso citar aqui.

22) RM: Quais as situações mais inusitadas aconteceram na sua carreira musical (falta de condição técnica para show, brigas, gafes, show em ambiente ou público tosco, cantar e não receber, ser cantado, etc)?

Jah Nilo: Passei por todas as situações que foram citadas na pergunta, mas teve um bem marcante. Fui convidado para acompanhar um cantor em um festival, nessa situação fui como produtor e seletor, era um festival de Sound System e faríamos um live dub mix. E, quem estava a par de tudo era o cantor que me convidou para acompanhá-lo, mas na hora de nossa apresentação ele sumiu. Sendo assim, tomei a frente fui até a tenda e montei o equipamento para a apresentação e nada do cantor aparecer, então pedi que o roadie que nos acompanhava assumisse o cargo de seletor e fizesse as mixagens peguei o microfone e assumia posição de Dj/Mc como se fosse tudo uma cena combinada. Foi durante a segunda ou terceira música que pude flagrar, o tal cantor se escondendo atrás das caixas de som, quando tudo estava fluindo bem, ele apareceu e se juntou a nós. Até hoje não sei bem o que estava acontecendo naquele momento.

23) RM: O que lhe deixa mais feliz e mais triste na carreira musical?

Jah Nilo: Os ensaios e apresentações, o ato de estar atuando com a música me deixa muito feliz. O que me entristece é a supervalorização da pose nas redes sociais. Eu, vejo o público dá mais importância para as fotos e figurinos, muitas vezes nem ouvindo as músicas e dando mais atenção as marcas de roupas ou localização em que o artista se encontra. Uma foto do artista com poucas roupas e beleza padrão da grande mídia acaba rendendo muito mais do que a boa música, sinto-me péssimo com essa situação.

24) RM: Você acredita que sem o pagamento do jabá as suas músicas tocarão nas rádios?

Jah Nilo: Minhas músicas tocam nas rádios independentes que estão na luta igual aos artistas independentes. Nas rádios mais populares devido ao conteúdo lírico e mais voltado ao espiritual acredito que nem pagando seria aceito. Porém, acabei de lançar dois singles e em breve estará no ar um EP feito de forma e linguajar mais popular, mais direcionado aos bailes mesmo para o povo descontrair e dançar. Esse EP talvez seja aceito pelas rádios mais conhecidas com o devido pagamento.

25) RM: O que você diz para alguém que quer trilhar uma carreira musical?

Jah Nilo: Coragem, Foco, Força e Fé

26) RM: Como você analisa a cobertura feita pela grande mídia da cena musical brasileira?

Jah Nilo: É péssima a cobertura feita pela grande mídia da cena musical brasileira. A grande mídia não se interessa em distribuir cultura para a população, eles buscam distribuir o famoso pão e circo. A função deles é desinformar e ocupar a mente do povo com coisas fúteis para que governos como o atual possam continuar pastoreando o gado.

27) RM: Qual a sua opinião sobre o espaço aberto pelo SESC, SESI e Itaú Cultural para cena musical?

 Jah Nilo: Acho que é um começo, agora é preciso furar as “panelas” para que mais artistas possam desfrutar do serviço prestado por estas instituições.

28) RM: Você é Rastafári?

Jah Nilo: Rastafári é a fonte de toda a criação, tudo e todos são Rastafári. Rastafári é Vida e reina no coração de toda a carne. Ainda que alguém negue ser Rastafári, se esse alguém está vivo e respirando isso faz desse alguém Rastafári.

29) RM: Alguns adeptos da religião Rastafári afirmam que só eles fazem o reggae verdadeiro. Como vocês analisam tal afirmação?

Jah Nilo: Como disse anteriormente, Rastafári é Vida e não uma instituição. Quem faz tal afirmação não sabe o que é Rastafári. O reggae é apenas um estilo musical que nasceu na Jamaica a algumas décadas atrás. A verdadeira música Espiritual Rastafári é o Nyabinghi, ritmo de 1,2, vivenciado e ouvido desde o ventre materno

Nyabinghi é o ritmo pulsante e essencial do universo que gera a vida e isso é Rastafári.

30) RM: Na sua opinião quais os motivos da cena reggae no Brasil não ter o mesmo prestígio que tem na Europa, nos EUA e no exterior em geral?

Jah Nilo: Acho que a desinformação passada pela grande mídia e falta de pensamento crítico individual gera isso. Pouca gente tem a coragem de não seguir a massa. E ser diferente faz com que grande parte do “prestígio” seja direcionado ao que está na moda e não no sentimento individual de cada ser humano.

31) RM: Existe o Dom musical? Como você define o Dom musical?

Jah Nilo: Acredito que cada indivíduo já nasce com um dom específico e não quero dizer que quem não tem o dom musical não pode fazer música. Mas, eu mesmo levei cerca de 20 anos para desenvolver a música em mim e me sentir satisfeito com minha voz e musicalidade. Nesse caminho já encontrei pessoas que sem estudo algum já estavam em um nível superior ao meu musicalmente falando. Imagina uma pessoa dessa com o mesmo empenho e dedicação que tive ao longo desses 20 anos de carreira. Essas são as pessoas tratadas como gênios musicais, já os que não trabalham seu Dom são apenas atrações passageiras.

32) RM: Quais os prós e contras do Festival de Música?

Jah Nilo: Festival de música não tem contra, a melhor coisa que existe é o povo reunido para apreciar a boa música. A não ser que aquela bagunça que dá prêmio esteja incluída aqui, para eu o nome disso é competição. E só gera segregação e disputa por um espaço que quase não existe, os contras ficam para esses destruidores da arte.

33) RM: Festivais de Música revelam novos talentos?

Jah Nilo: Com toda a certeza, eu sou do interior de São Paulo, aqui (Bauru) não tem espaço para minha arte. As casas de shows e boates por aqui só funcionam através de artista consagrados na grande mídia ou covers dos mesmos. Maior parte do meu alcance de público se deve à participação em festivais de música.

34) RM: Quais os prós e contras de se apresentar com o formato Sound System?

Jah Nilo: Essa pergunta não consigo responder com prós ou contras. O Sound System é uma ferramenta que só beneficia os artistas, principalmente os que são como eu, que vivem em cidades do interior. Em que muitas vezes faltam músicos e principalmente dinheiro para conseguir bancar uma banda.

35) RM: Quais as diferenças de se apresentar com banda em relação ao formato com Sound System?

Jah Nilo: É como tudo na vida, tem momentos em que só fazer uns arremessos na cesta é bom para clarear as ideias. Mas, quando você tem um time completo de músicos e em harmonia, o jogo se torna muito mais divertido e interessante.

36) RM: Quais os seus projetos futuros?

Jah Nilo: No momento estou terminando de construir meu estúdio e espero poder receber mais artistas, criando uma cena mais forte em Bauru – SP. Estou lançando um EP com um engajamento mais popular e espero conseguir um retorno financeiro melhor para poder investir nos projetos futuros. Um deles é meu segundo álbum com Nyah Live que foi uma banda que ajudou essa chama se acender dentro do meu coração. Tenho investido bastante também nos editais e projetos culturais do governo espero ser aprovado algum projeto para que o movimento possa acontecer de forma clara e objetiva. Eu, já me sacrifiquei, trabalhei e lutei durante muitos anos, espero poder aproveitar de forma mais leve os frutos desses 20 anos de carreira. E poder dar assistência aos jovens que estão começando a trilhar esse caminho agora.

37) RM: Quais seus contatos para o show e para os fãs?

Jah Nilo: (14) 98802 – 1287 | [email protected]

| https://www.instagram.com/jahnilooficial

| www.instagram.com/redskywalkersounds

Canal: https://www.youtube.com/channel/UCIe7jevRr2RHTzugflDKMJw

Jah Nilo & Nyah Live – Luz Divina [2020]: https://www.youtube.com/watch?v=Bd_nqA1NmHw

Bun Dem Down – Jah Nilo: https://www.youtube.com/watch?v=2ikJDwWKs6s

Soldado de Jah – Jah Nilo: https://www.youtube.com/watch?v=T0AieB6Zl3E

Playlist do álbum Luz Divina: https://www.youtube.com/playlist?list=OLAK5uy_lK3RA9QjfWI1ZIyvZKZ6Zhq6LSYXA1dL8

Manter a calma – Jah Nilo: https://www.youtube.com/watch?v=ZaQmh3j5Gy8

Revolução – Jah Nilo: https://www.youtube.com/watch?v=nBkZG1zrU3k


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Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.