Irineu de Palmira
O cantor e compositor mineiro Irineu de Palmira iniciou nos anos 70 as suas atividades musical participando de vários Festivais de Música e eventos culturais.
Em 1979, convidado pelo empresário Fauzi Curan, mudou-se para São Paulo para trabalhar como instrumentista e cantor dos espetáculos de Oswaldo Sargentelli e também nas casas Gallery; acompanhado pela orquestra do maestro Hector Costita e Viva Maria; dividindo o mesmo palco com Cauby Peixoto, Wilson Simonal, Pery Ribeiro e Carmen Costa, entre outros.
Para teatro, musicou a peça “Vereda da Salvação” e, para TV, a versão de “O Grande Momento”, de Roberto Santos, direção de Nei Santanna, com Laura Cardoso e Flávio Guarnieri.
Como instrumentista, gravou os violões de todas as faixas do disco “Violas e Canções”, de Pena Branca e Xavantinho, considerado pela crítica, principalmente internacional, como um dos melhores discos daquele ano. Como compositor tem músicas gravadas por Jair Rodrigues e Luciana Mello “Alma Negra” – que inclusive é o título do CD Nº 44 do Jair, Biro do Cavaco e Grupo Katinguelê, entre outros.
O conteúdo da obra de Irineu de Palmira pode ser resumido em dois aspectos: O poético, no que diz respeito às letras, transita pelas questões do povo brasileiro em todas as suas mais significativas nuances: da origem cultural e suas particularidades, até as questões do dia-a-dia e sentimentos.
Resgatar a beleza das coisas simples, bem como apontar a realidade, não como denúncia vazia, mas registrando situações passíveis de mudanças, a começar pela atitude de cada um, é sua forma de contribuir para a reflexão dos mais importantes temas do social. O outro aspecto, o melódico, traz a marca da ancestralidade do artista. Das influências da musicalidade mineira, passando pelo samba, reggae e afoxé, cirandas, toadas e cantigas. “Acreditar”, apresentado em CD e DVD, são o seu mais recente trabalho.
Segue abaixo entrevista exclusiva com Irineu de Palmira para a www.ritmomeloodia.mus.br , entrevistado por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 09.07.2017:
Índice
Irineu de Palmira: Nasci no dia 03.03.1957 em Belo Horizonte (MG). Registrado como Irineu Marinho Messias Moreira.
Irineu de Palmira: Minha mãe, que era lavadeira de roupas, enquanto trabalhava cantava musicas do cancioneiro popular. O meu pai tinha uma relação tímida, mas tinha, com o choro, tocava um pouco de violão.
Irineu de Palmira: Cursei Artes e Filosofia, na UFT (Universidade Federal do Tocantins).
Irineu de Palmira: Minha primeira influência foi de minha mãe, dona Palmira, que cantava canções de Dalva de Oliveira, Dolores Duran, Elizeth Cardoso, Ataulfo Alves, Pixinguinha, Noel Rosa.
Irineu de Palmira: Iniciei a minha carreira musical no inicio da década de 1970, como disse anteriormente, sempre ouvindo minha mãe, ouvindo violão do meu pai, tudo isso em Belo Horizonte.
Irineu de Palmira: Possuo quatro CDs lançados, sinceramente não me lembro das datas, o mais recente é de 2009, sempre gostei mais de fazer shows, participar de projetos culturais a fazer discos (risos). Tive o prazer de trabalhar com músicos da pesada, como: Kapenga, Duda Neves, Gereba, Pérsio Marote, Papete, Lula Barbosa, Lica, Luiz Lopes, Oswaldinho do Acordeon, Denden Jr, Renatinho da Percussão, entre muitas outros feras.
Irineu de Palmira: Minha música fala das coisas da vida, do cotidiano, comprometido com a minha existência, tentando fazer a minha música ser útil socialmente, sinalizando e etc.
Irineu de Palmira: Nunca estudei técnica vocal. O que sei aprendi fazendo, trabalhando com pessoas generosas como Oswaldo Sargentelli, Wilson Simonal, Pery Ribeiro, dona Carmen Costa e etc.
Irineu de Palmira: É de total importância o estudo da técnica vocal, eu não tive oportunidade de estudar, não tive tempo.
Irineu de Palmira: Orlando Silva, Nat King Cole, Emilio Santiago, Gilberto Gil, Renato Braz, Lula Barbosa entre outros.
Irineu de Palmira: Acontecem de várias formas, vários caminhos. É um trabalho como outro qualquer, que requer foco, carinho e por aí afora (risos).
Irineu de Palmira: Gerson França, Thales Martinez, Lula Barbosa, Marília Abduani, Vanderlei de Castro e o grande do Samba, Delcio Carvalho (in memoriam).
Irineu de Palmira: Jair Rodrigues, Célia, Luciana Mello, Katinguelê, André Mastro, Biro do Cavaco, entre outros.
Irineu de Palmira: No cenário musical atual, quase todos os artistas são independes, mas na verdade, somos mesmo é DEPENDENTES de tudo, nem preciso alongar sobre o assunto, não é?
Irineu de Palmira: Sinceramente não tenho estratégicas, vamos fazendo como dá, ou seja, batalhando shows, projetos culturais.
Irineu de Palmira: Tenho uma produtora, que tira leite de pedra, a Silvana Barbara, que cuida dessas questões.
Irineu de Palmira: Ajuda como ferramenta de divulgação. Eu não vejo prejuízos.
Irineu de Palmira: Usada com conhecimento, à tecnologia só ajuda. Eu mesmo possuo um home estúdio bastante bem equipado, com excelentes interfaces de áudio, bons periféricos, como pré-amplificadores, equalizadores, compressores e microfones adequados para cada trabalho. Agora, a tecnologia não ajuda em nada se a matéria prima, a música, não tiver qualidade, por isso vemos esses horrores no mercado da música.
Irineu de Palmira: Como disse anteriormente, prezo pela qualidade, me cerco de bons parceiros e procuro ser o mais honesto e coerente possível coma minha obra.
Irineu de Palmira: Pergunta difícil (risos). Não me acho capaz de responder.
Irineu de Palmira: Mais uma vez, prefiro não responder, até para não cometer injustiça, esquecer alguns nomes, mas existem muitos profissionais extremamente admiráveis.
Irineu de Palmira: Falta de condição técnica ainda hoje continua acontecendo, não receber ou levar mais de ano para receber cachê e outras mais (risos).
Irineu de Palmira: O que me deixa mais feliz é a própria música e triste pela dificuldade em veicula-la. Vivemos num país sem memória, sem educação em todos os sentidos.
Irineu de Palmira: Moro em São Paulo, a concorrência é grande e nem sempre é leal, mas ainda é o lugar que mais oferece possibilidades. E aqui muita coisa acontece, várias tendências, mas não está fácil, aliás, nunca foi (risos).
Irineu de Palmira: Músicos são muitos, citei alguns acima, gosto “Das Bahias e a Cozinha Mineira”, Gabriel Almeida Prado, Lula Barbosa, Filó Machado. Esses são alguns.
Irineu de Palmira: Em rádios comunitárias, rádio como USP e outras com essas características sim, as grandes rádios FMs, não acredito.
Irineu de Palmira: Que estude, ouça muito, estude e conheça a historia da música popular brasileira. E se condicione bem, física e emocionalmente, porque a peleja é “braba” (risos).
Irineu de Palmira: A possibilidade de mostrar o trabalho, mas sou mais favorável à uma mostra de música, dando assim oportunidade para mais artistas e todos ganhando, ao invés de apenas três serem os contemplados.
Irineu de Palmira: Acho que é uma possibilidade, difícil, mas é.
Irineu de Palmira: HORRÍVEL. Basta ligar as rádios e assistir a TV. Prestam um desserviço à arte, a educação. É triste.
Irineu de Palmira: Acho importante, mas a forma de seleção dos trabalhos deveria ser mais cristalina.
Irineu de Palmira: Sim, é uma boa opção. Só precisam valorizar o profissional, ou melhor, o profissional precisa conhecer e respeitar o seu real valor.
Irineu de Palmira: Eu e o meu amigo e parceiro, Lula Barbosa, estamos trabalhando um show, estamos na fase de selecionar repertório, esse trabalho deve se tornar um DVD.
Irineu de Palmira: O Lula é meu amigo, irmão, parceiro musical; conhecemo-nos em 1977, portanto, mais de 40 anos.
Irineu de Palmira: Marilia Abduani é uma amiga e parceira musical querida. Temos várias canções em parceria, além de ser uma figura ímpar. Excelente letrista. E de vez em quando apareço na cidade dela, Piedade de Ponte Nova (MG), para uns dedinhos de prosa, um café amigo e muita música.
Irineu de Palmira: (11) 98821 – 1860 | 98404 – 6534 | irineudepalmira@gmail.com
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