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Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.

Hosit Sales Maximus

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O Cantor, compositor, produtor, multi-instrumentista baiano Hosit Sales Maximus, está pesquisando e realizando as bases para o novo álbum.

Ele gerencia três projetos: Digital Cultural em fotos e vídeos, sobre o cenário musical e outras atividades artísticas; uma rádio FM web e ministrar curso de música para jovens, crianças e adultos que desejam praticar e aprender música, as aulas serão realizadas no seu estúdio no bairro Liberdade – Salvador – BA com o propósito em oferecer maior estimulo para os interessados.

Segue abaixo entrevista exclusiva com Hosit Sales Maximus para a www.ritmomelodia.mus.br, entrevistado por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 27.03.2021:

01) Ritmo Melodia: Qual a sua data de nascimento e a sua cidade natal?

Hosit Sales Maximus: Nasci no dia 24 de julho de 1968 em Salvador – Bahia. Registrado como Hosit dos Santos Costa Sales. 

02) RM: Fale do seu primeiro contato com a música.

Hosit Sales Maximus: O meu primeiro contato com a música foi com os meus pais: Duder Sales; o meu maior incentivador e Francisca Sales, ambos em suas profissões: Comissário de Polícia Civil e Professora, mas que sempre foram admiradores, pesquisadores da música em todos os seus estilos e vertentes além de colecionadores de diversos discos de vinil. Lembro-me bem que a música reggae sempre esteve presente na minha casa, com o meu pai sempre comprando discos, novidades lançadas naquela época e que até hoje estão comigo, e fazem parte de um acervo para inúmeras pesquisas. E tenho grande apreço e respeito por eles terem construído esse acervo. Eu os preservo com muito carinho e passo aos meus filhos o valor e os ensinamentos através destas obras, que muito ouvi e muito me inspiraram.

03) RM: Qual a sua formação musical e/ou acadêmica fora da área musical?

Hosit Sales Maximus: Ainda criança eu sempre gostei do Teclado, Piano, Cravo, Gaitas. Essa sonoridade sempre me deixou extasiado e na escola de música da UFBA – Universidade Federal da Bahia comecei os meus primeiros estudos para crianças e jovens. Eu não me formei e tornei autodidata. E na minha primeira banda, Águas de Cheiro, fui vocalista e tecladista. Além da música sou professor formado licenciado em Educação Física pela UFBA, e Desenhista Técnico. Também sou um criador nato dos meus projetos artísticos culturais. Nos campos áudio e visual estou sempre ali criando e dando ideias, em cada detalhe, até nas criações das capas dos meus singles, EP e álbuns. E gosto de fazer o meu marketing, a minha publicidade, gosto desse trabalho, desse desempenho em minhas atividades.

04) RM: Quais as suas influências musicais no passado e no presente. Quais deixaram de ter importância?

Hosit Sales Maximus: No cenário nacional, Sempre ouvi de tudo ao lado dos meus pais quando criança boas letras, boas canções, sempre me liguei num bom conceito musical, conteúdo literário, boas músicas e bons arranjos, desde as mais românticas como, Agnaldo Timóteo, sempre admirei a Jovem guarda, Roberto Carlos, Paulo Sérgio, Wanderléa e companhia, ao A cor do Som, 14 bis, Tim Maia, Zé Ramalho, Raul Seixas, com suas letras que pareciam prever o futuro, as mais efervescentes como RPM, Rock anos 1980, curto muito Música clássica, orquestras em diversos estilos, e as nossas bandas afro baianas como o Olodum a lendária banda Reflexu’s, qual acompanhei ensaios e cheguei a ser convidado para ser tecladista da banda mas na época não pude por conta dos compromissos coma banda Pop Axé, daí fui buscando outros gostos e estudando outros estilos com o surgimento do Cidade Negra, Skank, o Rapa, e já curtia Edson Gomes, que inclusive o seu primeiro LP  presenteei a minha mãe, Ilê Aiyê pela influência marcante africana, Timbalada, no campo internacional; Burning Spear, Jacob Miller. Dom Carlos, Israel Vibration, são muitos. Fui criado ouvindo música boa. Para mim cada um continua com a sua importância e contribuindo, cada um com o seu conhecimento.

05) RM: Quando, como e onde você começou a sua carreira musical? 

Hosit Sales Maximus: Em 1988 me veio a ideia e vontade em criar um trabalho musical próprio e em 1989 nasceu a banda “Águas de Cheiro”, onde fiz história e tendo grande reconhecimento, um misto de Pop e Axé Music ou música axé como queiram, daí vieram muitos eventos, shows, na capital em várias cidades e estados, em vários palcos e carnavais com grandes nomes do cenário musical como Ilê Aiye, Edson Gomes, Tonho Matéria dentre outros.

Mas eu começava me sentir a cada dia mais entusiasmado com a influência do Reggae e Samba Reggae que começaram a fortalecer e aumentar a vontade de iniciar um trabalho mais voltado para o reggae, como tínhamos muitos shows, os músicos relutavam em mudar o gênero musical e a banda resistiu até início de 2001.

E após a partida do meu pai em 2002 passei a ter um viés voltado mais ainda para as questões familiares. E dei um tempo para a música no que se diz a respeito de músicos e shows, mas continuei a compor, mas já com outra filosofia, e pesquisas no que já queria fazer, o reggae. Em 2005 iniciei as minhas pesquisas e composições, mas pensando em criar a minha própria identidade nessa área.

Eu sempre pensei em ter minha banda desde a adolescência, desde os meus quatorze anos já escrevia, já compunha, sempre observando a galera do violão no ginásio Duque de Caxias no bairro Liberdade em Salvador – BA onde estudei e cresci, mas o meu primeiro evento profissional foi em 1989 no antigo teatro Nazaré em Salvador – BA que hoje pertence ao colégio Salesiano e lá aconteceram as participações de Tonho Matéria, Edilson Santana, no qual foi o lançamento da banda pop axé “Águas de Cheiro” em que chegamos até a gravar um CD completo.

06) RM: Quantos CDs lançados? 

Hosit Sales Maximus: Após anos de pesquisas, para encontrar e ter a minha própria referência, identidade reggae. No final de 2019 lancei o meu primeiro EP – “Estrada a fora” com as músicas: “Liberdade”, “É muita onda”, “O amanhã”, e entre início e meados de 2020 vieram os singles “Espinho da rosa” e “Chamar” que estão em todas as plataformas digitais com grande repercussão através de um selo nacional com notoriedade internacional. Estou em fase de pesquisas e ajustes das bases, para a gravação do próximo álbum, que será impactante, com muitas inovações harmônicas e melódicas.

07) RM: Como você define seu estilo musical?

Hosit Sales Maximus: Meu estilo musical é ímpar, por conta do meu histórico performático e pesquisas, encontrei a essência do reggae para o meu jeito, Sutil Pop Reggae Praia. Uma sonoridade alegre, que também fala de amor, mas inovador, dançante de pegada forte, com a essência gênese do reggae.

08) RM: Você estudou técnica vocal? 

Hosit Sales Maximus: Sim, em um breve momento, mas com muita dinâmica.

09) RM: Qual a importância do estudo de técnica vocal e cuidado com a voz? 

Hosit Sales Maximus: Muito importante, temos que saber o básico para um bom trabalho de voz: o fluxo de ar que é o combustível para a voz e o princípio para uma boa emissão vocal. Além da consistência muscular da laringe através da movimentação das pregas vocais e o shape. Ou seja, a configuração do trato vocal para o desempenho em cada trabalho ou obra etc. Além de comer frutas como maçã, beber água para evitar o pigarro, evitar gritos, sussurros, evitar café, cigarro, bebidas alcoólicas. E fazer exercícios, bocejar e relaxar na medida do possível procuro fazer tudo isso. Já é um bom início nos cuidados com a voz, (risos).

10) RM: Quais os cantores (as) que você admira? 

Hosit Sales Maximus: Curto muito, Toni Garrido, Ras Buta, Ras Bernardo, Tonho Matéria, Paulo da Gama, Nengo Vieira, Marcionilio, Edson Gomes, Burning Spear, Winston Rodney, Jorge Benjor, que foi inovador em seu estilo com o (Samba Rock). E cada um com sua performance, gosto desses. E as cantoras: Gilmelândia, Mariene de Castro, Tanya Stephens, como eu disse cada uma no seu jeito e estilo. Eu fui criado ouvindo coisa boa.

11) RM: Como é o seu processo de compor? 

Hosit Sales Maximus: Natural e espontâneo sem forçar a barra, daí surge qualquer estilo, gênero, ritmo, mas com lógica, fundamentação e teoria. A melodia surge sobre o que eu quero na composição e todas as ideias de criação harmonia, imagino os arranjos, vão surgindo. Ressalto que sou eclético e versátil na minha forma de compor buscando sempre inovações.

12) RM: Quais são seus principais parceiros de composição? 

Hosit Sales Maximus: Eu sou introspectivo, bastante particular, gosto de compor sozinho na maior parte dos meus trabalhos, me sinto mais à vontade e depende do momento não faço escolhas, mas tenho dois grandes amigos nesse contexto, mais próximos como, Edilson Santana que costumo chamar de compadre e Tonho Matéria de compadre padrinho (risos), mas sempre me mantive a disposição e busco sim combinar parcerias para os novos trabalhos quem sabe através da RM.

13) RM: Quem já gravou as suas músicas?

Hosit Sales Maximus: Tenho várias propostas e músicas já em mãos de grandes artistas na Bahia e em outros estados, a paciência é uma virtude.

14) RM: Quais os prós e contras de desenvolver uma carreira musical de forma independente?

Hosit Sales Maximus: Os prós é a independência e tempo para pesquisar, realizar o que queremos e gostamos de fazer, sem a imposição de gravadoras. A persistência é positiva pela busca. Os contras: buscar apoios mesmo com um trabalho magnifico que parte da grande mídia enxerga, mas teima em não querer ver por várias razões. O importante é acreditar no meu trabalho, mas procurando fazer sempre com que a grande mídia enxergue e reconheça, isso é sempre bom.

15) RM: Quais as estratégias de planejamento da sua carreira dentro e fora do palco? 

Hosit Sales Maximus: Ser pragmático, ter objetivos definidos, ter uma boa equipe de trabalho, pés no chão, humildade, ter vontade, raça e sabedoria para não levar tudo no peito, e fazer grandes amigos.

16) RM: Quais as ações empreendedoras que você pratica para desenvolver a sua carreira? 

Hosit Sales Maximus: O mais importante foi buscar ter o meu próprio espaço, para me sentir à vontade em meu próprio estúdio. E dele investir e buscar alternativas para a própria manutenção e sobrevivência do trabalho, com ensaios e projetos para outros artistas, além dos bons contatos com a mídia escrita, televisiva e digital assim como vocês.

17) RM: O que a internet ajuda e prejudica no desenvolvimento de sua carreira? 

Hosit Sales Maximus: Graças a Deus só tem ajudado e espero que continue assim.

18) RM: Quais as vantagens e desvantagens do acesso à tecnologia de gravação (home estúdio)?

Hosit Sales Maximus: Busquei o meu próprio espaço, independência de estúdios de gravadoras. E luto para efetiva-lo e mantê-lo, os custos em equipamentos são altíssimos e nem todos podem ter este acesso. Agradeço se gravadoras quiserem investir no meu trabalho, estou aqui(risos).

19) RM: No passado a grande dificuldade era gravar um disco e desenvolver evolutivamente a carreira. Hoje gravar um disco não é mais o grande obstáculo. Mas, a concorrência de mercado se tornou o grande desafio. O que você faz efetivamente para se diferenciar dentro do seu nicho musical?

Hosit Sales Maximus: Ser o diferencial, ter identidade, não ser mais um nesse ou naquele gênero ou estilo, trazer o Sutil Pop Reggae Praia de Hosit Sales Maximus. 

20) RM: Quais os músicos já conhecidos do público que você tem como exemplo de profissionalismo e qualidade artística?

Hosit Sales Maximus: Tonho Matéria com grande sensibilidade pelo outro, Nengo Vieira, Edson Gomes, Lazzo Matumbi.

21) RM: Quais as situações mais inusitadas aconteceram na sua carreira musical (falta de condição técnica para show, brigas, gafes, show em ambiente ou público tosco, cantar e não receber, ser cantado etc)?

Hosit Sales Maximus: Na questão qualidade técnica as vezes acontece, faz parte do momento, do equipamento utilizado, acredito que ninguém escapa desse fato. E a questão cantar, tocar e não receber aconteceu uma única vez que nos pagaram com uma nota promissória no início do pop Axé. E a vontade em ir foi tão grande, e seguimos para um distrito da cidade Nazaré na Bahia e ainda tinha um tipo de dono da cidade que queria que tocássemos até o amanhecer sem parar (risos). Mas tudo foi resolvido quando apareceu um amigo dono de uma loja de carros de Salvador – BA e disse; “os meninos não vão mais tocar e vão é comer agora”, depois de tudo caímos na gargalhada, éramos todos com 18, 19 anos de idade. Tudo cria experiência e hoje os contratos estão bem mais específicos e diretos.

22) RM: O que lhe deixa mais feliz e mais triste na carreira musical? 

Hosit Sales Maximus: Mais feliz, são os meus filhos Heider Sales,  DericK Sales, Hiani Sales, Hajan Sales, esse já maior um pouco mais distante, mas também curtindo o meu som. E os jovens que sabem o que é a boa música, não só a minha. E isso me deixa muito feliz, o reconhecimento do público ao meu gênero musical, estilo ou vertente. Essa entrevista, por exemplo, é um reconhecimento, mesmo a revista estando voltada também para diversos outros gêneros e estilos da música, mas sabem reconhecer um bom trabalho. E ter a certeza que faço um bom trabalho com qualidade literária, musical e este foi absorvido, mesmo que não tenha ocorrido com milhões de pessoas. Mas fui bem aceito e elogiado me deixando muito feliz e satisfeito, e me deixa com uma vontade ainda maior em realizar um trabalho cada vez melhor, com excelência. E triste não tenho o porquê estar, pois a luta e Sol estão para todos, mas os lobos vorazes oportunistas estão por aí em toda a parte e a falta de apoio básico na carreira musical existe em diversos ambientes.

23) RM: Você acredita que sem o pagamento do jabá as suas músicas tocarão nas rádios? 

Hosit Sales Maximus: Nunca paguei jabá e isso nunca me representou, mas se eu pagasse obviamente, eles teriam que assumir o compromisso em tocar. Mas já consegui que minhas músicas sejam tocadas sem pagamento de jabá. Hoje existem outros meios para divulgar o meu trabalho e sinceramente não lembro nem que o jabá existe.

24) RM: O que você diz para alguém que quer trilhar uma carreira musical? 

Hosit Sales Maximus:  Projete o seu trabalho, inicie, acredite e siga em frente e persista, sempre tente para não se frustrar de não ter tentado.

25) RM: Como você analisa a cobertura feita pela grande mídia da cena musical brasileira? 

Hosit Sales Maximus:  Cada um com o seu interesse, conforme o que convém e o momento. Na questão reggae vivemos em um país voltado ao carnaval, e as mentes dos observadores do lucro estão muito voltados para isso que é até natural. Mas música reggae tem várias vertentes e estilos magníficos. E não só Hosit Sales, mas muitos olhares estão percebendo que um novo estouro do reggae está começando a acontecer, e acredito sim que estou fazendo parte dessa história.

26) RM: Qual a sua opinião sobre o espaço aberto pelo SESC, SESI e Itaú Cultural para cena musical?

Hosit Sales Maximus: Poderia ter menos burocracia e olhar bem mais para todos, o Brasil é grande. 

27) RM: Como você analisa o cenário do reggae no Brasil. Em sua opinião quem foram às revelações musicais nas últimas décadas e quem permaneceu com obras consistentes e quem regrediu? 

Hosit Sales Maximus: Muitos não inovaram por conta talvez da resistência em seus conceitos e filosofias o que é respeitável, ou oportunidades deixadas para trás. E houve um gigantesco empobrecimento literário dos anos 1990 para cá, mas em vários gêneros musicais, e ainda bem que muitos como eu e a sua revista lutamos para mudar essa realidade com inovações, inteligência, alegria, raça, cultura, pesquisa e história, sem baixarias que sempre promovem o empobrecimento literário. Todos estão aí na luta cada um de sua forma, conforme o tempo e condições disponíveis. Não houve regresso e sim a espera pelas condições oportunas. E com mais paciência, sabedoria, educação, cultura influenciada na história, e riqueza nas letras em todos os gêneros, vertentes e estilos musicais, ninguém ficará para trás. Dessa forma, e digo ninguém regrediu.

Vejo também que alguns assimilam com um pé atrás, querem absorver, curtir o reggae, mas ficam reticentes por conta de terem estigmatizado o reggae, misturando a música à religião rastafári e a maconha, que em nada tem a ver fazer reggae, não precisa usar para fazer reggae ou qualquer outro tipo de som. E sabemos que em vários seguimentos musicais usam drogas até piores. Mas quando o estigma acabar para a grande mídia e grandes empresários enxergarem o novo estouro, as desconfianças, os céticos e até os preconceituosos ao gênero musical irão desaparecer.

28) RM: Você é Rastafári? 

Hosit Sales Maximus: Eu sou brasileiro tenho a minha admiração pelas religiões de matriz africana mesmo sendo de batismo Católico. Hoje me considero ecumênico, pois procurei estudar e conhecer diversas religiões e ficamos aonde nos sentimos bem acreditando no criador. E posso até trazer comigo a estética rastafári que sempre admirei e gosto, mas não sigo a religião, não falo sobre doutrinas ou dogmas. Meu núcleo família em minha vida ao acompanhamento e o respeito aos meus pais pela minha criação me deixaram tão livre ao ponto de ter ou não determinada religião. Eu sempre fui curioso por diversas religiões e sou um estudante ecumênico e não estou ligado a uma religião, pois acredito que a força, a proteção e a salvação vêm do criador do universo, mas estou próximo das religiões de matrizes africanas, por estudo, fé, boas práticas e admiração.

29) RM: Alguns adeptos da religião Rastafári afirmam que só eles fazem o reggae verdadeiro. Como vocês analisam tal afirmação?

Hosit Sales Maximus: Discordo desses alguns, com todo o respeito a filosofia deles, mas acredito que a música reggae tem que ser feita com cautela, sabedoria e fundamentos e não aleatoriamente. E qualquer cantor que queira seguir a linha reggae tem o direito em fazê-la, seja falando em amor ou questões sociais, respeitar a sua gênese e a linha de cada um. É o que faço independente do conceito de religião, pois a música é universal. Toda música tende a passar por sua fase de evolução e com o reggae não pode ser diferente, temos que caminhar para frente em qualquer vertente do reggae até porquê o nome continuará sendo reggae e é universal. E temos muitos exemplos de quem faz o reggae com a mesma pegada e genialidade que os rastafáris e não são adeptos da religião transmitindo excelentes mensagens.

30) RM: Na sua opinião quais os motivos da cena reggae no Brasil não ter o mesmo prestígio que tem na Europa, nos EUA e no exterior em geral?

Hosit Sales Maximus: Não podemos negar que o idioma inglês é um fator importante que influência muito, e a porta de entrada para o reggae no mundo começou por ser cantado em língua inglesa, igual aos ritmos mais rápidos como Rock, Blues, Jazz, SKA e depois o formato que conhecemos hoje. E cada país tem a sua forma de definir o reggae. O brasileiro com o idioma português, indígena, africano, talvez sejamos um dos povos de língua não anglo saxônica que mais soube assimilar as variáveis do reggae. Eu, estudo e vejo as vertentes do reggae, e como nós temos o potencial em transformar, e até imitar com genialidade mesmo com a diferença linguística, com o nosso samba, samba reggae, chorinho, xote, xaxado, forró como disse Gilberto Gil, que o xote, o baião tem quase a mesma pegada do reggae, talvez até por ser um país de mistura de raças temos esses facilitadores musicais, mas pouco difundidos por conta da língua e distância. Outro fator era a distância do Brasil com esses países, já ao contrário o que se tocava e toca na Jamaica sempre chegou com facilidade aos EUA e vice versa. Hoje existem várias formas de viajar e divulgar sem sair de casa, já a Jamaica pertence a comunidade britânica e esse era e é um facilitador para a divulgação. E há de citar que o sucesso do reggae aconteceu após Bob Marley seguir para a Inglaterra.

31) RM: Existe o Dom musical? Como você define o Dom musical?

Hosit Sales Maximus: Posso chamar o Dom de percepção e admiração desde que chegamos ao mundo. E defino que o incentivo e o meio onde estamos ou estaremos crescendo nos dá essa percepção musical. E que vem aflorando com o nosso cognitivo, as nossas funções cognitivas, e muito estudo e ensaios, daí posso dar o nome de Dom.

32) RM: Quais os prós e contras do Festival de Música?

Hosit Sales Maximus: Os festivais de música surgiram realmente para divulgar talentos, como os festivais de rádio, tv, estudantis dentre outros. E esses artistas tinham visibilidade e as músicas se tornaram eternas com qualidade em suas boas letras não se tornando assim descartáveis. E com isso empresários prontos para mantê-los no auge, mesmo com o interesse de garantir os seus lucros. Mas ao passar dos anos os festivais perderam a sua essência muitas músicas passaram a ser muito descartáveis sem qualidade literária. E com a rapidez tecnológica e mais facilidades nas produções de gravação os festivais deixaram de despertar o interesse em bons artistas. E muitos produtores do ramo apenas passaram a produzir apenas para as massas como forma de puro comércio, sem a preocupação com a qualidade e em transmitir uma boa mensagem que a eternizasse a música e o artista.

33) RM: Festivais de Música revela novos talentos? 

Hosit Sales Maximus: Seriam para revelar, mas como muitos artistas e músicas se tornaram descartáveis de uma forma apenas comercial. E quando o artista consegue um bom momento, se não houver um suporte por trás ficará a desejar, e voltara ao esquecimento, ou seja, uma falsa sensação de fama ou reconhecimento.

34) RM: Quais os pros e contras de se apresentar com o formato Sound System?

Hosit Sales Maximus: Depender do local e o momento, vai gerar uma economia nos custos operacionais: cachê, transportes, hospedagem e outros acertos contratuais envolvendo várias pessoas. E com o Sound System é observar a qualidade desse material de trabalho, esses custos seriam reduzidos. Agora a energia e vibração com o grupo musical acompanhando e equipe de trabalho, é um diferencial na musicalidade. Mas curto e gosto do Sound System ou sistema de som acompanhante. 

35) RM: Quais as diferenças de se apresentar com banda em relação ao formato com Sound System? 

Hosit Sales Maximus: Eu acredito que a energia positiva aumenta com a banda e equipe e se transforma em incentivo no palco, frente a frente com a plateia. O formato Sound System acho bom, é inovador e muita tecnologia envolvida, gosto dessa evolução tecnológica, tudo é progresso, mas com minha banda com a galera fazendo ao vivo sentimos a alma e os elementos se unirem.

36) RM: Hosit Sales Maximus, Quais os seus projetos futuros? 

Hosit Sales Maximus: Projetos existem muitos, aliás as nossas vidas são movidas por projetos, alguns que estão em ensaio e dentro em breve poderei divulgar. Mas tenho à vontade em ministrar aulas de música em meu estúdio para crianças, jovens, adultos e pessoas de todas as idades com alguns amigos parceiros e parceiras além de um projeto para entrevistas na rádio web Estúdio Radar FM no programa Supremacia Reggae Brasil.

37) RM: Quais seus contatos para show e para os fãs?

Hosit Sales Maximus: (71) 99124 – 7524 | 98811 – 1292 | [email protected]

| [email protected] 

| https://web.facebook.com/sales.sales.73 

| https://www.instagram.com/hositsalesmaximus/ 

|https://open.spotify.com/artist/65fHvrQjaFLY3QmkPgL3K1 

Canal: https://www.youtube.com/channel/UCnWOMe4M_zTfmqd–HF-4QQ 

Playlist do EP: https://www.youtube.com/watch?v=0–uTganmRA&list=PLOtQ0wA7LREwnghCFXnLcqgVmLqSy91rn 

Live de Hosit Sales Maximus & sua banda Lanças de Fogo: https://www.youtube.com/watch?v=-euVLlo492o

Playlist da coletânea Supremacia Reggae – 2022: https://www.youtube.com/watch?v=ydra_wznH5s&list=OLAK5uy_nNTdZfj_WVCetdNa5Kq6FePNP4OB7nqV0


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Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.