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Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.

Grupo CaSoando

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O grupo CaSoando bebe numa fonte antiga e rica, onde a água é doce e pura vinda do fundo da terra e não beber dessa fonte é o mesmo que não ouvir o baião, xote e arrasta-pé de Luiz Gonzaga, o rojão, samba, coco sincopado de Jackson do Pandeiro e Jacinto Silva, o xaxado de Marinês, o Forró pesado do Trio Nordestino, o fole de oito baixos de Abdias, a genialidade de Dominguinhos passeando pelos mais variados gêneros da música.

Mestres como Camarão, Zito Borborema, Ary Lobo, Gordurinha, Almira Castilho, Alventino Cavalcanti, dentre tantos outros, tornando uma fonte inesgotável de pesquisa e possibilidades para a música popular brasileira. É bebendo dessa água, olhando para a antiga fonte inesgotável que ao passar dos anos mostra que nunca envelhece, pois brota da terra e sempre se renova mantendo-se atual, pois a boa música é infinita enquanto tempo. Assim surge “CaSoando”, “olhando para o passado para garantir o futuro”, segundo a jornalista Paula Brasileiro da revista Leia Já, se referindo ao surgimento da “Nova Cena do Forró em Pernambuco”. Em meados de 2015 após um convite aos músicos Lu Miliano, Nino Silva e Pablo Ferraz, para participarem de uma cena da novela “Verdades Secretas” da Rede Globo, surge o “Trio Caçuá”, onde os músicos aproveitavam as brechas nas agendas com artistas que acompanhavam, para tocar forró nos bares de Recife – PE e assim foi durante quase dois anos, onde no final de 2017 por semelhança com o nome de outro grupo do mesmo seguimento os músicos decidem parar, até porque o trio era uma forma dos amigos se encontrarem para fazer o que mais gostavam tocar Forró sem nenhuma pretensão. A pesquisa pelo gênero do Forró sempre foi presente na vida dos três e os encontros eram frequentes por estarem sempre trabalhando juntos. Então, no final de 2018 decidem retomar ao trabalho, dessa vez como “Trio CaSoando”, nome dado por uma amiga em comum (vocês de cá, soando…). Esse retorno acontece no estúdio, onde os músicos decidem gravar um EP, sem intuito de comercialização e sim de ter material para venda de apresentações do grupo, pois a partir daquele momento tudo passa a ser pensado como produto.

Ano de 2019 e com ele muito trabalho de criação para lançar no mercado o grupo, aonde após o carnaval chega ao conhecimento do público através das redes sociais com novo nome, visual, videoclipe com música autoral e logo uma temporada numa casa em Olinda – PE, que o grupo intitulou de “Forró Virtuose”, onde receberam durante parte do primeiro semestre, artistas convidados do porte de Maestro Spok, Josildo Sá, Zé Brown, ambos de gêneros diferentes da musica popular brasileira, dialogando com sanfona, zabumba e triângulo, além de vários amigos músicos que sempre chegavam para uma troca, onde o que prevalecia era a boa música. Dentre esses amigos um era presença constante nas apresentações, o Cavaquinista e Diretor Musical Daniel Coimbra, que no início do segundo semestre passa a integrar o grupo, formando o quarteto trazendo o tempero que faltava, além de mais uma mudança, a retirada do nome trio passando de forma definitiva a ser CaSoando.

CaSoando é baião, xote, arrasta-pé, rojão, samba, coco, xaxado, maracatu, é forró feito com amor, alegria e respeito a nossas raízes… É atitude, resgate, resistência, inovação, renovação, transparecida através da “Boa Música Popular Nordestina Brasileira”. O grupo é formado por: Lu Miliano (Voz e Acordeon). Músico desde os 14 anos presente em vários trabalhos de grupos e artistas conhecidos da cena musical nordestina e nacional como: Benil “Direção Musical” (DVD 2013 e 2018, São João 2019), Josildo Sá (2010/2019), DVD – Sons da Latada, CD – Latada pra Vaqueirama (Homenagem a Vavá Machado e Marcolino), CD – Latada Pé de Serra (ganhador do prêmio da música Pernambucana), Luciano Magno (2010/2019), Cristina Amaral (DVD 2014), Marina Elali (DVD 2013) Nádia Maia (2004/2010), Paulinho Leite (DVD 2009), Banda de Pau e Corda (2002/2003), Quinteto Violado (2002/2003), além de programas como “Causos e Cantos” da Rede Globo Nordeste (2007/2012/2013/2014), Estação Nordeste (2008), tornando um dos grandes músicos da nova geração. 

Pablo Ferraz (Voz e Zabumba) é músico e Produtor Cultural atua nos mais diversos gêneros da música, foi músico e instrutor do Balé Afro Majê Molê, participou de trabalhos como: Big Band à Nordestina (2019), Adiel Luna (São João 2019), Pernambucaneando “Bráulio de Castro” (Carnaval 2019), Chris Nolasco “Circulação Nacional” (2018), Sambas de Erasto (2018/2019), Ganga Barreto (2018/2019), Pax Nindi “Zimbabwe” (Turnê 2017/2018), CD “Mundu” de Tchida Afrikanu (Cabo Verde – África/2017), Josildo Sá (2013/2019) DVD – Sons da Latada, CD – Latada pra Vaqueirama (Homenagem a Vavá Machado e Marcolino), CD – Latada Pé de Serra (ganhador do prêmio da música Pernambucana), CD – Caiçara “Afrika” (2015/2016) circulação pelo Sudeste e acompanhou vários grupos e artistas da cena pernambucana como Agostinho do Acordeon, Baião Polinário, Rabecado, Mestre Ferrugem, Jorge Riba, Orquestra do Sucesso, Zé Cafofinho, Gaspar Andrade. Em maio de 2019 foi homenageado pela Assembleia Legislativa de Pernambuco por sua contribuição ao Forró, integrante da coordenação do Fórum do Forró de Raiz de Pernambuco, junto a Sociedade dos Forrozeiros Pé de Serra e Aí.

Nino Silva (Voz e Triângulo), desde os oito anos de idade vem com a música presente em sua vida por nascer dentro de uma Escola de Samba na comunidade de Peixinhos, atua nos mais variados gêneros de nossa música, foi percussionista e instrutor do Balé Afro Majê Molê, participou de trabalhos com artistas da cena local, nacional e internacional como: Banda Fim de Feira (São João 2019), Adiel Luna (São João 2019), Big Band à Nordestina (DVD 2017/2019), Pernambucaneando “Bráulio de Castro” (Carnaval 2019), Chris Nolasco “Circulação Nacional” (2018), Pax Nindi “Zimbabwe” (Turnê 2017/2018), Zé Brown (DVD 2015), Mestre Camarão (DVD 2015), DVD Adriana B (DVD 2012), Jorge Riba (turnê Europa 2015 e 2016), Sambas de Erasto (2018/2019) , Negrito Guapo (CD 2016), Orquestra do Sucesso, Zé Cafofinho, Gaspar Andrade, Festival Tangolomango (RJ/2008), O Rappa (RJ), Projeto Afro Reggae (RJ). Um dos bateristas e percussionistas mais requisitados da atualidade em Pernambuco.

Daniel Coimbra (Voz e Cavaquinho) é músico, arranjador e diretor musical, com formação técnica no Conservatório Pernambucano de Música e Escola Contemporânea de Música, presente em vários trabalhos de artistas do cenário musical pernambucano e nacional. Dentre alguns trabalhos, destacam-se: Josildo Sá (DVD Sons da Latada, CD Tem Frevo na Latada, DVD Sons da Latada), Roberto Cruz (Arranjos e Direção musical do DVD gravado no Pátio de São Pedro), Pouca Chinfra (Gravação do CD), Karinna Spinelle (Arranjos e Direção Musical do CD Morro de Samba), Direção Musical no “Dia Estadual do Forró” (09/2009), Direção Musical do Clube do Samba de Recife e Virada Multicultural (2011), Direção Musical e Arranjos do Show Quatro Cantos (Marco Zero/Carnaval 2012).

Segue abaixo entrevista exclusiva com o grupo CaSoando para a www.ritmomelodia.mus.br, entrevistados por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 28.06.2021:

01) Ritmo Melodia: Qual a data de nascimento e cidade natal dos músicos do grupo CaSoando?

Grupo CaSoando: Daniel Coimbra (Voz Principal, Cavaquinho), nasci no dia 27.10.1981 em Olinda – PE. Lu Miliano (Voz Principal, Sanfona), nasci no dia 10.01.1988 em Recife – PE. Nino Silva (Sanfona, Voz, Triângulo), nasci no dia 20.12.1981 em Olinda – PE. Pablo Ferraz (Voz, Zabumba), nasci no dia 28.05.1980 em Floresta – PE.

02) RM: Conte como foi o primeiro contato com a música dos membros da banda.

Banda CaSoando: Todos têm contato com a música desde cedo: Daniel Coimbra aos 17 anos de idade começou nas Rodas de Samba em Jaboatão dos Guararapes – PE e logo iniciou seus estudos com o cavaquinho no Conservatório Pernambucano de Música, onde logo em seguida passou a integrar o Grupo Terra, um dos principais grupos de Samba de Pernambuco. Em 2006 veio o Forró em sua vida com a banda Casaca de Couro, Roberto Cruz, Josildo Sá, o Samba de Latada e hoje é um dos mais requisitados produtor musical e arranjador do Samba e Forró em Recife – PE.

Lu Miliano é filho de forrozeiro, seu pai Cícero Miliano acompanhou grandes artistas do Forró como Cikó Macedo, desde cedo começou a estudar com o sanfoneiro Moscou, irmão de Felix Porfírio e aos 14 anos de idade, já subia aos palcos com bandas como: Banda de Pau e Corda e Quinteto Violado, passando por muitos grupos como Nádia Maia, Paulinho Leite, Josildo Sá, Luciano Magno, dentre tantos outros, sendo um dos grandes sanfoneiros da nova geração.

Nino Silva nasceu dentro de uma escola de samba fundada por sua família no bairro de Peixinhos, Olinda – PE, chamada “A Grute” e aos 8 de idade já tocava pandeiro durante as apresentações da escola. Logo em seguida começou os estudos na banda da escola Jonas Taurino regido pelo maestro Geraldo Santos, responsável por formar grandes músicos de Pernambuco.

Pablo Ferraz desde aos 8 anos na fazenda Boa Vista (Sertão de Pernambuco) participava das latadas (Festas) feitas por seu avô e seus tios com muito Forró tocado com sanfona de dois Baixos (Pé de Bode) ou sanfona de Oito Baixos. Aos 13 anos começou a tocar bateria com os amigos do colégio e logo em seguida descobriu a percussão, passando por vários grupos como Baião Polinário, Rabecado, Agostinho do Acordeon, Sambas de Erasto, Josildo Sá, dentre tantos outros. É um dos coordenadores do Fórum do Forró Raiz de Pernambuco, junto a Sociedade dos Forrozeiros Pé de Serra e aí, em 2019 foi homenageado pela Assembleia Legislativa de Pernambuco, por sua contribuição ao Forró.

03) RM: Qual a formação musical e acadêmica fora música dos membros da banda?

Grupo CaSoando: Daniel Coimbra tem formação técnica no Conservatório Pernambucano de Música e Escola Contemporânea de Música com o antigo segundo grau completo.

Lu Miliano: teve seu aprendizado em cima da oralidade e dom descoberto pelo sanfoneiro Moscou, irmão do artista Felix Porfírio, que o ensinou os primeiros acordes na sanfona e concluiu Ensino Médio. Nino Silva, tem formação na Banda de Música da Escola Jonas Taurino, passou pela Bandinha da Cidade do Recife e Balé Afro Majê Molê.

Pablo Ferraz, autodidata, passou pelo Balê Afro Majê Molê e há mais ou menos quatro anos atrás passou pela Escola Contemporânea de Música. Tem Graduação incompleta em Marketing e Administração de Empresas. 

04) RM: Quais as influências musicais no passado e no presente dos membros da banda? Quais deixaram de ter importância?

Grupo CaSoando: Todos são muito ecléticos. Admiramos a boa música, feita com cuidado, bem arranjada, que passe uma mensagem, e isso é visto, nos mais variados gêneros da música mundial. Todo tem influência em nossas criações, pois a música é livre, pois apesar de sermos um grupo de Forró, escutamos desde o Samba de Cartola, o Forró de Dominguinhos, os mais variados mestres e grupos da cultura popular, seja do Cavalo Marinho, Coco, Ciranda, Maracatu, a MPB de Gilberto Gil, o Rock, afrobeat, os ritmos africanos, latinos, enfim… Escutamos de tudo e de tudo sofremos influência e de forma alguma nenhum deixa de ter importância, pois tudo faz parte de nosso aprendizado como músicos. Agora sem dúvida que nossa maior influência vem dos grandes mestres do Forró, sendo nossa maior linha de pesquisa para o trabalho do CaSoando.

05) RM: Quando, como e onde vocês começaram a banda?

Grupo CaSoando: Em meados de 2015 após um convite aos músicos Lu Miliano, Nino Silva e Pablo Ferraz, para participarem de uma cena da novela “Verdades Secretas” da Rede Globo, surge o “Trio Caçuá”, onde os músicos aproveitavam as brechas nas agendas com artistas que acompanhavam, para tocar Forró nos bares de Recife – PE e assim foi durante quase dois anos, onde no final de 2017 por semelhança com o nome de outro grupo do mesmo segmento os músicos decidem parar, até porque o trio era uma forma dos amigos se encontrarem para fazer o que mais gostavam tocar Forró sem nenhuma pretensão. A pesquisa pelo gênero do Forró sempre foi presente na vida dos três e os encontros eram frequentes por estarem sempre trabalhando juntos. Então, no final de 2018 decidem retomar ao trabalho, dessa vez como “Trio CaSoando”, nome dado por uma amiga em comum (vocês de cá, soando…). Esse retorno acontece no estúdio, onde os músicos decidem gravar um EP, sem intuito de comercialização e sim de ter material para venda de apresentações do grupo, pois a partir daquele momento tudo passa a ser pensado como produto.

Ano de 2019 e com ele muito trabalho de criação para lançar no mercado o grupo, aonde após o carnaval chega ao conhecimento do público através das redes sociais com novo nome, visual, videoclipe com música autoral e logo uma temporada numa casa em Olinda – PE, que o grupo intitulou de “Forró Virtuose”. Recebemos o primeiro semestre, artistas convidados do porte de Maestro Spok, Josildo Sá, Zé Brown, de gêneros diferentes da música popular brasileira, dialogando com sanfona, zabumba, triângulo e vários amigos músicos que sempre chegavam para uma troca, o que prevalecia era a boa música. Dentre esses amigos um era presença constante nas apresentações, o Cavaquinista e Diretor Musical Daniel Coimbra. Ele no início do segundo semestre passa a integrar o grupo, formando o quarteto trazendo o tempero que faltava, além de mais uma mudança, a retirada do nome trio passando de forma definitiva a ser apenas CaSoando.

06) RM: Quantos discos lançados?

Grupo CaSoando: Em 14 de maio de 2021 lançamos o primeiro EP – “CaSoando por aí”, com cinco músicas autorais: “CaSoando por aí” (Nerilson Buscapé), “Maria Forrozeira” (João Neto Magalhães / Biguá), “Só Você” (Daniel Coimbra), “Sereno Serena” (Nerilson Buscapé), “Ta Faltando Fole” (Roberto Cruz), disponível em todas as plataformas de música. Em junho de 2021 lançamos o segundo EP – “Pisada Forte”, com quatro músicas, singles em datas diferente, como: (06/06) “Pisada Forte” (Léo Braga / Tyna Batista), (12/06) “O Que Faltava Em Mim” (Tyna Batista) e participação das “As Januárias”, (23/06), “Casa de Sanfoneiro”, composição e participação de Betinho Lucena, (29/06) “Forró Primeira” (Bruno Cavalcanti), estão todas nas principais plataformas musicais e na primeira semana de julho de 2021, as quatro músicas formam o EP.

07) RM: Como vocês definem o estilo da banda dentro da cena do Forró?

Grupo CaSoando: Existem várias definições como Pé de Serra, Universitário, Roots… Pra gente Forró é Forró, os elementos como suas matrizes estando presentes, é Forró para o público, região, formato e como tocamos nos encaixam dentro do Forró Pé de Serra.

08) RM: Como foi a aceitação do grupo pelo público nordestino?

Grupo CaSoando: A aceitação é a melhor possível, apesar de observarmos que temos grandes admiradores na região sudeste do país. Apesar do pouco tempo de trabalho, já temos um público fiel que estão (estavam devido à pandemia) sempre presente em nossas apresentações. E principalmente as pessoas ligadas ao Forró enquanto dança, pois desde o início do nosso trabalho focamos em atingir o público que goste de dançar. Para nós, Forró sem dança não é Forró. Outro fato que nos chama atenção é do público de músicos profissionais de vários gêneros, que curtem muito nosso trabalho, talvez devido aos arranjos mais modernos que criamos, mostrando uma identidade do grupo.

09) RM: Como você se define como cantor/intérprete?

Grupo CaSoando: Somos mais intérpretes do que compositores, apesar de compormos também, principalmente Daniel Coimbra que é nosso principal compositor e junto com Lu Miliano assumem as vozes principais do grupo. Estamos sendo procurados por muitos compositores, devido aos cuidados que tratamos a música. Procuramos fazer tudo em conjunto com o compositor, até porque iremos interpretar uma obra criada por outra pessoa, então nos responsabilizamos pelo fonograma de forma que a gente passe a mensagem do compositor, mas com a nossa cara, com o jeito CaSoando de fazer música.

10) RM: Você estudou ou estuda técnica vocal?

Grupo CaSoando: Quem tem esse estudo de técnica vocal é Daniel Coimbra. Claro que todos já passaram por estudos vocais, mais foi com a direção musical de Daniel que o estudo da técnica vocal passou a ser levado mais a sério por todos, pois um diferencial do CaSoando é sempre cantar em coro.

11) RM: Qual a importância do estudo da técnica vocal para o cantor?

Grupo CaSoando: Não só para o cantor o estudo da técnica vocal é importante e sim para todos, pois é um diferencial em qualquer trabalho que você faça, dentro da música.

12) RM: Como é o seu processo de compor as suas canções?

Grupo CaSoando: Compor não é para qualquer um, acreditamos que existe o dom. No CaSoando, toda composição que chega é discutida por todos, pois primeiramente tem que estar dentro do nosso contexto, ter a nossa cara, possuir a mensagem que gostamos de passar para nosso público. Esse dom quem vem trabalhando bastante é Daniel Coimbra e como somos amigos de longas datas, entendemos que o mesmo traz para suas composições, como “Só Você” do primeiro EP, um momento que vivenciou, ou seja, nossas composições tem um motivo e relatam verdades. 

13) RM: Quais as ações empreendedoras que vocês praticam para desenvolvimento da carreira musical?

Grupo CaSoando: Todas as ações empreendedoras do CaSoando passam por Pablo Ferraz. O trabalho do grupo é administrado desde a questão da imagem, figurino, cenário, mídia nas redes sociais, criação de artes, vendas de shows, divulgação em Rádio, TV, criação de projetos, entrevistas, editais, etc. Agora vivemos a era digital, então as maiores ações empreendedoras vêm através das redes sociais, ou seja, o público gosta de saber o dia – dia do artista, a verdade de um trabalho, o cuidado que é feito. Um trabalho de formiguinha, onde você conquista de forma orgânica pessoas que consumam nossas criações. 

14) RM: O que a internet ajuda e prejudica no desenvolvimento da carreira musical?

Grupo CaSoando: Não vemos muito o lado que prejudica a carreira através da internet, ao contrário, achamos que veio para ajudar e muito. No atual cenário que estamos vivendo, a internet está sendo fundamental para quem trabalha com arte. Através da internet levamos nosso trabalho para todo mundo, além de estar ajudando muitas pessoas superarem esse momento de pandemia do Covid-19, através da arte. Pois toda forma de arte é responsável em levar alegria, amor, mensagens positivas e sem a internet nesse momento seria impossível e muito difícil para artistas e seus públicos.

15) RM: Como vocês analisam o cenário do Forró? Em sua opinião quais foram as revelações musicais nas últimas décadas? Quais permaneceram com obras consistentes e quais regrediram?

Grupo CaSoando: Vemos um crescimento no cenário e devemos muito ao Sudeste e Europa, através de seus festivais, como por exemplo, o Fenfit – Festival Nacional de Forró de Itaúnas – ES. Nunca tocamos nessas regiões, mas através de redes sociais passamos a ter uma aceitação muito grande por professores de Forró e DJs, que são os principais responsáveis em divulgar o Forró, principalmente nesse formato mais tradicional. No Nordeste já é mais complicado pela desvalorização com a cultura popular como um todo. Quanto à questão revelação, existem várias, mais pra gente o de maior destaque: Mestrinho e como grupo, “Trio Dona Zefa”, “Ó do Forró”, “Forrofiá”, “Os Fulano” e atualmente Duka Santos e os meninos do Groove. Regride todo aquele que pensa o Forró como uma competição, aquele que não divulga o parceiro do mesmo segmento que vem fazendo um trabalho diferente e bem feito. A grande mídia que esquece que tudo surgiu através das matrizes da cultura popular, enfim… Regride, quem não pensa o Forró como unidade, união.

16) RM: Quais as vantagens e desvantagens do acesso à tecnologia de gravação (Home Studio)?

Grupo CaSoando: A tecnologia veio para ajudar, e é muito vantajoso o investimento no aprendizado do manejo dessas ferramentas. No caso do Home Studio, você tem a possibilidade de testar e estar sempre gerando conteúdo de áudio e audiovisual. Um aparelho celular com uma boa resolução de vídeo é mais uma ferramenta de suma importância para divulgação do seu produto, em nosso caso, nossa música.

17) RM: No passado a grande dificuldade era gravar um disco desenvolver evolutivamente a carreira. Hoje gravar um disco não é mais o grande obstáculo. Mas a concorrência de mercado se tornou o grande desafio. O que vocês fazem efetivamente para se diferenciar dentro do seu nicho musical?

Grupo CaSoando: Hoje a facilidade é muito maior para se gravar um álbum, pois com as ferramentas e equipamentos corretos podemos criar no home estúdio sem nem sair de casa. Existem uma quantidade muito grande de estúdios de captação de áudio e vídeo e muitos abraçam seu trabalho tornando possível o registro de sua obra. Hoje o mercado musical é muito concorrido, desproporcional e ingrato. No caso do CaSoando procuramos não ser mais um grupo de Forró e sim de ser o grupo de Forró. E a primeira coisa em nossa visão foi criar uma identidade própria, criar a nossa cara, seja na forma de se vestir, de se portar no palco, o discurso, nossos arranjos que criamos não convencionais para um grupo de Forró, principalmente aqui no Nordeste. Na realidade o aprendizado é constante em levar e manter um produto com verdade que as pessoas consumam por sua autenticidade. Mas com tudo isso não é certeza de dar certo, mas seu trabalho com certeza será notado pelo diferencial.

18) RM: Quais as situações mais inusitadas aconteceram na carreira musical (falta de condição técnica para show, brigas, gafes, show em ambiente ou público tosco, cantar e não receber, ser cantado etc)? 

Grupo CaSoando: A situação que mais incomoda além das citadas na pergunta é você fazer um show de Forró e as pessoas sentadas bebendo e não encher o salão com a dança, pois Forró sem dança não é Forró. Por isso, que investimos muito em estar sempre perto dos professores de dança e DJs, esse público nos traz a certeza de um salão lotado, gerando os melhores dos sentimentos para nós que estamos no palco. Procuramos fazer nossos eventos muito bem planejados para que não haja constrangimento algum, seja no local, estrutura de palco, som e iluminação. E com isso conseguimos conquistar um público diferenciado, focado na música e na dança, livre de constrangimentos, claro que sempre estaremos sujeitos, pois lidamos com pessoas e não podemos responder, nesse sentido por todos.

19) RM: O que deixam vocês mais felizes e mais tristes na carreira musical?

Grupo CaSoando: A felicidade já vem ligada ao fato de estar e viver a boa música, de receber o carinho do público, sempre com feedbacks positivos, de ver o salão do baile cheio de pessoas dançando com alegria sua música. E de ver o público cantando nossas músicas, de postarem um vídeo nas redes sociais escutando nossas músicas. Enfim, música é alegria, amor, respeito, afeto, companheirismo, é uma troca, uma conexão entre pessoas dos melhores sentimentos. Nossa maior tristeza é ver desunião, descuidado, falta de apoio, desrespeito dentro dessa cultura tão rica que é a cultura do Forró. Mas temos fé que um dia todos vão entender que juntos somos mais fortes e o Forró só tende a ganhar com isso.

20) RM: Qual sua opinião sobre o Movimento do “Forró Universitário”?

Grupo CaSoando: O “Forró universitário” trouxe visibilidade do público mais jovem para o Forró, desde o final da década de 90 com o surgimento das bandas “Forróçacana” e “Falamansa”. Eles são responsáveis em trazer para os palcos, um resgate de muitas matrizes da cultura popular, como o Coco, Maracatu, Cavalo marinho, a mistura da rabeca com a sanfona e uma percussão muito rica com elementos que lembram o batuque, um balanço diferenciado e de suma importância para o Forró.

21) RM: Quais as bandas do “Forró universitário” chamaram sua atenção?

Grupo CaSoando: Forróçacana realmente é quem nos chama mais atenção, mais temos muito respeito pelo que o Falamansa representa para o Forró, sem falar de tantas outras bandas maravilhosas como Rastapé, Estakazero, Bicho de Pé, Circulador de Fulô, Raiz do Sana, enfim, nosso total respeito e admiração por todos.

22) RM: Qual sua opinião sobre as bandas de Forró dos anos 90?

Grupo CaSoando: A década de 90 foi o auge das bandas de “Forró Estilizado”, Mastruz com Leite, Limão com Mel, Magníficos, dentre tantas outras que embalaram a trilha sonora da vida de muita gente. Nessa época, além daquele Forró mais para frente, tinha uma mensagem positiva, diferente de hoje. Para nós foi uma época de inovação e ao mesmo tempo de resgate, pois os instrumentos elétricos já eram usados por artistas tradicionais do Forró, como Luiz Gonzaga, Dominguinhos, Mestre Camarão (Reginaldo Alves Ferreira – nasceu no dia 23.06.1940 em Brejo da Madre de Deus e faleceu no dia 21.04. 2015 em Recife) e muitos outros.

23) RM: Quais as atitudes individuais que permitem manter uma banda por longos anos de carreira?

Grupo CaSoando: No CaSoando apesar de procurarmos tratar tudo de forma muito profissional, como uma empresa, somos uma verdadeira família, onde o respeito é peça fundamental. Apesar de cada integrante ter sua função dentro do grupo, tudo é discutido de forma leve respeitando a decisão da maioria. Entendemos que CaSoando são os quatro juntos e nossa força está nessa união, e como disse, acima de tudo respeito, pois cada cabeça é um mundo e nosso foco é no melhor para seguirmos com o trabalho.

24) RM: Vocês acham que sem o pagamento do jabá as suas músicas tocarão nas rádios?

Grupo CaSoando: Em algumas rádios locais sim, mas nas grandes rádios ou é através do jabá ou no caso de uma de nossas músicas estourarem no âmbito nacional levando automaticamente o interesse de toca-las. A música estourada traz audiência e visibilidade para a Rádio. No caso do nosso nicho do Forró com a linguagem mais popular como a nossa, a dificuldade é maior ainda, mesmo assim existem poucas que abrem esse espaço para grupos e artistas do nosso segmento.

25) RM: Existe o Dom musical? Como você define o Dom musical?

Grupo CaSoando: Com certeza, cada ser humano tem um dom, independente da área de atuação. Dom você nasce com ele e desde pequeno já se observa os sinais. Dom tem que estar sempre ligado ao amor em expressar o mesmo, pois ele facilita por fazer parte do seu inconsciente, é pele, corre nas veias, é espiritual, você nasce e morre com ele.

26) RM: Quais os prós e contras do Festival de Música?

Grupo CaSoando: Nunca chegamos a participar de nenhum festival de música, o primeiro seria um dos maiores, se não o maior festival da cena do Forró, que é o Fenfit – Festival Nacional de Forró de Itaúnas – ES. Já tínhamos músicas arranjadas para apresentação e claro a música que íamos concorrer, mas devido à pandemia do Covid-19, tudo foi cancelado. Para quem participa desse festival há uma visibilidade mundial, principalmente para nós como um grupo do Nordeste ter a oportunidade de tocar em diferentes regiões do Brasil, principalmente na Europa. O Festival de Itaúnas sem dúvidas é a principal porta de entrada atualmente para qualquer grupo de Forró, no formato tradicional. A única coisa contra é a questão dos custos que o grupo tem com passagem, hospedagem, alimentação que não são baixos, mas com certeza é um investimento que vale a pena, pois Itaúnas respira Forró 24 horas por dia e com pessoas de todo o mundo.

27) RM: Festivais de Música revelam novos talentos?

Grupo CaSoando: Com certeza, em Fenfit – Festival Nacional de Forró de Itaúnas – ES, revela vários talentos todo ano. 

28) RM: Como você analisa a cobertura feita pela grande mídia da cena musical brasileira?

Grupo CaSoando: O Forró é uma cultura popular e a grande mídia não tem o mesmo interesse do que, uma banda ou artistas do “Forró Estilizado” (muitos intitulados como Forró) e do Sertanejo, em que seus empresários investem rios de dinheiro e são os produtos mais consumidos principalmente aqui no Brasil. Para grande mídia você não passa de números e quanto mais altos forem, mais lhe dão visibilidade. A grande mídia investe em quem vende muito e infelizmente o público brasileiro perdeu muito o gosto musical. Mas existe também uma pequena porcentagem de pessoas que consomem a boa música popular nordestina. Falta espaço para os artistas e grupos sem grande visibilidade, como exemplo, o São João de Caruaru – PE e de muitas outras grandes cidades, praticamente não existem grupos ou artistas considerados “menores” tocando nos palcos de maior visibilidade. Esses artistas geralmente tocam em palcos secundários e com uma estrutura muitas vezes inviável para uma apresentação. Isso é uma das grandes dificuldades enfrentadas.

29) RM: Qual a sua opinião sobre o espaço aberto pelo SESC, SESI e Itaú Cultural para cena musical?

Grupo CaSoando: São espaços de muita visibilidade, em que o artista é recebido com todo carinho e respeito devido, seja no tratamento e estrutura no âmbito geral, certeza do comprometimento financeiro, enfim, todo artista visa estar presente no casting desses espaços. Inclusive é um dos nossos focos chegar a esses espaços com nosso trabalho.

30) RM: Qual sua opinião sobre as bandas do Forró Estilizado?

Grupo CaSoando: Existem músicos sensacionais que admiramos, mas não consumimos a música, a não ser da década de 90 para trás, apenas por gosto. De forma alguma criticamos e confesso, existem algumas músicas que passam uma mensagem legal, mas infelizmente a maioria abordam assuntos que não são interessantes para gente. Eles estão com a máquina na mão e vendem muito, e qualquer banda, grupo ou artista do Forró tradicional gostaria de atingir a quantidade de público e venda que esses grupos atingem. Eles têm culpa de o público em sua maioria consumir a música deles? De forma alguma. Não como crítica, mas como um toque: Que esses grupos e seus empresários, olhem também para os grupos e artistas que não tem tanta visibilidade e procure dar a mão a quem faz um trabalho digno pela cultura do Forró.

31) RM: Quais os seus projetos futuros?

Grupo CaSoando: Pensamos grande, mas sempre com os pés no chão, dando os passos que nossas pernas alcançam e quando é preciso damos até uns passos para trás para poder pegar impulso, sempre com planejamento. Gravamos dois EPs que era parte do nosso planejamento para esse ano, próximo passo será os clipes de algumas músicas no segundo semestre desse ano. Estamos também em contato com uma empresária, artista e design criando nossa marca. O projeto é estar sempre produzindo produtos e conteúdos com nossa cara. E poder circular pelo mundo com nossa música levando alegria e bem estar em forma de Forró para todos os seres desse universo. Se for acontecer não sabemos, mas estamos fazendo nossa parte e somos muito gratos por isso.

32) RM: Quais seus contatos para show e para os fãs?

Grupo CaSoando: (81) 97114 – 2786 | [email protected]

|https://www.instagram.com/casoandooficial/ 

| https://web.facebook.com/casoando 

https://web.facebook.com/pablo.ferraz.543 

Canal: https://www.youtube.com/channel/UCgVLMibsOxF4vMQRa2nZNiw 

“CASOANDO POR AÍ” – ” Nerilson Buscapé e CaSoando” (Single): https://www.youtube.com/watch?v=5OFf_u4_F98 

 “CASOANDO POR AÍ” – ” Nerilson Buscapé e CaSoando” (CLIPE): https://www.youtube.com/watch?v=kgGxqP0g6w8 

Casoando Live – Pisada Forte: https://www.youtube.com/watch?v=ZCJpgPUTbsM

São João Na Frequência – CaSoando e Convidados: https://www.youtube.com/watch?v=VcnYLSor6Ko

Musical e Arranjos do Show Quatro Cantos:  https://www.youtube.com/watch?v=kgGxqP0g6w8

O que faltava em mim: https://open.spotify.com/album/27GGeiSIDtukR1F162FI0P?highlight=spotify:track:1IlgbmCvMuOldr1PIZEtjh

Forró Primeira: https://onerpm.link/2282619498


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Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.