Eudes Magalhães
O cantor e compositor mineiro Eudes Magalhães logo cedo se tornou um apreciador de boa música e na sequencia aprendeu tocar violão e cantar.
Aos 16 anos de idade começou a compor músicas, mas, apenas duas sobreviveram: “Funeral a moda antiga” e “Saga nordestina”. Em 1978, mudou-se para Juiz de Fora – MG, começou a cantar em coral de igreja, compôs músicas sacras, participou de Festivais de Música.
Em 1981, mudou-se para Montes Claros, norte de Minas Gerais. Teve a honra de conhecer o trabalho de vários grupos musicais como: Raízes, Agreste, Banzé e o grupo Aroeira, do qual fez parte e, que muito o influenciou. Compôs uma única música nesse período: “Maria Fumaça”, em parceria com Tom Andrade. Ali, tudo que ouvia era de altíssima qualidade e quando tentava compor não chagava nem perto da criação musical local.
Em 1986 mudou-se para o Rio de Janeiro, estudou em conservatório e escolas livres de música e curso Harmonia e Improvisação. Mas nada disso entrou em sua cabeça. Final de 1989 voltou para Lavras – MG e foi dar aulas de Violão clássico e iniciação musical no conceituado Centro Musical Edgar Willems que existe até hoje.
Nesse período fez 15 canções infantis, às quais, somente em 2002, resolveu gravá-las em um CD, o seu primeiro álbum: “A bandinha do Brejo”.
Em 1993, voltou para o Rio de Janeiro e fez graduação em Canto Lírico pela Faculdade do Conservatório de Música de Niterói – RJ e participou de vários consertos, dirigi um madrigal e também o Coral da Justiça Federal.
Em 2005, mudou-se para Três Rios – RJ. Começou a desenterrar algumas músicas do passado para gravar um CD – “Nas trilhas gerais” com músicas dos seus amigos (Josecé Alves dos Santos, Denisar Mota…) de Montes Claros, que nem eles se lembravam.
Quando o seu amigo Carlos Valle ficou sabendo do projeto e sugeriu que ele deveria compor novas músicas. Desde 2012 voltou a morar em Lavras – MG. Eudes Magalhães já lançou o quinto CD e lançou livros e um monólogo da vida de Januário Garcia Leal – O Sete Orelhas.
Eudes Magalhães está animado em continuar fazendo músicas, vídeos clips, literatura, enfim, mesmo remando contra a corrente contra a corrente do gosto popular pela arte descartável.
Segue abaixo entrevista exclusiva com Eudes Magalhães para a www.ritmomelodia.mus.br, entrevistado por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 09.09.2019:
Índice
Eudes Magalhães: Nasci no dia 23.03.1960, em Lavras – MG.
Eudes Magalhães: Cresci ouvindo: Choro, Serestas, músicas Caipira e Clássicas. Sempre vi na música algo maior que um simples entretenimento.
Eudes Magalhães: Sou formado em canto lírico. Fiz muitos cursos de harmonia, improvisação no Rio de Janeiro, mas enfim: sou um desastre em tudo isso (risos).
Eudes Magalhães: Toda música boa sempre me influenciou, seja ela de qualquer gênero e qualquer tempo. Não conheço nenhuma que deixou de ter importância, até mesmo as infantis.
Eudes Magalhães: Não vivo de música, até gostaria, desde que fosse das minhas. Sou servidor Público da Justiça Federal.
Eudes Magalhães: São cinco CDs, o primeiro em 2002 (infantil) “Bandinha do Brejo”, depois “Nas Trilhas Gerais” em 2012, “Eu Sabiá” em 2015, “Sonoras palavras” em 2017, “Pés no Chão” em 2019. Produzi o primeiro em Niterói – RJ e os outros em Paraíba do Sul – RJ. No estúdio MHR de Marcos Menezes. Os músicos foram muitos, quase todos da região, João Bahia, David Gomes, Elizeu Cruz, Maicon Menezes, Waldir Campos (Lavras) etc. Com exceção de “Bandinha do Brejo”, que é todo infantil, os outros não têm um gênero definido. Não faço ideia do que o público gosta mais em minhas músicas, pois quase não me apresento.
Eudes Magalhães: Gosto dos casamentos perfeitos: boas letras, ritmos e melodias. Os gêneros são variados.
Eudes Magalhães: Estudo sempre, mas não me considero um intérprete virtuoso.
Eudes Magalhães: Faz toda diferença, não somente para a qualidade, como também para saúde vocal.
Eudes Magalhães: Elis Regina, Zizi Possi, Tim Maia, Fred Mercury, etc.
Eudes Magalhães: Não tenho nenhum processo definido. Vou colecionando ideias, palavras, pensamentos e alimentando uma vontade sincera de fazer algo. Tudo fica indefinido até acontecer e, o estranho é que, quando componho uma música, olho para ela e me lembro daquela ideia ou frase que já havia esquecido. Já fiz musica que começou pelo final. E somente depois que juntei tudo foi que caiu a ficha.
Eudes Magalhães: Tenho muito poucas parcerias, dois, três, em quatro canções.
Eudes Magalhães: Somente uma cantora do Norte de Minas: Bete Antunes gravou: “Bicicleta”.
Eudes Magalhães: Não ter de prestar contas para ninguém é muito bom, mas não contar com uma equipe de produção, divulgação, enfim, dinheiro para investir e fazer acontecer é com toda certeza uma catástrofe. Seria um fracasso se eu dependesse da música para sobreviver.
Eudes Magalhães: No momento divulgo meu trabalho na internet com os meus clips. Mas pretendo formar uma banda em um futuro próximo. Mas tudo é muito difícil e caro. Não adianta gastar no lugar errado. E para ser sincero não entendo nada de mercado musical.
Eudes Magalhães: No momento me preocupo em produzir as músicas, disponibilizá-las nas plataformas digitais, produzir meus clips. É o que está sendo possível fazer.
Eudes Magalhães: A internet só ajuda. O problema é saber usar com eficiência esse recurso, o que eu não sei bem. Faço o que posso.
Eudes Magalhães: A vantagem é tornar possível gravar um trabalho. O problema é que todo mundo faz isso e a coisa toda se banalizou. Não há uma crítica do que está sendo produzido, gravar CDs não significa muito. O fundamental é atingir o público alvo usando todas essas ferramentas disponíveis.
Eudes Magalhães: No passado havia uma crítica seletiva na música que seria produzida pela gravadora, que colocaria dinheiro nela. Claro que havia também músicas para públicos distintos. Contudo, a música de Milton Nascimento, Zé Ramalho, Chico Buarque, chegava às rádios, a TV e, seus álbuns eram esperados. O que percebo hoje, é que a erva daninha tomou conta do canteiro, os gostos se tornaram bizarros. Os bons músicos, novos e antigos estão respirando o passado. O mercado encolheu para coisas positivas e a virtude anda de cabeça baixa diante do vício feliz. O novo sempre vem, mas não é percebido facilmente. Não se pode fazer muita coisa em meio à tamanha demência. Faço minha música e busco por conteúdo. Fico feliz quando uma única pessoa me diz que gosta de ouvi-la. Mesmo que esta única pessoa seja eu.
Eudes Magalhães: Provérbio chinês: “Se queres conhecer um reino, conheça a sua música”. O gosto médio do brasileiro piorou muito, em todas as faixas etárias e classes sociais. Bandas com “Roupa Nova”, mantém sua qualidade, bem como seu público, mas assim como Caetano Veloso, Chico Buarque, Milton Nascimento, Gilberto Gil não atingem mais as novas gerações. Parece que a fonte secou, mas não é verdade. Vander Lee fez lindas canções, morreu e poucos sabem dele. Boas composições são raras, mas acontecem. Conheço alguns bons compositores e há muitos anos. Fico surpreso por suas músicas não serem conhecidas, uma vez que são atuantes, estão na estrada. Isso me preocupa e muito.
Eudes Magalhães: Oswaldo Montenegro, Renato Teixeira, a banda “Roupa Nova”, Zé Ramalho…
Eudes Magalhães: Uma vez, 1980, fui fazer uma abertura de show para Godofredo Guedes (Pai do Beto Guedes) em Montes Claros. O evento se chamava Choro na Praça. Iria tocar Três choros no violão, toquei o primeiro “Magoado”, o segundo “Choro típico”, mas não me lembrei do terceiro (Odeon). Deu branco, sabia até tocar outros, mas sumiu tudo da minha cabeça, então toquei uma valsa: Noite de Lua, ele me indagou o porquê, uma vez que, o evento era para o Choro. Minha resposta foi: mas eu gosto tanto dessa valsa.
Eudes Magalhães: Mais feliz quando encontro alguém com sensibilidade, ouvintes ativos, principalmente jovens. Mas triste, quando percebo que a maiorias das pessoas perdem tempo escutando bobagens sem sentido algum.
Eudes Magalhães: Algumas sim. Não comigo cantando, mas com cantores já conhecidos. Outras não, pois há um público muito reduzido para elas. E são essas que eu gostaria de cantar para esse público.
Eudes Magalhães: Estude primeiro, aprenda, busque conteúdo naquilo que escolher. Seja instrumento, composição ou canto. Lembre-se sempre do poder que tem a música, tenha responsabilidade com você mesmo e com público. A música influencia as pessoas.
Eudes Magalhães: Não gosto dessas competições. Se for para mostrar um trabalho para um público, que estará ali para ouvir músicas inéditas, tudo bem. Já esperar algo mais, irá depender da organização do Festival de Música e seu alcance. Pode até funcionar.
Eudes Magalhães: Assisti uma eliminatória recentemente, dez músicas foram apresentadas. Um amigo havia colocado uma música muito bonita. Fiz um julgamento bastante imparcial de tudo que ouvi. Boas apresentações e performances. Das cinco que eu selecionei; inclusive a do meu amigo, somente uma passou. Eu posso está errado, mas não acredito nesse caminho, infelizmente!
Eudes Magalhães: A grande mídia está comprometida com o caos. Não quer melhorias no gosto, nas aspirações maiores e nobres do povo.
Eudes Magalhães: São espaços interessantes, já assisti apresentações belíssimas, geniais. Mas já vi coisas ruins também. Isso é um problema? Acho que sim. Quando se coloca no mesmo palco, um gênio e um idiota é o palco que perde o valor.
Eudes Magalhães: De trabalho sim. E dependendo do bar, até de lançamento de autorais. Mas isso é muito difícil. O público para a musica é conservador.
Eudes Magalhães: Continuar compondo, cantando e também de formar uma banda para tocar minhas músicas por aí, chegar em público de qualidade.
Eudes Magalhães: (35) 99193 – 3636 | eudesmj@bol.com.br | www.facebook.com/eudesmagalhaesjr | www.nastrilhasgerais.com.br
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