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Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.

Carol Aniceto

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Carol Aniceto iniciou a carreira musical em 2007 como backvocal no Balé Folclórico de São Paulo, através da Organização Social Abaçaí Cultura e Arte e em 2008 passou a ser a voz principal do Balé, substituindo a cantora Vivian Maria, que precisou se ausentar.

Em 2008, ingressa como cantora na Companhia de Artes do Baque Bolado. Em 2009, ingressa no Quarteto a 4 Vozes, substituindo uma das cantoras. Também em 2009, no Bloco Afro Ilú Obá de Min. Em 2011, foi Proponente e Diretora do Projeto “Africanidades e Brasilidades” (canto, dança e percussão), direcionado a Favela do Moinho, no Centro de São Paulo. Idealizado inicialmente por Nanci Frangiotti, foi aprovado pelo Programa VAI (Valorização das Iniciativas Culturais), da Secretaria de Cultura de São Paulo.

Iniciou sua Carreira solo em abril de 2012 através da FUCABRADFederação de Cultos Afros Brasileiros de Diadema – SP, realizando show de encerramento junto ao Grupo Olonã, nome dado ao “time” de músicos que a acompanhou até o começo de 2013, na Festa em homenagem ao Orixá Ogum, uma das mais importantes de Diadema até hoje. Com a ajuda e apoio de pessoas amigas e conhecidas, atuou com o seu trabalho em alguns lugares de São Paulo: Espaço Redimunho Teatro. Na Faculdade de Direito da USP, em uma participação especial de Toinho Melodia, mestre da Velha Guarda do Samba Paulista. No Festival Cultural de Registro – SP. As Águas de São Paulo, no Vale do Anhangabaú. Dia Nacional do Samba, no Bairro Cidade Tiradentes. Edifício Itália no Centro, entre outros. Em novembro de 2013, foi homenageada na Exposição Fotográfica Itinerante Mulheres Negras Cultura e Protagonismo, da idealizadora Kátia Trindade com curadoria de Celso Matias da Fonseca, na Prefeitura de Itapecerica da Serra – SP.

Em 2013, passa a cantar também em Rodas de Samba de São Paulo. Em maio de 2014, recebe mais uma homenagem na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, através da S.O.S Racismo, Comissão de Direitos Humanos e Portal do Candomblé. Migrou para o Rio de Janeiro em junho de 2014, em busca de novas oportunidades e passou a cantar em diversas Rodas de Samba pelos “quatro cantos” do Rio, com participações em eventos e projetos. Entre eles: Show do Noca da Portela, pelo projeto Loucura Suburbana, no bairro Engenho de Dentro. Roda de Samba dos Berninis, no Centro Cultural Cartola. Galo Musical, na G.R.E.S Acadêmicos da Rocinha. Bloco Carnavalesco Vai Tomar no Grajaú, no bairro do Grajaú. Rio, vou te Cantar! Mulheres cantam a Cidade Maravilhosa; da idealizadora Lucia Sons, no Centro Cultural Carioca, Otto Music Hall, Bar Cariocando, Sala Baden Powell e Centro de Artes Calouste Gulbenkian. Em setembro de 2014, foi homenageada pelo projeto O Samba Brilha, na Cinelândia.

Ainda em 2014, fez também uma passagem pelo Teatro através da “Oficina Libre” do ator e diretor Anselmo Vasconcellos, realizada semanalmente na Escola de Teatro Martins Pena, no centro do Rio. No mesmo ano, gravou em estúdio o samba “Aruandê”, dos compositores cariocas Tadeu Mota e Ed Madureira. Em 2015, passa a integrar o Corpo de Dança do Afoxé Filhos de Gandhi do Rio de Janeiro. Final de 2015, teve um doloroso e difícil afastamento do meio musical, artístico por problemas ligados à sua vida pessoal e artística. Em meados de 2016, pensou até mesmo em dar fim a sua própria vida. A mesma afirma que foi o pior ano de toda sua existência.

Em 2017, já mais recobrada e superada, Carol participa cantando no evento “MultArte” e também no 15º Festival de Música do CEPE – Clube dos Empregados da Petrobrás, na Ilha do Fundão no Rio de Janeiro, aonde foi finalista defendendo a “Esperando Bons Tempos” do cantor e compositor Nelsinho Moralle, em parceria com a também cantora e compositora Flávia Wenceslau. A final ocorreu no Teatro Rival Petrobrás na Cinelândia. Carol não venceu o Festival, mas julga que o mesmo foi importante para sua carreira. Em janeiro de 2018, passa a ter algumas participações cantando também no Afoxé Filhos de Gandhi do RJ, tais como: Abertura do Show “Refavela 40” do Gilberto Gil, no Circo Voador. Show do Afoxé no Terreirão do Samba e no Clube Anchieta. Também em outros eventos:100 anos de Geraldo Pereira, no Espaço “Vaca Atolada” no bairro da Lapa. Elas cantam Geraldo Pereira, no Parque das Ruína, no bairro Santa Tereza. Sarau Papo Franco, em Homenagem a Marielle Franco, no Centro do Teatro do Oprimido na Lapa. Em agosto de 2018, grava em estúdio o samba “Marielle da Maré”, do compositor carioca Mário Júnior, lançado nas principais plataformas digitais. Em janeiro de 2019, fez o relançamento do samba “Aruande”, através das plataformas. Em fevereiro de 2019, Carol Aniceto deixa o Rio de Janeiro (onde morou por mais de 04 anos), retornando para São Paulo. Desde de junho de 2019 está atuando como cantora na “Cia. Trupé de Artes – Danças Brasileiras”.

Segue abaixo entrevista exclusiva com Carol Aniceto para a www.ritmomelodia.mus.br, entrevistada por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 05.07.2021:

01) Ritmo Melodia: Qual a sua data de nascimento e a sua cidade natal?

Carol Aniceto: Nasci em 06.05.1982, em São Paulo. Registrada como Maria Carolina Aniceto da Silva.

02) RM: Fale do seu primeiro contato com a música.

Foi aos 10 anos, na Comunidade Católica que frequentava junto a minha Família, aqui próxima de Casa. Passei a cantar no Coral das missas, entre outras festividades e eventos.

03) RM: Qual sua formação musical e/ou acadêmica fora da área musical?

Carol Aniceto: Não tenho formação musical e nem acadêmica.

04) RM: Quais as suas influências musicais no passado e no presente? Quais deixaram de ter importância?

Carol Aniceto: Minhas influências começaram em casa, na infância, através dos discos de vinil do meu pai, que ele tocava na antiga vitrola dele. Desde Samba Raiz, Flash Back, Jovem Guarda, Tim Maia e muitas outras. No rádio, minha Mãe sempre ouvia MPB, Sertanejo, enfim. Até hoje, ainda me sinto influenciada pela nossa música brasileira, no geral.

05) RM: Quando, como e onde você começou sua carreira musical?

Carol Aniceto: Em 2007 iniciei minha carreira musical como backvocal do Balé Folclórico de São Paulo, ligado a Abaçaí Cultura e Arte e em 2008 passei a ser a voz principal do grupo, substituindo a cantora Vivian Maria, que precisou se ausentar. Em abril de 2012 iniciei minha carreira solo na FUCABRADFederação de Cultos Afros Brasileiros de Diadema – SP, realizando show de encerramento junto ao Grupo Olonã, nome dado ao “time” de músicos que a acompanhou até o começo de 2013, na Festa em homenagem ao Orixá Ogum, uma das mais importantes de Diadema até hoje.

06) RM: Quantos CDs lançados?

Carol Aniceto: Nunca consegui lançar um CD, como eu gostaria. Apenas dois singles: Em 2014 “Aruandê” (Ed Madureira / Tadeu Mota), um Samba de Partido Alto. Em 2018 “Marielle da Maré” (Mário Júnior), em homenagem a Marielle Franco, meses depois do seu brutal assassinato. Músicas gravadas no Rio de Janeiro.

07) RM: Como você define seu estilo musical?

Carol Aniceto: Meu estilo é popular, pois segui atuando em grupos de músicas regionais, afro brasileira, MPB. Já em 2012, quando iniciei minha carreira solo, me enveredei pelo Samba.

08) RM: Você estudou técnica vocal?

Carol Aniceto: Sim. Fiz aulas em São Paulo e também no período em que morei no Rio de Janeiro, dois bons professores: Luiz Fernando da Luz, formado pela Escola de Música do Estado de São Paulo – Tom Jobim (antiga ULM) e Adão Rodrigues, docente da Escola de Música Villa-Lobos.

09) RM: Qual a importância do estudo de técnica vocal e cuidado com a voz?

Carol Aniceto: A técnica ajuda muito na projeção da voz, respiração, adequação de tonalidade, alcançar notas, etc. Além dos vários exercícios e cuidados para mantê-la saudável.

10) RM: Quais as cantoras (es) que você admira?

Carol Aniceto: Elizeth Cardoso, Clara Nunes, Elis Regina, Maria Bethânia, Alcione, Simone, Ciro Monteiro, Milton Nascimento, Ivan Lins, Ney Matogrosso, Altay Veloso, etc.

11) RM: Como é seu processo de compor?

Carol Aniceto: Não componho. Sou exclusivamente intérprete.

12) RM: Quais os prós e contras de desenvolver uma carreira musical de forma independente?

Carol Aniceto: Os prós é que a gente não precisa ficar restrita a produtores e empresários interferindo diretamente no nosso trabalho. Os contras são exatamente a falta de apoio e grana suficientes para investir. As portas que dificilmente se abrem para um trabalho independente no Brasil e também as barreiras de se conseguir esses recursos através dos (burocráticos!) editais de Música, etc.

13) RM: Quais as ações empreendedoras que você pratica para desenvolver a sua carreira?

Carol Aniceto: No momento nenhuma.

14) RM: O que a internet ajuda e prejudica no desenvolvimento de sua carreira?

Carol Aniceto: A Internet ajuda na velocidade de informação e divulgação do trabalho. Porém prejudica quando automaticamente quer manter esse mesmo trabalho restrito a um determinado público.

15) RM: No passado a grande dificuldade era gravar um disco e desenvolver evolutivamente a carreira. Hoje gravar um disco não é mais o grande obstáculo. Mas, a concorrência de mercado se tornou o grande desafio. O que você faz efetivamente para se diferenciar dentro do seu nicho musical?

Carol Aniceto: Sempre procurei não seguir nenhum padrão imposto dentro do mercado da música hoje. Em primeiro lugar, fazer o que gosto e acredito. Paguei uns preços, sofri críticas, portas se fecharam. Mesmo assim, não abro mão dessa liberdade e diferencial.

16) RM: Como você analisa o cenário da música popular brasileira? Em sua opinião quem foram às revelações musicais nas últimas décadas e quem permaneceu com obras consistentes e quem regrediu?

Carol Aniceto: O que tenho visto nas últimas décadas, são artistas da música brasileira que conseguiram uma projeção na carreira. Porém, a grande maioria engessada num determinado padrão e contexto musical. Revelações e diferencial mesmo, aconteceu entre artistas da década de 50, 60, 70 até começo dos anos 2000.Hoje está tudo muito igual, quadrado. Poucos diferenciais. Inclusive nessa “Nova MPB”. Isso tem me incomodado já faz um tempo que nem tenho acompanhando o trabalho dessa turma. Acabo ouvindo músicas, em sua maioria, de outras épocas.

17) RM: Qual ou quais os músicos já conhecidos do público que você tem como exemplo de profissionalismo e qualidade artística?

Carol Aniceto: Roupa Nova, eles não perderam a qualidade, o profissionalismo e nem brilho. Aliás, evoluíram e muito! 

18) RM: Quais as situações mais inusitadas aconteceram na sua carreira musical (falta de condição técnica para show, brigas, gafes, show em ambiente ou público tosco, cantar e não receber, ser cantado etc)?

Carol Aniceto: Desafetos e brigas, infelizmente foram várias. Sofri bastante perseguição, injustiça, traição nesses anos de carreira. Gente tentando me moldar no que não sou. Já fiz show com qualidade de som ruim por descaso dos profissionais que estavam na técnica, pelo fato de eu não ser famosa. E quando foi a vez do show do famoso, “milagrosamente” a qualidade de som ficou perfeita. Já fiz alguns shows com promessa de cachê, que não recebi até hoje. Já cometi gafes de errar ou esquecer subitamente letra de música e outras situações.

19) RM: O que lhe deixa mais feliz e mais triste na carreira musical?

Carol Aniceto: O que me deixa mais feliz são os lugares aos quais a música me levou em São Paulo e no Rio de Janeiro. E o que me deixa mais triste é toda desvalorização, incompreensão, desrespeito, injustiça, machismo e tudo mais que sofri no meio musical, principalmente no Samba. Porém, essas últimas continuam servindo como aprendizado e amadurecimento internos.

20) RM: Existe o Dom musical? Como você define o Dom musical?

Carol Aniceto: Sim! Dentro de nós tem uma Centelha Divina, a qual chamamos de Alma, que está ligada a planos superiores. Através dessa centelha é que se manifestam os nossos dons, talentos e nossa Missão de Vida.

21) RM: Qual é o seu conceito de Improvisação Musical?

Carol Aniceto: É algo que tira a música de um determinado padrão e a leva para um outro patamar, expansão.

22) RM: Existe improvisação musical de fato, ou é algo estudado antes e aplicado depois?

Carol Aniceto: Sim, ela existe de fato, porém, o estudo anterior não está descartado.

23) RM: Você acredita que sem o pagamento do “jabá” as suas músicas tocarão nas rádios?

Carol Aniceto: Sem o pagamento do “jabá” não tocaram minhas músicas nas rádios (risos).

24) RM: O que você diz para alguém que quer trilhar uma carreira musical?

Carol Aniceto: Nunca se deixe totalmente influenciar por “profissionais” que ficam pré-estabelecendo o que você deve cantar, se isso não for uma verdade para você e para sua arte. Não gaste energia perseguindo sua carreira, faça o seu movimento, mas deixe que ela te persiga também. Aprendi essa lição a duras penas.

25) RM: Quais os prós e contras do Festival de Música?

Carol Aniceto: Defendi uma música em apenas um Festival de Música nos meus anos de carreira e fui finalista, mas não venci. Esses festivais acabam abrindo um espaço para nós artistas e compositores, com direito a premiações em dinheiro ou outras. Hoje, não significa garantia certa de projeção no cenário musical.

26) RM: Hoje os Festivais de Música revelam novos talentos?

Carol Aniceto: Festivais de Música não revelam mais novos talentos, infelizmente, eles funcionam mais como uma exposição e “vitrine musical” do que revelar e projetar novos talentos, de fato. Diferente dos festivais na TV nos anos 60,70,80.

27) RM: Como você analisa a cobertura feita pela grande mídia da cena musical brasileira?

Carol Aniceto: A grande mídia tem sido muito bem paga nas últimas décadas para cobrir e projetar apenas o que chamamos de indústria e mercantilização da música e entretenimento, ou melhor dizendo, a famosa “cultura das massas” e seus “artistas” fabricados.

28) RM: Qual a sua opinião sobre o espaço aberto pelo SESC, SESI e Itaú Cultural para cena musical?

Carol Aniceto: Muito necessário esses espaços SESC, SESI, Itaú Cultural, etc! Porém, eu ainda acho que falta mais abrangência e oportunidade por parte dessas instituições, frente a gama de artistas que ainda pleiteiam esses espaços.

29) RM: O circuito de Bar na cidade que você mora ainda é uma boa opção de trabalho para os músicos?

Carol Aniceto: Não vejo Bar como uma “boa opção”, mas apenas como um ambiente de entretenimento para músicos que tem a necessidade de se divulgarem. A falta de transparência e exploração financeira cometida pelos donos desses estabelecimentos é ainda uma realidade. Já fiz um único show em um Bar, para nunca mais!

30) RM: Quais os seus projetos futuros?

Carol Aniceto: No momento, sem projetos. Aliás, cheguei a idealizar algo no ano passado (2020) mas acabei “engavetando” por conta da pandemia do Covid-19.

31) RM: Quais seus contatos para shows e para os e as fãs?

Carol Aniceto: (11) 96682-5761 | [email protected]

| [email protected] | https://www.instagram.com/anicetocarol

| www.facebook.com/carolanicetosp 

Canal Carol Aniceto: https://www.youtube.com/channel/UCBUO7y4axpdMctcoXKIA0nQ 

Marielle da Maré (Mário Júnior) por Carol Aniceto: https://www.youtube.com/watch?v=a_nvshgzvtw 

Aruandê (Ed Madureira / Tadeu Mota) por Carol Aniceto: https://www.youtube.com/watch?v=3B1GEiuv8XY 

Aruandê com Carol Aniceto no Sambastião: https://www.youtube.com/watch?v=hg2waE2CeQU


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Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.