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Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.

Banda QG Imperial

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A banda QG Imperial foi formado em 2004 na Vila Ré zona leste de Sao Paulo, possui uma longa experiência no suporte a artistas nacionais e internacionais da música Reggae e suas vertentes propagando música consciente e reflexiva a todos por onde passa.

A banda é composta de músicos produtores musicais com bastante conhecimento nos mais variados estilos da música jamaicana como o roots reggae, o dancehall, ragga, rockers, rub a dub, ska, rock steady, steppah entre outros. QG Imperial ao longo do tempo passou por renomados palcos e festivais do Brasil, por grandes estúdios também onde puderam trabalhar e produzir com grandes artistas e produtores (cantores, músicos, diretores de áudio, palco e vídeo) do país e do mundo adquirindo assim uma versatilidade muito grande dentro do estil.

Dentre os que se destacam estão: Jimmy Luv, Monkey Jhayam, Laylah Arruda, David Hubbard (Guiana), Molly Rose (CA), Nabby Clifford (Gana), Ras Atittude (Virgin Island), All Griffiths, Fat Strings, Earl Sixteen, Kandiman (Jamaica), Ras Bernardo, Solano Jacob, Marcelo Falcão, Lei de Dai, Orquestra Planeta Jah, Victor Rice, Yellow P, Dub Versão, Digital Dubs, Ministério Público (Salvador – BA), neste longo  processo de vivência e aprendizado foram mais de 120 cantores oficialmente, fora as milhares de participações nos shows e parcerias nos estúdios Brasil afora.

Atualmente o quarteto é composto por: Jah Fayah – bateria, RasTael Bass – baixo, Lucas Alemão – teclados, Jah Kamp – guitarra. QG Imperial gravou e lançou dois álbuns: “NASCENTE” e “GUIANÇA“ com Monkey Jhayam, além do álbum “Direção ao Leste” de Ras Bernardo (ex vocalista da banda Cidade Negra) e agora estão prestes a lançar o álbum “O Sopro da Vida” da Orquestra Planeta Jah, este trabalho vem com os instrumentos afinados na Frequência 432Hz relembrando a forma de tocar dos povos antigos do planeta.

Recentemente gravaram alguns riddims que viraram discos (vinil) que estão sendo comercializados e tocados pelas Sound Systems do Brasil e do mundo. Desde a sua formação original até os dias de hoje, a banda se dedica em oferecer em suas composições qualidade e bom conteúdo, não se trata apenas de música ao vivo, mas também de atribuir novas criações.

O QG Imperial oferece um som transformador, capaz de levar uma mensagem verdadeira e atual, dominando qualquer riddim (base) e proporcionando alta qualidade musical.

Segue abaixo entrevista exclusiva com a banda QG Imperial para a www.ritmomelodia.mus.br, entrevistada por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 25.02.2022:

01) Ritmo Melodia: Qual a data de nascimento e cidade natal dos músicos da banda?

Banda QG Imperial: a banda foi fundada em 2004 em São Paulo – SP. Fabrício (Jah Fayah – baterista), nasceu no dia 27/05/1986. Lucas Frugoli Junior (Lucas Alemão QG – tecladista), nasceu no dia 06/10/1979. Danilo (RasTael – baixista), nasceu no dia 29/04/1988. Hélio Miguel (Jah Kamp – guitarrista), nasceu no dia 20/03/1985. Todos nascido em São Paulo, capital.

02) RM: Fale do primeiro contato com a música dos músicos da banda.

Banda QG Imperial: A maioria dos membros da banda teve o primeiro conta com a música nos bairros periféricos de São Paulo: Capoeira, Samba, Rock, Reggae, RAP.

03) RM: Qual a formação musical e/ou acadêmica fora da área musical dos músicos da banda?

Banda QG Imperial: Nenhum dos membros da banda tem formação acadêmica, a nossa Faculdade foi a Rua.

04) RM: Quais as suas influências musicais no passado e no presente. Quais deixaram de ter importância?

Banda QG Imperial: Nossa banda foi criada com base nas bandas de apoio (suport band) da Jamaica e EUA. E desde o início assistimos vídeos de grandes festivais como Rebel Salute, Sunsplash e etc. Em destaque “The Roots”, “Capleton” (prophecy band), “Sizzla“(Fyah House crew), Live Wyah, Sagitarius band. Temos influência desde sempre dos grandes nomes do Reggae e Hip-hop da Jamaica e do mundo…

05) RM: Quando, como e onde você começou a banda? Qual o significado do nome?

A banda teve seu início em 2004 na zona leste de São Paulo, nas proximidades do bairro da Vila Ré. QG Imperial = Quartel General Imperial. O objetivo inicial era de sermos uma banda de suporte/apoio para todos cantores e cantoras que levam o nome do Rei Haile Selassie I, da Imperatriz Menen. E todos que trabalham expandindo as mensagens de Paz, Amor, Lutas sociais que o Reggae music e o Hip Hop carregam.

06) RM: Quantos CDs lançados?

Banda QG Imperial: Temos músicas com diversos artistas, lançamos muitos singles e produções em parceria. Lançamos um single com Ras Bernardo, dois singles com Monkey Jhayam. Temos um single no forno pronto para ser lançado com o grandioso mestre David Hubbard e um single parado com a Orquestra de Sopros Planeta Jah que queremos lançar no ano de 2022.

07) RM: Como você define seu estilo musical?

Banda QG Imperial: Música Urbana. Música das ruas.

08) RM: O cantor da banda estudou técnica vocal?

Banda QG Imperial: Nosso principal vocalista na atualidade David Hubbard é um maestro.

09) RM: Quais as cantoras (es) que vocês admiram?

Banda QG Imperial: São muitos e muitas. Mas em destaque estão os grandes nomes do passado principalmente: Bob Marley, Peter Tosh, Bunny, Wailer, Black Uhuru, The Gladiators. E as novas referências: Damian Marley, Julian Marley, Stephen Marley, Nas, Capleton, Queen Omega, Jah9, Queen Ifreeka, Sizzla, Kabaka Pyramid, Jesse Royal, Chronixx, Protoje, Roman Virgo, Lutan Fyah… entre outros.

10) RM: Como é o processo de compor letra e melodia dentro da banda?

Banda QG Imperial: É um processo coletivo. Mas muitas vezes a gente produz uma base instrumental, um riddim, apresenta para os cantores e cada um cria a sua versão. E as vezes também acontece o processo inverso, o vocalista vem com a letra e algumas ideias de melodias, aí nós criamos a música em cima disso.

11) RM: Quais são os compositores da banda?

Banda QG Imperial: Todos da banda são compositores.

12) RM: Quais os prós e contras de desenvolver uma carreira musical de forma independente?

Banda QG Imperial: A melhor parte é não ter que seguir tendências e padrões de mercado. Poder expressar aquilo que sentimos sem preocupação de agradar alguém. A parte ruim é a falta de valorização. A maioria das grandes mídias só dá valor para coisas mastigadas, temas óbvios ou conteúdos rasos que só falam dos mesmos assuntos. Hoje em dia é ainda pior, principalmente para nós que crescemos nas ruas, vemos músicas que incitam a sexualidade precoce nas crianças e que fazem uma certa “apologia a talaricagem e pilantragem” tendo total destaque nas grandes mídias.

13) RM: Quais as estratégias de planejamento da sua carreira dentro e fora do palco?

Banda QG Imperial: Nós não somos apenas músicos… somos produtores e agentes culturais. Estamos sempre produzindo novos trabalhos e buscando trabalhar com artistas incríveis envolvidos nas causas sociais da cidade e que sabem utilizar a música como forma de entretenimento sem apelação. Utilizamos nossas redes sociais para estarmos sempre próximos do nosso público e aprendemos a gerenciar tudo isso de forma orgânica.

14) RM: Quais as ações empreendedoras que você pratica para desenvolver a sua carreira?

Banda QG Imperial: Acredito que neste quesito, seguimos mais ou menos o que a grande maioria dos artistas fazem. Criação de conteúdo em redes sociais, novos lançamentos, clipes e etc. Em 2022 vamos lançar uma nova coleção de roupas da QG Imperial com temas variados.

15) RM: O que a internet ajuda e prejudica no desenvolvimento de sua carreira?

Banda QG Imperial: A Internet sempre foi grande aliada da QG Imperial, no início de nossa carreira ganhamos uma câmera a qual conseguimos fazer muitos vídeos para o YouTube de 2006 até hoje.

16) RM: Quais as vantagens e desvantagens do acesso à tecnologia de gravação (home estúdio)?

Banda QG Imperial: Acredito que o home estúdio é excelente para pré-produções e produções mais simples, exemplo: eletrônicas. Mas nada supera irmos (os músicos) para o estúdio e produzir música de maneira orgânica e coletiva, com qualidade extremamente profissional. 

17) RM: No passado a grande dificuldade era gravar um disco e desenvolver evolutivamente a carreira. Hoje gravar um disco não é mais o grande obstáculo. Mas, a concorrência de mercado se tornou o grande desafio. O que você faz efetivamente para se diferenciar dentro do seu nicho musical?

Banda QG Imperial: Acredito que o que nos diferencia é nossa versatilidade musical e o fato de termos trabalhado com mais de 150 artistas diferentes.  É muito fácil, muito simples produzir ou trabalhar conosco. Mas também procuramos unir os ritmos ancestrais elementos das músicas de raiz com a modernidade.

18) RM: Quais as situações mais inusitadas aconteceram na sua carreira musical (falta de condição técnica para show, brigas, gafes, show em ambiente ou público tosco, cantar e não receber, ser cantado, etc)?

Banda QG Imperial: Para quem vive e trabalha na noite, tudo que foi citado na pergunta as vezes chega a ser normal. No início é mais difícil, mas com o tempo acaba acostumando e ficando vacinado com tudo isso. Já tivemos uma situação que tivemos que “grudar” o contratante na geladeira de cerveja pelo colarinho para ele nos pagar. Enquanto esperávamos para receber o nosso cachê, ele estava no andar de cima do camarim recebendo um “agrado”. Condições precárias para se apresentar foram diversas vezes que até já perdemos as contas (risos).

19) RM: O que lhe deixa mais feliz e mais triste na carreira musical?

Banda QG Imperial: O que nos deixa feliz é fazermos o que amamos e nascemos para fazer. O que nos deixa triste é a desvalorização do músico em geral dentro do nosso país.

20) RM: Você acredita que sem o pagamento do jabá as suas músicas tocarão nas rádios?

Banda QG Imperial: Só se for em rádios comunitárias. Quando não é jabá é tipo “troca de figurinha”, troca de favores e tal.

21) RM: O que você diz para alguém que quer trilhar uma carreira musical?

Banda QG Imperial: Esteja certo do que você quer e se prepare para dedicar muitos anos da sua vida para ver sua carreira crescer. A música exige uma dedicação muito além do que qualquer outra profissão.

22) RM: Como você analisa a cobertura feita pela grande mídia da cena musical brasileira?

Banda QG Imperial: A cobertura feita pela grande mídia da cena musical brasileira é plastificada, padronizada e artificial. Altamente tendenciosa.

23) RM: Qual a sua opinião sobre o espaço aberto pelo SESC, SESI e Itaú Cultural para cena musical?

Banda QG Imperial: É o paraíso para todos os músicos. Tem os melhores cachês, condições de apresentação e um respeito máximo com os artistas. Já fizemos muitos shows no Sesc e todos absolutamente todos foram incríveis.

24) RM: Como você analisa o cenário do reggae no Brasil. Em sua opinião quais foram as revelações musicais nas últimas décadas e quais permaneceram com obras consistentes e quais regrediram? 

Banda QG Imperial: Sinceramente o mercado musical no Brasil só regrediu, mesmo monopólio de sempre. Mas na parte cultural, o Reggae evoluiu muito e vem crescendo fortemente como uma das linguagens culturais da periferia de São Paulo e do mundo. Acreditamos que as maiores revelações são: As gerações “Roots Revival” da Jamaica e os filhos e netos da família Marley.

25) RM: Vocês são Rastafáris?

Banda QG Imperial: Todos somos adeptos da Cultura rastafári em termos de crença, mas na vivência uns mais inseridos que os outros.

26) RM: Alguns adeptos da religião Rastafári afirmam que só eles fazem o reggae verdadeiro. Como vocês analisam tal afirmação?

Banda QG Imperial: O Reggae verdadeiro é o reggae que vem da alma, independente da crença de cada um. Com certeza a Cultura Rastafári é um pilar importantíssimo no Reggae, mas não é o único. Um verdadeiro Rasta sabe respeitar as diversidades e apreciar música nas suas mais diversas formas.

27) RM: Na sua opinião quais os motivos da cena reggae no Brasil não ter o mesmo prestígio que tem na Europa, nos EUA e no exterior em geral?

Banda QG Imperial: No Brasil infelizmente demorou muito tempo para o Reggae music, chegar nos guetos, nas periferias e demorou muito mais tempo ainda para ser inserido e reconhecido nos movimentos sociais. Durante muitos anos o reggae chegou através da burguesia e os grandes produtores e empresários em sua maioria só focaram no lucro e nunca no fomento da Cultura.

28) RM: Como você analisa a relação que se faz do reggae e o uso da maconha?

Banda QG Imperial: A Cannabis sativa é uma erva medicinal o reggae desde sempre falou disso, mas foram necessários cientistas e pesquisadores brancos para hoje em dia a sociedade começar a aceitar esse fato. Do mesmo jeito que o Rock está ligado a álcool e drogas. O Reggae está ligado a natureza, saúde, lutas sociais e a liberdade. Reggae e “maconha” combinam perfeitamente doa a quem doer.

29) RM: Como você analisa a relação que se faz do reggae com a cultura Rastafári?

Banda QG Imperial: Sem o Rastafári o Reggae nunca seria o que é. Sem o Rastafári o grandioso Bob Marley não seria reconhecido em todos os cantos do mundo, como o primeiro superstar do Terreiro Mundo….

30) RM: Quais os seus projetos futuros?

Banda QG Imperial: São tantos (risos), mas ainda temos muitas novidades muitas produções e parcerias chegando com artistas do Brasil e do mundo.

31) RM: Quais seus contatos para show e para os fãs?

Banda QG Imperial: (11) 98838 – 4373 | [email protected] 

| https://www.instagram.com/qgimperial 

Canal: https://www.youtube.com/user/QGImperial   

David Hubbard & QG Imperial (Punk Reggae Party) – Sesc Sorocaba: https://www.youtube.com/watch?v=TkqW1poBj1w 

Monkey Jhayam e QG Imperial no Estúdio Showlivre – Apresentação na íntegra: https://www.youtube.com/watch?v=aX83kmZzadk


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