Antonio José
O cantor, compositor, radialista baiano Antonio José é um pesquisador das músicas do nordeste e compositor com 200 músicas em ritmo de forró e outros ritmos.
Alguns artistas que já gravaram as suas músicas: Sarajane, Banda Mel, Banda “Reflexus”, “Araketu”, Jeane Ly, Carlos Pita, Quininho de Valente, Adelmario Coelho, “Trio Sabiá”, “Trio Sertanejo”, “Banda da Terra”, David Santana, Del Feliz, dentre muitos outros.
Tomou gosto pela música desde os cinco anos de idade. Aos oito anos já cantando com seu irmão cantor e compositor em conjuntos de festas de baile, tendo na época preferência pela música da atualidade que eram as românticas, Nelson Gonçalves, Anísio Silva e até o twist que já rondava a juventude.
Quando ouviu pela primeira vez a música de Jackson do Pandeiro e a partir daí, mudou radicalmente, a divisão rítmica do Jackson o fez seguir o caminho do forró. Foi o mestre Jackson do Pandeiro, o grande responsável pela sua mudança, do qual seguiu a sua linha musical e divisão rítmica. Ele gravou oito discos entre LPs e CDs.
E foi cantor da “Banda Sala de Reboco” no qual gravou dois CDs com as participações especiais de Dominguinhos e Xangai e saiu da banda deixando mais um CD gravado para um futuro lançamento.
Antonio José, também é musico percussionista e já acompanhou durante muito tempo o “Rei do Baião” Luiz Gonzaga, Dominguinhos, Sivuca, Osvaldinho do Acordeon e maestro Chiquinho.
Ele já fez shows em várias cidades e Estados, esteve afastado de gravação durante um período, mas continuou compondo e participando de gravações de outros artistas e voltou aos palcos já com o lançamento do CD – “Assim diria Jackson do Pandeiro”, música que dá título ao disco e de sua autoria e foi uma das classificadas no Festival da EDUCADORA FM. Recebeu o mesmo carinho dos forrozeiros com o seu retorno aos palcos.
Segue abaixo entrevista exclusiva com Antonio José para a www.ritmomelodia.mus.br, entrevistado por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 10.10.2018:
Índice
Antonio José: Nasci no dia 06 de dezembro de 1950 na cidade de Maragogipe a 139 km de Salvador (BA). E registrado como Antonio José Nunes.
Antonio José: Aos cinco anos de idade me interessei pela percussão e ouvindo os seresteiros do meu bairro, quando soltaram um pouco os instrumentos para uma pausa, eu peguei no surdo e dei conta do recado.
Antonio José: Minha formação musical é como autodidata, quanto à acadêmica, continuo na faculdade da vida, continuo aprendendo pelas estradas e este meu curso, não termina, não tem diploma, todo dia você aprende.
Antonio José: Nelson Gonçalves, Anísio Silva, Roberto Alves e demais artistas da época. Nenhuma deixou de ser importante, foi daí que nasceu tudo.
Antonio José: Ainda criança, ouvindo os seresteiros do bairro de Brotas em Salvador (BA) e meu irmão entrou no mundo artístico e me encantei e estou aí até o dia que prazo de validade vencer, está nas mãos de DEUS.
Antonio José: Foram oito discos entre LPs e CDs. Eu logo cedo por sobrevivência fui buscar alternativa e me enveredei pelo mundo das vendas, sou até hoje, Representante Comercial, já representei várias empresas multinacionais, inglesas, americanas, só na gravadora EMI ODEON foram vinte e cinco anos, representando da Bahia ao Rio Grande do Norte.
Quantos aos músicos, graças a DEUS, sempre dei sorte, todos foram e alguns ainda o são, estão vivos, pra se ter uma ideia, no primeiro LP teve a participação do Dominguinhos e aí seguiram: Osvaldinho do Acordeon, Gennaro, Féo, Quartinha, Toninho Tavares, Apolo, Walkiria Mendes, verdadeira Tropa de Elite. Talvez isso tenha influenciado para as minhas exigências, gosto de músicos que tem intimidade com o instrumento.
Antonio José: É momento, às vezes me recolho no local aconchegante, silencioso, mas, a inspiração não chega e outras na “maior zuadeira”, ela chega e aí é mãos a obra. As minhas composições são feitas baseadas em algo que aconteceu comigo, com um amigo. É sempre baseada em uma história e a letra tem que ter um sentido.
Antonio José: Na maioria das vezes componho só. Os parceiros que pensam como eu, é João Silva, é um privilégio tê-lo como parceiro musical. E tenho mais dois que também são importantíssimos: Pititiu Miranda e Alan Cardosos.
Antonio José: Vou enumera-los e vou esquecer-me de alguns, que me perdoem: “Trio Sabiá”, “Trio Zabelê”, Del Feliz, Adelmario Coelho, banda “Reflexus”, “Banda Mel”, “Araketu” e vêm coisas novas por aí.
Antonio José: Prós é a sua independência, sua liberdade e ousadia. Contras, a falta de apoio da imprensa e de órgãos do governo que prioriza sempre os mesmos.
Antonio José: Não ligo para o que está acontecendo. E tenho um lema que é título de uma música minha: “Desistir, jamais”. Hoje vejo que grande parte passou a respeitarem mais os meus conhecimentos, conhecimentos estes, que as estradas da vida me ensinaram, isso é sabedoria.
Antonio José: A facilidade do home estúdio tornou desnecessária hoje gravação exclusivamente em um grande estúdio. Você pode gravar no meio da rua, somente a gravação da voz é que tem que ser colocada num lugar fechado ou de silêncio total.
Antonio José: Revelações: Flavio José, Adelmario Coelho, Del Feliz, Mestrinho, com certeza tem outros que no momento não me recordo. Regredir, eu não vi nenhum, possivelmente alguns se acomodaram. O que tivemos e estamos tendo, é a safra boa do passado que estão passando para o andar superior (falecendo), isso sim, são grandes perdas.
Antonio José: Varias das situações citadas na pergunta aconteceram comigo e com quase todos os músicos, se não todas, principalmente os artistas sem muito recurso financeiro, que são os verdadeiros gigantes. Eles são à base de tudo, só não são reconhecidos.
Certa época eu fazia um programa na Rádio Cultura da Bahia (sou locutor, mas não exerço mais a profissão) e chegaram dois camaradas dizendo-se proprietários de Circo (existiam muitos Circos e era a melhor plateia, até isso acabou). Anunciei a semana toda no programa, no dia partimos pra lá e procuramos o Circo, não encontramos o local, paramos pra perguntar num bar, o camarada disse: “Circo aqui, faz anos amigos que não vem um”. E levamos na esportiva e tomamos o caminho de casa.
Antonio José: Poder lutar pelo o nosso FORRÓ e reconhecer o valor de cada um e à alegria contagiante que este ritmo nos dar, nos empolga. O que me deixa triste, é esta falta de união entre os forrozeiros. No dia que tomarmos consciência de nos unirmos, melhora, esta é uma das minhas lutas.
Antonio José: Em algumas pelo meu nome e reconhecimento, principalmente no interior: SIM, caso contrário: NÃO.
Antonio José: Corra atrás do que você deseja: “DESISTIR, JAMAIS”.
Antonio José: Festival de Música é uma coisa muito boa, porém o músico sem poder financeiro não tem vez. Sempre me perguntavam por que não coloco as minhas músicas em Festivais. Um dia fiz uma experiência, inscrevi e fui classificado, duas músicas minhas foram campeãs no Festival de Música de Itaúna (ES). Em todos que coloquei, fui classificado.
Antonio José: Sim, porém requer o fator sorte de algum empresário se manifestar e fazer o talento ser realmente: O TALENTO.
Antonio José: Só priorizam os que têm lugar consagrado, muitos não visam o valor artístico. Sendo bonitinho, cantando mal e letras de péssima, isso é qualidade pra eles, está ótimo, o que eles visam é dinheiro.
Antonio José: Acho bom, precisa dar vez a muitos valores que estão aí sem oportunidade.
Antonio José: Em Salvador (BA) tendo em vista o que vem acontecendo em outros Estados, pois me falam muito, aqui está em processo de avanço, precisamos ainda de novas casas e locais apropriados para shows.
Antonio José: Quero fazer um novo CD e continuar a luta pelo forró pra que essa chama não se apague. Quero ser melhor no sentido de alma, coração e bondade. Deus me permitindo que continue pensando no meu irmão, eu já fico feliz da vida.
Antonio José: (71) 99147 – 0971 |anjonu@terra.com.br | antoniojose061250@gmail.com
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