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Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.

Alma Livre

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Criada no ano de 2006 em São Paulo, a banda ALMA LIVRE é a nova cara do reggae brasileiro.

Os músicos Alves, Naldinho, Chico, Paulo, Sabiá e Kleberson, bebem de fontes do Soul e da música nordestina para temperar o reggae com mais gingado e groove, tudo envolto em    temas sociais, de amor e espiritualidade, canções autorais cantadas em português, inglês e espanhol.

A banda lançou logo no primeiro ano de formação um trabalho demo que rendeu o troféu “Os melhores do Reggae 2006”. Em 2010, o grupo gravou o segundo CD demo, “El Amor Vencio”, que rendeu um contrato de três anos com a produtora portuguesa Ritmos e Temas Produções de Porto, Portugal. A parceria proporcionou ainda abertura comercial na Europa, Ásia e África. Em julho de 2013, a banda Alma Livre foi vencedora de um concurso promocional no estúdio MIDAS do produtor Rick Bonadio, que proporcionou a gravação do EP – Alma Livre, com canções em português, inglês e espanhol. Totalmente autoral e lançado de forma independente o álbum navega pelos estilos que fizeram parte da história da banda e também por canções românticas. A “It’s a New Day” fez parte da trilha sonora de “A FAZENDA 8” da TV Record, a música mostra a versatilidade e intimidade do cantor e compositor Alves com os idiomas inglês espanhol, é uma saborosa surpresa no disco, um reggae rico de elementos que remetem aos grandes nomes do gênero.

”Jesus is with me”.  “Escrevi essa música não por motivos religiosos”, conta Alves. “Mas pra falar dessa inversão dos pontos verdadeiramente importantes da vida de Cristo. Enfatizam a forma como Ele nasceu e morreu, mas se esquecem de como Ele viveu, seus exemplos, seus ensinamentos. Decidi fazê-la em reggae porque o gênero traz naturalmente certa ligação espiritual sublime”, explica Alves.

Naldinho, tecladista da banda, conta sobre a relação dos músicos com o trabalho. “O reggae é um estilo que sempre nos cativou por ter nascido nos guetos, num cenário de miséria, violência e preconceito. Em poucos anos se espalhou pelo mundo levando sua força, carregando nações inteiras com seu suingue e seu grito de paz e liberdade”. Em maio de 2015 Alma Livre lançou o single “Só A Luz Me Acalma”, gravado em São Paulo e masterizado na Holanda, com vídeo clipe na programação da Play TV e Canal Woohoo.

O engajamento social está no DNA da banda Alma Livre, não só nas letras, mas também em ações reais. O Projeto RUA CIDADÃ e DIA DO BEM ambos da REDE SOCIAL DO CENTRO, é um exemplo de parceria do bem que a banda Alma Livre preserva com muito carinho e dedicação. Desde 2014 quando ocorreu o primeiro Show do Alma Livre no projeto RUA CIDADÃ já se foram mais de 12 edições sempre com a presença da banda. Outro projeto social ao qual o Alma Livre é parceira e também parte da organização da edição em São Paulo é o PLAYING FOR CHANGE DAY movimento global que usa a música e as artes para promover a paz e mudanças positivas pelo poder da música, pretende se expandir e colaborar para transformar a realidades de milhares de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade. Elaborado pela própria banda o projeto “REGGANDO VIDAS” tem como objetivo fortalecer a cena reggae brasileira e despertar nas pessoas a consciência de que         podemos e devemos contribuir para um mundo melhor, buscando as mudanças em nós mesmos. Oferecendo um espetáculo musical agradável, educativo e motivador para todas as

idade, a combinação rítmica e melódica do reggae produz uma inexplicável sensação de bem-estar, paz e alegria. No final de 2017 Alma Livre criou a campanha “Deixe brilhar a luz que existe em você” vídeo narrado pelo vocalista e compositor Alves. A intenção com o vídeo é despertar nas pessoas a esperança de dias melhores, dar a motivação para iniciar uma mudança pessoal que contribuirá para uma mudança ainda maior, a mudança global.

O show “Deixe Brilhar” foi pensado seguindo este conceito, no palco o show começa com a projeção do vídeo da campanha e as músicas que seguem tem grande relação com o tema, os músicos extremamente profissionais criam melodias e levadas rítmicas que cativam as pessoas, convidando‐as para a reflexão e ao mesmo tempo para a dança.

O projeto “Reggando Vidas” conta ainda com WORKSHOP DE BATERIA & PERCUSSÃO REGGAE apresentado pelo baterista Kleberson Luiz e pelo percussionista Sabiá Nascimento, acompanhados dos demais integrantes da banda Alma Livre, e tem como primeiro objetivo promover a familiarização da plateia com a historia do reggae, sua origem, sua formação, suas influências e a familiarização com os instrumentos, seus nomes, como são tocados e onde e quando são usados. Em segundo lugar, promover a familiarização da plateia com os ritmos, tendo como base de referência o reggae, incentivando e despertando na plateia o interesse pelo conhecimento musical de uma nova perspectiva, mais prática, menos filosófica e mais didática. “Pra gente        é importante disseminar e divulgar a linguagem reggae, para que as pessoas possam ter acesso a ela sem medos, preconceitos, por que reggae é esperança, amor, é, principalmente, cultura de paz”, afirma Naldinho, tecladista e produtor executiva da banda. É visível que a música tem um enorme poder sobre todos nós, e quando direcionada de maneira correta ela se torna uma poderosa ferramenta transformadora, capaz de superar grandes obstáculos não apenas intelectuais, morais e étnicos, mas também promovem bem estar social, profissional e espiritual indo muito além da nossa humilde percepção humana natural. É neste contesto que está inserido o projeto “REGGANDO VIDAS” com o propósito de contribuir através da música com a formação de indivíduos, mais aptos para a vida e para a construção de      uma nova realidade promovendo a ética, a paz, os direitos humanos e a democracia, utilizando a linguagem reggae, linguagem essa que traz em sua essência, as respostas para grandes problemas que afligem a sociedade, como, a intolerância, a falta de respeito pelo próximo, a falta de amor, o preconceito e a descriminação que são deixados de lado, quando o indivíduo compreende através da arte e da música o valor imensurável da vida e do bem-estar da sociedade como um todo.

Segue entrevista exclusiva com a banda Alma Livre para a www.ritmomelodia.mus.br, entrevistada por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 06.06.2019:

01) RitmoMelodia: Qual a data de nascimento e cidade natal dos membros Alma Livre?

Alma Livre: José Alves – 20/06/1970 – Mortugaba – BA (Alves: Voz, Guitarra, Violão e Composições). Agnaldo Alves – 18/08/1977 – Mortugaba – BA (Naldinho: Teclados). Francisco Silva – 10/04/1975 – Marcelino Vieira – RN (Chico: Teclados). José Raimundo Nascimento – 27/09/1964 – Ilhéus – BA (Sabiá: Percussão). Paulo Vigilatto – 24/10/1974 – São Paulo – SP (Baixo). Kleberson Luiz – 05/03/1984 – Itambacuri – MG (Bateria).

02) RM: Fale do primeiro contato com a música dos membros Alma Livre.

Alma Livre: José Alves,  Agnaldo Alves, Francisco Silva, José Raimundo somos de origem nordestina e tivemos nosso primeiro contato com a música muito cedo através do forró, do axé music e da música brega. O Paulo Vigilatto e o Kleberson Luiz são evangélicos e tiveram o primeiro contato com a música através da igreja.

03) RM: Qual a formação musical dos membros Alma Livres?

Alma Livre: Todos nós no estudo musical somos autodidatas.

04) RM: Quais as suas influências musicais no passado e no presente? Quais deixaram de ter importância?

Alma Livre: As nossas influências do passado vêm primeiro do Nordeste com Luiz Gonzaga, Dominguinhos, Alceu Valença depois do exterior com Bob Marley, B.B. King, Zucchero, entre outros. Na adolescência, já em São Paulo, passamos a ouvir um pouco de Rock com Led Zeppelin, Scorpions, Whitsnakes, mais esse interesse foi passando com o tempo. Atualmente as maiores influências vem da música popular como Lenine, Zeca Baleiro, Djavan

05) RM: Quando, como e onde começou a Alma Livre?

Alma Livre: Alves, o Chico e o Sabiá já tocávamos na noite em São Paulo como músicos de apoio para bandas e cantores de vários estilos musicais no final da década de 90. Em 2006 resolvemos montar uma banda para tocar música própria. O Naldinho já estava começando a tocar, no mesmo período conhecemos o Kleberson, surgia aí a Alma Livre em novembro de 2006.

06) RM: Quantos discos lançados?

Alma Livre: Oficialmente dois discos gravados, um independente, o álbum “Alma Livre” em 2014 e o álbum “Deixe Brilhar” em 2016 pela gravadora Atração.

07) RM: Como definem o estilo musical da Alma Livre dentro da cena reggae?

Alma Livre: Embora a Alma Livre tenha uma linha principal de trabalho dentro do Reggae, o nosso objetivo é fazer música livre, enriquecer a arte musical que está acima da questão gênero, então o estilo da Alma Livre é Música Livre dentro do Reggae ou dentro de qualquer outro estilo que queiramos fazer.

08) RM: Alves, como você se define como cantor/intérprete?

Alma Livre: Eu (Alves), me considero um vocalista que atende as necessidades da banda. Não me considero um intérprete.

09) RM: Quais os cantores e cantoras que vocês admiram?

Alma Livre: Eu (Alves) gosto muito de um cantor italiano, o Zucchero, a Sade, a Adele, a Marisa Monte

10) RM: Quem faz as músicas da Alma Livre?

Alma Livre: Eu (Alves) sou o único compositor da Alma Livre.

11) RM: Quais os prós e contras de desenvolver uma carreira musical de forma independente?

Alma Livre: Nós trabalhamos por 10 anos como banda independente até assinarmos nosso primeiro contrato com a gravadora Atração em 2016. Trabalhando de forma independente você tem um peso menor nas questões de responsabilidade, auto cobranças e na busca de resultados, por outro lado, as dificuldades financeiras, a falta de recursos para produzir material de qualidade, a falta de aceso aos meios de divulgação eficiente, tudo isso dificulta a vida de uma banda independente.

12) RM: Quais as ações empreendedoras que vocês praticam para desenvolver a carreira musical?

Alma Livre: A Alma Livre é uma banda que sempre esteve engajada nas questões sociais e um de nossos principais projetos é o Projeto Reggando Vidas, onde levamos para as escolas públicas, geralmente na periferia, shows com workshop de percussão e bateria, palestras sobre música e comportamento. Ao mesmo tempo que levamos a arte e a cultura, também promovemos o nome e a carreira da Banda.

13) RM: O que a internet ajuda e prejudica no desenvolvimento da carreira musical?

Alma Livre: No nosso caso a internet tem ajudado muito, não vejo nenhum ponto prejudicial a esse respeito. A internet tem nos ajudado a alcançar cada vez mais pessoas no mundo inteiro e como nossa intenção não é mudar a cabeça das pessoas que pensam diferente de nós e sim unir as pessoas que pensão como nós e se identificam com o que fazemos, que acreditam no bem, no trabalho, que têm a esperança em um mundo melhor para todos, através da internet nossa música e nosso ideal se torna mais conhecido atraindo fãs e simpatizantes em todo o mundo.

14) RM: Como você analisa o cenário reggae brasileiro? Em sua opinião quem foram às revelações musicais nas duas últimas décadas e quem permaneceu com obras consistentes e quem regrediu?

Alma Livre: Eu vejo o cenário reggae brasileiro de forma muito inconsistente, talvez essa inconsistência não esteja apenas no senário reggae, talvez seja geral em todo o senário musical brasileiro. São ondas que surgem e passam rapidamente, mas o reggae resiste apesar de todas as dificuldades. Nas últimas duas décadas, em se falando das bandas de reggae que conseguiram ultrapassar as barreiras das grandes mídias, podemos citar Planta & Raiz, Chimarruts, Ponto de Equilíbrio, Maneva… Acredito que todas continuam produzindo obras consistentes, apesar dessa oscilação natural no cenário brasileiro.

15) RM: Quais as vantagens e desvantagens do acesso à tecnologia de gravação (Home Studio)?

Alma Livre: Acho que a tecnologia de gravação em casa se tornou muito útil para pré-produções. Poder preparar com calma, analisar, gravar, regravar até chegar ao ideal desejado é uma grande vantagem para daí sair com o material já pré-produzido para a gravação oficial em um estúdio profissional. Não vejo desvantagem nessa tecnologia.

16) RM: Quais os músicos já conhecidos do público que você tem como exemplo de profissionalismo e qualidade artística?

Alma Livre: Vejo artistas muito profissionais aos quais admiro, por exemplo: Djavan, Lenine, Zeca Baleiro, entre outros.

17) RM: Quais as situações mais inusitadas aconteceram com a Alma Livre?

Alma Livre: Quando estávamos no início da carreira um vendedor de shows vendeu um show nosso em uma cidadezinha do interior de São Paulo e vendeu como banda de forró. Nós fomos fazer o show e quando começamos a passar o som em um palco montado em uma praça, percebemos as pessoas olhando do forma estranha mais continuamos, na hora do show o povo começou a chegar e em determinado momento o prefeito da cidade nos perguntou onde estava o sanfoneiro. Começamos o show e o povo não entendia nada, esperando começar o forró e foi assim até o fim do show. Quando terminamos o prefeito subiu no palco meio sem jeito e falou “Gente, gente, amanhã tem mais, mais não é essa banda não, é outra banda” (risos).

18) RM: O que lhe deixa mais feliz e mais triste na carreira musical?

Alma Livre: O que me deixa feliz é poder fazer música, apresentá-la ao público e perceber a reação positiva das pessoas, a interação, o contato, a identificação de cada um com a obra. O que me deixa triste é a banalização da arte, da música, a desvalorização do trabalho, do empenho e do esforço de qualquer artista.

19) RM: Nos apresente a cena musical na cidade que você mora?

Alma Livre: Moro em São Paulo e o cenário aqui é amplo e misto, há espeço para todas as tribos, gêneros e estilos. A música sertaneja e o funk dominam a maior parte do cenário atraindo grande parte da massa e o que sobra é disputado por outros segmentos como o rock, o hip hop, o samba, o reggae e o forró.

20) RM: Você acredita que sem o pagamento do jabá as suas músicas tocarão nas rádios?

Alma Livre: Nossa música já é tocada em algumas rádios tocadas pelo Brasil sem o pagamento de jabá. Entendo que grandes rádios não tocarão sem contra partida, não apenas a nossa música mais a de qualquer outro artista emergente.

21) RM: O que você diz para alguém que quer trilhar uma carreira musical?

Alma Livre: Eu (Alves) sempre digo para aqueles que querem começar a trilhar uma carreira musical é: Preocupe-se em fidelizar o público com o seu trabalho, fazendo isso você terá acesso a todas as outras coisas necessárias para o sucesso.

22) RM: Como você analisa a relação que se faz do reggae com o uso da maconha?

Alma Livre: Essa relação entre o reggae e o uso da maconha se fortaleceu no final dos anos 60 quando os grandes nomes do reggae jamaicano como Bob Marley e Peter Tosh começaram a sair da Jamaica e difundir o reggae pelo mundo. Eles eram adeptos ao rastafári e faziam uso da maconha dentro de suas crenças religiosas, o que chocou muito as pessoas mais agradou muitas outras. Eu (Alves) não vejo essa relação como uma regra obrigatória, acho que usar ou não usar é uma opção pessoal, independente da música que faça ou ouça.

23) RM: Como você analisa a relação que se faz do reggae com a religião Rastafári?

Alma Livre: O movimento religioso Rastafári foi de fundamental importância para a formação da base filosófica do reggae. Os primeiros compositores das grandes obras do reggae beberam das fontes do conhecimento e ideal do Movimento Rastafári para compor suas obras, em contrapartida o Movimento adotou o reggae como tema de sua luta por um mundo melhor.

24) RM: Os adeptos a religião Rastafari afirmam que só eles fazem o reggae verdadeiro. Como você analisa essa afirmação?

Alma Livre: Embora o Movimento Rastafari tenha dado uma imensa contribuição para a formação filosófica do reggae, isso não torna o reggae exclusividade do Rastafari e nem o Rastafari exclusividade do reggae. O Reggae verdadeiro é aquele que é feito com o coração, com amor, com respeito pelo próximo e pelas diferenças.

25) RM: Na sua opinião porque o reggae no Brasil não tem o mesmo prestigio que tem na Europa, nos EUA e no exterior em geral?

Alma Livre: No Brasil por muito tempo, as pessoas se acostumaram a ver o reggae como um sub ritmo restrito aos guetos e periferias. Um estilo que toca nas férias, nas praias e depois dar espaço para os hits populares nas grandes mídias. Isso vem mudando aos poucos mais ainda é assim para muita gente. Enquanto que em outros países o cenário é mais estável e natural, gerando prestígio e reconhecimento ao gênero como algo a altura de qualquer outro.

26) RM: Quais os seus projetos futuros?

Alma Livre: Ainda esse ano lançaremos o terceiro disco da Alma Livre, segundo pela gravadora Atração, e em novembro faremos uma turnê em alguns países da América do Sul, já confirmados Chile e Uruguai.

27) RM: Quais os seus contatos para show e para os fãs?

Alma Livre: Para Show: (11) 99949 – 7158 | Kiko Tupinambá | [email protected] | www.bandalmalivre.com.br | Instagram @bandalmalivre | www.facebook.com/almalivreoficial


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