More Bia Mestrinér »"/>More Bia Mestrinér »" /> Bia Mestrinér - Revista Ritmo Melodia
Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.

Bia Mestrinér

Bia Mestrinér
Bia Mestrinér
Compartilhe conhecimento

A cantora e compositora paulista Bia Mestrinér já foi indicada ao Prêmio Sharp de Música em 1995 como cantora – revelação de MPB (ano Milton Nascimento).

Bia Mestrinér ouve, canta e cultua a bossa-nova, o jazz e a bela MPB. Ela, unindo o balanço e ao mesmo tempo o romantismo na interpretação da Bossa Nova se mostra uma cantora versátil que passeia da Bossa ao Jazz e uma compositora capaz de captar as mensagens do cotidiano das pessoas em melodias especiais e a poesia com um pouco de metáfora.

Ela cantou por 10 anos em um coro de música renascentista da USP em Ribeirão Preto – SP, um Madrigal e passeia, devido a esse exercício de mistura de vozes, nos mais ecléticos sons harmônicos. Cantou na época, desde a renascença até Bela Bartók, Stravinsky, Villa-Lobos, Gilberto Mendes. Foi aluna da Unicamp no curso de Regência do Departamento de Música. Em sua cidade, Ribeirão Preto iniciou em 1986 como cantora no Stream Palace Hotel, onde ficou durante 4 anos acompanhada por músicos amigos, respeitados e talentosos, como Toninho Diniz, pianista e Haroldo Garcia, guitarrista. Com Carlinhos Machado também compôs um caminho de um som especial, de pura identidade sonora durante mais de 25 anos.

Bia Mestrinér atuou em seus shows com grandes músicos no Rio de Janeiro onde morou em 1995, como Tito Freitas, pianista, Paulo Kamanga , baterista e em locais como: Jazzmania, que teve a participação de Roberto MenescalEspaço Sérgio Porto, Teatro João Theotônio e também em templos da contracultura em São Paulo, como: Supremo Musical, Villágio Café, Blue Note, Bar da Virada e em diversos projetos do Sesc em SP e interior paulista.

Na “All of Jazz” em São Paulo cantou ao lado do trio de músicos especiais : Fábio Leandro, piano, Carlinhos Noronha no baixo e Celso de Almeida na bateria. E cantou no Supremo Musical ao lado do excelente músico e arranjador Pichu Borreli.

Bia Mestrinér em 1994 gravou seu primeiro álbum – “BIA BOSSA NOVA” sob produção e participação de Roberto Menescal, com canções da Bossa Nova, na maioria de Tom Jobim, com arranjos de Luiz Avellar, com o qual foi indicada ao Prêmio Sharp de Música Brasileira (1996), ano Milton Nascimento como cantora-revelação de MPB. O disco foi lançado e distribuído pela Albatroz para todo o mundo, principalmente no Japão (dentro do projeto Zico Label Brazilian Music Collection) e EUA.

Três de suas canções do álbum “Bia Bossa-Nova” estão incluídas em compilação da Revista Reader´s Digest (Seleções), ao lado das grandes personalidades da MPB, como: Edu Lobo, Elis Regina, Nara Leão, Chico Buarque, Leila Pinheiro e outros.

Bia Mestrinér em 1997 gravou o segundo álbum – “NUM TOM DELICADO”, sob produção e participação do cantor/compositor e multi-instrumentista Filó Machado, somente com composições dela mesma, contando com a participação de músicos brasileiros consagrados como Proveta, Arismar do Espírito Santo, Léa Freire, Silvia Góes.

Bia Mestrinér em 2009 cantou com a Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto – SP e em 2018, participou em programas de TV como, Som Brasil/Globo, Record/SP, acompanhada e convidada por Filó Machado. Da GNT fez o Happy Hour com Astrid Fontelle.

Fez a abertura do show de Ivan Lins na 11ª Feira Nacional do Livro de Ribeirão Preto com o show Bia canta Elis. Em 2012 e 2015 o Theatro Pedro II em Ribeirão Preto recebeu o show em homenagem aos 30 anos sem Elis, num tributo à cantora, tendo Marcelo Rocha como baixista.

Bia Mestrinér em setembro de 2018 apresentou em Campos do Jordão – SP no Auditório Cláudio Santoro o show “60 Anos da Bossa Nova”, acompanhada de um trio de amigos músicos queridos e talentosos: Carlinhos Machado, guitarra, José Pereira, baixista e um grande e estudioso baterista, Inácio Koser.

A música pra mim vem do jazz, da bossa nova e com isso passeio pelos palcos fazendo fielmente o som que me dá felicidade plena. A harmonia tem que ser rica, o ritmo sincopado e a melodia, seja qual for tem que passear pelos acordes dos músicos talentosos que comungam da mesma missão”; onde houver essa visão e paixão musicais Bia Mestrinér se agrega.

Em Ribeirão Preto e região ela atua em palcos com os músicos amigos e amantes da mesma música, Toninho Diniz, pianista, como também com Pedro Damasceno, baixista e guitarrista e Júnior Simões nos teclados.

Segue abaixo entrevista exclusiva com Bia Mestrinér para a www.ritmomelodia.mus.br, entrevistada por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 14.10.2020:

01) Ritmo Melodia: Qual a sua data de nascimento e a sua cidade natal?

Bia Mestrinér: Nasci em 01 dezembro em Ribeirão Preto – SP. Registrada como Ana Beatriz Mestriner Abrahão

02) RM: Fale do seu primeiro contato com a música.

Bia Mestrinér: Nasci numa família paterna síria e baiana e materna italiana, referências de miscigenação cultural, ouvindo por um lado músicas libanesas e na italiana, tipicamente a MPB. Na família do avô sírio os primos mais velhos cantavam e fazíamos bandinhas vocais. Uma prima, Laura Maria Monteiro Abrahão que tinha assessoria musical do Hans-Joachim Koellreuter e professora de música em São Paulo e me informava especialmente sobre harmonia. Na adolescência ouvíamos em casa a Rádio Eldorado com seu repertório de jazz, clássicos e a boa música brasileira. “Boa música” a gente quer dizer aquela recheada na estrutura de uma boa harmonia e uma letra bela. O ginásio estadual tinha a música como matéria obrigatória e eu me sobressaia no canto, com uma paixão mesmo pelo tema.

03) RM: Qual sua formação musical e/ou acadêmica fora da área musical?

Bia Mestrinér: Sou assistente social, atividade exercida durante 20 anos no INSS e durante esse trabalho entrei na música da Unicamp, graduanda de “regência”. Não completei o curso, embora gostasse muito, pois o cargo de assistente social provia minha subsistência, o que me fez interromper o curso de música, porém sempre cantando nas noites da cidade.

Em 1975 entrei num coro de Ribeirão Preto – SP, o “Madrigal Revivis“ da USP e nele fiquei 10 anos. Pequeno coro de música renascentista e música também de compositores do século XX como Debussy, Villa-Lobos, Stravinsky entre outros. Essa experiência musical, regida por maestros importantes vindos de São Paulo , como Lutero RodriguesMarcos Pupo Nogueira e isso nos deu uma bagagem de uma sonoridade muito contemporânea, harmonias dissonantes desses compositores, o que me fez ouvir cada vez mais músicas do mundo e acostumar com um passeio melódico privilegiado, a meu ver.

04) RM: Quais as suas influências musicais no passado e no presente. Quais deixaram de ter importância?

Bia Mestrinér: Sempre a Bossa Nova de Tom Jobim, Roberto Menescal, Carlos Lyra, João Gilberto , e a MPB de Milton Nascimento, Chico Buarque, João Bosco & Aldir Blanc, das cantoras e compositoras Joyce Moreno e Fátima Guedes, Nana Caymmi , Rosa Passos e dos Caymmi em geral sempre me emociono com a música e canto do Dori Caymmi.

Filó Machado, músico e cantor que aprecio sempre. Amo o jazz e a interpretação de Betty Carter, Ella Fitzgerald, Leny Andrade. A música instrumental sempre ouço e me lembro do lançamento maravilhoso do Yellowjackets, o suingue de Earth Wind and Fire. Tudo dessa linha recheada da bela estrutura musical e do canto maravilhoso que eu amo.

05) RM: Quando, como e onde você começou sua carreira musical?

Bia Mestrinér: O Stream, hotel aqui de Ribeirão Preto iniciei nele e fiquei alguns anos cantando com uma banda ótima e em 1986 foi o início. Músicos como o amigo querido Toninho Diniz, pianista, Haroldo Garcia, recém – falecido, guitarrista e também o Carlinhos Machado, de uma linguagem na guitarra especialíssima. Todos donos dessa harmonia da qual citei, belos instrumentistas. Lá mesmo no hotel conheci o Filó Machado num show que ele veio fazer em Ribeirão Preto – SP em 1987 e daí começamos a pensar um projeto de um CD, além de me passar um estudo de violão e com esse instrumento compus minhas músicas.

06) RM: Quantos CDs lançados?

Bia Mestrinér: São dois álbuns: Em 1995 o “Bia Bossa Nova”, sob a produção e participação de Roberto Menescal, arranjos de Luiz Avellar, no Rio de Janeiro e com ele fui indicada à cantora-revelação de MPB no Prêmio Sharp Milton Nascimento em 1996.

Em 1997 o segundo álbum – “Num Tom Delicado”, sob produção e participação instrumental do Filó Machado além dos músicos: Arismar Espírito Santo, Léa Freire, Silvia Góes, Proveta.

07) RM: Como você define seu estilo musical?

Bia Mestrinér: Defino como MPB, Bossa Nova, Jazz.

08) RM: Você estudou técnica vocal?

Bia Mestrinér: Sim, na época do “Madrigal Revivis“ da USP, com professoras que vinham de São Paulo a Ribeirão Preto.

09) RM: Qual a importância do estudo de técnica vocal e cuidado com a voz?

Bia Mestrinér: O mais importante para mim é o “aquecimento vocal”. São exercícios sonoros que faço sempre antes de cantar. Confesso que bebo gelado e não me atrapalhou por isso. Mas é muito importante ter o conhecimento de técnica vocal e exercícios para que o som saia fluente, afinal pregas vocais tem um tecido musculoso e o exercício vocal favorece a emissão de um melhor som.

10) RM: Quais as cantoras(es) que você admira?

Bia Mestrinér: Elis Regina, Leny Andrade, Nana Caymmi, Rosa Passos, Joyce Moreno, Fátima Guedes, Ella Fitzgerald, Sarah Vaughan.

11) RM: Como é seu processo de compor?

Bia Mestrinér: Quando componho faço a melodia antes e “acomodo” a letra. Gosto das metáforas nas letras. Que tenha delicadezas no modo de dizer, embora nas relações pessoais do cotidiano digo sempre o que sinto de coração, longe das “metáforas” (risos).

12) RM: Quais são seus principais parceiros de composição?

Bia Mestrinér: Tive uma única parceria numa composição com o Filó Machado, de seu CD onde somente mulheres compositoras foram parceiras, o “Quando se quer amar” e a composição nossa é “Dele pra mim”.

13) RM: Quem já gravou as suas músicas?

Bia Mestrinér: Um bolero gravado pelo Filó Machado e Cibele Codonho, o “Bolero das Paixões” no CD – “Milagre da Canção” de Filó.

Regina Dias, cantora e irmã gravou duas músicas no seu CD – “Fantástico Urbano”, uma composição que deu nome ao CD e “Francisco e Maria”, imaginando o Chico Buarque (o mar) num encontro com uma mulher do interior (a correnteza do rio).

Para a Rádio USP Ribeirão fizemos em 2005 um CD de composições dos artistas locais no qual compus “Por isso a Música” que foi uma declaração de amor à música. Nela gravamos, a cantora Maria Butcher e eu.

14) RM: Quais os prós e contras de desenvolver uma carreira musical de forma independente?

Bia Mestrinér: Não há prós no sentido de resolver nossa vida pessoal, porém tenho uma tranquilidade mística, digamos, de não querer a fama ansiosa. Acho tranquilo o legado de minha música ir tocando devagarinho algumas pessoas. Isso é tudo de bom. Evidente que não ser “famosa” e viver da música no interior do país é muito difícil. Eu já sentindo isso há anos atrás no RJ, cuidando das filhotas (Mariana Mestrinér Oficiati e Isabela Mestriner Machado), preferi ficar no interior e obviamente trabalhei em outras atividades além da música. Hoje na pandemia do corona vírus, por exemplo, sinto muito pelos amigos músicos que só vivem de bares e palcos. Difícil. Sinto muito mesmo. As grandes produções não nos permeiam e grandes projetos também. O que não paro é de exercitar a música. Isso é tudo.

15) RM: Quais as estratégias de planejamento da sua carreira dentro e fora do palco?

Bia Mestrinér: Envio projetos para Sesc’s, leis de incentivo, porém há um filtro indecifrável. O importante é viver de pequenos momentos de interatividade com o público, seja num Bar ou no palco do Teatro. Aliás, amo o Bar, a brincadeira com a música, o ritmo sincopado jogando com a bela harmonia de um instrumentista. Isso é estratégico, sinto.

16) RM: Quais as ações empreendedoras que você pratica para desenvolver a sua carreira musical?

Bia Mestrinér: No geral num show, capto patrocínios de empresas que acreditam e me conhecem, assinam embaixo o meu trabalho. Ultimamente, neste ano de 2020 experimentamos por causa da pandemia do novo corona vírus a maior dor sinistra, indecifrável a todos os segmentos artísticos. No geral tenho um reconhecimento pela qualidade do “produto “e empresas cooperam para realizar os eventos.

17) RM: O que a internet ajuda e prejudica no desenvolvimento de sua carreira?

Bia Mestrinér: No geral ajuda. O Spotify por exemplo é a grande forma de levar nossa música. Agora, produtores são essenciais no movimento da divulgação. No interior há poucos e tendenciosos a abraçar sempre a forma mais popular; por exemplo aqui na minha região, a música sertaneja. A grande mídia hoje mantém o mesmo papel de sempre, como divulgar em excesso o que chega à grande população do país, ainda ávida de cultura enriquecedora. No geral a internet foi e é o grande elemento disseminador da música mundial.

18)RM: No passado a grande dificuldade era gravar um disco e desenvolver evolutivamente a carreira. Hoje gravar um disco não é mais o grande obstáculo. Mas, a concorrência de mercado se tornou o grande desafio. O que você faz efetivamente para se diferenciar dentro do seu nicho musical?

Bia Mestrinér: Fico tranquila sabendo que há um público fiel a minha música e como não tive acesso à “grande mídia” fico tranquila. Tenho um público menor e fiel, graças a Deus.

19) RM: Como você analisa o cenário Musical Brasileiro? Em sua opinião quem foram as revelações musicais nas duas últimas décadas e quem permaneceu com obras consistentes e quem regrediu?

Bia Mestrinér: Um país se entende na música e na literatura pelo fomento e incentivo a se angariar conhecimento geral. No Brasil não há isso. Uma maioria da população não tem acesso a escolas, ao estudo, a grande mídia não contribui para esse importante aspecto cultural. Os fatos do cotidiano são o foco que incluem canais televisivos de “fofoca”, de diversão vazia. Isso tudo reduz possibilidades de um alcance mais abrangente de pessoas preocupadas com o “fazer cultura”.

Mesmo desse modo sem uma política que proponha vicejar talentos, há muitos e muitos talentos em todos os cantos do país. Afora os que nos inspiraram, Ivan Lins, Milton Nascimento e todos os dessa geração que nos alimentaram de belos sons, acho que há músicos talentosos em cada canto do nosso Brasil, em cada lugar deste país há sempre alguém que faz belas músicas.

20) RM: Qual seu contato pessoal e profissional com Filó Machado?

Bia Mestrinér: O Filó Machado é um músico brasileiro dos mais respeitados no Brasil e principalmente no exterior. Compositor de belas melodias em geral, também na parceria com Judith de Souza, letrista talentosa, companheira dele até hoje nessa parceria musical. Como citei anteriormente eu o conheci na década de 80 especialmente em 1987 quando tive participação especial no seu show aqui em Ribeirão Preto num restaurante, o do “Bosque”, que hoje não há mais. Desse dia em diante convivemos mais pela afinidade musical, principalmente. Ele percebeu em mim uma tendência à compositora e com ele fui aprendendo acordes no violão muito interessantes e com isso passei a compor e gravamos o CD – “Num Tom Delicado”. No aspecto pessoal temos uma filha que nasceu em 1991, Isabela Mestriner Machado e hoje é uma excelente cantora lírica que o leitor(a) pode conferir acessando: https://youtu.be/s-g71ztiSk8 e https://youtu.be/MT759Pgwf9s. Eu e Filó somos amigos para sempre, assim como o núcleo todo familiar dos “Machado”.

21) RM: Quais as situações mais inusitadas aconteceram na sua carreira musical?

Bia Mestrinér: Eu me lembro do Teatro Sérgio Porto aonde fiz o primeiro show de Bossa Nova no Rio de Janeiro quando havia 10 pessoas na plateia, em 1995 quando me mudei para o Rio. Foi uma sensação muito de medo por tão pouco público, mas fiz o show inteiro com músicos cariocas de primeira linha musical e com uma banda liderada pelo meu querido amigo baterista já falecido, Paulo Kamanga, muito respeitado no Rio, como também Tito Freitas, talentoso pianista. O que importa é tocar e cantar com o respeito a uma só pessoa que esteja ali. No mais não houve gafes ou melindres no decorrer de minha carreira musical.

22) RM: O que lhe deixa mais feliz e mais triste na carreira musical?

Bia Mestrinér: O respeito de chegar e nos reconhecerem como verdadeiros naquilo que fazemos me faz muito feliz. Eu acho e sinto que poderia ter alcançado mais “sucesso” se ficasse no Rio de Janeiro, fiquei apenas um ano em 1995, morando. Triste foi ter que voltar a minha cidade com uma realidade musical que não nos proporciona grandes projetos. Tenho o outro lado “mãe” que me fez retornar para não corrermos riscos naquela cidade linda e preocupante no cotidiano, pois roubaram meu carro e meus projetos na linda Rio de Janeiro. 

Minhas filhas são da música , minha netinha Giulia também tem essa tendência natural e sempre nosso assunto é a música e isso me alegra muito: Mariana Mestrinér Oficiati & Rodrigo Oficiati que tem o “Canto Kids”   em parceria com o marido e que pode ser acessado por esse link: https://www.youtube.com/channel/UCErOtQKiCiabn3PGiIQqB7g, canto infantil prestigiado em festas e teatros de Ribeirão Preto e região e a Isabela Mestrinér Machado que foi semifinalista do “Prelúdio” 2018 da TV Cultura: https://www.youtube.com/watch?v=ZwzUlPArt1U

23) RM: Existe o Dom musical? Como você define o Dom musical??

Bia Mestrinér: Ah, existe uma facilidade musical e uma diferente percepção nas pessoas que tem o dom. Tem um canto, um assobio dentro da escala. Existem pessoas que nascem com esse dom e outras que precisam estudar e exercitar um pouco mais.

24) RM: Qual é o seu conceito de Improvisação Musical?

Bia Mestrinér: Improvisação é o que o estudo possibilita em cima da estrutura musical. É o passeio da linha melódica em cima do esquema harmônico. É sempre resultado de muito estudo e há pessoas, profissionais incríveis nesse segmento, tanto no canto quanto no instrumento.

25) RM: Existe improvisação musical de fato, ou é algo estudado antes e aplicado depois?

Bia Mestrinér: Improvisar é estudar antes e aplicar depois.

26) RM: O que você diz para alguém que quer trilhar uma carreira musical?

Bia Mestrinér: Invista no estudo do instrumento, ou do canto e na teoria musical. Essa visão geral do exercício musical é essencial. Por exemplo, tenho um investimento e a prática em coral em 10 anos de atividade, que envolveu a renascença até a dissonância de compositores do Século XX e esse exercício da mistura de sons penso que me deu a informação para a minha prática vocal e de composição. Por exemplo, Villa-Lobos e outros compositores do Século XX me deram essa dimensão do quanto a música pode ser rica em melodias “tortas” atonais e isso me agrada muito. Importante também ouvir muito os sons de várias partes do mundo.

27) RM: Quais os prós e contras do Festival de Música?

Bia Mestrinér: Não tive esse exercício dos Festivais de Música com a minha música autoral, a não ser minha irmã Regina Dias as defendendo muito bem em alguns Festivais. No geral, tudo o que depende de um júri que julga um produto criativo de nossa autoria é difícil. Mas deve haver um prazer em participar de Festival, para quem gosta dele.

28) RM: Como você analisa a cobertura feita pela grande mídia da cena musical brasileira?

Bia Mestrinér: Não deciframos os caminhos da grande mídia, mas no Brasil ainda o foco deve ser o do “gosto popular” em geral, exemplo a música sertaneja que reina absoluta em todas as regiões do país. Não sou contra, porém em muitas músicas há um texto muito ruim de se ouvir, com palavras grotescas e incentivo às condutas indelicadas nas relações pessoais e essa disseminação é negativa para o crescimento amoroso entre os pares.

29)RM: Qual a sua opinião sobre o espaço aberto pelo SESC, SESI e Itaú Cultural para cena musical?

Bia Mestrinér: Acho excelente, mas de muito pouco acesso de uma maioria de músicos, pois toda empresa ou entidade prioriza o interesse dos técnicos que respeitam o foco dessas instituições. Sem dúvida são possibilidades muito importantes para o artista, embora difícil no atendimento ao “pouco conhecido na grande mídia”.

30)RM: Quais os seus projetos futuros?

Bia Mestrinér: Estou sempre a exercitar o canto em qualquer lugar que haja um palco que compreenda a minha música. Ainda quero fazer um novo álbum de composições minhas. Tudo sem pressa.

31)RM: Quais seus contatos para show e para os fãs?

 Bia Mestrinér: (16) 99103 – 8882 / [email protected]

https://www.facebook.com/bia.mestriner.lotado

https://web.facebook.com/bia.mestriner

https://web.facebook.com/BiaMestrinerCantoracompositora

www.instagram.com/biamestrinerbossanova 

Canal: https://www.youtube.com/user/biamaribela 

BIA MESTRINÉR canta Bia Bossa Nova e Num Tom Delicado:

https://www.youtube.com/watch?v=Hd0L7hyGV5E

BIA MESTRINER E OSRP:  https://youtu.be/AO8NUNuslF8

BIA MESTRINER SÓ DANÇO SAMBA (Tom Jobim):

https://www.youtube.com/watch?v=fGO7KDsHWW8

BIA MESTRINÉR SAMBA DE VERÃO(M.Valle/PC Valle). 2018:

https://www.youtube.com/watch?v=nfIVnJOqDwA

BIA MESTRINÉR, MARIANA, ISABELA & a netinha de 7 anos, GIULIA ” OCCHI MANZA MIA” (Orlando di Lassu):

https://www.youtube.com/watch?v=pXNUMyrJOPE

BIA MESTRINÉR TRIO “2018 e os 60 ANOS da BOSSA-NOVA”:  https://www.youtube.com/watch?v=tNUIqm_gg1c

BIA MESTRINER no SOM BRASIL 1987: https://www.youtube.com/watch?v=v5Ejx3yVWDA

Isabela Mestrinér: Dich theure halle – Elisabeth’s aria from “Tannhäuser” (R. Wagner) Semifinal do Programa “Prelúdio”, competição artística da TV Cultura em outubro de  2018: https://www.youtube.com/watch?v=ZwzUlPArt1U

Spotify: https://open.spotify.com/artist/3vZw6WvjEldz1ceFQNIh6G 


Compartilhe conhecimento

Deixe um comentário

*

Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.