More Zezé Freitas »"/>More Zezé Freitas »" /> Zezé Freitas - Revista Ritmo Melodia
Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.

Zezé Freitas

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A cantora contralto Zezé Freitas iniciou sua carreira no Coralusp, onde permaneceu de 1978 a 1979, tendo realizado turnê com o coral Madrigal por quatro países Africanos (Senegal, Costa do Marfim, Nigéria e Gana), sob o patrocínio do Ministério das Relações Exteriores e sob regência do maestro Benito Juarez. 

Ela retorna à música com a pesquisa, produção e gravação de seu primeiro CD, denominado: Momentos, entre março de 1994 e junho de 1995. O resgate de grandes compositores como Noel Rosa, Vadico, Geraldo Pereira, Adoniran Barbosa, Germano Mathias e Vinicius de Moraes.

Realizou produção e gravação do segundo CD – Zezé Freitas interpreta Zica Bergami, durante os anos de 1997 e 1998, com base em pesquisas sobre a obra praticamente inédita da compositora e artista plástica Zica Bergami, autora do lendário cancioneiro paulista “Lampião de gás”.

Neste CD participaram os músicos Filó Machado, Benjamin Taubkim, Oswaldinho do Acordeom, Arismar do Espírito Santo, Adauto Santos, Ary Silva, Sabá, Clayber de Souza, Serginho Machado, Rodrigo Botter Maio e Rogério Botter Maio. O show de lançamento do CD teve acompanhamento musical de Filó Machado e ocorreu em multievento no Clube Alto de Pinheiros, juntamente ao lançamento do Livro “À luz do Lampião” e à exposição de pinturas primitivistas, ambos de autoria deZica Bergami.

Realizou pesquisa, gravação e produção do seu terceiro CD – Meu tempo, em piano e voz, no período de julho a novembro de 2004. A obra em questão teve a participação do músico Nenê, autor da maior parte das composições e responsável pelos arranjos e acompanhamento musical. Zezé Freitas produziu vários shows de lançamento do CD no ano de 2005.

Zezé Freitas atual secretária e relatora do Fórum Paulista Permanente de Música, que fornece subsídio para a recém criada Câmara Setorial de Música. Coordenadora do Grupo de Trabalho de Difusão de São Paulo. Integrante do Fórum Permanente de Cultura que criou a Frente Parlamentar de Cultura – FREPAC – SP. Integrante do Conselho Consultivo Estadual de Música. Uma artista que além do talento musical tem uma participação ativa e consciente em defesa dos direitos do profissional de música, não ficar deslumbrada com a vida de artista.

Segue  abaixo a entrevista exclusiva com Zezé Freitas para a www.ritmomelodia.mus.br , entrevistada por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 03.04.2006: 

01) Ritmo Melodia: Fale do seu primeiro contato com a música. Qual a sua cidade de origem e a sua data de nascimento? 

Zezé Freitas: Nasci no dia 19 de março de 1958 em São José do Rio Preto – SP. Meu primeiro contato com a música se deu na infância, gostava de cantar pelas ruas, de batucar nos móveis e de dançar. Onde quer que fosse as pessoas pediam para cantar. Isto acontecia em Palestina – SP, cidade de 6.000 habitantes.

02) RM: Quais foram suas principais influências musicais? E quais as influências que permaneceram presentes no seu trabalho?

Zezé Freitas: No Orfeon tive influências da música folclórica brasileira. Em casa, minha mãe ouvia rádio e cantava Nelson Gonçalves, Gonzaga, Carlos Gardel, Silvio Caldas, Vicente Celestino e Carmem Miranda. No Coral da USP vivenciei os clássicos da MPB, de Villa Lobos a Dorival Caymmi.

Através de discos ouvi Elis Regina, Chico Buarque e Maria Bethânia. O que permanece presente em meu trabalho atual vem muito do instrumental: Hermeto Pascoal, Itiberê e Nenê. A linha melódica e harmônica nestes compositores é extremamente rica. Aprecio o Renato Motha, Rosa Passos, Fátima Guedes e gosto bastante de interpretar músicas do Mutinho.

03) RM: Qual a sua formação musical? E quando iniciou a sua carreira musical?

Zezé Freitas: Estudei música durante o primeiro e segundo graus. Em época de faculdade frequentei o Coral USP e tive o Benito Juarez como maestro no Coral Madrigal. O Filó Machado atuou como produtor e diretor musical de dois discos meus e pude aprender um pouco com ele. Atualmente o Nenê baterista é meu mestre.

Fiz aulas particulares de Técnica Vocal com fonoaudióloga. E estudo piano com o músico Aluizio Pontes. Iniciei como contralto no Coral Madrigal em 1979. Minha primeira apresentação na carreira solo foi em 1992.

04) RM: Quantos discos lançados? Em que anos e títulos? Defina cada obra?

Zezé Freitas: Tenho três discos lançados sob os cuidados do músico Filó Machado, gravei dois CDs: “Momentos”, em 1995, um resgate de grandes compositores, e o CD –“Zezé Freitas interpreta Zica Bergami”, em 1999, resultado de um trabalho de pesquisa sobre a obra musical da compositora e artista plástica citada, autora do “Lampião de gás”.

Em 2005 estou apresentando o terceiro CD denominado “Meu tempo”, onde executamos em piano e voz, Nenê e eu, diversos ritmos brasileiros como samba, bossa nova, maracatu, congo e baião. Buscamos imprimir um novo conceito harmônico, melódico e rítmico ao trabalho.

05) RM: Comente sobre o seu show?

Zezé Freitas: O Show tem a possibilidade de ser executado em piano e voz ou com um trio – piano, baixo e bateria. Inspirado na canção ”Meu tempo”, do brilhante músico brasileiro, Alegre Corrêa, residente em Viena – Áustria, o concerto e o disco recebem este mesmo nome. Interpretamos músicas contidas no disco, são elas, de Nenê:

“Maracutaia”, “Cara de índio”, “Partida”, “Carinhoso amor”, “Um convite”, “Congo Mineiro” e “Zezé”; de Mutinho / João Palmeiro: “Pelas alamedas”; de Natan Marques / Thais Andrade: “Pirambeira” e outras que ainda não gravamos Sérgio Santos / Paulo César Pinheiro: “Onça Pintada”Mutinho / Vinícius de Moraes: “Até rolar pelo chão”;  Moacyr Luz / Salgado Maranhão: “Revela”.

Nenê ao piano, e vez por outra, no acordeon, é responsável também pela direção musical e pelos arranjos da apresentação.

06) RM: Como analisa a produção musical que está sendo feita a partir da década de 1990 ?

Zezé Freitas: A produção tem sido Democrática. Entretanto todos nós músicos, precisamos de apoio do governo, de empresários e também da união dos músicos. Desta forma nosso potencial musical será reconhecido pelo próprio brasileiro. Nosso Sindicato precisa atuar para criar trabalho para os músicos que aí estão.

As escolas deveriam, a partir de já, incluir ensino musical no seu calendário. Incentivo e fomento ainda estão engatinhando no Brasil. O Patrimônio está se deteriorando, e é ainda desconhecido. O direito autoral precisa ser respeitado. Os meios de comunicação precisam ser ecléticos e mostrar a diversidade do país ao invés de ficar mostrando só as mesmas caras.

07) RM: Quais os prós e contras de fazer um trabalho na cena independente ?

Zezé Freitas: A vantagem é que se faz o que se quer. A desvantagem é que não se tem parceria. Sou uma pessoa realizadora, mas chego a me sentir só. Sinto falta de parceiros e por isto almejo que o próximo disco saia através de gravadora.

08) RM: Comente sobre São Paulo como o seu habitat profissional.

Zezé Freitas: Tudo acontece na vida, mas escolhi São Paulo (Sampa) como habitat profissional pelas oportunidades que parece oferecer. Maior possibilidade de formação e de informação. Variedade e diversidade.

09) RM: Como você analisa a atuação cultural e musical dos seus contemporâneos?

Zezé Freitas: Nunca se viu tanto músico jovem e talentoso, desenvolvendo trabalho brilhante como agora, a exemplo da Itiberê Orquestra e Família, Trio Curupira, Grupo Armazem, André Mehmari, Guilherme Ribeiro, Moisés Alves, Alberto Luccas, Irio, Alex Buck, Tiago do Espírito Santo, Sandro Haick, Gileno Foinquinos, Magno Alexandre, Serginho Machado. Já não há preconceito em se aprender e saber tocar mais de um instrumento.

A música instrumental vem sendo valorizada e a produção cresce igualmente. Estamos atravessando um momento histórico da música brasileira em que boa parte dos músicos inclui-se aqui Ivan Lins e Francis Hime – se aproximam para lutar em prol das mesmas causas: sejam elas de caráter trabalhista, formação, patrimônio, direito autoral, difusão ou fomento.

10) RM: Quais as suas divergências e convergências com a prática do mercado fonográfico atual? 

Zezé Freitas: A verdade é que as gravadoras menores e os independentes acabam seguindo os passos das gravadoras maiores sendo que aquelas se preocupam mais com a qualidade do conteúdo enquanto que estas visam o interesse mercadológico.

11) RM: Quem são seus principais parceiros musicais?

Zezé Freitas: Atualmente são: Nenê, Alberto Luccas e o Moisés Alves.

12) RM: Quais os seus projetos para 2006?

Zezé Freitas: Mostrar o CD – Meu Tempo, continuar integrando o Fórum Permanente Paulista de Música, participar da criação de um Sindicato justo para os músicos práticos. Manter pesquisa de repertório para o próximo disco. Manter o estudo de piano e desenvolver meu lado percussivo estudando percussão.

13) RM: Quais os seus contatos?

Zezé Freitas: (11) 98616 – 5492 \ www.facebook.com/zezefreitas


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Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.