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Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.

Paulinho do Acordeon

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O cantor, sanfoneiro, compositor, pernambucano Paulinho do Acordeon, é um grande admirador e discípulo de Luiz Gonzaga, onde também herdou um dos seus maiores símbolos: A Sanfona Branca Todeschini, composta da seguinte frase: é do povo. L.G. Esta, com certeza, foi uma das maiores companheiras do velho Rei do Baião.

O Artista nordestino, que nasceu em Recife, e reside na cidade Carpina, que lhe acolheu com muito carinho a muitos anos, e também tem uma relação muito forte com as cidades ciclo vizinhas da Mata Norte de Pernambuco, em especial, a querida Limoeiro, onde passou sua infância com seus pais e teve início da sua carreira, aos 13 anos de idade. E foi no dia do seu aniversário seis de agosto, que o velho pai Severino Joaquim de Santana, “Seu Biu” (in memoriam), lhe presenteou com uma sanfona branca, daí deu início sua carreira musical. Ele e seus irmãos músicos, Lula do Acordeon, e Vadinho do Rojão, formaram um Trio Pé Serra.

E neste início de carreira um dos momentos marcantes de carreira, foi quando o trio familiar acompanhou Luiz Gonzaga e Carmélia Alves em uma apresentação no Recife. Aos longos dos seus 42 anos de carreira tem onze CDs lançados, todos no estilo Forró autentico, xote, baião e marchinhas juninas. Tendo como parceiros musicais: Junior Vieira, Deivinho Sanfoneiro, Lula do Acordeon, Donina de Carpina. A partir do primeiro disco já começaram as participações especiais com: Alcymar Monteiro, Petrucío Amorim, Jorge de Altinho, Novinho da Paraíba, Cezzinha, Deivinho Sanfoneiro, Denize Kássia, Lula do Acordeon, Ivan Ferraz, Nerilson Buscapé, Plinio Rodrigues, Toinho de Limoeiro (In memoriam). E dentre os onze CDs, três foram as 20 Super Sucessos, um dos projetos pela gravadora Polydisc, onde foi reunido vários cantores de diversos gêneros, dando um resultado com muita qualidade e bem eclético.

As principais homenagens recebidas por Paulinho do Acordeon, foram: No dia 22 de novembro de 2012, participou da homenagem Honoris Causa da Universidade Federal de PE ao Rei do Baião (in memoriam) pelos seus 100 anos, por ser um dos discípulos de Luiz Gonzaga. E no São João de 2012, foi homenageado em Limoeiro e Carpina, e novamente no São de 2014 foi homenageado em Carpina. “Eu, meu Deus e minha Sanfona Branca, cantando e encantando meu povo Brasileiro”, afirma o artista.

Segue abaixo entrevista exclusiva com Paulinho do Acordeon para a www.ritmomelodia.mus.br, entrevistado por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 18.06.2021:

01) Ritmo Melodia: Qual a sua data de nascimento e a sua cidade natal?

Paulinho do Acordeon: Nasci no dia 06.08.1965, em Recife – PE. Registrado como Paulo Joaquim de Santana.

02) RM: Fale do seu primeiro contato com a música.

Paulinho do Acordeon: Foi quando assistir uma apresentação de Luiz Gonzaga em frente à Rádio Jornal de Limoeiro – PE.

03) RM: Qual a sua formação musical e/ou acadêmica fora da área musical?

Paulinho do Acordeon: Tive as minhas primeiras orientações para tocar sanfona aos 13 anos de idade com meu pai Severino Joaquim de Santana (in memoriam), e meu irmão Lula do Acordeon. Tenho segundo grau completo.

04) RM: Quais as suas influências musicais no passado e no presente. Quais deixaram de ter importância?

Paulinho do Acordeon: As minhas influências musicais desde da infância estão muito ligadas a meu pai Severino Joaquim de Santana, meu irmão Lula do Acordeon, Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro, Trio Nordestino, Genival Lacerda, Marinês, Dominguinhos, Altemar Dutra, Roberto Carlos, Nelson Gonçalves, todas são muito importantes.

05) RM: Quando, como e onde você começou a sua carreira musical?

Paulinho do Acordeon: No meu aniversário de 13 anos de idade, quando meu pai Severino Joaquim de Santana me presenteou com uma sanfona branca.

06) RM: Quantos CDs lançados?

Paulinho do Acordeon: São onze CDs lançados, todos no mesmo estilo, Forró autêntico, xote, baião e marchinhas de São João.

CD – “Desafio” (1989) e a música de destaque foi: “Desafio” (Agripino Aroeira/Rosilda Santos), até hoje a mais tocada na região da mata norte de Pernambuco.  CD – “Pra gente fazer amor” (2002) e a música de destaque foi: “Para gente fazer amor” (João Caetano/Paulinho do Acordeon), meu público gosta muito dessa música. CD – “Alegria, Festa e Dança” (2008) e a música de destaque foi: “Amor demais” (Jorge de Altinho), caiu no gosto do público. CD – “Grande Encontro do Forró” (2009). “Os melhores sucessos” (2010). CD – “20 Super sucessos – Homenagem ao Trio Nordestino” pela polydisc (2010). CD – “20 Super sucessos – Instrumental – Forró Bom Demais” pela polydisc (2011). CD – “20 Super sucessos – Paulinho Acordeon” pela polydisc (2012). CD – “Seleção de Sucessos” (2016) e a música de destaque foi: “Na base da chinela” (Jackson do Pandeiro), essa interpretação também agradou muito o público.  CD – “Natal Nordestino” (2012). CD – “Seleção de Sucesso” (2021) e a música de destaque foi: “Deus me proteja” (Chico César), Essa música tem sido muito tocada nas rádios em toda região da mata norte de Pernambuco.

Músicos que participaram das gravações dos 11 CDs: Sanfona: Paulinho do Acordeon, Deivinho Sanfoneiro, Lula do Acordeon, Gennaro, Duda da Passira (in memoriam). Zabumba: Quartinha. Bateria: Lupa, Ferrugem.

Guitarra: Felipe Jr., Baixo: Marquinhos. Triângulo e Pandeiro: Ivo José.

Agogô: Deivinho. Vocal: Johnny, Lemos, Tayllana, Denize Kássia. Diretor Artístico: Assis Cavalcanti.

07) RM: Como você define seu estilo musical?

Paulinho do Acordeon: Forró autêntico, xote e baião e marchinhas juninas.

08) RM: Você estudou técnica vocal?

Paulinho do Acordeon: Não, mas gostaria de ter estudado. No decorrer da minha carreira fui me adaptando a cantar na região média e grave da minha extensão vocal.

09) RM: Qual a importância do estudo de técnica vocal e cuidado com a voz?

Paulinho do Acordeon: O estudo de técnica vocal tem importância fundamental e precisamos manter uma voz saudável e afinada, para isso temos que ter uma boa alimentação e respirarmos de forma adequada, por se tratar do instrumento principal do intérprete.

10) RM: Quais as cantoras(es) que você admira?

Paulinho do Acordeon: Luiz Gonzaga, Dominguinhos, Elba Ramalho, Flávio José, Jorge de Altinho, Alceu Valença.

11) RM: Como é o seu processo de compor?

Paulinho do Acordeon: Através de situações vividas e observadas, dali surgi uma estrofe, depois outra, e assim nasce a letra, depois a melodia.

12) RM: Quais são seus principais parceiros de composição? 

Paulinho do Acordeon: Lula do Acordeon, Deivinho Sanfoneiro, Junior Vieira, Patrício Sanfoneiro, Donina de Carpina.

13) RM: Quem já gravou as suas músicas?

Paulinho do Acordeon: Alcymar Monteiro, Cezzinha, Terezinha do Acordeon, Novinho da Paraíba, Lula do Acordeon.

14) RM: Quais os prós e contras de desenvolver uma carreira musical de forma independente?

Paulinho do Acordeon: Os prós, é a liberdade para administrar a carreira de forma geral. Os contras, é não ter um amparo e investimento empresarial para divulgação, shows e contratos profissionais.

15) RM: Quais as estratégias de planejamento da sua carreira dentro e fora do palco?

Paulinho do Acordeon: Disciplina, foco, apresentar um trabalho com qualidade e está comprometido sempre com seu público.

16) RM: Quais as ações empreendedoras que você pratica para desenvolver a sua carreira?

Paulinho do Acordeon: Meus trabalhos são voltados para divulgar e ilustrar o Forró para o mundo todo, através dos meus discos, parcerias e projetos musicais.

17) RM: O que a internet ajuda e prejudica no desenvolvimento de sua carreira?

Paulinho do Acordeon: Hoje em dia, nesse momento digital e também em plena pandemia, é por meio da internet que temos nosso palco virtual, e é através dele que nos aproximamos do nosso público e o nosso público se aproximar de nós, onde informamos todos os trabalhos, e ficamos na vitrine.

18) RM: Quais as vantagens e desvantagens do acesso à tecnologia de gravação (home estúdio)?

Paulinho do Acordeon: É bastante positivo, porque tecnologia muda a todo momento, onde podemos leva-la a todos os lugares. Isso nos dá condições de nos profissionalizarmos sempre.

19) RM: No passado a grande dificuldade era gravar um disco e desenvolver evolutivamente a carreira. Hoje gravar um disco não é mais o grande obstáculo. Mas, a concorrência de mercado se tornou o grande desafio. O que você faz efetivamente para se diferenciar dentro do seu nicho musical?

Paulinho do Acordeon: Aprendi com meu pai Severino Joaquim de Santana desde de cedo, ser diferente não é ser melhor, mas acreditar que é possível fazer um trabalho diferenciado com qualidade e simplicidade, sem fugir das suas raízes e objetivos.

20) RM: Como você analisa o cenário do Forró. Em sua opinião quem foram às revelações musicais nas últimas décadas e quem permaneceu com obras consistentes e quem regrediu?

Paulinho do Acordeon: Dentro da região Nordeste, o Forró ainda é um ritmo muito forte, por ser um dos representantes da cultura nordestina, mas ao longo dos anos, vem perdendo espaços para outros ritmos, até mesmo, em seu período tradicional que são as festas juninas. Mas, não podemos deixar de citar a crescente do Forró no exterior, através dos festivais e casas de shows que abraçaram esse ritmo, dando oportunidade a vários artistas nacionais. Podemos citar como revelação: Mestrinho, Nonato Lima, Cezzinha, que ainda permanecem em evidência. Não sei quem regrediu.

21) RM: Quais os músicos já conhecidos do público que você tem como exemplo de profissionalismo e qualidade artística?

Paulinho do Acordeon: Luiz Gonzaga, Dominguinhos, Flávio José.

22) RM: Quais as situações mais inusitadas aconteceram na sua carreira musical (falta de condição técnica para o show, brigas, gafes, show em ambiente ou público tosco, cantar e não receber, ser cantado etc)?

Paulinho do Acordeon: Em certo show com a banda, a eletrificação da sanfona não funcionou. Falei com o sanfoneiro da próxima atração e o mesmo me emprestou sua sanfona, e deu tudo certo. Outra situação, foi, ser contrato por uma cidade do interior para fazer um show de duas horas. Ao está perto de terminar, fui informado, que a atração depois da nossa informou que iria se atrasar. E o secretário de turismo pediu para nossa banda continuar tocando, porque era noite de São João e não poderia decepcionar os moradores, continuamos, e durou quatro horas de show. Um dos melhores da minha carreira, ao chegar o artista ficou bastante grato, e eu ganhei um amigo.

23) RM: O que lhe deixa mais feliz e mais triste na carreira musical?

Paulinho do Acordeon: O sentimento de felicidade inunda meu coração quando eu consigo ver as pessoas felizes e se divertindo através do dom que papai do céu me deu através do instrumento que toco e o meu cantar. Daí vem a sensação de dever cumprido e que tudo vale a pena. O que me deixa triste é a desunião por parte de alguns artistas, isso só enfraquece nossa classe. E também alguns empresários que as vezes desrespeitas e ganham muito dinheiro através do artista, e não paga o justo.

24) RM: Qual a sua opinião sobre o movimento do “Forró Universitário” nos anos 2000?

Paulinho do Acordeon: Muito bom, oxigenou nosso Forró com uma nova roupagem, pra cima, contagiante.

25) RM: Quais os grupos de “Forró Universitário” chamaram sua atenção? 

Paulinho do Acordeon: Rastapé e Falamansa, que foi um e até hoje banda Falamansa é uma referência.

26) RM: Você acredita que sem o pagamento do jabá as suas músicas tocarão nas rádios?

Paulinho do Acordeon: Em parte, pois minha experiência é diferente, tenho uma relação muito boa com todas as rádios da região da mata norte de Pernambuco, onde moro desde dos meus primeiros anos de vida, e fiz grandes amigos na área do rádio, tocar minhas músicas, durante todo ano.

27) RM: O que você diz para alguém que quer trilhar uma carreira musical?

Paulinho do Acordeon: Sou feliz com que faço. Mas se a pessoa pode ter essa opção com hobby, tudo bem. Caso contrário, nunca esqueça suas origens, seja fiel aos seus princípios, tenha disciplina, foco e perseverança. E não esqueça, o diferente faz a diferença.

28) RM: Quais os prós e contras do Festival de Música?

Paulinho do Acordeon: Os festivais de Música ainda é umas das maiores vitrines para o artista, principalmente para os iniciantes. E tem aumentado expressivamente ao longo das últimas décadas. Trazidos por razões financeiras, sociais ou culturais, mas nem sempre foi assim. Não sei pontuar os contras, vejo de forma muito positiva para todos os gêneros da música.

29) RM: Hoje os Festivais de Música revelam novos talentos?

Paulinho do Acordeon: Sim e muitos.

30) RM: Como você analisa a cobertura feita pela grande mídia da cena musical brasileira?

Paulinho do Acordeon: A cobertura feita pela grande mídia é mais ou menos. Mesmo em tempos atuais, em que o acesso a comunicação está mais acessível, devido ao mundo virtual está tão em alta, há muito privilégios, e grande parte dos músicos, com qualidades ímpares, ficam invisíveis para o mundo musical.

31) RM: Qual a sua opinião sobre o espaço aberto pelo SESC, SESI e Itaú Cultural para cena musical?

Paulinho do Acordeon: É uma das oportunidades almejadas pelo músico de poder divulgar seu trabalho por vários lugares, e ter ascensão em sua carreira.

32) RM: Qual a sua opinião sobre as bandas de Forró das antigas e as atuais do Forró Estilizado?

Paulinho do Acordeon: Gosto muito do Forró das bandas das antigas, mas, foi muito positivo para Forró tradicional a chegada do “Forró Estilizado”, por ser um ritmo mais trabalhado, e ter agradado de forma geral, criando outros caminhos. O bom de tudo, é que estarmos amparados na nossa base matriz, o Forró autêntico Pé de Serra.

33) RM: Paulinho do Acordeon, Quais os seus projetos futuros?

Paulinho do Acordeon: Terminar meu álbum com músicas sacras até o final de 2021. Gravarei um DVD acústico com minha banda e algumas participações, até junho de 2021. Lançarei um álbum só com sucessos de compositores brasileiros que admiro. Concluirei o Projeto Musical voltado para shows em Praças Públicas, semanalmente em diversas cidades brasileiras.

34) RM: Quais seus contatos para show e para os fãs?

Paulinho do Acordeon: [email protected] 

https://www.instagram.paulinhoacordeon 

Canal: https://www.youtube.com/paulinhodoacordeon    

Paulinho do Acordeon – Seleção de Sucesso – 2021: https://www.youtube.com/watch?v=51kqFfaTd9o

https://www.deezer.com/br/artist/7200736 

https://open.spotify.com/album/4y3lBYrvFKdvFiRLNy3bRx


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Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.