More Mariana Camelo »"/>More Mariana Camelo »" /> Mariana Camelo - Revista Ritmo Melodia
Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.

Mariana Camelo

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Cantora, compositora e instrumentista, Mariana Camelo iniciou sua carreira musical em meados de 2005, aos 14 anos de idade.

Lançou seu primeiro disco autoral em 2013, intitulado “Contradição e outras estórias”. Suas maiores influências vêm do hard rock, pop e blues, que conferem à sua música uma sonoridade moderna, sem deixar de lado as raízes do bom e velho rock n’roll. Seu trabalho musical já percorreu diversas casas de show do Distrito Federal e entorno, assim também como os principais festivais locais como Brasília Capital Moto Week e Festival Porão do Rock.

No final de 2018, lançou o EP – “Fragmentos”. Em 2019 chegou à final do Prêmio Profissionais Da Música (GRV produções), na categoria “Artista intérprete – Rock”.

Segue abaixo entrevista exclusiva com Mariana Camelo para a www.ritmomelodia.mus.br, entrevistada por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 20.04.2021:

01) Ritmo Melodia: Qual a sua data de nascimento e a sua cidade natal?

Mariana Camelo: Nasci no dia 19 de julho de 1991 em Belo Horizonte (MG).

02) RM: Fale do seu primeiro contato com a música.

Mariana Camelo: Comecei a estudar Teclado aos 11 anos de idade. Depois comecei a estudar outros instrumentos como Violão, Guitarra, e por fim, me descobri como cantora.

03) RM: Qual sua formação musical e/ou acadêmica fora da área musical?

Mariana Camelo: Estudei Teclado na extinta escola Vivenciarte, e em seguida fui estudar Canto Popular e Piano Erudito na Bsb Musical. Depois ingressei na Escola de Música de Brasília, onde concluí os níveis básico e técnico em Canto Popular. Formei-me em Licenciatura em Música na UnB (Universidade de Brasília) e atualmente estou cursando uma pós-graduação em Musicoterapia na Faculdade Censupeg (polo Brasília). Também me formei em Pedagogia no Centro Universitário IESB.

04) RM: Quais as suas influências musicais no passado e no presente. Quais deixaram de ter importância? 

Mariana Camelo: Minha primeira influência musical foi a Cássia Eller. Meus pais eram fãs da cantora e acompanhavam os shows que ela realizava na noite de Brasília (DF), no início da carreira. Eles sempre escutavam os discos que ela lançava, quando eu ainda era criança, e eu me encantava com aquela voz rouca, potente e versátil. Mas, como toda criança nascida nos anos 90, eu também adorava Sandy e Junior e sabia cantar todas as músicas da dupla de cor.

Na adolescência me descobri no rock, e devorava os discos do Nirvana dos meus irmãos mais velhos. Na mesma época, por volta dos 13 anos de idade, comecei a compor, e uma das minhas maiores inspirações foi Renato Russo. Sempre achei incrível a forma como ele dialogava com a juventude por meio de suas letras. Também me inspirava muito na Amy Lee, vocalista do Evanescence, e até cheguei a tocar em uma banda cover.

Com o passar do tempo, fui descobrindo outras mulheres no rock como The Runaways, The Donnas, Joan Jett, Heart e Pat Benatar, que se tornaram grandes influências. Hoje me inspiro muito na Hayley Williams, vocalista do Paramore, na Lzzy Hale, do Halestorm, Taylor Momsen, da banda The Pretty Reckless, nas lendas do rock como Robert Plant, Freddie Mercury, David Bowie, e em nomes da música brasileira como Ana Cañas e Elis Regina. Sou grata a todos os artistas que tiveram influência na minha vida, e posso dizer que todos os nomes que citei são importantes pra mim até hoje.

05) RM: Quando, como e onde você começou sua carreira musical?

Mariana Camelo: Comecei em meados de 2005, aos 14 anos de idade, em bandas covers dos sons que eu gostava na época, como Evanescence e Pitty. Tocava em eventos escolares, mas eu já sabia que o palco era o meu lugar. Em 2007, entrei na minha primeira banda autoral, chamada Fluídos no Tempo. Ali eu tocava teclado e dividia os vocais com o baixista da banda, Nonato Ferreira, que já era um músico bastante experiente. Na formação também estava o guitarrista Raul Ferreira, filho do Nonato, até então iniciante na música como eu, e também o baterista Ricardo Lima, amigo do meu pai. Tocamos em diversos eventos promovidos pelo governo, o que me deu uma boa bagagem em termos de palcos com estruturas maiores e mais profissionais.

06) RM: Quantos CDs lançados?

Mariana Camelo: Lancei dois CDs: “Contradição e outras estórias”, em 2012, e “Fragmentos”, em 2018. O primeiro disco faz um perfil pop/rock adolescente, com ares de quem já flertava com o hard rock. As músicas que mais agradaram o público na época foram: “Maquiagem”, “Pra onde você quiser”, “Olhos Vendados” e “Contradição”. As músicas do segundo já mostram mais maturidade e peso, tanto na sonoridade quanto nas letras. “Quebrando as Leis”, “Asas Pelo Chão” e “Irreal”, são as “queridinhas” da galera!

07) RM: Como você define seu estilo musical?

Mariana Camelo: Não gosto muito dessa coisa de rótulo. Identidade artística, no meu ponto de vista, é uma coisa fluida. Hoje me identifico mais com o rock, mas estou aberta a explorar outras vertentes. Também tenho muita influência do blues, do pop e da música brasileira.

08) RM: Você estudou técnica vocal?

Mariana Camelo: Estudo até hoje. Comecei a estudar canto com 15 anos de idade e nunca mais parei.

09) RM: Qual a importância do estudo de técnica vocal e cuidado com a voz?

Mariana Camelo: A voz, bem como o meu corpo, é meu instrumento de trabalho. Procuro cuidar da melhor maneira possível, com estudos de técnica vocal, sessões de fonoaudiologia e exercício físico. Afinal, trata-se de uma atividade de alta performance, e uma rotina saudável é o melhor “luthier” para manter a voz saudável e uma maior longevidade à minha carreira.

10) RM: Quais as cantoras(es) que você admira?

Mariana Camelo: É tanta gente! Vamos lá: David Bowie, Ronnie James Dio, Nina Simone, Etta James, Janis Joplin, Hayley Williams, Pat Benatar, Miley Cyrus (principalmente na fase atual), Siouxsie Sioux, Nina Hagen, Ana Cañas, Elis Regina, Baby do Brasil, Rita Lee, Milton Nascimento, Raul Seixas, Renato Russo, Caetano Veloso, Olivia Newton John, Cássia Eller, Marisa Monte, Freddie Mercury, Robert Plant, Jon Anderson, David Coverdale, Chris Cornell, Lzzy Hale, Taylor Momsen, Amy Lee, Jim Morrison, Michael Jackson, Amy Winehouse, Joan Jett, Kate Bush, LP, Lady Gaga, Bessie Smith, Ma Rainey, Glenn Hughes, Ozzy Osbourne, Stevie Nicks, Alanis Morrisette, Patti Smith, Joss Stone, Aretha Franklin, Ella Fitzgerald, Anneke van Giersbergen… A lista é gigantesca e com certeza tem mais gente que eu não estou me lembrando agora (risos).

11) RM: Como é seu processo de compor?

Mariana Camelo: É um processo muito espontâneo. É uma coisa que vem e deixo acontecer. Geralmente começa com uma melodia ou um riff, e depois vem a letra. Mas há exceções, às vezes.

12) RM: Quais são seus principais parceiros de composição? 

Mariana Camelo: Confesso ter muita dificuldade de compor com outras pessoas. Mas já contei com vários parceiros que me ajudaram no processo, principalmente nas músicas do EP – “Fragmentos”, como meus amigos Ian Mendes (que também é produtor), Vinícius Maluly, Cíntia Brito, e meu guitarrista Raul Ferreira.

13) RM: Quem já gravou as suas músicas?

Mariana Camelo: Várias bandas do circuito local e nacional já regravaram minhas músicas, com uma pegada muito autêntica. Participei de um projeto chamado Autoral VS Autoral, no qual bandas de vários estados do Brasil regravaram músicas umas das outras. A banda Unabomber, do Rio de Janeiro, fez uma versão incrível da minha música “De corpo e não de alma”, que está disponível no álbum do projeto, e também no canal da banda: https://www.youtube.com/watch?v=Y7iPjOZEkeY

Aqui no Distrito Federal tem um projeto muito bacana, realizado pelo programa Entre Conversas e Poesias, da rádio Zoom Music, com essa mesma proposta, mas voltada para artistas locais. É um quadro chamado “Distrito Autoral”, que passa no programa há cada dois meses. Bandas e artistas como Galões de Diesel, Manttra, Maryillusion, Marimbondo e Carlão Rocha (vocalista e compositor da banda Olhos D’Psiquê) regravaram minhas músicas para o programa. As versões estão disponíveis no canal da Quinta Autêntica, no youtube: https://www.youtube.com/channel/UCOUB7GBQumpGk8P527sj-Aw

14) RM: Quais os prós e contras de desenvolver uma carreira musical de forma independente?

Mariana Camelo: No meu ponto de vista, as vantagens de desenvolver uma carreira musical de forma independente estão na liberdade de expressão. Não que os artistas “não-independentes”, por assim dizer, não sejam livres na forma de se expressar. Mas quando você não tem contrato com gravadora ou um selo muito importante, você dita as regras da sua própria arte, do seu som, sem necessariamente se preocupar com as demandas do mercado atual. Por outro lado, é um caminho árduo que requer uma visão empreendedora, uma vez que você está à frente do seu próprio trabalho.

15) RM: Quais as estratégias de planejamento da sua carreira dentro e fora do palco?

Mariana Camelo: Procuro observar como o mercado musical tem se desenvolvido, principalmente nesses tempos de pandemia do Covid-19, em que quase tudo se tornou digital. Traço as metas do ano como apresentações, lives, singles, EPs, merchandising, pensando em formas de captação de recursos, prazos para execução de cada projeto e nas possibilidades de retorno com cada evento.

16) RM: Quais as ações empreendedoras que você pratica para desenvolver a sua carreira?

Mariana Camelo: Atualmente eu resolvo quase tudo – procuro estar sempre atenta aos editais, atualizo minhas redes sociais, trato diretamente com os contratantes dos eventos, resolvo a parte financeira… Antes eu contava com a ajuda do meu pai, que era meu produtor, porém ele faleceu há poucos meses. Estou aprendendo a me virar a duras penas! 

17) RM: O que a internet ajuda e prejudica no desenvolvimento de sua carreira?

Mariana Camelo: A internet tem sido minha grande aliada nos últimos 10 anos, desde quando meu trabalho tomou um rumo mais sério e as plataformas digitais ganharam mais destaque no mercado. Fiz muitos contatos profissionais, muitas pessoas tiveram acesso ao meu trabalho sem eu precisar sair de casa para chegar até elas. O problema é que o artista precisa saber gerenciar o tempo dedicado à internet com sabedoria, caso contrário, isso pode se tornar um vício e acabar atrapalhando em vez de ajudar, como já aconteceu comigo.

18) RM: Quais as vantagens e desvantagens do à tecnologia de gravação (home estúdio)?

Mariana Camelo: As vantagens são infinitas quando se sabe utilizar as ferramentas tecnológicas. Hoje em dia, com uma interface de áudio simples, um notebook e um software gratuito de gravação, dá prazer muitas coisas bacanas. Para quem gosta, é uma diversão e tanto, e a criação musical ultrapassa diversas barreiras. Sem contar que dá pra economizar com aluguel de estúdio para realizar as pré-produções. Só vejo desvantagem pra quem não sabe utilizar da melhor maneira possível.

19) RM: No passado a grande dificuldade era gravar um disco e desenvolver evolutivamente a carreira. Hoje gravar um disco não é mais o grande obstáculo. Mas, a concorrência de mercado se tornou o grande desafio. O que você faz efetivamente para se diferenciar dentro do seu nicho musical? 

Mariana Camelo: Procuro “inventar moda”, nem que seja uma collab, um single, ou um vídeo simples de uma música já lançada anteriormente… O importante é sempre lançar novidade, porque senão, o artista cai no esquecimento.

20) RM: Como você analisa o cenário do Rock brasileiro? Em sua opinião quem foram as revelações musicais nas duas últimas décadas e quem permaneceu com obras consistentes e quem regrediu?

Mariana Camelo: Não gosto de falar de quem regrediu. Acho que não existe “regredir”. Talvez estagnar seja a melhor palavra para definir quem ficou para trás e se acomodou no “mais do mesmo”. Aqui no Brasil eu vejo que o rock se transformou, e acabou se expandindo para outras vertentes como o indie e a nova MPB. É tudo “junto e misturado”, e acho isso muito legal porque me remete aos movimentos contraculturais do passado, como a Tropicália e o Clube da Esquina, só que com uma pegada mais “mainstream”. Gosto muito do último disco da Pitty, “Matriz”, pois retrata bem essa contemporaneidade. Também adoro a banda O Terno, que faz essa pegada “retrô-moderno”. E ultimamente tenho escutado muito a banda paulistana Violet Soda, que faz um rock com pegada anos 90 em inglês, e tem tudo para estourar lá fora. 

21) RM: Quais os músicos já conhecidos do público que você tem como exemplo de profissionalismo e qualidade artística?

Mariana Camelo: Paul McCartney, para mim, é um grande exemplo de qualidade, profissionalismo, e acima de tudo, um músico que demonstra uma genialidade em tudo o que faz. Roger Waters também faz tudo isso com maestria, e nem preciso explicar o porquê. Aqui no Brasil tenho como exemplo o guitarrista Kiko Loureiro, com quem tive o privilégio de tocar junto, trocar ideias, e aprender mais sobre carreira musical em seu curso de Music Business.

22) RM: Quais as situações mais inusitadas aconteceram na sua carreira musical (falta de condição técnica para brigas, gafes, show em ambiente ou público tosco, cantar e não receber, ser cantado etc)?

Mariana Camelo: São inúmeras! Já fui chamada para tocar em um show que não aconteceu, já levei calote de evento com verba governamental, já fui expulsa do palco por um DJ que trabalhou no mesmo evento que eu e não foi com a minha cara, já tive meu microfone desligado pelo dono de uma casa de show porque ele não gostou da música que eu estava tocando (que era um cover), já fui perseguida por um cara que se passava por “fã”, mas no fim só queria “conseguir algo comigo”, se é que você me entende (risos). Ser mulher na cena do rock é um desafio diário, e é inevitável passar por essas situações. 

23) RM: O que lhe deixa mais feliz e mais triste na carreira musical?

Mariana Camelo: O que me deixa mais feliz é poder trabalhar com o que mais amo. Nunca me vi fazendo outra coisa a não ser arte. O que me deixa triste é viver em um país onde o artista não é levado a sério, principalmente nesse atual governo.

24) RM: Existe o Dom musical? Como você define o Dom musical?

Mariana Camelo: Para mim, não existe dom. Existe predisposição. Tem gente que tem mais afinidade com as áreas humanas, outras com exatas, e outras com a música. Mas em qualquer área de conhecimento, como dizia Thomas Edison, é preciso ter 10% de inspiração e 90% de transpiração. De nada vale ter uma predisposição para uma área específica se não há um trabalho constante para se aprimorar.

25) RM: Qual é o seu conceito de Improvisação Musical?

Mariana Camelo: Improvisação, a meu ver, é apostar na própria intuição dentro de um lugar “desconhecido”. Não só na música, como em qualquer situação da vida. 

26) RM: Existe improvisação musical de fato, ou é algo estudado antes e aplicado depois?

Mariana Camelo: Para improvisar, é preciso conhecer de campo harmônico, escalas e dominar o próprio instrumento a fim de conseguir executar uma frase de forma espontânea no meio de uma jam session. É preciso ter cartas na manga. Você não pode prever o que irá acontecer lá na frente, mas quando você se situa no ambiente musical e tem ferramentas a utilizar, fica muito mais fácil.

27) RM: Quais os prós e contras dos métodos sobre Improvisação musical?

Mariana Camelo: Confesso que não sou tão conhecedora dos métodos de improvisação. Por isso, não tenho muito o que falar. A única experiência que eu tive com um estudo mais direcionado na área da improvisação foi no CIVEBRA de 2010, quando tive a oportunidade de estudar com o instrumentista Ted Falcon. Foi uma vivência muito rica, que me abriu muitos caminhos.

28) RM: Quais os prós e contras dos métodos sobre o Estudo de Harmonia musical? 

Mariana Camelo: Acredito que cada músico deve achar o seu caminho dentro dos métodos sobre o Estudo da Harmonia. No meu caso, tudo o que estudei sobre Harmonia serviu para mim, tanto a Harmonia Funcional, quanto Harmonia Tradicional, já que toco instrumentos harmônicos, componho e faço arranjos vocais também.

29) RM: Você acredita que sem o pagamento do jabá as suas músicas tocarão nas rádios? 

Mariana Camelo: Música é investimento. Se não tem jabá, você investe com outras “moedas”, por assim dizer. Com a ajuda de um bom serviço de Assessoria de Imprensa, tive acesso a rádios de renome, como a Transamérica do Distrito Federal.

30) RM: O que você diz para alguém que quer trilhar uma carreira musical?

Mariana Camelo: Meu conselho é: estude! Estude muito! E não estude apenas o seu instrumento. Mas estude outras áreas como marketing digital, produção cultural, empreendedorismo, e entenda como funciona o mercado. Tenha um bom relacionamento com outros profissionais da sua área. Tenha uma rede de apoio. Troque figurinhas, prestigie os artistas da cena. E não tenha medo de se arriscar. É com muita dedicação, entre erros e acertos, que a gente chega lá. 

31) RM: Quais os prós e contras do Festival de Música?

Mariana Camelo: Os Festivais de Música são grandes vitrines para os artistas. Tocar em um grande Festival ajuda a abrir portas e viver grandes experiências. A gente cresce muito nesses eventos. A parte ruim é a panela, quando a gente não conhece a panela, fica muito mais difícil furar a bolha e adentrar nesses espaços, infelizmente.

32) RM: Hoje os Festivais de Música revelam novos talentos?

Mariana Camelo: Revelam. Por meio dos Festivais de Música, consegui fazer minha música chegar a várias pessoas. Minha rede de seguidores cresceu, o que me deu mais motivação para continuar produzindo novas músicas. 

33) RM: Como você analisa a cobertura feita pela grande mídia da cena musical brasileira?

Mariana Camelo: Acredito que ainda falta espaço na grande mídia para divulgar os artistas independentes. Muito se fala dos artistas de renome, mas por esse meio ainda é difícil ter acesso aos artistas que vêm surgindo agora ou já estão na estrada há um tempo sem o apoio de grandes gravadoras e empresários. Pelo menos a internet está aí para romper essa barreira.

34) RM: Qual a sua opinião sobre o espaço aberto pelo SESC, SESI e Itaú Cultural para cena musical?

Mariana Camelo: Esses espaços têm um valor muito grande para a cena musical, pois são meios que oferecem muitas oportunidades para os artistas e fomentam a cultura como um todo.

35) RM: O circuito de Bar na cidade que você mora ainda é uma boa opção de trabalho para os músicos?

Mariana Camelo: Toquei na noite de Brasília (DF) por muito tempo, e foi uma época muito abundante. Quem vive da música sabe da dificuldade de conseguir se manter, e a noite de Brasília sempre ofereceu muitas opções para todos os tipos de público. O problema é que na atual conjuntura, em meio à pandemia do Covid-19, nossa classe ficou prejudicada, várias casas se fecharam, outras entraram em crise, músicos ficaram sem trabalho, o que afetou toda a cadeia cultural e de entretenimento. Alguns bares voltaram, muitos colegas meus voltaram a tocar, na tentativa de manter os protocolos de segurança e assumindo o risco de contrair a Covid – 19, que é inevitável.

36) RM: Quais os prós e contras de desenvolver uma carreira musical no exterior?

Mariana Camelo: Nunca tentei carreira no exterior, apesar de já ter tocado em alguns bares em San Francisco (CA) há mais de 10 anos. Pela breve experiência que tive, entendi que a música brasileira tem seu valor lá fora, principalmente quando tocada por um brasileiro. Acontece que toquei Janis Joplin, toquei rock ‘n’ roll. E eu era uma jovem de apenas 19 anos de idade. Então foi o “mais do mesmo”, principalmente para os coroas hippies que viviam por lá. O pessoal da minha idade gostava mais de hip hop, o que nunca foi minha praia. Hoje essa dinâmica mudou graças à internet e o advento das rádios independentes. É possível fazer contato com pessoas de outros países e expandir os horizontes com o seu som. O importante é encontrar o seu nicho, seja fora da cidade, ou no exterior. 

37) RM: Mariana Camelo, Quais os seus projetos futuros?

Mariana Camelo: Estou com dois projetos autorais em mente. Um já está praticamente pronto, as músicas escritas, só falta reunir a galera da banda, ensaiar, fazer os arranjos, a pré-produção e gravar. Não sei ao certo se será um EP ou se serão singles gravados e lançados aos poucos. Ainda estou estudando as melhores estratégias para colocar esse trabalho na praça. Mas posso adiantar que são canções feitas pouco antes da pandemia, entre 2019 e o início de 2020. Uma ode aos meus tempos dourados, em que eu estava recém-formada, tocando bastante, curtindo a vida e me apaixonando em cada esquina (risos). Tem um toque romântico com pegada blues-rock e influências de soul, eletro-rock e lo-fi. Tem um pouco de feminismo, astrologia, misticismo, natureza. Tem parcerias também. Paralelamente, estou compondo outro trabalho com uma temática mais densa, mas por enquanto não posso falar mais detalhes.

38) RM: Quais seus contatos para show e para os fãs?

Mariana Camelo: [email protected]

| Disponibilizo os links de todas as minhas redes sociais: https://linktree.com.br/new/marianacamelomusic 

| https://www.instagram.com/marianacamelo/ 

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Canal: https://www.youtube.com/marianacamelo 

Playlist:https://www.youtube.com/watch?v=SHZde3nJ17I&list=PLkQ8EmiDRzkU_jI4kjV_MC5chmTv6i3WA 

Playlist: https://www.youtube.com/watch?v=0gx6zDFytGc&list=PLkQ8EmiDRzkUyu5G7vI8RQkXv9N6DHvHa


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Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.