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Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.

O Fim do CD. Solução ou regressão?

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O fim do CD veio com a popularização da internet e o avanço da pirataria, as gravadoras e músicos independentes começaram a disponibilizar músicas em formato MP3 para download pago ou grátis. Iniciando assim, para muitos, o fim do CD como formato comercial viável. E ressurgindo como opção para o músico a gravação de um música de trabalho, o Single.

O Single era uma opção comercial de divulgação barata das gravadoras com as Rádios. Um artista lançava um LP (long play) e desse álbum a gravadora escolhia uma ou duas músicas para apresentar as Rádios como “músicas de trabalhos”. E o Single promocional não tinha a função de substituição do álbum, mas de testa o potencial do novo artista.

As músicas tocando nas rádios e virando sucesso o single se tornava uma opção de venda a preço popular para o publico. Quando o artista ficava famoso, mudava a estratégia comercial e passava a trabalhar “uma música”, mas deixando cada radialista escolher das músicas do álbum, a sua preferida e podendo assim emplacar mais de uma música daquele disco.

Quem defende a volta do Single, argumenta que é mais viável comercialmente uma banda ou cantor (a) gravar uma única música e disponibilizá-la para download, de preferência grátis, até virar um sucesso de audiência.

O segundo passo desse músico é mostrar seu álbum para os admiradores de “sua música de trabalho”. Quais as garantias que as músicas do disco serão geniais ou legais como a primeira que o tornou famoso? Existe o fantasma de ser um cantor ou compositor de uma música só. Muitos artistas ainda hoje são lembrados por uma música que fez sucesso em uma época sufocando a sua obra completa.

Quando ouvimos um disco gostamos mais de umas músicas e menos de outras. O CD e um artista são avaliados pelo visual do encarte do seu disco, que diz muito sobre o que vamos ouvir. E não por luxo, mas pela criatividade visual em harmonia com a sonoridade do disco. A ficha técnica informando quem gravou, fez os arranjos e design.

A qualidade do áudio em WAV que é superior ao formato MP3. O formato CD mostrar se o artista tem força criativa e profissionalismo. Uma obra de arte e não só de entretenimento. Ser genial em uma canção é fácil, manter o nível acima da média em todas as faixas de um disco é tarefa difícil. E conseguir manter uma obra em escala crescente, só pouquíssimos conseguem.

A moda do Single em tempos de celebridades instantâneas que vivemos, teremos muitas ervas daninhas deslumbradas com a fama e bem articuladas com a internet ofuscando músicos honestos e criativos. O publico em geral tenderá a não respeitar a música como arte nem a profissão do músico.

Hoje, diferente de 40 anos atrás, um músico gravar 10 músicas e lançar como um CD com uma qualidade profissional superior ao do passado e com um baixo custo. A internet continua sendo o meio mais barato de divulgação da carreira de um artista. As Rádios FMs são o foco para qualquer artista, mas uma carreira musical pode ser desenvolvida e ter êxito sem ter músicas tocando nas Rádios FMs.

O grande desafio na carreira musical é conseguir manter a qualidade criativa crescente após o primeiro disco. Conseguir articular espaço para tocar. O músico que tem consciência que no palco é um ARTISTA e fora do palco deve ser empreendedor, articulador em todas as formas de mídia e divulgação, ser humilde, ser parceiro em todos os sentidos será um PROFISSIONAL vencedor.

Artista com um produtor influente, mecenas e com contrato com uma grande gravadora dorme como anônimo e acorda famoso. Mas se a sua obra não for consistente pode não durar muito no mercado. Agora, como um trabalho criativo, original, honesto e profissional se constrói uma carreira de êxito e respeito, seja qual for o formado final da venda das suas músicas.


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Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.