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Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.

Toc Percussivo

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A banda Toc Percussivo surgiu dentro de um Projeto Musical em 2002, no qual Marcos Lima ensinava percussão para crianças de duas comunidades em Limeira-SP.

Após alguns anos de estudos musicais, montamos a banda TOC PERCUSSIVO. Realizamos diversas apresentações em espaços culturais de Limeira e em 2005 participamos do nosso primeiro Festival, o FESTIAFRO, quando ganhamos o nosso primeiro prêmio em Festival, um troféu de “Aclamação Popular”. São 17 participações em festivais, com a conquista de 12 prêmios em Festivais pelo Brasil.

A Banda trabalha com músicas próprias de estilo regional, como: Maracatu, Coco, Ciranda, Xote, Xaxado, Baião, Cavalo Marinho, Reisado entre outros.

Tem  em sua bagagem grandes eventos, como: Virada Cultural Paulista  e os grandes Festivais de Música pelo Brasil. A convite da cantora Belô Veloso, participou em abril de 2010 do Evento de repercussão mundial “Dow Live Earth Run for Water” / “Friends of Live Earth: Tweet Music”  ao lado de grandes músicos brasileiros, o qual culmina em um CD de coletânea musical com temas voltados para a conservação do meio ambiente, o qual é comercializado em 26 países.

As principais influências da Banda são: Antônio Nóbrega, Cordel do Fogo Encantado, Cascabulho, Ana Diniz, Nação Zumbi, Anima, entre outros.

O lançamos do primeiro CD em 14/11/2012 com o  tema: “Especiaria Brasileira” contendo 15 faixas. O conteúdo deste CD trás uma mistura da regionalismo brasileiro e o Título “Especiaria Brasileira” vem de encontro com os sabores e dissabores do dia a dia do brasileiro. Nossas canções retratam este dia a dia de uma forma cultural sem a intenção de ser comercial.

Em 2013, foram indicados para receber o prêmio Dynamite de música Independente de Estilo Regional.

Segue abaixo entrevista exclusiva com Marcos Lima para  www.ritmomelodia.mus.br , entrevistado por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 16 de outubro de 2013:

01) Ritmo Melodia: Qual o nome, data e local de nascimento dos membros do Toc Percussivo?
  • Marcos Lima: Nasci no dia 03/07/1966 em Rio Claro – SP (Percussionista).
  • Robson Barboza: Nasci no dia 14/03/1977 em Limeira – SP (Violão e Voz).
  • Patrícia Rafaldini: Nasci no dia 15/04/1974 em Limeira – SP (Vocal).
  • Daniel Lobo: Nasci no dia 27/10/1986 em Osasco – SP (Vocal).
  • Laís Andrade: Nasci no dia 28/02/1994 em Limeira – SP (Percussionista).
  • Rafaela Cordasso: Nasci no dia 17/04/193 em Limeira – SP (Percussionista).
  • Fernanda Cordasso: Nasci no dia 18/06/1996 em Limeira – SP (Percussionista).
  • Ana Paula Barros: Nasci no dia 04/03/1985 em Limeira – SP (Flauta Transversal).
  • Ricardo Labaça: Nasci no dia 23/01/1980 em Limeira – SP (Contrabaixo).
02) RM: Como foi o primeiro contato com a música por parte de cada membro do Toc Percussivo?

Marcos Lima: Meu primeiro contato com a música foi logo no início da vida, pois meu pai (Aníbal, um violeiro da música caipira de raiz) sempre fez questão de que os filhos aprendessem no mínimo a cantar e dançar “catira”. O meu primeiro instrumento musical eu comecei a tocar com 12 anos de idade no salão de uma igreja em Limeira – SP.

Era uma banda de jovens que já tinham músicas próprias e participavam de festivais de música popular. Fui chegando de devagarzinho, peguei um instrumento e comecei a tocar. A banda gostou e me convidaram para participar. A partir daí não larguei mais. Minha primeira apresentação em um palco foi em um Festival em 1978.

Robson Barboza: Quando eu tinha 10 anos idade ganhei uma flauta doce. E comecei a estudar com ela em casa mesmo, mas logo perdi o interesse. Mais tarde aos 14, influenciado pelos amigos resolvi estudar guitarra. Acabei começando pelo violão, pois uma prima me emprestou o dela para estudar.

Eu cantava as músicas enquanto tocava durante as aulas. O professor me incentivou a investir na voz e desde então não parei mais com os dois instrumentos.

Ricardo Labaça: Foi na adolescência, por pura diversão, éramos cinco amigos que andavam de skate juntos e resolvemos criar uma banda de rock para homenagear nossos ídolos. Mas aquela brincadeira foi mais além, logo surgiu a primeira apresentação oficial da banda em 20 de Abril de 2000 (data que tem um significado muito especial, pois além da primeira apresentação ao público como baixista foi também o nascimento da minha filha Isabelly).

A partir desta data tudo foi mudando, tomando outras formas. A Banda foi batizada como MR.BURNS, participando do segundo SPRITE SOUNDS. Abrindo shows para bandas Nacionais e Internacionais como: DEAD FISH, MUSSARELAS, SHELTER, MARKY RAMONE and INTRUDERS entre outras.

Rafaela Cordasso: Primeiramente fiz parte do Coral Infantil da igreja e através dele fui apresentada à Percussão. Sempre gostei muito de música e descobrir que aprenderia e poderia tocá-las me deixou muito animada. Logo nas primeiras aulas tive a certeza de que, mais do que ouvir, eu queria tocar.

Fernanda Cordasso: A princípio foi meio estranho nunca havia tido contato com qualquer tipo de instrumento. Era tudo novo para mim, mas já de começo fui me identificando e gostando do que estava aprendendo.

Patrícia Rafaldini: Iniciei a partir de um curso de Técnica Vocal, ministrado pelo professor e maestro Rosivaldo Mena Peres, na EMCEA (Escola Municipal de Cultura e Artes) em Limeira – SP nos anos 2003 e 2004. Desde março de 2005 participei ativamente como soprano do Coral Municipal de Limeira, que já se apresentou sob a regência do Maestro Rosivaldo Mena Peres, inúmeras vezes na em Limeira e também tive oportunidade de se apresentar nas cidades de São Paulo.

Ana Paula Barros: A música sempre fez parte da minha vida, desde a infância meus pais me incentivaram a escutar boas músicas, porém o primeiro contato foi aos 12 anos de idade em um curso livre de flauta doce em Limeira-SP.

Daniel Lobo: Cresci em meio à música. Meus tios são cantores de música caipira. Meu pai era Tecladista e cantor de banda baile. Meus primeiros contatos foram nos shows da banda e nos churrascos em nossa casa, onde se reunia toda a banda.

Laís Andrade: Meu primeiro contato com a música foi na Igreja São Francisco de Assis, por parte do coral infantil.

03) RM: Qual a formação musical de cada membro do Toc Percussivo?

Marcos Lima: Minha formação é baseada nas músicas regionalistas. Desde os 12 anos de idade participo de festivais de música. Já participei de inúmeras oficinas de formação musical, tive a oportunidade de conhecer grandes mestres da música brasileira. Fiz curso de formação musical na Escola Arte Livre Musical. E ouvi muito rock nos anos 80; muita música sertaneja de raiz dentro de minha casa. E viajei por muitas cidades conhecendo novos ritmos, participei de várias bandas. Quer dizer: A vida me ensinou muito.

Ricardo Labaça: Comecei tocando de “ouvido” seguindo as dicas dos amigos que já tocavam. Alguns anos depois fui para escola de música buscar novas técnicas e leitura. Baixo Elétrico (Vila Jazz) e Solfejo (Corporação Musical Arthur Giambeli).

Robson Barboza: Além dos vinte anos de violão sendo praticamente dezenove e meio como autodidata. Estudei canto por oito anos com um professor conceituado de Limeira – SP e mais um com outro de Campinas – SP. Estudei teoria musical com o pianista Francis Botene. Fiz um curso de cinco anos com habilitação em regência plena pela “Escola livre de música” da Orquestra Sinfônica de Limeira. Cantei por oito anos em corais estudei composição e arranjo com o pianista Rodrigo Bastos e recentemente estudei flauta transversal na “Escola municipal de artes de Limeira”.

Rafaela Cordasso: Primeiramente fui integrante do Projeto Toc Percussivo, participei do Coral Afro Thulany e fiz aulas de Percussão na Escola Popular de Música.

Fernanda Cordasso: Participei do Projeto Toc Percussivo e fiz aulas de percussão na Escola Popular de Música, participei também do Coral Afro Tulany.

Ana Paula Barros: Iniciei os estudos de Flauta Transversal na escola de música Vila Jazz em Limeira – SP, por cerca de um ano. E atualmente continuo estudando Flauta Transversal naEscola Popular de Música de Limeira.

Daniel Lobo: Não tenho formação musical. Ainda não tive oportunidade de estudar. Aprendi com a convivência mesmo.

Laís Andrade: Participei de várias oficinas de Percussão e dança regional, mas não tenho formação musical.

04) RM: Quais as influências musicais (de cada membro do Toc Percussivo) no passado e no presente. Quais deixaram de ter importância?

Marcos Lima: Minhas influencias musicais são muitas. Já participei de variados estilos de bandas, já ouvi de Carlos Gardel a System Of A Down.  Mas hoje tenho um olhar voltado mais para os conteúdos regionalistas. Nenhum dos estilos que ouvi até hoje, deixou de ter importância. Se não pela boa qualidade, talvez como mau exemplo.

Ricardo Labaça: Quando criança por influência do meu irmão, eu comecei a curtir punk rock, até minha adolescência eu só ouvia Rock. Depois que comecei a tocar e meus ouvidos, minha mente se abriram. E ouvi de tudo, busquei aquilo que realmente mexia comigo. Hoje me amarro nos cantores e bandas brasileiras, principalmente os estilos próprios e alternativos. E não suporto músicas de baixa qualidade. Ouço todos os estilos desde que tenham conteúdo, ou seja: músicas de verdade. Deixei para traz músicas pobres, sem harmonia, com conteúdos distantes, muitas até consagradas pelo público.

Robson Barboza: Minhas influências se dão pelo heavy metal, prog power metal, música progressiva, música barroca, world music e também a boa MPB. Porém recentemente os sons do nordeste como maracatu, cavalo marinho, baião coco e ciranda tem servido de grande influência para as criações junto à banda.

Rafaela Cordasso: Não tenho uma preferência por musicas ou ritmos, gosto da música em geral e aprecio todos os gêneros. O que me faz gostar ou não de certa música é sua letra, ritmo, a maneira como é tocada, os instrumentos usados. São inúmeras as influencias, pois cada música ou banda tem algo exclusivo que a tornou ou torna importante. As influências de antes e de agora foram e ainda são todas importantes para meu desenvolvimento musical.

Fernanda Cordasso: Gosto muito de escutar MPB, Samba, Rock, Pop, sou bem eclética. Interesso-me pelo conteúdo da letra e dinamismo musical, quando a música não traz nada de inovador ou de interessante logo perco o interesse por ela.

Daniel Lobo: Quando criança ouvia muita música sertaneja por influência da banda do meu pai. Na adolescência, conheci outros estilos e que me influencio principalmente no reggae, rock e MPB. Também já cantei música gospel.

Ana Paula Barros: Minhas influencias musicais do passado, são: Bossa nova, Samba, MPB, Rock Nacional e Internacional. Alguns exemplos: Tom Jobim, Vinicius de Moraes, Cartola, Clara Nunes, Fundo de Quintal, Gilberto Gil, Gal Costa, Milton Nascimento, Marisa Monte, Paralamas do Sucesso, Titãs, Beatles, etc. Influencias musical do presente:Hermeto Pascoal, Egberto Gismont, Nação Zumbi, Mestre Ambrósio, DJ Dolores, Céu, Buena Vista Social Club, Jethro tull, The Skatalites, Bob Marley, Fela Kuti, entre outras. Nenhuma deixou de ter importância.

Laís Andrade: Por causa de parentes, cresci escutando Rock nacional e internacional, e também MPB como Maria Rita, Djavan, entre outros que escuto até hoje. Hoje por causa do Toc Percussivo, escuto bastante Nação Zumbi, Cordel do Fogo Encantado e Cascabulho.

05) RM: Quando, como e onde começou a carreira musical de cada membro do Toc Percussivo?

Marcos Lima: Minha carreira profissional iniciou-se logo aos 12 anos de idade. Com esta idade já participava de shows e Festivais de música e já conquistava prêmios com a banda que passei a participar. Era uma banda (Grupo Chama) formada nos porões de uma igreja na cidade de Limeira – SP.  A partir daí tive uma vida dividida entre o estudo na área de Mecânica, Administração de empresas e a Arte musical. Hoje vivo da Cultura Musical, Oficineiro de Instrumentos Musicais, Presidente da ACARTE (Associação Cultural dos Artistas e Técnicos de Limeira) e Analista de Projetos do MinC.

Ricardo Labaça: Acredito que minha carreira musical começou na primeira apresentação ao público, isso ocorreu no dia 20/04/2000. Em uma festa da escola onde estudava, foi o pontapé inicial.

Robson Barboza: Minha carreira profissional começou aos 19 anos idade quando comecei a cantar em bandas de metal progressivo em Limeira – SP. Isso por volta dos anos noventa quando este estilo musical estava em alta no Brasil. Passei por algumas bandas da cidade e tudo aconteceu devido aquele furor juvenil de querer ter uma banda, subir no palco e vê a galera toda gritando seu nome ali (risos). Bons tempos!  Mas o prazer de subir no palco ainda continua, cada vez é uma nova experiência e sempre trazendo crescimento profissional.

Rafaela Cordasso: Em 2002 com o Projeto Toc Percussivo que mais tarde deu origem a Banda Toc Percussivo.

Fernanda Cordasso: Muito cedo conforme foi passando o tempo, eu fui me interessando mais por uns instrumentos, por outros nem tantos. Digamos que temos certa afinidade. A música é uma forma de eu mostrar o que sinto. Ela me enche de alegria e muita satisfação! Hoje é o que eu mais gosto de fazer: “tocar”.

Ana Paula Barros: Profissionalmente iniciei há pouco tempo. Foi no início de 2013, quando fui convidada a tocar na Banda Toc Percussivo.

Daniel Lobo: Toc Percussivo é a primeira banda de expressão da qual participei. Apesar de cantar desde os seis anos  de idade como passatempo, nenhuma das minhas tentativas de formar banda vingou por muito tempo, por desinteresse dos músicos.

Laís Andrade: Em 2002, na Igreja São Francisco de Assis, quando o Marcos Lima começou a nos ensinar percussão, junto comas as crianças do coral.

06) RM: Quando, como e onde  começou o grupo Toc Percussivo?

Marcos Lima: Banda “Toc Percussivo” surgiu de um Projeto Musical em 2002 em que eu ensinava percussão para crianças de duas comunidades em Limeira – SP. Após alguns anos de estudos musicais, montamos a Banda TOC PERCUSSIVO. Realizamos diversas apresentações em espaços culturais de Limeira e em 2005 participamos do nosso primeiro Festival.

07) RM: Fale do primeiro CD lançado, qual o ano de lançamento (além dos membros do grupo, quais os músicos que participaram nas gravações)? Qual o perfil musical do CD? E quais as músicas que entraram no gosto do público?

Marcos Lima: Nosso CD foi lançado em novembro de 2012 com uma produção toda independente, que foi fruto dos prêmios que ganhamos em Festivais de música pelo Brasil. As participações especiais do nosso CD ficaram por conta do Músico Pernambucano: Jorge Martins (ex Cascabulho) e Mestre de Maracatu da Nação Estrela Brilhante, do Violoncelista Maestro Leandro Rodrigo Pereira e Ivan Teixeira (Rabequeiro). Nosso CD trás o tema: “Especiaria Brasileira”.

Este tema remete ás delícias, amarguras e ardências da vida do povo brasileiro. Procuramos neste CD retratar temas culturais que formam a diversidade que temos em nosso país. As músicas que mais marcam a característica da Banda são: “Especiaria Nordestina”, “Caboclo de Lança” e “Zé Limeira”.

Nestas músicas está evidente a força da Alfaia. Instrumento que aprendemos a gostar através do nosso amigo e padrinho musical “Jorge Martins”, o qual nos presenteou com uma oficina de Maracatu no ano de 2004. Ele vindo diretamente de uma turnê na Suécia, para a nossa cidade de Limeira – SP e por aqui ficou por uma semana realizando as oficinas.

08) RM: Como vocês definem o estilo musical do Toc Percussivo?

Marcos Lima: A nossa base/estilo musical é regionalista. Porém com alguma inovação na utilização da junção do tradicional com o moderno, com influências variadas baseadas na formação de cada um dos componentes da Banda. E que inclui os sons distorcidos do Rock, a harmonia da Flauta e os clássicos: violino e violoncelo e com uma presença marcante das alfaias. Na verdade, até hoje não nos encaixamos em nenhum estilo já pré-definido.

09) RM: Como é o processo de composição no Toc Percussivo? É coletivo ou individual?

Marcos Lima: O processo de composição da Banda é iniciado sempre na composição das letras, as quais são de minha autoria. Procuro trabalhar em cima de temas. Quando me vem à inspiração de um tema interessante, procuro pesquisar a respeito e desenvolvo a composição.

Raramente são músicas que não demandam de pesquisa. Após a composição da letra, envio para o meu parceiro de composição “Robson Barboza”, o qual inicia as experiências de composição da melodia. Nenhuma de nossas composições nasceu à melodia e depois a letra.

Algumas letras, eu indico o motivo rítmico, mas na maioria não. Os arranjos percussivos são desenvolvidos durante os ensaios, com a pitada de cada um dos componentes percussionistas: Rafaela, Fernanda, Laís e Marcos Lima. O parceiro Robson, por ter formação em composição musical, faz também os arranjos para Baixo, Flauta, violino e também as formações vocais e tudo vai tomando forma durante os ensaios.

10) RM: Quais as cantoras(es) que vocês admiram?

Marcos Lima: Como somos hoje em nove componentes na Banda, os gostos musicais são bastante variados, porém nossas fontes de pesquisa são grandes músicos brasileiros como Lenine, Antônio Nóbrega, Diana Pequeno, Ana Diniz, Milton Nascimento, Zeca Baleiro, Antonio Nóbrega, entre outros tantos.

11) RM: Quais os prós e contras de desenvolver uma carreira musical de forma independente?

Marcos Lima: O trabalho da música independente é baseado na RESISTÊNCIA. Resistência ao desgaste da música comercial que não preza pela qualidade nem pela moralidade. A grande vantagem é que este tipo de trabalho que nos dispomos a realizar é um trabalho atemporal. Você pode ouvi-lo daqui a 100 anos e vai se sentir bem, pois traz sempre uma mensagem ou uma história, um fato.

Temos o orgulho em poder nos apresentar em Teatros, Centros culturais, Viradas culturais e nos orgulharmos também de termos nossos trabalhos utilizados como referência escolar. Nossas participações em Festivais de música também já nos trouxeram muitas alegrias. Temos o privilégio de estar entre grandes músicos como Zé Alexandre, Márcia Tauil, Beto Santos, Zebeto Correa, Ivânia Catarina, Bilora, Tavinho Limma e tantos outros que prezam pela boa qualidade musical.

12) RM: Quais as estratégias de planejamento de carreira dentro e fora do palco?

Marcos Lima: Temos carreiras profissionais paralelas à da música. Eu sobrevivo da Cultura. Sou Gestor Cultural, formado em administração de empresas. Administro e coordeno as ações do grupo desde o início. Cada um de nós tem além da vida musical, outras formas de sobrevivência.

Quando estamos no palco, procuramos juntar elementos cênicos, literários, dança, música e tudo que fez parte da formação de cada um de nós. Pois além do trabalho com a banda, cada um participa também de outras atividades culturais. Quando podemos, participamos até de peças de teatro com estilo musical. Isto tudo forma as características da nossa Banda.

13) RM: Quais as ações empreendedoras que vocês praticam para desenvolver a carreira musical?

Marcos Lima: Nosso trabalho nunca foi pautado na busca pela sobrevivência somente através da música e sim através da arte e da cultura. Todo recurso monetário que recebemos é colocado em uma conta bancária da própria banda e investimos tudo em novas gravações, produtos da banda, festas de comemorações de aniversários dos componentes da banda, viagens e estadias para disputar festivais. Foi desta forma que conseguimos gravar nosso primeiro CD. Caso um dia tudo isto nos proporcionar um modo de vida, estaremos prontos para assumir.

14) RM: O que a internet ajuda e prejudica no desenvolvimento da carreira musical?

Marcos Lima: Não temos problemas com a internet, aliás, é a nossa maior aliada quanto á divulgação do nosso trabalho. Nossos CDs são bastante vendidos em nossos shows, pois é o momento em que as pessoas saem emocionadas e acabam comprando nosso trabalho musical.

15) RM: Quais as vantagens e desvantagens do acesso a tecnologia  de gravação home studio?

Marcos Lima: Nosso trabalho foi gravado em um estúdio simples (Studio Atmosphera em Limeira – SP). Porém com uma das melhores tecnologias disponíveis no mercado. Isto devido à facilidade de acesso a este tipo de tecnologia atualmente.

No meio dos músicos que vivem de Festivais, o home estúdio é uma necessidade muito grande, pois os Festivais fomentam a produção musical que precisa ser executada a baixo custo e isto vem desta nova tecnologia. A desvantagem? Não vejo! Pois o acesso a este tipo de condição gera o acesso à gravação musical que antes era restrita a grandes artistas. Tudo tem seu preço.

16) RM: No passado a grande dificuldade era gravar um disco e desenvolver evolutivamente a carreira. Hoje gravar um disco não é mais o grande obstáculo. Mas, a concorrência de mercado se tornou o grande desafio. O que vocês fazem efetivamente para se diferenciarem dentro do seu nicho musical?

Marcos Lima: Nossa diferença é trabalhar com temas culturais e apostando em um trabalho que com o tempo as pessoas com mais estudo, mais idade, mais experiências de vida passam a consumir. A vida é feita de fazes. Estas fazes fazem parte de um mundo redondo que hora você está em cima e hora você está em baixo. O nos resta é plantar e nos orgulharmos do resultado dos frutos. A grande sacada é que nós amamos o que fazemos e nos divertimos com isto.

17) RM: Como você analisa o cenário musical brasileiro. Em sua opinião quais foram as revelações musicais nas duas últimas décadas e quem permaneceu com obras consistentes e quem regrediu?

Marcos Lima: O cenário musical brasileiro sempre teve boas e más influências. O problema é que a memória do povo é curta e as referências do que é ruim e do que é bom mudam com o tempo. Um dia desses vi na internet a foto de um documento da época das censuras, em que censuravam a música “Tiro ao Álvaro” de Adoniram Barbosa, por ser ruim e com palavras que não eram de um português correto.

Quando criança e também jovem, acompanhei vários estilos musicais que eram tidos como inadequados, como o Rock e outros que hoje em dia fazem parte de um passado cultural. Claro que temos os resistentes como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Milton Nascimento, Maria Bethania, Chico Buarque, como também as grandes surpresas musicais como: Zeca Baleiro, Lenine, Marisa Monte, Roberta Sá, etc.

O problema não é a produção musical e sim a visão comercial das mídias de comunicação em massa. Há empresários que vivem da exploração de garotos de favela na busca por hits musicais que façam lavagem cerebral para ganharem dinheiro fácil e rápido. O Brasil é um celeiro musical de primeira qualidade. Aqui em Limeira – SP, eu acompanho a movimentação cultural de perto.

E de alguns anos para cá, as apresentações da Orquestra Sinfônica de Limeira têm recebido uma plateia muito grande, necessitando muitas vezes realizar três apresentações de um mesmo tema durante a semana para que possa atender a demanda de público para um Teatro com capacidade de 650 pessoas. Isto para uma cidade do interior de 300 mil habitantes é fantástico e prova que quando o povo tem a oportunidade de acesso à música de qualidade, ele participa e gosta.

18) RM: Quais os músicos já conhecidos do público que vocês têm como um exemplo de profissionalismo e qualidade artística?

Marcos Lima: São muitos, mas temos as nossas referências, como: Antonio Nóbrega, Teatro Mágico, Cascabulho, A Barca, Ânima, Nação Zumbi, Cordel do Fogo Encantado, Luiz Gonzaga, Fagner, entre muitos.

19) RM: Quais as situações mais inusitadas aconteceram nos shows do Toc Percussivo?

Marcos Lima: Uma das situações mais inusitadas que nos deparamos foi em um Festival em Araraquara – SP. O Festival foi programado para acontecer em uma praça pública, com início ás 20h00min. Quando chegamos lá havia dois eventos musicais em um mesmo local.

Uma festa “Rave” com música eletrônica e o Festival com música ao vivo. Resultado: precisávamos passar o som a partir das 15h00min, momento em que a festa Rave começava a acontecer, com centenas de pessoas dançando, bebendo, fumando e se divertindo com o som pra lá de alto. Isto a uma distância de 15 metros do palco onde precisávamos passar o som.

Nós e mais 12 Bandas. Conclusão: Não houve acordo entre as partes e começamos a passar o som após as 23:00h e o Festival foi terminar na madrugada de segunda-feira ás 03h30min, na praça central da cidade. O lado bom foi que ganhamos em segundo lugar.

20) RM: O que os deixam mais feliz e mais triste na carreira musical?

Marcos Lima: Nossa felicidade se inicia aos sábados quando nos juntamos para os ensaios. Isto já há 10 anos. Outra coisa que nos deixa muito felizes é o reconhecimento que recebemos dos grandes músicos de festival que viram nosso trabalho em crescimento.

Já fomos homenageados em pleno festival de música por palavras vindas de amigos que sempre foram para nós a referência da boa música. O que nos deixa tristes é ver a falta de oportunidade na mídia para os grandes músicos que o Brasil produz.

21) RM: Nos apresente a cena musical da cidade que vocês moram?

Marcos Lima: A cidade de Limeira – SP é uma referência musical na questão de produção voltada para Festivais, pois temos anualmente a realização de três grandes festivais, cujos mesmos são muito concorridos. O Canta Limeira, O FestiAfro e o Viola de Todos os cantos.

Quando as cidades têm este tipo de ação, a produção musical de qualidade tende a aumentar, pois para que você possa participar, sua banda passará por uma pré-avaliação. E isto estimula a boa criação ou pelo menos o esforço em produzir música própria com qualidade. Temos aqui também a Orquestra Sinfônica, que além das lindas apresentações, mantém uma Escola de formação musical na área erudita e popular, na qual sou professor.

22) RM: Quais os músicos, bandas da cidade que vocês moram, que  vocês indicam como uma boa opção?

Marcos Lima: Aqui temos músicos de vários estilos: Temos o “Manoel Tchembo”, um super músico da linha MPB. E Eduardo & Rafael da linha música Sertaneja. E The Dirty Mad BandBanda Nacontramão da linha Rock and Roll. E Emanuel Massaro da linha MPB. E Grupo Encantoria da linha Regional. E Grupo Avena, super tradicional na linha Regional e MPB. E Banda Djamblê do Rock alternativo. E Edson & Hudson da linha Sertanejo Universitário entre muitos outros.

23) RM: Vocês acreditam que sem o pagamento do jabá as suas músicas tocarão nas rádios?

Marcos Lima: Sim, porém somente em rádios do tipo “Rádio Cultura”.

24) RM: O que vocês dizem para alguém que quer trilhar uma carreira musical?

Marcos Lima: Como professor de música, digo e recomendo sempre que cada um siga o seu caminho determinado pela sua vivência, porém procuro contribuir com bons exemplos musicais na formação destes. Outra coisa que sempre digo é que se você quiser conquistar um espaço, procure fazer a diferença.

25) RM: Fale como foi a experiência do primeiro Festival de Música que o TOC Percussivo participou? Qual a música que apresentaram? Qual a colocação?

Marcos Lima: Nosso primeiro Festival foi muito interessante. Como coordenador da Banda, coloquei nada menos que 15 pessoas no palco. Em termos de Festival isto é uma tortura para os técnicos (risos). Pois, o tempo para troca de banda tem que ser muito rápido.

A Banda estava começando a ser formada e não tínhamos ainda um vocalista. Foi então que convidamos a cantora Simone Carvalho para participar conosco. Foi no primeiro Festival Afro de Limeira, o FESTIAFRO em 2005 com a música “Minha Raça é Brasileira”, oportunidade em que conquistamos o prêmio de “Aclamação Popular”. A Fernanda Cordasso, que era a mais nova da Banda, ganhou seu primeiro prêmio em Festival com nove anos de idade. Coisa que não é para qualquer um.

Foi o nosso primeiro Festival e o nosso primeiro prêmio. Isto fez com que déssemos início a uma sequência de Festivais e não paramos mais. Nossa marca nos palcos e nos camarins sempre foi a alegria e descontração. Vale salientar que temos pelo menos mais 15 músicas já prontas para um próximo CD. Músicas que já participara em Festivais, inclusive premiadas, mas que não fizeram parte do primeiro CD.

26) RM: Quais foram os outros Festivais de Música que o TOC Percussivo participou? Qual a música que apresentaram? Qual a colocação?

Marcos Lima: Banda Toc Percussivo já possui 18 prêmios em Festivais, mas os que destacamos como os principais, foram: O “Canta Limeira” em 2006, em que conquistamos o primeiro Lugar. O FENAFRO em Araraquara-SP em 2011 em que conquistamos o segundo Lugar. O FestiAfro 2010 em que conquistamos dois prêmios (3º e 5º Lugar).

O Festival de Rio Claro – SP em 2012, em que conquistamos o terceiro Lugar, entre outros.  Um fato interessante é que em apenas um dos Festivais que participamos até hoje não fomos para a disputa final, nos demais em todos fomos para a disputa depois de passar pelas fases eliminatórias.

27) RM: Como foi tocar com a cantora Belô Veloso?

Marcos Lima: A convite da cantora Belô Veloso, participamos em Abril de 2010 do Evento de repercussão mundial “Dow Live Earth Run for Water” / “Friends of Live Earth: Tweet Music”  ao lado de grandes músicos brasileiros.

No qual culminou em um CD de coletânea musical com temas voltados para a conservação do meio ambiente, que é comercializado em 26 países. Para nós foi uma super honra, pois ter um trabalho reconhecido por uma cantora como Belô Veloso, não é sempre que acontece.

28) R: Fale do retorno do vocalista Lucas Fernandes para a banda Toc Percussivo.

Marcos Lima: O Lucas Fernandes foi um daqueles achados inesperados. Quando conheci o Lucas, ele nunca havia cantado em uma Banda. Mas quando ouvi a sua voz em uma roda de ciranda que eu participava, logo pensei em aproveitá-lo, pois ele tinha um perfil regionalista que era a cara do trabalho que eu estava desenvolvendo.

No final de 2010 ele optou por realizar um trabalho solo e partiu para as suas realizações, momento em que assumiu o vocal principal o Daniel Lobo.

No mês de Agosto de 2013 nos encontramos em um trabalho da Teia Cultural em São Paulo e então ressurgiu nele a vontade de voltar para a Banda. Como as portas para ele nunca foram fechadas, este retorno foi fácil. Retomamos as fases de ensaios e preparação de novas músicas e ele já assumiu seu posto. Com uma voz marcante e super afinada, Lucas Fernandes agora retoma seu posto de onde nunca deveria ter saído.

29) RM: Quais os seus projetos futuros?

Marcos Lima: Nossos projetos para 2013 são: Continuar participando dos Festivais de Música pelo Brasil. E continuar com a realização de shows de divulgação do CD. E continuar produzindo músicas dentro do mesmo estilo Regionalista.

Ainda para 2013 estamos com vários convites para participação em projetos de músicos amigos, como Zebeto Correa (para o segundo semestre), Paulo Ciranda (Para o segundo semestre). E recebemos um convite para irmos fazer um show na Suécia, que ainda estamos analisando, além de shows pela região. Recentemente recebemos uma premiação de Segundo melhor álbum de música Regional indicado pela revista Dynamite.

30) RM: Quais seus contatos para show e para os fãs?

Marcos Lima:  www.reverbnation.com/bandatocpercussivo | www.tocpercussivo.blogspot.com

Todos os membros da Banda possuem Facebook. É só procurar pelos nomes. Este abaixo é o meu: https://www.facebook.com/marcos.lima.1044 | (19) 99787 – 7789 – Marcos Lima


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Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.