More Marcelo Rossiter »"/>More Marcelo Rossiter »" /> Marcelo Rossiter - Revista Ritmo Melodia
Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.

Marcelo Rossiter

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O estúdio ZRG no Recife foi o local escolhido para a gravação do primeiro DVD do cantor e compositor pernambucano Marcelo Rossiter.

O DVD – #umxotepranosdois tem um repertório com 14 músicas com música de Dominguinhos a canções inéditas e oito participações especiais de grandes nomes do Forró.  Com cenário assinado pela artista Carol Silveira. A produção musical ficou por conta do jovem sanfoneiro, Luizinho de Serra que já produziu música para Alcymar Monteiro e Irah Caldeira. Uma produção com direção áudio visual de Zé Roberto (Estúdio ZRG).

O DVD está lindo! Tem uma proposta mais intimista, gravada no estúdio com uma aposta em grandes nomes da música nordestina. No forró, poucos cantores optaram por esse formato, que para mim é a melhor opção, por conta da qualidade final do produto e da liberdade de criação”, diz Zé Roberto sobre o projeto.

Marcelo Rossiter também contou com a parceria da veterana Terezinha do Acordeon, que além de ser uma das artistas convidadas do artista, assinou com o cantor a produção executiva do projeto. Juntos também regravaram um dos grandes sucessos do compositor pernambucano Accioly Neto, o famoso xote “Espumas ao Vento”, que ficou conhecida nacionalmente na voz de Raimundo Fagner.

O cantor também trouxe canções inéditas para o DVD, entre elas, canções dos pernambucanos Raphael Moura, do poeta Geraldo Margela, sendo este o autor do carro chefe do projeto, o xote “Cadê Você”, além de gravar uma música dos paraibanos Moreira Filho e Márcio Diniz, a música “Tô te esperando”. “Tudo que eu queria” de Raphael Moura abre o repertório, uma das canções mais gravadas e tocadas de 2017.

A música que encerra o show intimista é de autoria do próprio cantor, “Voz do Coração”, uma canção que com arranjos de Luizinho de Serra se transformou também em xote. O DVD que será lançado também em CD, conta com as participações de Petrúcio Amorim , Cristina Amaral, Liv Moraes, Cezzinha, Geraldinho Lins, Terezinha do Acordeon , Raphael Moura  e Santanna “O Cantador”.

As músicas estarão disponíveis nas plataformas digitais. “Este é o meu primeiro trabalho onde tive a felicidade de gravar lindas canções com artistas que tanto admiro. Ser um representante do Forró para mim é motivo de muita alegria, pois cresci ouvindo os grandes artistas deste movimento. Luiz Gonzaga sem dúvida é minha grande referência. Espero que os amantes do forró aprovem. Esse trabalho foi feito com muito amor, verdade e com grandes profissionais. Estou muito satisfeito com o resultado”, diz o cantor.

Segue abaixo entrevista exclusiva com Marcelo Rossiter para a www.ritmomelodia.mus.br, entrevistado por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 08.10.2018:

01) Ritmo Melodia: Qual a sua data de nascimento e a sua cidade natal?

Marcelo Rossiter: Nascido no dia 09 de abril de 1978 em Recife-PE.

02) RM: Fale do seu primeiro contato com a música.

Marcelo Rossiter: Meu primeiro contato com a música foi ainda muito pequeno. Minha família por parte de pai tinham músicos. Tios, avós, primos, todos tem ligação com a música. Cresci ouvindo artistas como Nelson Gonçalves, Roberto Carlos, Adilson Ramos, Luiz Gonzaga, Elba Ramalho, Rita Lee, entre outros.

Nos finais de semana meu pai com meus tios e meus primos se reunião e passavam horas tocando Violão. Um dos meus tios (o tio Fausto) tinha um estúdio de gravação em casa. Então, foi neste meio que eu cresci e tomei gosto pela música. Ver os meus tios tocando, minha avó e meu pai cantando, sempre me chamou muita atenção.

Acho que eu era o único que abria mão de brincar naquele momento para ouvir o que eles tocavam e cantavam. Meu tio Joca, irmão do meu pai, além de cantar e compor, sempre foi um “monstro” com uma Viola na mão. Eu ficava ali no meu cantinho só observando. Mas puxei ao meu pai que não tocava, mas sempre gostava de cantar.

03) RM: Qual a sua formação musical e formação acadêmica fora da área musical?

Marcelo Rossiter: Viver de música nunca foi fácil e todo músico, ou pelo menos a grande maioria passa por dificuldades. Achei que deveria tentar outros horizontes e passei a trabalhar na área comercial. Formei-me em Marketing em 2010, trabalhei na área do comércio, turismo e hotelaria. Mas o desejo de voltar a cantar falou mais alto. Eu precisava voltar a fazer o que realmente me dava prazer.

Não que eu tivesse desistido da carreira, mas por motivos pessoais precisei buscar uma forma de ganhar o meu próprio dinheiro, e a música naquela época não estava me dando condições para isto.

04) RM: Quais as suas influências musicais no passado e no presente. Quais deixaram de ter importância?

Marcelo Rossiter: Acredito que todo artista se inspira em outros. Como disse anteriormente, cresci ouvindo grandes nomes da música popular brasileira. Mas sempre tive uma paixão mais aguçada pelo forró. Cresci ouvindo Luiz Gonzaga, Trio Nordestino, Elba Ramalho, Jorge de Altinho, entre outros.

Todos eles me serviram de inspiração. Aliás, eles me inspiram até hoje. Nenhum deles deixou de ter importância. Sou da época em que dificilmente se ouvia artistas ou músicas descartáveis. Os que já se foram deixaram o seu legado. Os que ainda estão entre nós permanecem na ativa. A boa música não morre nunca, esta é a verdade. E quem vive disso não quer mais largar.

05) RM: Quando, como e onde você começou a sua carreira musical?

Marcelo Rossiter: Comecei a cantar profissionalmente em 1994 aos 16 anos de idade em bandas de samba e pagode em Recife. Viajei por cidades do interior do de Pernambuco, abri shows de nomes conhecidos nacionalmente e cheguei a cantar para muitas pessoas.

Essa época foi fundamental para a liberdade e intimidade que criei com o palco. Foram seis anos atuando nas bandas em Recife, quando eu parei e passei a cantar apenas nas igrejas, festas de família e entre amigos. A música nunca deixou de fazer parte da minha vida. Ela sempre esteve presente.

06) RM: Quantos CDs lançados (quais os músicos que participaram nas gravações)? Qual o perfil musical de cada CD? E quais as músicas que se destacaram?

Marcelo Rossiter: Estou lançando o meu primeiro CD e DVD, de forma independente. Escolhi um repertório que reverência o Xote, dentro do segmento do forró. Tive a felicidade de poder contar com grandes nomes como Cristina Amaral, Geraldinho Lins, Santanna “O Cantador”, Cezzinha, Terezinha do Acordeon, Liv Moraes, Petrúcio Amorim e o jovem cantor e compositor Raphael Moura.

música que destaco é “Cadê Você”, uma composição do poeta pernambucano Geraldo Margela. Gravei algumas canções inéditas, fiz uma releitura de alguns sucessos já conhecidos pelo público e encerrei o DVD cantando uma canção minha, que fiz a 13 anos atrás. A escolha do repertório aconteceu de forma muito natural. Não tive muitas dúvidas em fechar este repertório.

Eu já sabia o que queria gravar. Algumas novas canções foram surgindo e a medida que me identificava com elas , fui acrescentando. Como foi o meu primeiro DVD, optei em gravar clássicos que sempre gostei de ouvir e cantar, pensando em trazer estas canções com uma nova roupagem, uma nova cara. Queria muito trazer coisas novas, atuais e algumas das músicas de autoria do Raphael Moura se encaixavam perfeitamente no que eu estava buscando.

De minha autoria eu trouxe para o DVD, a “Voz do Coração” que fecha o repertório deste projeto. Não trabalhei a música ainda, mas havendo interesse de algum outro artista, ela estará disponível. Não quero nada para mim. Quero poder compartilhar o dom que vem do “alto”. A música quando é lançada já não pertence mais a quem a cria. A música é feita para o público, para o povo. São eles que a fazem acontecer ou não. Tudo é feito para eles.

07) RM: Como é o seu processo de compor canção?

Marcelo Rossiter: Na verdade não existe processo para compor. A letra, a melodia surge de uma forma muito natural. Quando você menos espera, ela nasce. Acontece naturalmente.

08) RM: Quais são seus principais parceiros musicais em composição?

Marcelo Rossiter: Tudo que escrevi até hoje sempre foi de autoria minha. Nunca tive alguém para compor canções em parceria comigo, mas já surgiram convites. E claro, estou aberto a tudo que venha para somar. No próximo disco sem dúvida alguma colocarei mais canções de minha autoria e quem sabe em parceria com alguém.

09) RM: Quais os prós e contras de desenvolver uma carreira musical de forma independente?

Marcelo Rossiter: Quando você se lança no mercado de forma independente, sabe que terá que batalhar muito para divulgar a sua proposta.  Mas fazer algo de forma independente dá uma liberdade para fazer exatamente o que se gosta e tem desejo em fazer.

Posso criar e decidir o que será feito do início ao fim do processo de gravação de um disco. Escolhi qual seria o repertório, os meus convidados, o cenário, tudo! Faço o que gosto e estou disposto a fazer com verdade e dedicação o que acaba trazendo prazer e um resultado satisfatório. Mas é importante produzir pensando também no público. Pois é o público que bate o martelo final.

10) RM : No passado a grande dificuldade era gravar um disco e desenvolver evolutivamente a carreira. Hoje gravar um disco não é mais o grande obstáculo. Mas, a concorrência de mercado se tornou o grande desafio. O que você faz efetivamente para se diferenciar dentro do seu nicho musical?

Marcelo Rossiter: Eu nunca me importei com a questão da concorrência no ramo da música. Ao produzir este meu primeiro trabalho eu segui meu coração e meu gosto pelas canções que escolhi e o caminho das pedras para produzi-las.  Luizinho de Serra, um jovem sanfoneiro de Serra Talhada – PE foi quem assinou a produção musical deste trabalho. Ele conseguiu absorver muito rápido a essência do que eu gostaria que fosse feito.

É um artista que já produziu nomes conhecidos do Forró. O resultado foi muito satisfatório para mim e o público recebeu de forma muito positiva. Se pararmos para analisar, a maior concorrência é com trabalhos que definimos de “descartáveis”. São trabalhos feitos de forma comercial para atingir um público que hoje em dia não se importa tanto com a qualidade final da obra.

Mas eu sei e acredito que só a boa música permanece. Eu aposto na boa música. Não irei arriscar colocar voz em algo que eu não acredito apenas para “tentar” atingir o sucesso. Sucesso pode ser hoje e não ser amanhã. Até porque o que é descartável se usa e depois se joga fora. Então honestamente não me preocupo com a concorrência.

Quando a música é boa e o trabalho é produzido de forma profissional, e de bom gosto, sempre haverá espaço para tocá-lo em frente e fazer com que tudo aconteça. E como diz o ditado, “se o céu é para todos”, eu estou chegando para fazer a minha parte, contribuir através da minha voz para que a boa música continue garantindo o seu espaço.

11) RM: Como você analisa o cenário do Forró. Em sua opinião quem foram às revelações musicais nas duas últimas décadas e quem permaneceu com obras consistentes e quem regrediu?

Marcelo Rossiter: O Forró nunca perdeu espaço e a prova disso é o surgimento de bandas e artistas que defendem e decolam no cenário da música levantando esta bandeira. Os programas de TV e Festivais de Música que vem surgindo e lançando novos nomes nacionalmente, sempre estão abrindo espaço para o Forró. Foram assim: Lucy Alves, Fulô do Mandacaru (uma banda de Caruaru – PE), Os Gonzagas (banda de João Pessoa – PB), entre outros.

O que vem regredindo é a valorização da nossa cultura, principalmente no nordeste. Ritmos que vem surgindo e que estão denominando de Forró. E bandas e cantores (as) que não tocam o ritmo do Forró participam de eventos em que o ritmo Forró deveria prevalecer. Eu escuto tudo o que você possa imaginar. Do Forró ao Sertanejo, do Samba ao Pop Rock, Axé, enfim, eu gosto da boa música, que me toca, me emociona e que me atrai de alguma forma.

Mas existem tradições que precisam ser preservadas. Eu cresci ouvindo Forró nas festas juninas. Desde que me entendo por gente o Forró foi o segmento que representa as festas juninas do nordeste, e estão tentando descaracterizar isso.

12) RM: O que lhe deixa mais feliz e mais triste na carreira musical?

Marcelo Rossiter: A oportunidade de subir no palco e poder cantar para as pessoas já é o maior motivo de felicidade que todo músico deve sentir ao encarar esta profissão. Fazer o que gosta; o que se ama e acreditar que fui destinado a isso, dá um “gás”, é o meu combustível para seguir em frente, pois é uma carreira um tanto difícil de encarar. A carreira na música é como um casamento.

Ela me fez abrir mão de muitas coisas. Mas é uma escolha para toda uma vida. Quem começa, não para, só quando Deus chama. Eu tentei deixar à carreira de músico porque realmente precisava começar a ganhar dinheiro e na minha adolescência eu perdi as contas de quantas vezes subi no palco para cantar de graça.

Não havia naquela época condições de cobrar um cachê justo, pois o que não faltava eram bandas tocando sem cobrar cachê na tentativa de ficar conhecida. Mas, esse era o meu maior desejo. Voltar a cantar! E aqui estou eu. Só que desta vez ninguém me segura. Eu cheguei pra ficar e fazer a minha historia.

13) RM: Você acredita que sem o pagamento do Jabá as suas músicas tocarão nas rádios?

Marcelo Rossiter: Quanto ao pagamento de Jabá, honestamente, tenho a “Cadê Você” (Geraldo Margela) tão bem aceita, que até antes do CD físico ficar pronto, a música já estava tocando na rádio e não precisei pagar para isso. Mas, sabemos que muitas vezes as coisas só acontecem com investimento financeiro.

Se precisar investir mais pra frente, farei! Ninguém trabalha de graça e tem muita gente por ai que paga e diz que não paga. Pagar jabá não acontece somente nas rádios. Quem é do ramo sabe que para conseguir decolar uma canção é preciso investir. Até mesmo na internet se paga para impulsionar vídeos, clipes e etc. É assim que funciona, com rara exceção.

Tem músicas que ganham o gosto popular e as rádios tem que tocar sem receber o jabá. E se não tocam, o público cobra. É o público quem faz o artista. E existem públicos para todos os gêneros, artistas, bandas. Tem espaço para todos.

14) RM: O que você diz para alguém que quer trilhar uma carreira musical?

Marcelo Rossiter: Para quem deseja entrar na profissão de músico, é preciso saber que a luta é diária. Principalmente se não tiver como investir financeiramente. Persistência eu diria que é o segredo.

Fazer o que se gosta, o que se ama e acreditar no que faz. Se você acreditar e fizer com verdade, o público vai captar a sua essência e vai te ouvir. Os desafios são grandes, as dificuldades sempre surgiram, mas quando algo é feito com “verdade”, é como o ditado que diz: “A verdade sempre aparece!”. Siga em frente e use todos os desafios como degraus para alcançar seus objetivos. Buscar a fama não é o caminho.

A fama é apenas consequência do que se faz de bom e é bem aceito. Música é sentimento! As pessoas, o público, os fãs (que prefiro chamá-los de seguidores), querem ser tocados de alguma forma.

15) RM: Qual a sua opinião sobre o espaço aberto pelo SESC, SESI, Caixa Cultural e Itaú Cultural para cena musical?

Marcelo Rossiter: Essas entidades tem aberto espaço para MPB. Já fui a espetáculos da Caixa Cultural. Tudo que possa abrir espaço para que artistas com conteúdo possam mostrar o seu trabalho é valido. O SESC tem feito isso de forma esplendorosa. Tem dado a oportunidade ao público de todas as classes de assistir e prestigiar grandes nomes da nossa música. É um trabalho positivo que vem sendo feito.

16) RM : Quais os projetos futuros?

Marcelo Rossiter: Não sei se deve acontecer com alguns artistas, mas assim que terminei este primeiro DVD/CD, já comecei a imaginar como seria o próximo. Mas isso se dá o nome de ansiedade (risos). O meu foco agora é trabalhar este primeiro projeto que recebeu o nome de #umxotepranósdois , em reverência ao xote. Mas no próximo irei trazer outros segmentos.

Claro, que o forró nunca vai deixar de estar presente. Ele sempre será o meu “carro chefe”. Pretendo sim ainda cantar com artistas que tanto admiro e acho esse lance de trazer convidados é muito positivo. Não gostaria de ser conhecido como um cantor de forró. Se acontecer, que seja de forma natural. Até nisso o público decide. Por mais que você grave outros ritmos, o público e a mídia te intitulam de cantor “disso” ou “daquilo”. Mas isso não me incomoda. Eu só quero produzir. Poder aprimorar, aprender, acrescentar, corrigir caso necessário.

Eu quero viver a música! Não importa qual ela seja desde que tenha identidade própria e transmita sentimento  através da minha voz. Essa é a minha verdade e o meu desejo. Mas quem pensa que daqui pra frente só vai ouvir o Marcelo cantando forró, vai se surpreender. Tenho muitos projetos em mente. No tempo certo eles vão tomando forma e surgindo.

Mas por enquanto vamos de #umxotepranósdois que está lindo. Repertório, convidados, canções, cenário, figurino, fotografia, músicos, enfim , se permitam ouvir e assistir. Convido a todos a participar do meu universo musical. Sejam bem-vindos! Pois foi feito para vocês!

17) RM: Marcelo Rossiter, Quais os seus contatos para show e para seus fãs?

Marcelo Rossiter: [email protected]

canal no youtube: https://www.youtube.com/channel/UC8K_IEJ_4XEI9xSEK8KC8Fw


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