More Glauco Minossi »"/>More Glauco Minossi »" /> Glauco Minossi - Revista Ritmo Melodia
Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.

Glauco Minossi

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Glauco Minossi ainda adolescente sonhava realizar projetos pessoais como ter uma banda famosa e tal e viver muito bem com seu amor: Música.

Teve algumas bandas como a “Armadilha” no final dos anos 80 quando mal tocava Contrabaixo, e a “Maquinarhara”, já se tornou o produtor musical, um pouco antes dos anos 2000. Depois desfrutou de uma dupla de música eletrônica sensual que se chamava Cafetaria Misters, e atualmente é um dos mentores da banda Fideo Black além do seu projeto solo de música eletrônica como o Dj Papi Ricco. Todas essas formações transcorreram na sua vida sem ele notar muito o tempo passar. Ele foi se tornando um profissional bastante requisitado principalmente no sul do Brasil para os projetos de várias bandas, o que o fez lidar com todo o tipo de artista e estilo musical, desde samba enredo até o punk rock.

Desde 1991 faz trabalhos de estúdio e desde 1993 trabalhos em shows, tendo já prestado esses serviços para artistas e eventos como: Will.I.Am, Ian Mcchuloch, Jimmy Cliff, Billy Coban, Nei Lisboa, Orquestra da OSPA, Orquestra da Unisinos, Nenhum de Nós, Discocuecas, El Simbolo, Cidadão Quem, Papas da Língua, Tangos & Tragédias, Vitor Ramil, Tequila Baby, Marky Ramone, Diretoria, Renato Borghetti, Antonio Villeroy, Bidê ou Balde, Armandinho, Ultramen, Pouca Vogal, Mart’nália, Maskavo, James Machinney, DDP Diretoria, Oriundos do Gueto, Oriente, Chimarruts e alguns outros…

Hoje ele analisa a sua história na música e sente que fez o que queria da sua vida e Vive muito bem na área musical, mesmo com todas as crises que o país já passou, e também seinte que o melhor ainda está por vir, afinal não pensa em largar esse ouro nunca! Já foi um dos donos do estúdio mais tradicional de Porto Alegre, a Tec Áudio, antiga Eger Gravações, nome como era quando entrou pro quadro de funcionários como assistente e office-boy em 1991.

Nos últimos anos, após ter sido contratado pela Chimarruts para ir pra estrada, acabou se aproximando da turma do reggae e tem cuidado dos projetos de estúdio de artistas como: Tati Portella, Nahê e Oriundos do Gueto, entre outras. E não deixando a sua alma rock escapar estar na produção do acústico da Tequila Baby e já fechando a sua participação em algumas músicas de um projeto ao vivo da banda de reggae Produto Nacional no final de 2019, além de uma expansão dos seus serviços para os mercados do Rio de Janeiro e São Paulo em 2019.

Segue abaixo entrevista exclusiva com Glauco Minossi para a www.ritmomelodia.mus.br, entrevistado por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 02.12.2019:

01) Ritmo Melodia: Qual a sua data de nascimento e a sua cidade natal?

Glauco Minossi: Nasci no dia 27 de abril de 1971 em Porto Alegre – RS.

02) RM: Fale do seu primeiro contato com a música.

Glauco Minossi: Os primeiros contatos que tive com a música foram através da minha irmã Márcia. Ela possuía um Violão que ficava sempre em cima do sofá, e, houve aquele incentivo de que tocar Violão no colégio era bacana. O Violão com encordoamento de nylon foi o primeiro instrumento que toquei na vida.  Mas o meu “start” numa linha de pensamento que me trouxe até aqui se deu quando começou a exibição de vídeo clipe pela TV aberta. Ali eu senti que de alguma maneira meu destino na felicidade seria através do mundo da música.

03) RM: Qual a sua formação musical e\ou acadêmica fora da área musical?

Glauco Minossi: Eu concluí o ensino médio e fiz curso Técnico de Eletrônica no Colégio Santo Inácio. Cursei História na PUCRS – Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul e também fiz o curso de Teoria e Percepção Musical na UFRGS, tudo em Porto Alegre – RS. Sou Produtor Musical e também conhecido como DJ Papi Ricco.

04) RM: Quais as suas influências musicais no passado e no presente. Quais deixaram de ter importância?

Glauco Minossi: Uma das áreas que atuo como produtor musical é na área mais pop, e nessa área nenhuma referência é totalmente descartada, nem que seja para ser usada como referência de onde não se quer chegar. Mas claro, estamos falando das boas referências do rock: AC/DC, Off Spring, Metallica, Iron Maden, Michael Jackson, Cool and The Gang, Tavares, Earth Win & Fire, Ramones, Green Day, The Clash, Witney Houston, Tina Turner, Toto, Rolling Stones, Pink Floyd, Lenny Cravtz, Chris Brown, Henrique Iglesias, The Killers, U2, Maroom Five, Could Play

05) RM: Quando, como e onde você começou a sua carreira musical?

Glauco Minossi: No final de 1990 eu havia largado meu emprego de escriturário num Banco para tentar algo na música. Logo em seguida se deu a gravação demonstrativa da banda que eu tocava na época, a “Armadilha”, e depois aconteceu o primeiro show na saudosa casa de shows Porto de Elis. E em março de 1991 eu, que fiquei amigo do técnico Bruno Klein que nos acompanhou na gravação da “demo” e no show e acabei indo trabalhar no mesmo estúdio, a Eger Gravações. Lá fiz meu estágio em eletrônica e continuei ao longo dos anos até me tornar técnico, produtor e também sócio anos mais tarde. Depois, no final de 2012, saí da sociedade e fundei a Single Player, minha agência de produção musical que administro até hoje.

06) RM: Quantos CDs lançados?

Glauco Minossi: Desde 1991 trabalhando em gravações… Tenho perto de cento e cinquenta trabalhos que levam meu nome de alguma forma. Eu estou terminando em 2019 a produção do meu primeiro álbum solo de música eletrônica, que vai se chamar “LETOM”, motel ao contrário, e vem com catorze músicas próprias. Ao término da master a ideia é lançar três singles com clipes no período de seis meses, sendo que no terceiro lançamento, já sairá o CD completo.

07) RM: Quais os CDs que você já atuou como produtor musical que você gostaria de destacar?

Glauco Minossi: DVD Marky Ramone e Tequila Baby: https://www.youtube.com/watch?v=GuySiKVHdyU. CD – Ultramen | Tente Enxergar: https://www.youtube.com/watch?v=3A9dl1uAMjU. CD Tequila Baby | Por onde você Andava?!: https://www.youtube.com/watch?v=J5qqmQZkxDI. CD – Caronamano: https://www.youtube.com/watch?v=s6WVLbAWPnU

08) RM: Como você define seu estilo musical?

Glauco Minossi: O meu estilo musical é bem eclético. Eu sei que isso parece refrão barato, mas vou explicar: a partir de 2000, quando comecei a trabalhar com banda fixa na estrada foram seis anos com a banda de punk rock “Tequila Baby”, e sete anos com a banda de reggae Chimarruts. E os projetos dos CDs de Sambas Enredo das Escolas de Samba de Porto Alegre em que estive no núcleo de produção por dez anos. Eu me refiro sobre meu estilo musical: EDM por gosto e vocação com referências ecléticas.

09) RM: Você estudou técnica vocal?

Glauco Minossi: Eu já estudei alguns semestres de Técnica Vocal com a professora Marion e também com o maestro Mainardi, ambos em Porto Alegre – RS.

10) RM: Qual a importância do estudo de técnica vocal e cuidado com a voz?

Glauco Minossi: Eu acho que a VOZ é o som do “instrumento” mais complexo que existe, a nossa garganta. É tão complexo que se a pessoa precisa cantar e por algum motivo está nervosa, provavelmente não será uma boa performance se ela não dominar o uso de técnicas como aquecimento, exercícios de afinação, uso do diafragma para focar a emissão da voz em determinada parte da cabeça e também para ajudar na sustentação e vibrato das notas. Além disso, um bom preparo na técnica vocal ajuda a preservar a saúde de todo o sistema, principalmente a garganta.

11) RM: Quais as cantoras(es) que você admira?

Glauco Minossi: Elvis Presley, Renato Russo, Sammy Hagar, Djavan, Cássia Eller, Fred Mercury, Marisa Monte, Tim Maia, Michael Jackson, Beyoncé, Nelson Gonçalves, Roberto Carlos, Bruno Mars, Rihanna, Tina Turner, Alcione

12) RM: Como é o seu processo de compor?

Glauco Minossi: Eu basicamente utilizo dois métodos no processo de composição. O primeiro deles e menos usado se trata de compor na base da inspiração tipo voz e violão. A segunda maneira já é bem mais aprimorada e conta com anos de testes, erros e acertos. Acho que por ter estudado eletrônica e enchido a cabeça com fórmulas, eu acabei dividindo a composição de uma música em etapas… Começando na busca por uma boa sequência de acordes que soem com a personalidade desejada. Depois adiciono o groove e frases que possam servir no futuro para a construção do todo. Após essa árdua primeiríssima etapa já dá pra partir na busca pela melodia e letra que se encaixem perfeitamente e principalmente de maneira pop. A possível próxima fase eu só consigo explicar imaginando uma situação real: estou desde 14:00 h (já são 20:00h), trabalhando em um projeto de uma música nova e dei aquela trancada numa determinada parte da produção. Agora é hora de aproveitar algo que acostumei a ter como recurso na manga: vou dar uma caminha qualquer tipo “ir à padaria” e sei que em algum momento as melodias virão, pois meu cérebro já está tão dentro da música por ter ficado horas em cima, que ele praticamente trabalha sozinho… Eu só tenho que ter um celular na mão para poder gravar as ideias com a voz mesmo o mais depressa possível, pois as ideias vêm fáceis e vão fáceis também. Daí nunca mais volta do mesmo jeito.

13) RM: Quais são seus principais parceiros de composição?

Glauco Minossi: Eu ainda não tenho o costume de compor em parceria com outros compositores… Deve ser bem legal a troca. Mas em compensação mexo nas estruturas das músicas dos artistas que eu produzo… Então isso acaba sendo, de um certo ponto de vista não muito reconhecido, uma forma de compor em parceria.

14) RM : Quem já gravou as suas músicas?

Glauco Minossi: Sillas, Synic, Tequila Baby, Sander Fróis, Máx Crespo, Maquinhahara, Fideo Black, Cafetaria Mister$, Paulinho Neves e Tati Portella.

15) RM: Quais os prós e contras de desenvolver uma carreira musical de forma independente?

Glauco Minossi: Eu acredito que se você consegue gerenciar bem sua carreira musical independente, você conseguiu uma forma de não precisar de uma gravadora para “viver da música”, parabéns! Esse fato existe porque temos uma diversidade musical tão aberta para todos atualmente. Mas eu também entendo que se sua carreia musical independente está top, o seu próximo degrau provavelmente será assinar com uma gravadora ou então estagnar por aí mesmo, pois já está suficiente. Sim, a gravadora realmente vai ajudar o artista a alcançar novos mercados e contratantes, e também vai levar a sua parte (bem grande) no negócio, puro business. Isso tem que ficar bem entendido para que não haja arrependimento mais tarde com alguma estratégia errada de qualquer parte que possa vir a cair sobre os ombros do próprio artista. O preço de uma gravadora para um artista é bem caro… Mas sem ela os grandes cachês dificilmente virão.

16) RM: Quais as estratégias de planejamento da sua carreira dentro e fora do palco?

Glauco Minossi: Eu estou terminando a produção do meu primeiro álbum solo de música eletrônica, que vai se chamar LETOM, motel ao contrário. Ao término da master a ideia é lançar três singles com clipes no período de seis meses, sendo que no terceiro lançamento, já sairá o CD completo. Com relação ao meu show, estou fazendo a montagem e planejamento de uma maneira que eu possa executar minhas músicas como DJ, mas que também possa tocar algum instrumento de vez em quando… Mas nada muito complicado pra não se atrapalhar né! Além de isso ser muito mais divertido, também ajuda na construção de um clima mais intimista com o público. Estou formatando meu show assim para facilitar as viagens e poder tocar em qualquer lugar do Brasil, sem elevar demais o custo para os contratantes. A equipe vai será bem reduzida e cheia de múltiplas funções para cada um dos técnicos, que terão cachês melhores para todos, se adaptando a essa nova realidade de mercado. Algumas de minhas músicas também têm um resultado bacana se executadas em versões com banda. O legal é que conforme o andar da carreira; como eu tenho muitos amigos e também bons músicos, será fácil nos reunir para apresentação (Gig) de maior porte rapidinho. Logo após tudo isso ter acontecido será hora de avaliar processos e resultados, e definir os próximos passos.

17) RM: Quais as ações empreendedoras que você pratica para desenvolver a sua carreira musical?

Glauco Minossi: Estou lançando meu primeiro trabalho solo, pois até então eu sempre estive voltado para a música muito mais como produtor musical do que como artista. Meu projeto de música eletrônica, o DJ Papi Ricco, inicia num planejamento que busca por uma identidade sonora e após isso sim vem todo o resto como imagem, posts, redes sociais, artistas parceiros… Então o que eu busco em minhas músicas é a sonoridade na medida perfeita para cada detalhe que me aproxime do meu público alvo. Após isso, tudo funciona bem mais facilmente para criar seu espaço no mercado.

18) RM: O que a internet ajuda e prejudica no desenvolvimento de sua carreira?

Glauco Minossi: Demorou, mas me caiu a ficha! Você acabou de produzir um single com o vídeo clipe maravilhoso. Esta é a sua aposta no momento e você tem cinco mil reais. Se você optar por fazer uma promoção em alguma rádio de expressão, vai conseguir que sua música rode por um mês para o público daquela rádio, que hoje basicamente se resume a motoristas e passageiros. E então, quando você pensa em ter um retorno do valor investido, verá que é preciso atingir uma porção de metas para que se consiga aparecer em uma lista de pagamentos pelo ECAD. Mas tem uma segunda opção que fica por conta do impulsionamento nas redes, em que é possível escolher o público no qual que você quer chegar e mostrar sua música via streaming, te passando diretamente a informação de como vão surtindo efeito os seus impulsionamentos. Então eu sinto que é muito melhor colher resultados dos investimentos em sua carreira diretamente com seu público alvo, tendo a chance de avaliar a receptividade do seu material, e isso fica muito mais fácil com toda essa tecnologia que aí está a nossa disposição. A internet com certeza é a ferramenta de divulgação mais amiga do artista independente!

19) RM: Quais as vantagens e desvantagens do acesso à tecnologia  de gravação (home estúdio)?

Glauco Minossi: Eu acho excelente hoje termos a possibilidade de produzir um álbum no aconchego do lar, e com excelência na qualidade. O fato de não precisar correr contra o relógio para conseguir chegar onde se almeja é um privilégio que em décadas atrás não existia. Inclusive, décadas atrás eu estava no outro lado da moeda no surgimento dos Homes. Eu era sócio de estúdio de gravação e, ano após ano, a lista de clientes foi diminuindo até que, na última reformulada geral do estúdio, eu acabei saindo da sociedade.

20) RM: No passado a grande dificuldade era gravar um disco e desenvolver evolutivamente a carreira. Hoje gravar um disco não é mais o grande obstáculo. Mas, a concorrência de mercado se tornou o grande desafio. O que você faz efetivamente para se diferenciar dentro do seu nicho musical?

Glauco Minossi: Atualmente a concorrência na busca por um espaço aumentou ao extremo, graças ao fato de um número enorme de artistas; que talvez não existissem antes das redes sociais, poder mostrar seus trabalhos para que o próprio público crie esse espaço. Então, nessa linha de pensamento, o mais importante é conseguir despertar o interesse do público com minha música e estabelecer uma relação de reciprocidade, como por exemplo, ser assíduo nos lançamentos de materiais novos, manter sempre a qualidade e também diversificar um pouco o estilo, indo na mesma direção do que já funciona com artistas semelhantes… Mas sempre tentando manter a característica principal da minha vibe de música. 

21) RM: Como você analisa o cenário musical brasileiro. Em sua opinião quem foram às revelações musicais nas duas últimas décadas e quem permaneceu com obras consistentes e quem regrediu?

Glauco Minossi: O samba continua de vento e popa. O que está um tanto diferente neste cenário é a sua exposição ao público, pois assim como em outros estilos musicais tipo o RAP e o Rock, todos foram cedendo espaço para os ritmos: Sertanejo e FUNK carioca, que hoje tomam conta das grandes mídias.

22) RM: Quais os músicos já conhecidos do público que você tem como exemplo de profissionalismo e qualidade artística?

Glauco Minossi: Se for contar aquele músico especialista e extremamente profissional eu cito o baterista brasileiro Kiko Freitas e, se for levar em conta a qualidade artística então meu voto vai para o cantor, guitarrista e compositor Pepeu Gomes.

23) RM: Quais as situações mais inusitadas aconteceram na sua carreira musical?

Glauco Minossi: Eu estava trabalhando na equipe da Chimarruts em um show junto com a banda Charlie Brown Jr. Na volta para o hotel à recepção estava lotada de fãs, então eu e um colega de equipe, o Hare, entramos no elevador e, logo em seguida, entraram o Chorão e o Champignon com aquela cara de balada loka. Após nos cumprimentarmos o elevador começa a subir e rola aquele silêncio… Então os dois cochicharam algo e o Champignon completou: “… até essa porra toda acabar, certo Mano?”. Hoje soa meio sinistro, mas na hora todos nós nos olhamos e começamos a rir muito… Porque a balada estava muito boa e os caras eram massa mesmo!

24) RM: O que lhe deixa mais feliz e mais triste na carreira musical?

Glauco Minossi: O que me deixa mais feliz e completo na vida é poder estar envolvido com a música profissional de alguma maneira, seja produzindo em estúdio ou indo pra estrada por esse “Brasilzão ae!”. Mas fora isso, algo em especial me deixa bastante preocupado! É sobre a quantidade de bandas que estão largando a atividade artística. God save the rock!

25) RM: Nos apresente a cena musical da cidade que você mora?

Glauco Minossi: Em Porto Alegre existem oportunidades bem bacanas na noite para se galgar algum tipo de estrada inicial com bandas iniciantes. É tipo um circuito que vai desde a Cidade Baixa e também algumas Casas de Show que fazem um movimento na Zona Sul, até a orla do Gazômetro, lugar onde está com uma vibe muito show pra se apresentar e fazer o nome num domingo ensolarado. Tudo tem um começo!

26) RM: Quais os músicos, bandas da cidade que você mora, que você indica como uma boa opção?

Glauco Minossi: Aqui no Sul algumas bandas clássicas ainda estão na estrada justamente por seus shows serem ótimos, como: Ultramen, Tequila Baby, Comunidade Ninjitsu e Nenhum de Nós. 

27) RM : Você acredita que sem o pagamento do jabá as suas músicas tocarão nas rádios? 

Glauco Minossi: Existem algumas rádios que têm horários específicos isentos de jabá em suas programações para rodar músicas de bandas menos conhecidas junto com bandas já conhecidas. Mas mesmo que eu consiga colocar uma música minha pra rodar nesses programas, em algum momento no futuro vou ter que fazer algum acordo com tal rádio para que a mesma música entre para a programação em outros horários mais significantes, já que funcionou bem na triagem. E daí não tem jeito, tem que investir para ir adiante à carreira musical. Mas tem uma maneira de não precisar sequer se envolver nisso: tenha uma gravadora ou um bom padrinho nas costas.

28) RM: O que você diz para alguém que quer trilhar uma carreira musical?

Glauco Minossi: Para um futuro colega eu diria para se preparar da melhor forma possível, estudando tudo o que puder para levar sua carreira adiante com muita qualidade, pois o mercado está muito competitivo e encolhido. Acho que está mais fácil se formar e ser médico do que ser um artista bem sucedido.

29) RM: Quais os prós e contras do Festival de Música?

Glauco Minossi: Os Festivais de Música hoje fazem parte dos eventos que conseguem reunir multidões, além das feiras e dos shows gratuitos ao ar livre. São bons para os artistas renomados, que conseguem manter uma agenda elevada, e também são bons para os artistas iniciantes, pois aquele pequeno que consegue de alguma forma entrar na lista das atrações, vai estar ao lado de gigantes e, se for competente, poderá usufruir de toda essa estrutura e público para chamar a atenção da grande mídia. Vai que cola? A dificuldade, é claro, está em você conseguir entrar pro casting do evento.

30) RM: Hoje os Festivais de Música revela novos talentos?

Glauco Minossi: Sim. Eu acho extremamente válida a existência dos Festivais de Música, pois para os novos talentos não há espaço melhor para se poder avaliar a própria performance e empatia com o público. E para o público, poderão surgir boas surpresas com a nova leva.

31) RM: Como você analisa a cobertura feita pela grande mídia da cena musical brasileira?

Glauco Minossi: Mesmo com a mudança na forma como se comercializa música hoje, de certa forma o esquema continua o mesmo. A grande mídia trabalha com os grandes artistas. Portanto quando se fala em grande mídia, estamos falando especificamente dos maiores artistas do Brasil. As novidades que surgirão serão aqueles novos talentos que já vem conseguindo subir os degraus da fama por si mesmo… E nesse ponto eu discordo de alguns colegas, pois acho que não adianta chegar lá e pensar que não precisa de ninguém para continuar… Pois se o novo talento chegou lá da maneira que for, aí sim que vai precisar entrar no jogo de quem joga grande.

32) RM: Qual a sua opinião sobre o espaço aberto pelo SESC, SESI e Itaú Cultural para cena musical?

Glauco Minossi: Esses espaços são excelentes para serem usados como difusores culturais. Eles funcionam muito bem, pois contam com circuitos de teatros por todo o Brasil. Somente pelo SESC, por exemplo, você já consegue fechar uma porção de shows com tudo muito bem organizado. Ótimo para os artistas e também para o público que acaba recebendo em suas cidades artistas de várias partes do país. 

33) RM: O circuito de Bar de sua cidade como boa opção de trabalho para os músicos?

Glauco Minossi: Nos bares em Porto Alegre existem espaços que comportam artistas iniciantes e também espaços para um nível artístico mais elevado. Eu mesmo conheci uma banda chamada Oriundos do Gueto quando fui convidado a participar da equipe deles num Festival de reggae no Bar Opinião. Foi massa! A partir dali eu estabeleci uma conexão musical com a banda. Produzi o single “O Amor Rompe Barreiras” e hoje já estou aprontando a próxima, pois com o material inicial e toda a bagagem que eles já tinham; a Oriundos do Gueto conseguiu tocar em vários bares desse circuito inicial, deram várias entrevistas e já foram convidados a tocar no Festival de Barretos – SP. Aí que eu me refiro em como os Festivais de Música são boas portas de entrada para outro patamar na carreira.

34) RM: Qual a sua relação pessoal e profissional com o pessoal do Estúdio Eger Gravações, hoje a Tec Áudio?

Glauco Minossi: Fora todo aquele apoio na minha carreira profissional que eu carinhosamente recebi da minha família ao longo dos anos. Eu destaco um lugar onde conheci não só as pessoas com quem trabalhei e troquei informações por anos, mas também onde todo o conhecimento que eu adquiri ao lado dessas pessoas fez valer mais do que qualquer coisa. Pois, se hoje eu sou capaz de fazer tudo o que faço com a qualidade que eu faço. Isso tudo se iniciou nesse lugar: Estúdio Eger Gravações Ltda, hoje a Tec Áudio, o estúdio mais tradicional e charmoso de Porto Alegre – RS.

35) RM : Quais os seus projetos futuros? 

Glauco Minossi: Meus planos vão além dessa existência. Sonho em achar uma forma de compor músicas que serão recados codificados para mim em outra geração ou reencarnação. Tipo faça isso, não faça aquilo (Hummm). Será que já não fiz isso antes? (risos). Estou zoando, mas sobre o meu futuro eu posso digitar aqui a hastag que sempre coloco em meus posts: #músicaéaminhavida.

36) RM : Quais seus contatos para show e para os fãs?

Glauco Minossi: Eu como DJ Papi Ricco: [email protected] |

https://web.facebook.com/djpapiricco/ | https://www.instagram.com/dj_papi_ricco/

| https://soundcloud.com/user-997569049/sets/dj-papi-ricco-playlist

E eu como produtor musical: [email protected] | https://web.facebook.com/glauco.minossi |

https://www.instagram.com/glaucominossi/https://web.facebook.com/estudiosingleplayer/


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  1. Excelente entrevista trazendo essa realidade de uma luta independente! Parabéns por todas conquistas que já teve e todas que ainda virão, Glauco!!! Parabéns!!!

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Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.