More Adriano Giffoni »"/>More Adriano Giffoni »" /> Adriano Giffoni - Revista Ritmo Melodia
Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.

Adriano Giffoni

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Contrabaixista, arranjador, produtor fonográfico, compositor e colunista da revista Bass Player Brasil Adriano Giffoni que iniciou a sua carreira aos 15 anos de idade, tocando nos bares da beira-mar de Olinda – PE.

É autor dos livros: Música Brasileira para Contrabaixo (Vitale) e Música Brasileira para Contrabaixo Volume Dois (Lumiar), Slap Com Ritmos Brasileiros – Editora HMP, 10 Estudos Para Contrabaixo com Ritmos Brasileiros (Pontomusica) e lançou em 2012 o livro: “40 Frases Para Improvisação no Contrabaixo “(DPX). Em 2017 lançou os livros: ”15 Duetos Brasileiros para baixo Acústico e Elétrico” e “12 estudos Brasileiros para Baixo Acústico”.

Seu trabalho didático foi adotado em escolas e universidades como a Berklee School of Music, Universidade de Orebro na Suécia, Conservatório de Copenhagem na Dinamarca, além de várias escolas no Brasil. Estudou Contrabaixo com Jaques Von Frasunkiewsk, Tony Botelho , Sandrino Santoro e Zeca Assumpção, e arranjo e harmonia com Ian Guest. Foi professor da Pró-Arte – Rio de Janeiro durante dois anos.

Adriano tem dez CDs lançados no Brasil e no momento está fazendo o lançamento do seu novo CD – “Caminho do Som” com seu quarteto em todo o Brasil. Já gravou e tocou com artistas como Sivuca, Emílio Santiago, Djavan, Leila Pinheiro, Ivan Lins, Roberto Menescal, Carlos Lyra, Wanda Sá, Tim Maia, Gal Costa, João Bosco, Maria Bethânia, Nana Caymmi, Danilo Caymmi, Elba Ramalho, Andy Timmons entre outros. Com bastante experiência internacional, que inclui shows nos mais importantes festivais do mundo, como o de Montreux e o JVC de New York, Adriano Giffoni se dedica também aos workshops sobre música brasileira, que já foram apresentados em várias escolas e universidades do Brasil e do exterior.

Em 2007 gravou o CD – “Quixadá Acústico”, uma produção independente que foi lançada com sucesso e teve a indicação para o Prêmio Tim de 2008. Esse trabalho mostra as possibilidades do baixo acústico como instrumento solista e acompanhador. Em Novembro de 2008 participou da temporada do cantor e compositor Carlos Lyra no Blue Note de Tókio de 24 a 28. Em 2012 participou da Tour do guitarrista Andy Summers (The Police) e Roberto Menescal e Cris Delanno por seis capitais brasileiras.

Tem participado dos Festivais IBT Bass organizados por Celso Pixinga por todo o Brasil e em Maio de 2013 tocou com seu trio formado por Luizão Paiva – Piano, Luizinho Duarte – Bateria e Adriano Giffoni – Baixo Acústico e elétrico no IBT Bass Festival de Fortaleza e no Barra Jazz Festival no Piauí.

É baixista da Banda do Síndico (Ex Banda Vitória Régia) do cantor Tim Maia com quem Adriano Giffoni tocou por três anos. A banda é do Rio de Janeiro e tem se apresentado com sucesso em todo o Brasil apresentando um show em homenagem a Tim Maia.

Adriano Giffoni se dedica também a aulas de baixo acústico e elétrico no Rio de Janeiro formando novos músicos para o mercado musical. E, como Baixista se dedica a gravações em trabalhos de outros artistas do Brasil e do exterior. Ele usa Baixos Yamaha de 5 e 6 cordas, D’Rossi 4 cordas e Eliezer D’Lara Fretless 5 cordas.  Cordas Elixir, Caixas Pezo Adriano Giffoni Signature, Power Click amplificador de Headphone, Mendes Luthieria – Baixo Vertical – Baixos Acústicos Modelo Sandrino Santoro  e  Correias Basso.

Entrevista exclusiva com Adriano Giffoni para a www.ritmomelodia.mus.br , entrevistado por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 16.10.2017:

01) Ritmo Melodia: Qual a sua data de nascimento e a sua cidade natal?

Adriano Giffoni: Eu nasci no dia 20 de fevereiro de 1959 em Quixadá – Ceará.

02) RM: Fale do seu primeiro contato com a música.

Adriano Giffoni: Meu primeiro contato com a música foi aos oito anos quando ganhei meu primeiro Violão do meu pai Alcides Lima que também era músico e comecei a ouvir violonistas como Baden Powell e Paulinho Nogueira. Depois passei a acompanhar meu pai nas festas e conhecer mais músicos.

03) RM: Qual a sua formação musical e\ou acadêmica fora da área musical?

Adriano Giffoni: Comecei a estudar percepção musical e teoria com 18 anos de idade no Conservatório de Manaus-AM e fiquei dois anos estudando com George Guest e com o baixista inglês Jackes Von Frasunkiewsk. Depois eu fui para a Escola de Música de Brasília e fiz também um curso de extensão de Teoria e Percepção musical em 1981 na UNB – Universidade de Brasília com o professor Buhomil Med. É um grande mestre da música e autor de vários livros didáticos.

04) RM: Quais as suas influências musicais no passado e no presente. Quais deixaram de ter importância?

Adriano Giffoni: Tive muitas influências importantes como Luiz Gonzaga, Sivuca, os violonistas Baden Powell, Paulinho Nogueira e Hélio Delmiro. Sempre gostei de ouvir pianistas como César Camargo Mariano, Nelson Aires, Cristovão Bastos, entre outros. Acho que tudo que ouvi desde cedo me ajudou muito a ser o músico que sou e nada deixou de ser importante na minha formação musical.

05) RM: Quando, como e onde você começou a sua carreira musical?

Adriano Giffoni: Comecei a tocar nos Bares da beira-mar de Olinda-PE, onde tocava violão e participava de grupos de MPB. Depois fui tocar guitarra em bandas de baile de Recife e a primeira oportunidade de tocar Baixo foi no carnaval de Olinda. Depois disso me apaixonei pelo instrumento e comecei a me dedicar ao estudo do baixo elétrico e acústico.

06) RM: Quantos discos já lançou e cite alguns discos que você já participou? Qual perfil musical de cada CD?

Adriano Giffoni: Hoje eu tenho 10 CDs solo lançados no Brasil. Todos são dedicados aos ritmos brasileiros com algumas influências do jazz e funk e com muita liberdade para a improvisação. Minhas músicas são bastante melódicas e se destacam pelas melodias fáceis de aprender e com isso eu tenho conquistado também os leigos em música. No momento estou lançando o CD – Caminho do Som que comemora os meus 35 anos de carreira. Os meus primeiros CDs foram lançados pelo selo Perfil Musical do Rio de Janeiro. Depois segui fazendo meus CDs de forma independente. Participei como baixista de uns 500 CDs com vários artistas do Brasil e do exterior. Destaco o CD – Aquarela número 2 do Emilio Santiago, em que eu gravei a música “Saigon” foi um grande sucesso nacional. Depois disso passei a fazer parte da equipe de gravação do Roberto Menescal e com ele eu toquei em vários CDs de artistas como Leila Pinheiro, Joana, Danilo Caymmi, Marcos Valle, Wanda Sá, Carlos Lyra, Djavan, Andy Summers, entre outros.

07) RM: Como você define seu estilo como contrabaixista? Você toca outro instrumento musical?

Adriano Giffoni: Eu me defino como um músico de base e me dedico a acompanhar bem todos os estilos da nossa MPB, mas também estudo jazz e black music e isso me levou a tocar com artistas como Tim Maia, Sandra Sá , Claudio Zoli e Tony Garrido. Hoje faço parte da Banda do Síndico que foi formada com músicos da Banda Vitória Régia para manter viva a obra de Tim Maia e fazemos shows por todo o Brasil desde 2009. Toco também Violão e piano como instrumentos auxiliares no meu trabalho de composição.

08) RM: Quais as principais técnicas que o baixista deve se dedicar?

Adriano Giffoni: Acho que o Baixista deve estudar muita harmonia e percepção musical além da técnica do instrumento. Pra tocar profissionalmente e viver de música o Baixista tem que saber ler cifras e notas e não ter preconceito musical. Também é importante tocar com playbacks, tirar músicas de ouvido e tocar em várias formações musicais.

09) RM – Qual a importância do baixista equilibrar a função de condução e de solista?

Adriano Giffoni: Ninguém nasce sabendo. Acho que o músico iniciante ou profissional deve procurar os professores e tirar suas dúvidas, pois isso pode mudar totalmente a forma de estudar de um músico. Eu como professor sempre aproveito as coisas que o aluno já traz na sua forma de tocar e vou dando as dicas de acordo com as dificuldades. Acho que a forma de dedilhado da mão esquerda é o que às vezes atrapalha, procuro usar dedilhados bem definidos sobre os arpejos e escalas e com isso ajudar meus alunos a tocar melhor.

10) RM: Quais os principais vícios técnico ou falta de técnica tem os baixistas alunos e alguns profissionais?

 Adriano Giffoni: Em relação a técnica, a posição das mãos sobre o contrabaixo e a postura com o instrumento são os principais problemas, mas isso se resolve rápido.

11) RM: Quais as principais características de um bom Baixista?

Adriano Giffoni: O bom Baixista é aquele que sabe se colocar de acordo com a situação musical. Acompanhar quando tem que acompanhar. Tirar um som bonito, se adaptar aos estilos e à banda que está tocando. Ter técnica e conhecimento harmônico para improvisar quando for solicitado. E ser uma pessoa sociável, pois isso ajuda e muito na carreira do músico.

12) RM: Quais são os contrabaixista que você admira?

Adriano Giffoni: Sou fã de baixistas como Abrahan Laboriel, Natan East, Brian Bomberg, Ray Brow, John Patittucci, Rocco Prestia, Jaco Pastorius e no Brasil eu tive muitas influências do Luizão Maia, Sergio Barrozo, Paulo Russo, Arthur Maia, Jorjão Carvalho, Sizão Carvalho, Jamil Joanes, Paulo César Barros e Yuri Popof.

13) RM: Existe uma indicação correta para escolher um contrabaixo de mais de 4 cordas? Quais os gêneros musicais correspondentes à quantidade de cordas do instrumento?

 Adriano Giffoni: Eu acho que todos os Baixos são importantes, mas acho que todo mundo devia tocar antes o Baixo de 4 cordas e aprender os fundamentos do instrumento. O Baixo de 5 cordas vai acrescentar mais possibilidades para os graves e o Baixo de 6 cordas vai abri o caminho para as notas agudas e com isso possibilitar um maior trabalho com uso de melodias e acordes. Eu por exemplo, uso mais o Baixo de 6 cordas nos trabalhos de música instrumental. Nos show em que vou só acompanhar prefiro os Baixos de 4 e 5 cordas.

14) RM : Qual a marca de encordoamento da sua preferência? Existe marca ideal para cada gênero musical ou é preferência pessoal?

Adriano Giffoni: Eu sou endorser da marca Elixir Strigs 045. Uso em todos os meus baixos elétricos. Corda é um acessório muito pessoal e cada um escolhe o seu som pela tocabilidade e durabilidade. As diferentes bitolas de cordas têm a ver com o estilo musical do músico. No Baixo acústico uso a Tomastick Espirocore Solo.

15) RM: Nos apresente os seus métodos para contrabaixo?

Adriano Giffoni: Sou autor dos livros Música Brasileira para Contrabaixo I e II lançados pela editora Irmãos Vitale e que foram adotados na Berklee Scholl of Music em Boston- EUA. Slap com Ritmos Brasileiros- HMP, 10 Estudos para Contrabaixo com ritmos brasileiros (independente) 40 Frases para Improvisação no Contrabaixo ( DPX) e estou preparando um novo livro de duetos para Baixo acústico e elétrico que será lançado em 2018 de forma independente.

16) RM: Quais os métodos para Contrabaixo você indica?

Adriano Giffoni: Pra Baixo acústico os livros Billé I,II e III, Os livros de Walking Bass do Ron Carter são muito bons. Para Baixo elétrico eu indico os livros Finguer funk I e II do Adan Niti, O contrabaixo na roda de choro do Marcos Paiva, o Livro de solos do Paul Chambers e o Real Book em clave de fá para o baixista conhecer e tocar os standars de jazz. Aconselho também o estudo de melodias brasileiras no Baixo melhora muito a execução dos baixistas.

17) RM: Como é seu processo de compor suas músicas?

Adriano Giffoni: Meu processo de composição não tem uma fórmula. O tema vai aparecendo e eu geralmente gravo a melodia e depois escrevo. Às vezes as músicas aparecem quando estou estudando Baixo acústico com arco. Faço a maioria das músicas com o Violão.

18) RM: Quais são seus principais parceiros de composição?

Adriano Giffoni: Geralmente a minha música é mais instrumental. Tenho poucas músicas com letras com o Lisias Ênio e estou mandando algumas músicas para a Simone Guimarães que já participou de alguns CDs meu fazendo vocalizes e se identifica muito com meus temas mais regionais.

19) RM: Quais os prós e contras de ser professor?

Adriano Giffoni: Eu gosto muito de ser professor e acho que o único problema é lidar com a agenda de shows e viagens. Fico contente quando vejo meus alunos como o Bruno Migliari tocando com o Roberto Frejat no Rock in Rio e também me substituindo nos trabalhos de shows e gravações. Passar meu conhecimento e encurtar o caminho dos novos músicos é uma missão para mim e fico muito feliz com os resultados. Uso partituras dos shows com os alunos e explico cada situação musical e pra isso tenho um material bem organizado com playbacks e estudos técnicos que são mais funcionais.

20) RM: Quais os prós e contras de ser músico freelancer acompanhando outros artistas?

Adriano Giffoni: Quando você decide ser músico não dá para escolher muito os trabalhos. De acordo com a formação do músico vão aparecer diferentes situações musicais. Eu já toquei desde a lambada com o Beto Barbosa até shows com o Andy Summer do The Police e da cantora japonesa Lisa Ono. Toquei também com o gaitista Toots Tieleman no Festival de jazz de Madrid, entre outros. Faço meus trabalhos instrumentais nos espaços deixados pelas agendas dos artistas, mas de vez em quando eu mando substitutos nos shows dos artistas para fazer um show meu ou workshop.

21) RM: Quais os prós e contras de ser músico de estúdio de gravação. Gravando as linhas de Contrabaixo em discos de artistas?

Adriano Giffoni: O trabalho de gravação é o meu preferido! Gosto muito de contribuir com as minhas levadas de Baixo para os CDs de artistas e com isso vou também propagando a minha sonoridade. Nessa hora aparecem os músicos que se dedicam a ter uma boa leitura e boa percepção musical. Tudo que estudamos é posto em prova na hora das gravações e é muito importante tocar para o arranjo de cada música, pois o bom gosto vai ser bem importante. Tocar poucas notas e ouvir o que os outros músicos estão fazendo para dar o melhor resultado na gravação.

22) RM: Quais bandas que já participou?

Adriano Giffoni: Foram muitas Bandas de baile como: “Os Embaixadores” e “Blue Birds” de Manaus – AM, “Grupo Eclipse” de música regional em Manaus. Em Brasília participei da “Banda Artimanha” de música instrumental e no Rio de Janeiro toquei um ano na “Orquestra do Maestro Cipó” no Asa Branca, casa noturna na Lapa. Toquei durante seis meses no grupo “Azimuth” substituindo o Alex Malheiros. Depois disso passei a fazer meus trios e quartetos com o meu nome.

23) RM: Quais os prós e contras de tocar em uma única banda?

Adriano Giffoni: Tocar em bandas sempre faz bem para o músico. Desenvolve a técnica e aumenta as possibilidades de ser visto por grandes artistas. O mais chato é conciliar as agendas e horários de ensaios, mas quando existe boa vontade e profissionalismo tudo dá certo.

24) RM: Quais principais dificuldades de relacionamento que enfrentou em bandas?

Adriano Giffoni: Não tive muitos problemas com os componentes de bandas. Quando sou chamado para trabalhos eu vou sempre com bom humor e dedicação e quando não vejo isso eu saio imediatamente.

25) RM: Quais os artistas já conhecidos você já acompanhou como músico freelancer?

Adriano Giffoni: Toquei com Sivuca, Marcos Valle, Leila Pinheiro, Ivan Lins, Danilo Caymmi, Tim Maia, Roberto Menescal, Wanda Sá, Edú Lobo, Alcione, Erasmo Carlos, Carlos Lyra, Fernanda Takai, Cris Delanno, Claudio Zoli, Sandra Sá, João Bosco, Maria Bethânia, Gal Costa, entre outros.

26) RM: Quais principais dificuldades de relacionamento que enfrentou acompanhando artistas já conhecidos?

Adriano Giffoni: Cada artista que toquei me ensinou coisas diferentes na música e sempre me dei bem na parte social. Quando aconteceram alguns problemas de relacionamento eu geralmente peço para sair do trabalho e sempre dou um prazo para o artista arranjar outro músico.

27) RM: Quais as estratégias de planejamento da sua carreira dentro e fora do palco?

Adriano Giffoni: Eu me dedico muito ao instrumento e tenho uma rotina de 4 horas de estudos no Baixo acústico e Elétrico e com isso eu fico sempre pronto para os trabalhos. Procuro ser organizado e ter sempre release, cartão de visita e fotos para mandar para os projetos. Faço um CD a cada dois anos e nos intervalos eu desenvolvo meu trabalho de workshops e livros e sempre tenho uma novidade pra mostrar aos meus fãs.

28) RM – Quais as ações empreendedoras que você prática para desenvolver a sua carreira?

Adriano Giffoni: Produzo sempre material de estudo para meus alunos, livros e agora estou entrando com meu trabalho de ritmos brasileiros em sites como o Fica a Dica Premium do Nelson Faria e estou lançando o meu canal: www.youtube/adrianogiffoni em que eu coloco sempre vídeos com minhas músicas e exemplos de Contrabaixo.

29) RM: O que a internet ajuda e prejudica no desenvolvimento de sua carreira musical?

Adriano Giffoni: No meu caso a internet só ajuda, pois agora eu posso colocar as minhas músicas para vender nos sites e divulgar mais meu trabalho. Didaticamente, eu acho que os novos baixistas às vezes são prejudicados pela grande quantidade de informações desencontradas e ficam pulando muitas etapas no seu estudo em função das coisas que impressionam tecnicamente. E é nessa hora que um bom professor faz a diferença pra botar ordem nas informações.

 30) RM: Quais as vantagens e desvantagens do acesso a tecnologia  de gravação (home Studio)?

Adriano Giffoni: Acho o Home Studio fundamental para que o músico desenvolva a sua sonoridade e aprenda a gravar. Faço muitos testes de timbres e pratico os playbacks com os alunos e depois gravo o som deles. Isso dá uma ideia de como o som deles está saindo nos estúdios. Hoje em dia eu acho importante o músico conhecer sobre os programas de estúdio e escrita musical como Finale e Sibelius para que isso ajude na confecção de partituras e livros.

31) RM: No passado a grande dificuldade era gravar um disco e desenvolver evolutivamente a carreira. Hoje gravar um disco não é mais o grande obstáculo. Mas, a concorrência de mercado se tornou o grande desafio. O que você faz efetivamente para se diferenciar dentro do seu nicho musical?

Adriano Giffoni: Eu sempre faço meus CDs para conseguir entrar nos projetos instrumentais e nunca me preocupei em ganhar dinheiro com isso. Vendo meu CDs em shows e workshops. E hoje tenho também o apoio de lojas como a Free Note em São Paulo e Arlequim no Rio de Janeiro que também divulgam e vendem meus produtos. Procuro fazer uma música com características bem brasileiras principalmente nos ritmos. Nessa fatia do mercado eu sinto que meu trabalho está bem colocado e vou continuar fazendo isso.

32) RM: Como você analisa o cenário musical brasileiro. Em sua opinião quem foram às revelações musicais nas duas últimas décadas e quem permaneceu com obras consistentes e quem regrediu?

 Adriano Giffoni: Eu trabalho na área da MPB e nesse seguimento eu destaco o Jorge Vercillo, Lenine, Casuarina, Sambô, Seu Jorge, Bebel Gilberto, Diogo Nogueira, Luciana Mello, Simoninha, Paula Lima, entre outros artistas novos que batalham por identidade musical de qualidade. Acho que a boa música permanece sempre. Estou fazendo shows com o Roberto Menescal por todo o Brasil e os shows são sempre lotados.

33) RM – Qual ou quais os músicos já conhecidos do público que você tem como exemplo de profissionalismo e qualidade artística?

Adriano Giffoni: Eu sou fã do César Camargo Mariano, Romero Lubambo, Raul de Souza, Arismar do Espirito Santo, Dominguinhos, do produtor e baixista Prateado, Hermeto Paschoal, Hamilton de Holanda e de todos os compositores da Bossa Nova que levaram nossa música para o mundo.

34) RM: Quais as situações mais inusitadas aconteceram na sua carreira musical?

Adriano Giffoni: Já toquei em várias situações engraçadas. Uma vez tocando um carnaval em Manaus a minha corda Mi do Baixo quebrou no começo da festa e tive que me (Mi) virar com três cordas a noite toda. Uma vez eu estava ensaiando com a Maria Bethânia e tinha uma música que eu fazia o improviso. Fiquei tão ansioso que na hora do solo eu chutei meu cabo e ele saiu do baixo fazendo um barulho infernal. Com o Tim Maia no Circo Voador no Rio de Janeiro a banda entrou no palco e fez a introdução de W.Brasil do Jorge Ben Jor  e ficamos tocando a música e fazendo os vocais durante 15 minutos até ele entrar no palco e seguir com o show!

35) RM: O que lhe deixa mais feliz e mais triste na carreira musical?

Adriano Giffoni: Ser músico para mim é a melhor coisa do mundo! Sou feliz, viajo bastante, conheço outras culturas e faço o que gosto. Para mim o mais importante é o ambiente de trabalho e se isso não for legal eu não fico nem por muita grana.

36) RM: Quais os principais erros de metodologia de ensino de música?

Adriano Giffoni: Acho que nosso principal problema é não ter música nas escolas desde o primário, pois isso faria uma grande diferença na formação de novos músicos. Falta muita prática de conjunto nas escolas e faculdades de música.

37) RM – Existe o DoM musical? Como você define o Dom musical?

Adriano Giffoni: O dom musical já nasce com o músico de verdade. A forma de perceber os sons e harmonias é diferente quando se tem o dom musical. O gosto pelos instrumentos vai sendo desenvolvido com o tempo e de repente você acha seu preferido e nunca mais abandona e com isso será muito feliz.

38) RM: Quais os prós e contras dos métodos sobre Improvisação musical?

Adriano Giffoni: Os livros de improvisação são apenas vocabulários para as frases dos solos. O músico pode desenvolver muito também tirando solos de outros instrumentos, fazendo transcrições e ouvindo música. Hoje em dia é possível ter livros específicos sobre as improvisações em estilos diferentes e tudo isso soma no conhecimento geral do músico, mas, se o músico não praticar com bandas e playbacks; nunca vai saber os resultados de uma forma clara.

39) RM: Qual a definição de Improvisação para você?

Adriano Giffoni: Para mim, improvisar é criar novas melodias em cima de uma harmonia determinada. Tem que ser musical e ter um sentido melódico com os arpejos dos acordes.

40) RM – Existe improvisação de fato, ou é algo estudado antes e aplicado depois?

Adriano Giffoni: Existe sim, mas isso é o resultado de muito treino e conhecimento musical. Existem as frases prontas que tiramos de CDs de grandes solistas e o estudo dos livros e com isso o músico vai achando os seus caminhos preferidos e ter os melhores resultados! Tem que estudar muito!

41) RM: Como chegar ao nível de leitura à primeira vista?

Adriano Giffoni: A leitura musical envolve muito treino e paciência com os andamentos do metrônomo. Tem que praticar lento e aumentar os andamentos aos poucos. O conhecimento do solfejo das notas ajuda muito na hora de ler música. Hoje em dia é fundamental a leitura de notas e de cifras nos shows e gravações.

42) RM: Quais os métodos que você indica para o estudo de leitura à primeira vista?

Adriano Giffoni: Os livros de solfejo do Buhomil Med, o antigo Bona, as partituras de Walking Bass dos livros de jazz são ótimos pra desenvolver a leitura de semínimas. Os livros de choro do Marcos Paiva são ótimos para as síncopes brasileiras e indico os meus dois livros Musica Brasileira para Contrabaixo pela variedade dos estilos brasileiros.

43) RM: Nos apresente a cena musical da cidade que você mora?

Adriano Giffoni: O Rio de Janeiro é uma cidade onde tem casas noturnas de vários estilos, muitos bares onde tocam grupos instrumentais como o TRIBOZ, e o MOVIOLA. Agora com a inauguração do Blue Note na Lagoa, teremos shows internacionais de qualidade. As outras casas existentes recebem grandes atrações de outros estilos musicais. E ainda temos o Rock in Rio que recebe as bandas internacionais e nacionais.

 44-) RM – Quais os músicos, bandas da cidade que você mora que você indica como uma boa opção?

Adriano Giffoni: No momento eu indico a Banda do Síndico que faz shows em homenagem ao Tim Maia, o grupo Casuarina de samba, a Banda Black Rio, e o trabalho do Hamilton de Holanda com o baile do Almeidinha todas as quintas no Circo Voador.

45) RM: O que você diz para alguém que quer trilhar uma carreira musical?

Adriano Giffoni: Acredite no seu trabalho e faça tudo com muito amor. Batalhe pelo profissionalismo e seja objetivo no estilo de música que você escolheu.

46) RM: Quais os seus projetos futuros?

Adriano Giffoni: Em 2018 vou fazer uma tour pelo Brasil com o guitarrista americano Andy Timmons e Roberto Menescal tocando Bossa Nova instrumental e vou lançar dois livros de Baixo acústico. Gravarei também meu décimo primeiro CD e já estou reunindo o repertório. Estarei também em shows com a cantora Cris Delanno que estará lançando seu DVD e farei workshops de contrabaixo em várias capitais. Meu www.youtube.com/adrianogiffoni vai ter sempre novos vídeos e matérias sobre baixo acústico e elétrico.

47) RM: Quais seus contatos para show e para os fãs?

Adriano Giffoni: Meus contatos para shows e workshops são:  [email protected] | (21) 98104 – 3099 | https://www.facebook.com/adriano.giffoni


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Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.