More Clarice Assad »"/>More Clarice Assad »" /> Clarice Assad - Revista Ritmo Melodia
Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.

Clarice Assad

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A cantora, pianista, compositora e arranjadora carioca Clarice Assad reside em New York desde 2002. Embora ela viva em outro país, mantém a brasilidade na sua música  e principalmente, no seu repertório musical.

Assad tem recebido elogios por suas performances tanto por suas composições originais quanto por arranjos próprios de MPB e standards de jazz e já se apresentou em locais como o Caramoor Jazz Festival, Jazz at Lincoln Center, salão Zankell, Concertgebow, San Francisco Jazz entre outros. Foi contemplada com o prêmio Aaron Copland Award e recebeu outros como ASCAP, a Van Lier Fellowship, Franklin Honor Society e também uma indicação da Fundação Grammy Latino de melhor composição contemporânea. Suas peças já foram encomendadas pelo Carnegie Hall, Fundação OSESP, Concordia Chamber Players, o Albany Symphony, Orquestra de Câmara Pro Música e BRAVO Music.

Em 2014, Clarice trabalhou em parceria com a Albany Symphony como compositora e educadora a frente de um projeto educativo em uma escola de New York, além de apresentar com a mesma orquestra, uma performance do seu Concerto para Scat-Singer, Piano e Orquestra, em Maio de 2014. Clarice é artista residente no American Lyric   Theater e a sua ópera em um ato estreou em Julho de 2014 em New York.

Clarice Assad é uma nata “contadora de histórias” e utiliza elementos que não necessariamente se misturam, para compor. É considerada pelo meio musical como uma compositora “híbrida” e assina um repertório que não cansa de se expandir: MPB, Samba e Bossa Nova e é procurada por músicos de jazz e de música clássica.

Segue abaixo entrevista exclusiva com Clarice Assad para a www.ritmomelodia.mus.br , entrevistado por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 11.09.2017:

01) Ritmo Melodia : Qual a sua data de nascimento e a sua cidade natal?

Clarice Assad : Nasci no dia 9 de fevereiro 1978 no Rio de Janeiro – RJ.

02) RM : Fale do seu primeiro contato com a música?

Clarice Assad : Pela família do meu pai e da minha mãe. E desde criança eu comecei na música cantando, compondo e depois comecei piano.

03) RM : Qual a sua formação musical e\ou acadêmica fora da área musical?

Clarice Assad : Bacharelado em composição pela Roosevelt University em Chicago – EUA. Mestrado em composição pela University of Michigan School of Music – EUA.

04) RM : Quais as suas influências musicais no passado e no presente. Quais deixaram de ter importância?

Clarice Assad : São muitas para citar. Jazz e Música Brasileira são as minhas primeiras paixões, mas depois que conheci a música sinfônica, me apaixonei perdidamente.

05) RM : Quando, como e onde  você começou a sua carreira profissional?

Clarice Assad : Quando criança, cantando jingles, depois na adolescência fazendo arranjos para musicais no Rio de Janeiro. Mesmo estudando eu sempre trabalhei como musicista desde muito cedo.

06) RM : Quantos CDs lançados, quais os anos de lançamento (quais os músicos que participaram nas gravações)? Qual o perfil musical de cada CD? E quais as músicas que entraram no gosto do seu público?

Clarice Assad :  Acho que meu público é variado, pois como compositora existem interessados na música que escrevo, mas também tem o lado intérprete e performático que atrai outros tipos de pessoas. É uma carreira diversa, às vezes dispersa, mas sempre cheia de momentos de muita emoção.

07) RM : Como você define o seu estilo musical?

Clarice Assad : Híbrido, fusão de muitas linguagens musicais, mas sempre com uma preocupação em manter a brasilidade viva.

08) RM : Como é o seu processo de compor?

Clarice Assad : Muito intuitivo, é quase como se estivesse “psicografando” as vezes.

09) RM : Quais são seus principais parceiros de composição?

Clarice Assad :Daniel Basílio, Vinicius Castro e Thiago Amud. Verdadeiras pérolas da música Brasileira atual.

10) RM : Quais os prós e contras de desenvolver uma carreira musical de forma independente?

Clarice Assad : Acho que hoje em dia se o artista não está sendo exposto constantemente na mídia, só lhe resta a forma independente. É um modelo relativamente novo.

11) RM : Quais as estratégias de planejamento da sua carreira dentro e fora do palco? 

Clarice Assad : Muita dedicação, concentração, foco. Paixão pelo que eu faço é o que me dá mais força. E ela vem do resultado do que eu sinto passar para as pessoas com meu trabalho. A estratégia na verdade vem direto do coração, da vontade de fazer.

12) RM : Quais as ações empreendedoras que você pratica para desenvolver sua carreira musical?

Clarice Assad : Possuo minha própria editora, controlo a agenda, trabalho nos contratos e negociações de encomendas, etc.

13) RM : O que a internet ajuda e prejudica no desenvolvimento de sua carreira?

Clarice Assad : Internet é um instrumento maravilhoso para disseminar informação, mas também um poço sem fundo em que pode-se facilmente perder o foco e este é o lado negativo.

14) RM : Quais as vantagens e desvantagens do fácil acesso a tecnologia  de gravação (home estúdio)?

Clarice Assad : Vantagem: Qualquer pessoa pode gravar e lançar um disco! Desvantagem: Nem sempre a qualidade do que se é criado fica maravilhoso.

15) RM : No passado a grande dificuldade era gravar um disco e desenvolver evolutivamente a carreira. Hoje gravar um disco não é mais o grande obstáculo. Mas, a concorrência de mercado se tornou o grande desafio. O que você faz efetivamente para se diferenciar dentro do seu nicho musical?

Clarice Assad : Eu acho que disco perdeu um valor muito grande que tinha antigamente. Existiam menos formas de disseminação da música. Era mais fácil acompanhar um artista pelo próximo disco, etc. Hoje tem muita gente no mercado, e muita gente boa que faz música de alta qualidade, mas não alcança o público. Eu acho que o público existe, mas não tem tempo ou interesse de ficar procurando novos talentos que ficam obscuros pela mídia. É difícil fazer música que não esteja na boca do povo e concretizar uma carreira sólida. No meu caso, eu faço muita atividade dentro da música, e talvez seja isto que me sustenta. Mas acho que o que vai além é a minha vontade de fazer as coisas acontecerem, de conectar pessoas através da música, não só com performances e composições, mas principalmente envolvendo pessoas nos meus workshops, de forma ativa.

16) RM : Como você analisa o cenário musical brasileiro. Em sua opinião quem foram às revelações musicais nas duas últimas décadas e quem permaneceu com obras consistentes e quem regrediu?

Clarice Assad : Eu tenho passado muito tempo fora.  Não consigo acompanhar, pois tudo também acontece muito rapidamente.  Mas o bom foi que conheci uma grande quantidade de músicos incríveis que nunca havia ouvido falar: Thiago Amud, André Muato, Rafael Martini, Ilessi, Carol Panesi, Ordinarius, nossa a lista de talento é realmente muito grande e isso é uma coisa maravilhosa…

17) RM : Qual ou quais os músicos já conhecidos do público que você tem como exemplo de profissionalismo e qualidade artística?

Clarice Assad : Acho que os que conseguem transcender os limites das fronteiras geográficas como Egberto Gismonti, Milton Nascimento, João Bosco, André Mehmari, Hamilton de Holanda, todos esses tantos que são conhecidos não só no Brasil, mas afora. E influenciam um grande número de pessoas disseminando a música brasileira pelo mundo.

18) RM : Quais as situações mais inusitadas aconteceram na sua carreira musical?

Clarice Assad : São várias. Mas a mais engraçada foi quando eu entrei no palco com uma Orquestra Sinfônica atrás de mim, a maestrina pronta para começar a peça e eu percebi que meu microfone estava conectado direto na mesa — ou seja, só quem gravava a sessão conseguia ouvir a minha voz e não a platéia.  Virou um circo, com a maestrina fazendo piadas enquanto as pessoas tentavam conectar o microfone, mas não daria tempo, enfim, acabou que uma das produtoras teve de segurar o microfone da “casa” para eu tocar o meu concerto “Scattered” que tem mais de 23 minutos de duração e isso é uma coisa que não dá para esquecer.

19) RM : O que lhe deixa mais feliz e mais triste na carreira musical?

Clarice Assad : O que me deixa mais triste hoje em dia é a falta de informação sobre música nas escolas – Ou do esquecimento total de gerações mais recentes que não sabem quem é Milton Nascimento no Brasil, ou nunca ouviram falar de Cole Porter nos Estados Unidos.  O que me deixa mais feliz na carreira musical é exatamente poder fazer um resgate destes nomes e pessoas, suas músicas, para que as próximas gerações as conheçam.

20) RM : Nos apresente a cena musical da cidade que você mora?

Clarice Assad : Acabo de me mudar de Nova Iorque para Chicago. A cena musical das duas cidades é muito diferente, mas só o fato de já ter uma cena musical rica em ambas as cidades, já é bom.  Tem muita diversidade, apesar de todas as loucuras políticas atuais, Nova Iorque tem de tudo, de música Chinesa à salsa Dominicana.  Chicago a cena musical é um pouco mais provinciana, pois é uma cidade menor, mas também é rica demais.  E é a cidade do blues.

21) RM : Quais os músicos, bandas da cidade que você mora, que você indica como uma boa opção?

Clarice Assad : Tudo é uma boa opção na minha opinião.  Estar com ouvidos abertos e a postos para novas coisas, melhor ainda.  Ouvir alguém cujo nome nunca ouvir falar me interessa mais do que ver o show de alguém que já conheço o trabalho hoje em dia.

22) RM : O que você diz para alguém que quer trilhar uma carreira musical?

Clarice Assad : Na maioria das vezes para trilhar uma carreira artística hoje em dia, é preciso muita perseverança.  Não só talento, técnica ou sorte. Tudo conta.  Com a queda do modelo antigo das gravadoras e seus métodos de disseminação de música na mídia, músicos têm de ser responsáveis por todos os ângulos de suas carreiras, não focando apenas na sua arte. Isso demanda muito tempo, dedicação e energia, além de não existir garantia de nada. Venho cada vez mais acreditando que a música seja realmente uma missão, um chamado na vida da pessoa, pois, o nível de comprometimento é grande demais.

23) RM : Quais são os Pianistas que você admira?

Clarice Assad : Bill Evans, Martha Argerich, Herbie Hancock, Keith Jarret, Glenn Gould,  Egberto Gismonti, Andre Mehmari

24) RM : Quais são os compositores você admira?

Clarice Assad : Eu tenho tantos compositores preferidos, que fica difícil… mas.. Se tivesse que escolher um compositor apenas, seria Ravel.

25) RM : Apresente o objetivo do workshop VOXploration Em Cena?

Clarice Assad :  VOXploration é Workshop de criação espontânea de música e Improvisação Vocal. Realizar individual ou conjuntamente uma ação cênica. O projeto reúne técnicas vocais, a utilização do  próprio corpo como instrumento musical e a capacidade criativa através dos sons com a finalidade de expressar-se e/ou comunicar. Essa comunicação se dá através da relação com o próprio corpo e o espaço, a partir de improvisações musical-cênicas.

VOXploration é um projeto idealizado por mim e no Brasil uniu música e teatro e em parceria com Andrea Santiago, elabora o projeto VOXploration Em Cena. Andrea é atriz formada pela CAL, teórica de Teatro e pesquisadora de Teatro Narrativo Gestual, pretende inserir o gênero narrativo no universo musical e descobrir mais pontos de contato entre as duas artes. A oficina visa despertar e/ou atingir a criatividade espontânea prescindindo de referências artísticas anteriores (musicais, teatrais, plásticas). Aliado a exercícios básicos de percepção corporal e espacial e o reconhecimento do outro, pretende-se despertar o potencial criativo através da música, utilizando apenas seu corpo e voz como instrumentos.

VOXploration Em Cena tem dois momentos: o primeiro onde, na improvisação musical e ao longo dos exercícios de voz e exploração dos sons, os participantes pesquisam as suas capacidades vocais e maior foco de atenção na dimensão sonora. No segundo momento, a interação desses grupos com o espaço e relação direta com os parceiros através da Narrativa uma história ou roteiro contado musicalmente. É também missão apresentar ao grupo formas de expressão vocal através de tipos de canto vindos de culturas e gêneros musicais diversos, assim como elementos da música pop, do blues jazz, ópera, além de outras técnicas vocais experimentais como scat  singing, overtone singing, entre outros. As pessoas podem desenvolver seu poder de expressão, coragem, espírito comunitário, a capacidade criativa e a possibilidade de refletir sobre o papel agregador da   música e artes em geral. É fazer com que o público participante possa agregar sua vontade, dom e/ou ofício dentro das Artes em geral, e possa contar sua história através do que intencionamos oferecer.

“CIRANDADA” é uma peça de palavras sobre o termo “CIRANDA”, que é um tipo de música e dança do Nordeste do Brasil. Embora nem todas as músicas incluídas nesta peça sejam daquela região, a palavra “CIRANDA” também é caracterizada pela formação de um pequeno ou grande círculo de pessoas, que se reúnem para tocar esta música cantando, brincando e dançando. A música folclórica do Brasil também é amplamente associada a crianças, por sua natureza simplista e brincalhona.

26) RM : Apresente a sua família musical?

Clarice Assad : Considero-me muito sortuda de ter nascido numa família tão musical (dos dois lados), dos Assad, é óbvio, pois meu pai, tio e tia são conhecidos mundialmente pelos trabalhos incríveis que fazem.  Mas também tem música do outro lado, e apesar de ninguém ter seguido a música profissionalmente, era impressionante como todos meus tios e tias tinham belas vozes.  Minha mãe (Celia), sempre cantou lindamente e minha paixão pela MPB vem dela, e desta parte da família.

27) RM : Você dar aula de Piano?

Clarice Assad : Não dou aulas de piano.

28) RM : Quais as principais diferenças entre as técnica de Piano e Teclado?

Clarice Assad : E nem toco muito Teclado.

29) RM : Quais as principais técnicas para se dominar para se tornar um bom Pianista?

Clarice Assad : Paixão, dedicação e muita paciência de ficar sentando horas a fio.

30) RM : Quais os principais vícios e erros que estudante de Piano deve evitar?

Clarice Assad : Uma postura errada ao tocar o piano pode causar muitos problemas ao corpo.  A posição dos braços e mãos depende muito disso.

31) RM : Quais os principais erros de metodologia no ensino de música?

Clarice Assad : Na época em que eu estudava, achava errado darem tanta importância para notação musical, exemplo, Baixo contínuo, harmonia em 4 vozes, etc, que já estão completamente obsoletos em relação a como a maioria das pessoas lêem música hoje em dia (com “charts”) com símbolos de acorde de jazz, etc. Os alunos que aprenderam contraponto e todas as regras de como não criar quintas e quartas paralelas com certeza esqueceram todas as regras e são incapazes de entender o que Bb9 (Si bemol com nona) quer dizer.  Isso limita muito a pessoa como profissional.

32) RM : Existe o Dom musical? Como você define o Dom musical?

Clarice Assad : Correr é um dom também. Todos nós temos mais aptidão para certas atividades. O segredo é conseguir identificar e aceitar o dom, pois nem sempre nós aceitamos o dom que nos é dado e vamos para outro caminho. É uma questão muito filosófica (risos).

33) RM : Quais os prós e contras dos métodos sobre Improvisação musical?

Clarice Assad : Na maior parte das vezes, acho que só tem prós na improvisação musical, e depende de como ela se define.

34) RM : Qual a definição de Improvisação para você?

Clarice Assad : Todos nós temos a capacidade de improvisar (na vida); pois estamos sempre solucionando problemas e realizando projetos que na maioria das vezes apresentam situações em que tem de se improvisar, pois “algo deu errado.”  E tem muito a ver com a espontaneidade, a capacidade de ter uma reação de pensamento rápida e eficaz para resolver alguma questão.  E isso nos liberta, pois nos dá a sensação de que temos um chão, um porto seguro, pois neste momento estamos vivendo apenas aquilo ali, o presente e o que se apresenta diante de nós.  Não estamos no passado nem no futuro, estamos num lugar onde é muito difícil estar, que é aquele instante.  Então, resumindo, improvisar é estar presente em todos os sentidos, ligado, alerta, conectado com cada micro segundo sem deixar a peteca cair.

35) RM : Existe improvisação de fato, ou é algo estudado antes e aplicado depois?

Clarice Assad : No meu caso eu tive que estudar e praticar muito para que meus feitos parecem fáceis.  Se eu dissecar certas coisas que hoje em dia faço com facilidade no piano e na voz ao mesmo tempo, dá pra perceber que no começo o lance era bem difícil de alcançar.  Mas, eu sou teimosa.  E eu gosto de conhecer os meus limites, e de ultrapassá-los.

36) RM : Como chegar ao nível de leitura à primeira vista?

Clarice Assad : Começar cedo, quando criança é a melhor forma.  Com adultos, isto muda bastante.

37) RM : Quais os métodos que você indica para o estudo de leitura à primeira vista?

Clarice Assad : Praticar pelo menos duas vezes ao dia por 15 minutos, coisas fáceis de se ler sem parar para ficar tentando entender que nota que é. Devagar, mas sem parar, se errar, não voltar para consertar o erro.  Continuar seguindo a frente, pois o segredo é poder estar dois ou três compassos à frente na leitura.  Por isso, é bom começar com leituras simples e aumentar a dificuldade aos poucos, semanalmente, por exemplo. Não praticar muitas horas seguidas, pois este tipo de leitura é diferente de praticar uma peça, que requer mais atenção a detalhes. E por isso passam-se horas ao instrumento tentando aperfeiçoar a maneira de tocar.

38) RM : Quais os seus projetos futuros?

Clarice Assad : No momento tenho me dedicado muito a compor e no meu trabalho como educadora, principalmente focada em projetos envolvendo a garotada jovem.  Estou trabalhando num concerto para percussão e orquestra, que será estreado na Califórnia por uma incrível percussionista (Evelyn Glennie) no Cabrillo Festival of Contemporary Music e farei uma residência na Dinamarca por um mês em Setembro e Outubro, e pretendo documentar tudo, para entender como é a vida dos músicos nesta parte do mundo e fazer uma comparação com os Estados Unidos e Brasil. No Brasil, estarei fazendo shows com minha querida família no SESC em São Paulo com a OCAM e também em Brasília e Curitiba.  Estaremos trabalhando em um repertório completamente autoral, pela primeira vez e estou muito feliz com isto.

39) RM : Quais seus contatos para show e para os fãs?

Clarice Assad : www.clariceassad.com | [email protected] | www.facebook.com/clarice.assad


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Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.