More Duofel »"/>More Duofel »" /> Duofel - Revista Ritmo Melodia
Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.

Duofel

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A música do DUOFEL é resultado de 30 anos de pesquisas, ensaios e shows diversos.

Luiz Bueno, paulistano, 57 anos e Fernando Melo, alagoano de Arapiraca, 52 anos, têm em comum o fato de serem autodidatas e de acreditarem com rara obstinação, no sucesso de uma proposta musical. Luiz tocava guitarra elétrica desde muito cedo em conjuntos de baile pela noite paulistana: The Ventures, Beatles e Rolling Stones no cardápio. Fernando, apaixonado por Elvis Presley, começou como cantor de rock em um conjunto formado por seus irmãos. O encontro dos dois aconteceu em São Paulo, aonde Fernando veio tentar a sorte em 1977. Tocavam juntos no grupo de rock progressivo instrumental BoissucangaFernando, no baixo e Luiz, na guitarra. A situação financeira difícil determinou o final do grupo, mas a identificação entre Fernando e Luiz estava estabelecida. E a vontade de fazer música juntos permaneceu. Tocaram em circos, bares e churrascarias, acompanhando cantores.

O trabalho do duo era desenvolvido paralelamente, até que Tetê Espíndola chamou-os para fazer parte de seu grupo. Nessa fase surgiu o nome “DUOFEL“, que significa: a dupla Fernando e Luiz.

Segue abaixo entrevista exclusiva com o DUOFEL para a www.ritmomelodia.mus.br , entrevistado por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa  em 02/09/2010:

01) Ritmo Melodia: Qual a data de nascimento e a cidade natal da dupla Duofel?

Duofel: Fernando Melo: Nasceu em Arapiraca – AL em 09/10/1955.  Luiz Bueno em 11/03/1951 em São Paulo.

02) RM: Fale do primeiro contato com a música de cada um do Duofel.

Duofel – Fernando: Aos nove anos de idade, ainda morando no interior de Alagoas, através da Jovem Guarda fui me envolvendo com a música e a partir daí formamos um grupo entre os irmãos chamado The Lucios Boys. Também aos 9 anos iniciei em Arapiraca – AL, brincando com o violão de um de meus 7 irmãos. E 1965 formei com meus irmão o grupo “The Lucio’s Boys”. Tocava, cantava e dançava (eu era o dançarino ao estilo Elvis) músicas da Jovem Guarda animando festinhas da família. Em 1967 mudamos para Maceió – AL e aos 14 anos ingressei em meu primeiro grupo de baile onde tocava guitarra base. Neste grupo tocava-se repertório variado passando por estilos como boleros, salsa, rock, samba. Ainda neste grupo, The Bigs, aos 16 anos, eu comecei tocar o Baixo Elétrico. E como baixista participei de todos os grupos de bailes da cidade. Em 1973 formei o trio Cogumelos Atômicos, meu primeiro grupo com repertório autoral. Em 1975 parti para São Paulo em busca de meu crescimento como músico, para então encontrar Luiz Bueno.

Luiz: Assim que nasci comecei a escutar música. Aos 9 anos de idade “achei” um violão no sótão de minha casa na Vila Mariana – SP. Antes disso já brincava com instrumentos dados pelo meu padrinho (Zé Bahiano) em aniversários e Natal. Trumpete, Gaita e Cavaquinho. Mas foi o som das guitarras elétricas dos The Ventures que primeiro mexeram com minha alma. Sentia determinadas notas chegando até a arrepiar. E, dai já achava que tocava o instrumento. Meu pai nunca me deu a guitarra que tanto queria e por isso mesmo toquei em guitarras emprestadas até chegar aos 21 anos. Aprendi os acordes fundamentais com uma professora particular dona Nazareth. E depois fui sozinho aprendendo em shows ou tirando de ouvido músicas para os conjuntos de baile que participei. Aos 14 anos já compunha e aos 16 ganhei meu primeiro prêmio em um festival de bairro, como melhor guitarra base. Em casa papai ouvia muita música aos domingos, clássicos, marchas americanas e um pouco de jazz, incluindo Ray Charles. Aos poucos fui conhecendo a MPB e só fui me interessar pela música instrumental em meados de 1970, já na banda Boissucanga e foi na banda que conheci Fernando Melo.

03) RM: Qual a formação musical e\ou acadêmica dentro ou fora música de cada um de vocês?

Duofel – Fernando: Sou Autodidata. Nunca estudei em escola alguma e aprendi a desenvolver a música através dos conjuntos de baile na década de 60.

Luiz: Tenho formação em Arquitetura (FAU – Santos – SP). Na música sou autodidata e iniciei aos nove anos de idade aprendendo os primeiros acordes fundamentais com a Nazareth. Uma professora do bairro de Mirandópolis em São Paulo.

04) RM: Quais as influências musicais no passado e no presente. Quais deixaram de ter importância para vocês?

Duofel – Fernando: No princípio em 1960, Elvis PlesleyJovem Guarda e principalmente The Beatles. E na década de 1970 os grupos de rock progressivos (Led Zeppelin, Pink Floyd, Gente Giant, Yes). E no começo dos anos 80 foram: Egberto Gismonti, Hermeto Pachoal, Paco de Lucia dentre outros que faziam a música instrumental da época.

Quando formamos o Duofel a ideia era fazer a nossa própria música e continuamos nesse caminho da composição. Por isso, a dedicação ao trabalho não nos deixa espaço para novas influências, mas tudo que escutamos e que esta no nosso subconsciente serve como aprendizado. No presente me dedico somente à composição e arranjos e ouvir mais atentamente no intuito de resgatar minha memória musical. No meu entendimento tudo tem sua importância, de acordo com seu tempo.

Luiz: As influências musicais do passado foram muitas começando por The Ventures, The Shadows, depois vem The Beatles. E mais pra frente Led Zepellin,Pink FloydYes até chegar em Paco de Lucia, Egberto Gismonti, Hermeto Pascoal e Índios Tabajaras. Tudo me influencia no dia-a-dia, tudo até música que não gosto. Nada deixou de ter importância, mas as coisas vão se transformando as influências se transformam através das nossas composições. Depois de 32 anos compondo com meu parceiro Fernando Melo, já não tenho interesse em ouvir muita música, mas sim rádio.

05) RM: Quando, como e onde  vocês começaram a carreira musical individualmente e quando surgiu a parceria para criação do Duofel?

Duofel – Fernando: Comecei aos 14 anos como profissional nos conjuntos de baile em Maceió – AL. Em 1978 formamos o Duofel.

Luiz: Comecei no meu próprio bairro participando de grupos de baile, aos 13 anos e aos 14 anos ganhei meu primeiro prêmio em um concurso como melhor guitarrista do bairro. Prossegui na carreira ainda tocando em grupos de bailes, mas fora de meu bairro. Já nos anos 70, pela época da Faculdade em Santos-SP, formei vários grupos de rock progressivo com foco em composições próprias e foi quando encontrei em 1976 Fernando Melo que veio participar como contrabaixista no grupo Boissucanga que mais tarde, em 1978 se transformou no Duofel.

06) RM: Quantos CDs lançados?

Duofel – Fernando: 12 CD’s e 1 DVD. Já tivemos varias indicações e prêmios acumulados. Em 1973 lançamos nosso segundo CD e concorreu ao Prêmio Sharpde Música como melhor disco e melhor música “Dialogo” e “Do Outro Lado do Oceano” concorreram vencendo a ultima. Em 1995 o CD – Espelho Das Águastambém concorreu ao Premio Sharp de Música com “Calipso Nervoso” “Espelho Das Águas”. Em 1997 concorreu ao mesmo Premio o CD – Kids Of Brazilcomo melhor disco e melhor arranjo esse do mestre Hermeto Paschoal, que ganhou como melhor arranjador. Cada CD tem uma formação e uma sonoridade diferente é difícil dizer qual é o que mais agradou o nosso público, pois temos recebido comentários cada um fala de sua música favorita.

  • 2009- DUOFEL PLAYS THE BEATLES – FINE MUSIC – lançado em outubro de 2009
  • 2008- OLHO DE BOI – FINE MUSIC – Trilha sonora do filme de mesmo nome, vencedor de melhor roteiro e melhor ator no festival de Gramado de 2008
  • 2007- EXPERIMENTA – CD Duplo contendo: “Playing at Home” com BADAL ROY e DANIEL MORENO e  “Lounge Eletronico” com LUNATICS
  • 2005- PRECIOSO –  FINE MUSIC – Homenagem a cidade de Manaus – AM
  • 2004- CD / DVD – FRENTE E VERSO – Gravado ao Vivo no Teatro do   Sesc Pompeia – Participação especial de LUNATICS
  • 2001- DUOFEL 20 – TRAMA – Celebrando 20 anos de carreira, gravado “ao vivo” no Teatro Municipal de São Paulo, com Hermeto PaschoalOswaldinho do AcordeonFábio Paschoal e Luiz Carlos de Paula.
  • 1999- ATENCIOSAMENTE, DUOFEL – Trama – Participação dos músicos: Michel Freidenson, Nenê, Teco Cardoso, Silvio Mazzuca Jr. e Caito Marcondes
  • 1996- KIDS OF BRAZIL – Velas – Arranjos de Hermeto Paschoal gravado nos EUA no estúdio de Ornette Coleman. Prêmio Sharp de Música de 96 –  Melhor Arranjo Instrumental. Duas indicações para o Prêmio Sharp de Música de 1996
  • 1994- ESPELHO DAS ÁGUAS – Velas – Com o percussionista indiano Badal Roy gravado ao vivo durante temporada no Crowne Plaza / São Paulo. Três indicações para o Prêmio Sharp de Música 94.
  • 1993- DUOFEL – Camerati – Participação de Oswaldinho do AcordeonEdu Helou e Duda Neves.  Prêmio Sharp de Música 93 como Melhor Música Instrumental. Cinco Indicações para o Prêmio Sharp de Música de 1993. Classificado pela Revista Manchete como o melhor lançamento de música instrumental de 1993.
  • 1990- AS CORES DO BRASIL – Line Music, Alemanha – Velas e Eldorado. Gravado na Alemanha com a participação de João Parahyba.
  • 1987- DUOFEL DISCO MIX – Independente.
07) RM: Como vocês definem o estilo musical do Duofel?

Duofel – Fernando: É difícil definir um estilo, pois transitamos por vários ritmos e estilos, nossa música é livre nos chamamos de Música Plena. Para nós o resultado de nossa música varia a cada momento. Sempre experimentando ritmos, diferentes sonoridades e afinações diversas a procura de algo novo a cada CD lançado. No passado definíamos como MUSICA PLENA, pois não fazemos jazz nem choro ou qualquer outro estilo já consagrado e sim uma fusão de todas as nossas influências.

Luiz: É muito difícil definir a nossa música dentro de um catalogo especifico. Pois, a cada novo trabalho buscamos novas sonoridades, novos ritmos, novos instrumentos. E por fim explorar novas técnicas bem como experimentar outros estilos musicais já muito bem definidos, tais quais, World Music, Eletronico, Jazz, MPB, e atualmente o Pop.

08) RM: Como é o processo de compor da dupla?

Duofel – Fernando: Já passamos por quase todas as possibilidades de se compor em dupla. No começo um dos dois criava o Tema e depois o outro desenvolvia a sua parte. Eu me destacava nas harmonias e Luiz nas melodias. Hoje nosso processo de compor é conjunto por estarmos todos os dias juntos a procura de novos sons. Com o passar do tempo fomos criando o hábito de ensaiar diariamente em que surgiu uma sincronia muito forte. Fazendo com que criássemos juntos os temas. Mas sempre um dos dois, sugere algo inicialmente. Podendo ser isso uma sonoridade proveniente de uma nova afinação, uma simples frase ou ainda um simples acorde.

09) RM: Quais são seus principais parceiros musicais?

Duofel – FernandoLuiz Bueno.

Luiz: Fernando Melo. Isso também varia muito, mas certamente Hermeto Paschoal foi um diferencial nessa trajetória. Ele assinou arranjos ou instigando nossa musicalidade. Em 1994 participamos em muitos shows dele como convidados especiais. Badal Roy, tablista indiano radicado nos EUA é outro grande parceiro. Com ele gravamos dois CDs e viajamos em tournée pelo Brasil e EUA. Caito Marcondes é outro grande parceiro, amizade musical surgida bem no início em 1980. Com ele acompanhamos cantores, gravamos CDs e tocamos juntos em shows. Assim como Caito podemos citar Sebastião TapajósJoão ParayhbaMichel Freidenson e Nenê dentre aqueles que sempre se fizeram presentes.

10) RM: Quais os prós e contras de desenvolver uma carreira musical de forma independente?

Duofel – Fernando: A Felicidade de ver a nossa música sendo reconhecida e conseguirmos sobreviver da nossa arte. Para que isso aconteça precisa de uma autodisciplina e dedicação. E o caminho é muito difícil até você criar uma identidade musical. Só o tempo mostrará até que ponto você está disposto a viver nesse universo musical.

Luiz: O contra é a dificuldade na distribuição e divulgação do trabalho. No mais só vejo coisas muito boas, como por exemplo: a escolha do repertório e a autonomia sobre a sua obra, mas tem que ralar. Depois de mais de 30 anos na carreira ficou muito mais fácil produzir nossos CDs de forma independente. Pois criamos uma identidade forte como duo no Mercado e mídia. Mas muito embora tenhamos iniciado no auge do movimento paulista de independente. Podemos dizer que ser independente neste Mercado e sem uma identidade musical estabelecida é cruel e precisa de muita garra e foco permanente naquilo que se quer. A internet colaborou e muito proporcionando ferramentas para se desenvolver uma carreira independente. Mas da mesma forma ampliou o número de concorrência. Criando assim uma dificuldade tão grande ou maior quando ainda o mundo não transitava pelo virtual. Importante ressaltar que hoje o artista tem que botar a mão na massa e fazer a parte burocrata: pegar firme no dia-a-dia para aparecer dentre as infinitas possibilidades que o Mercado oferece.

11) RM: Como você analisa o cenário musical brasileiro. Em sua opinião quem foram às revelações musicais nas duas últimas décadas e quem permaneceu com obras consistentes e quem regrediu?

Duofel – Fernando: Vou falar da música instrumental, que é de altíssima qualidade. Cada dia vermos surgir novos músicos e novos sons. Comprovando que a música instrumental brasileira é uma das melhores do mundo.

Luiz: Acho essa pergunta muito dirigida aos críticos e especialistas. Pois a nós os músicos cabem produzir ou tentar reproduzir nossas emoções, experiências. Enfim criarmos uma música que seja verdadeira. E então, público, jornalistas especializados e críticos vão dar vida e/ou sobrevida a esta arte. A música brasileira esta em constante renovação quase que diariamente. Vejo o cenário musical brasileiro muito prodigo e em ebulição. O músico esta sempre em acordo com sua obra e tudo depende de seu momento e este momento se traduz no que esta produzindo. Sem a preocupação de produzir aquilo que alguém, ou alguns esperam deles. E por isso mesmo todo músico esta em constante crescimento, mesmo não agradando inclusive ao publico.

12) RM: Qual ou quais os músicos já conhecidos do público que você tem como exemplo de profissionalismo e qualidade artística?

Duofel – Fernando: São Vários. Só para citar alguns: Hermeto Paschoal, Egberto Gismonte, Wagner Tiso, Yamandu Costa e etc.

Luiz: Aprendemos muito neste sentido com a Tetê Espíndola. Ela foi um ícone de dedicação e profissionalismo na época em que fizemos parte de seu trabalho e da mesma forma, Sebastião Tapajós e Hermeto Pascoal, com cada um deles aprendemos muito sobre os caminhos seguros da vida de um músico. Pensamos que hoje podemos ser exemplos de dedicação e busca pela qualidade artística. E procuramos praticar em nosso relacionamento profissional e ai inclui-se horários combinados. Dedicação aos ensaios, manutenção dos instrumentos e equipamentos, figurinos, etc.

13) RM: Quais as situações mais inusitadas aconteceram na sua carreira musical?

Duofel – Luiz: Em nossos 32 anos de carreira já passamos por poucas e boas. Já nos apresentamos em bordeis, açougue, feiras livre, Palácio do Governo, mas nunca levamos um calote. E como não somos cantores. Não sabemos como é uma cantada. Já aconteceu de tudo em nossa trajetória, mas uma delas merece destaque: em 1978 viajávamos pelo Nordeste. E ficamos por um ano todo percorrendo os estados de Alagoas, Pernambuco e Paraíba em busca de uma personalidade musical. Quando fomos convidados a integrar uma banda de bailes em Alagoas. E nesta viagem precisávamos de dinheiro para prosseguir e aceitávamos qualquer proposta que envolvesse ganhar uns trocos. E lá fomos nós para um baile. Imagine vocês, em um AÇOUGUE, isso mesmo! Os caras afastavam as carnes dependuradas e jogavam uma água no chão. E já iam dizendo: podem tocar! O baile ia até as 5 horas da matina. Mas também tivemos problemas de som. Com monitores sem funcionar ou mesmo queimar o equipamento em alguns dos shows mais importantes, como no Free Jazz/São Paulo em 1994. Quando tocamos sem um dos violões nos monitores. Ou em Viena – Áustria em 1993. Quando sentamos para iniciar o show e nada funcionava, nada e por ai vai, mas calote NUNCA levamos!  Outra coisa que fizemos até 1987, foi tocar anonimamente em bailes de carnaval, 8 bailes em 5 dias. Sendo 5 matinês. Isto em cidades distantes das capitais, tanto em Alagoas como e São Paulo. Muitas vezes além dos bailes ainda tocávamos na rua, em caçambas de caminhões ou em coretos de praças. Tocávamos baixo e guitarra elétrica com muito frevo e marchinhas.

14) RM: O que lhe deixa mais feliz e mais triste na carreira musical?

Duofel – Luiz: A liberdade de viver e praticar um dom. É para mim meu maior tesouro e felicidade. E a dificuldade para um instrumentista no Brasil ao invés de me deixar triste. Só me trás mais força e energia para transformar em alegria.

15) RM: Nos apresentem a cena musical instrumental paulistana?

Duofel – Luiz: É difícil citar o que vai e o que não vai. Pois, estamos muito focados no nosso trabalho pessoal. Mas o que posso perceber é um grande movimento na renovação da música instrumental. Se existe um lugar no Brasil onde existe espaço para a música instrumental este lugar é São Paulo. Com casas de todos os tamanhos e públicos. Também de todas as idades para todo tipo de música instrumental. Então por aqui ainda passam os grandes shows de músicos estrangeiros em grandes casas noturnas ou ainda em espaços mais intimistas e os clubs de jazz. Agora, difícil mesmo é conseguir sair da cidade se não for via SESC. Outrora isso ficava por conta das Secretarias de Cultura e pelos Diretórios Acadêmicos que não poupavam esforços para ter um show ao final de semana. Viajamos quase o Brasil todo na década de 80 neste núcleo. Hoje a coisa ficou difícil.

16) RM: Quais os músicos e bandas na cena instrumental que vocês recomenda ouvir?

Duofel – Luiz: Alessandro Penezzi tem um som muito bonito e maduro. Mas recomendamos que visitassem as casas: Jazz nos Fundos, Ao Vivo Music, Casa das Caldeiras, SESC Instrumental Paulista dentre tantas outras, pois sempre tem algo de muito bom acontecendo por lá.

17) RM: Você acredita que sem o pagamento de jabá as suas músicas tocarão nas rádios?

Duofel – Luiz: Acredito. Assim que as rádios pararem de cobrar jabá. Rádio Cultura AM e FM, Rádio USP, Rádio Inconfidência, Rádio Cultura de Alagoas, Rádio Cultura de Porto Alegre, Rádio Catedral do Rio de Janeiro, dentre outras são algumas que já tocam nossas musicas sem Jabá e não é de hoje.

18) RM: O que você diz para alguém que quer trilhar uma carreira musical?

Duofel – Luiz: Dedique-se de corpo e alma. E coloque sua emoção verdadeira e sua arte encontrara espaço. Originalidade é o que faz a diferença. Não adianta tocar para “cacete” se você não conseguir criar uma personalidade musical própria. Não abrir mão dos ritmos brasileiros e fundamentalmente se distanciar do jazz tradicional. Pois neste quesito estaremos sempre atrás dos Norte Americanos. Outra coisa muito importante é tratar a carreira com muito respeito. Levar ao publico um show estruturado cuidando de todos os aspectos. Tais quais, iluminação, vestuário, roteiro, instrumentos limpos. E principalmente, manter equipamento sempre em excelentes condições (cabos, cordas e etc.). Agora, a mensagem principal: é necessário que todo artista compartilhe seu dom. Pois isto é o que se espera de um artista para um mundo melhor. E saber que não tocamos para músicos ou imprensa. Mas sim para levar conforto àqueles que não sabem nada de música. Pois são eles que compram nossos CDs e pagam ingressos para ir aos shows.

19) RM: Quais os projetos futuros?

Duofel – Luiz: Agora estamos trabalhando na gravação do nosso novo DVD – O Sonho Nunca Acabará. “DUOFEL PLAYS THE BEATLES”, para concluir este trabalho, único em toda carreira dedicado a outros compositores que nos remete ao início de tudo para ambos (Fernando e Luiz). Foi ouvindo Beatles que cresceu a vontade de sermos músicos como profissão. Que será gravado em Liverpool Cavern Club. Por outro lado já temos um trabalho pronto para ser realizado com orquestras sinfônicas do Brasil “Crianças do Brasil”.  E aguardamos resultado de edital pra vê se rola. Pois este é um projeto de alto custo. Este CD, DUOFEL PLAYS THE BEATLES, quinto lançamento de nossa distribuidora exclusiva FINEMUSIC (www.finemusic.com.br ). Tem sido um verdadeiro blockbuster, superando qualquer expectativa em um Mercado em que não se vende mais CDs. Vendendo cerca de 2.000 exemplares a cada mês. O que em se tratando do segmento instrumental, são números expressivos. E isto tem criado uma demanda de shows que nos tem mantido com a agenda cheia de compromissos. Na www.finemusic.com.br ou no www.duofel.com você pode encontrar a discografia do DUOFEL em download ou em CDs. Dentre os projetos próximos futuros estão o lançamento da gravação original do CD – ESPELHO DAS ÁGUAS – AO VIVO / com BADALL ROY em DVD, material resgatado e recuperado. Este CD foi lançado recentemente (inicio de fev) na Índia pela EMI com o nome de THE REFLECTION POOL.

20) RM: Quais seus contatos:

Duofel – Luiz:  www.duofel.com  | (11) 3864 – 7843 | 3862 – 1565 | [email protected]


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Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.