More Graco »"/>More Graco »" /> Graco - Revista Ritmo Melodia
Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.

Graco

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O cantor e compositor cearense Grachho Silvio Braz Peixoto da Silva (Graco) é criativo nas duas funções: letra e melodia. Passou vinte anos trabalhando nos bastidores da música, compondo e sendo gravado por artistas respeitados no cenário musical brasileiro.

Fagner tem uma música de sucesso: “Noturno” que é assinada pelos irmãos Graco e Caio, essa música foi tema da novela global: Coração Alado. Balada de denso teor existencialista, encontrou profundo eco na sensibilidade popular. Tornou-se uma espécie de “hino” no final da década dos anos 70 e imortalizada na preferência dos fãs de Fagner. Hoje a música tem inúmeras regravações. Graco é parceiro musical do seu conterrâneo Belchior, compositor emblemático da geração de músicos nordestinos.

Eles tem 15 canções nos discos “Melodrama”; “Elogio da Loucura” e “Baihuno”. Ednardo, também é referência em sua formação, outro a gravar as suas músicas, festejando esta identidade musical com a sua participação especial na música “Eu e o Coqueiro”, em que divide, ou melhor, soma com Graco o canto do maracatu no seu CD – “Kizumba-Mass” pela gravadora Atração, como ele mesmo define, “uma viagem pelos sons de minha formação musical, uma viagem pelos sons das Américas”.

Além dos conterrâneos, nomes como: Joana, que obteve grande sucesso com as músicas “Vertigem”, também em parceria de Graco com Caio Silvio, e “Espelho”, igualmente usada como tema de novela; Maria Alcina; Osvaldinho do Acordeon; Cláudia; Cláudia Barroso; Altemar Dutra com sua interpretação personalíssima de “Noturno”; Núbia Lafaiete; Daniel Taubkin entre outros.

Graco é um músico eclético e aberto à diversidade sem abrir mão da criatividade. Graco passou vinte anos tendo a música como uma profissão paralela, assegurando a sua sobrevivência como redator publicitário, como colaborador de publicações culturais, como compositor de “jingles” desde sua vinda de Fortaleza para São Paulo em 1978.

Antes do seu primeiro CD solo: Kizumba -Mass, acumulou participações em vários discos e coletânea soma hoje quase 70 registros de suas músicas, incluindo-se aí as regravações. Além da experiência de compor também para teatro. Depois de amadurecer o projeto de lançar o seu primeiro CD, Graco não fez o óbvio que é regravar os seus próprios sucessos que ficaram populares na voz de estrelas para garantir a sua entrada sem riscos no cenário musical brasileiro. Mas inquieto, ousou, correndo o risco de não agradar. Regravou apenas “Noturno”, música cuja representatividade não lhe dava o direito de ser ignorada.

Com 15 músicas o seu CD “Kizumba-Mass” apresenta novas sonoridades ao cenário da MPB. Os timbres e as palavras que compõem o universo desse “novo” nome em nossa música, têm um tom de ironia em algumas músicas e a busca de um humanismo em interpretações ora suaves ou despojadas.

O autor se revela até a alma sem nenhum disfarce em todas as músicas. Conhecê-lo e conhecer o seu CD foi uma satisfação imensa. Eu considero a música “Noturno” uma obra prima e vejo que a poética de Graco se renova como a água da fonte com as suas canções inéditas.

Segue abaixo entrevista exclusiva com Graco para a www.ritmomelodia.mus.br , entrevistado por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 01.03.2002:

01) RM: Graco, fale da sua iniciação musical.

Graco Silvio Braz: Foi de uma forma precoce, tanto eu, quanto meu irmão: Caio Silvio Braz que também é músico e meu parceiro. Nós começamos muito cedo em Fortaleza a tocar nos Festivais de Música colegiais e participar de outros Festivais em outras cidades no Ceará.

Depois tivemos uma experiência com o teatro, que foi muito rica. Eu fiz a direção musical de uma peça chamada “Cancão de Fogo”, que é um texto de literatura de Cordel que foi escrita por Leandro Antonio de Barros, um poeta paraibano. O Caio fez a direção musical da peça chamada: “Reino da Iluminura” de autoria de Raimundo Oswald Barroso.

A partir daí nós fazíamos canções e tínhamos um relacionamento estreito com todo o pessoal da música em Fortaleza. Começando a fazer shows na cidade em uma época em que havia uma indiferença muito grande da população para com os artistas locais. E fizemos shows que marcaram época como os shows: Ave do Céu , Tigüera e Coisas de Quebra.

Viajamos com esses shows pelo nordeste passamos por Campina Grande, Teresina, Natal. E logo depois vieram as gravações no âmbito do profissionalismo. Nossa formação musical está ligada em primeira instância ao fenômeno do Rock e depois uma coisa muito vinculada à realidade cearense. Esses shows foram entre os anos de 1975 a 1977.

02) RM: Graco, fale dos primeiros obras de sucessos.

Graco: Além de Noturno (Coração Alado) sucesso na voz de Fagner, eu tenho varias parcerias com Belchior que foram gravadas nos discos “Melodrama”; “Elogio da Loucura” e “Baihuno”. E outras canções presentes em coletâneas, tenho músicas gravadas pelo Ednardo, ele faz uma participação especial no meu CD, cantando um maracatu. Tenho músicas gravadas por Osvaldinho do Acordeon, Joana, Maria Alcina , Jessé. Alguns compositores independentes, bandas do cenário independente do rock paulistano etc.

Hoje somando com os discos coletivos como o “Massafeira Livre”, “Aquele Flash” e “Outras Estrelas”, produzidos por Belchior e Ednardo, tenho dezenas de canções nas vozes de outros artistas da MPB. Eu sempre mantive como compositor uma preocupação de criar vários comunicantes com a linguagem popular, de acrescentar-me a ela e também dela ser veículo. Acho que esse é o grande barato.

Acho a música popular, principalmente no Brasil que não preza as tradições, um veículo muito importante para afirmação e conhecimento de sua cultura. E vejo a música como uma fonte de pesquisa mesmo, da própria identidade brasileira. Isso é o que torna meu trabalho muito apaixonante.

03) RM: Qual a sua formação acadêmica?

Graco: A minha formação acadêmica diz menos que minha formação extra sala de aula. Eu sou formado em Comunicação Social, pela ESP de São Paulo. Antes disso, deixei o curso de Administração de Empresas às vésperas da formatura em Fortaleza. O meu interesse básico, que fez minha aproximação com a música, foi o contato com a poesia e literatura brasileira. E todas as áreas ligadas com a arte. Eu estou sempre ligado em artes plásticas, cinema, sempre busco um raciocínio que contemple as diversas formas de arte. Observar linguagens diferentes te proporciona uma forma de relativizar às coisas.

04) RM: O que você faz como compositor para se diferenciar na criação musical?

Graco: Muitas vezes as coisas são repetidas e de forma muito anacrônica na área musical , principalmente na MPB, por que os outros autores não têm um diálogo com outras artes como à pintura , a escultura e a poesia.

Os compositores que trabalham com a música popular no Brasil, na grande maioria das vezes, pensam que estão fazendo algo bastante revolucionário no texto quando aquilo já foi feito na poesia há muito tempo. Não há nada de novo em letra de música que a poesia já não o tenha feito. Fica essa lacuna de conhecimento de outras expressões artísticas. Mas minha formação é humanista.

E eu me preocupo mesmo com a música popular que é minha área de trabalho. Nela eu quero dá minha pequena contribuição, apresentando um trabalho diversificado e que deixe transparecer um perfil autoral. No qual eu pesquiso timbres que sejam mais peculiares ao meu trabalho. Eu faço os arranjos das minhas músicas. Eu não convido nenhum arranjador para colocar peruca nas minhas músicas. Dos arranjos não abro mão.

E tento sempre mostrar algo muito sincero e honesto do ponto de vista da qualidade criativa. Eu digo sinceridade, porque eu estou a mais de vinte anos nesse trabalho e tento vê a música popular brasileira de uma forma muito abrangente e ao mesmo tempo despojada de preconceitos. E tento passar essa sinceridade que contempla tanto o lado popular como o lado mais rebuscado e sofisticado.

05) RM: Você e o Belchior tem essa característica salutar de um conhecimento amplo nas artes que é visto na maioria das vezes pela mídia comercial como pedante. Como você vê esse fato?

Graco: Foi bom você ter lembrado desse fato. Eu acho que juntamente com Caetano Veloso, Chico Buarque e o Aldir Blanc são os quatro maiores letristas, poetas da música popular brasileira e o Belchior para ser reconhecido como tal, é por ser um poeta de múltiplos recursos, que tem uma formação intelectual sólida e profunda.

E que tem um texto riquíssimo em que ele faz sempre um trabalho de colagem em relação às referências que ele faz sobre a obra de outros autores. Sem que o trabalho fique falso, artificial ou rebuscado demais.

O Belchior ainda está para ser reconhecido como um dos grandes letristas e tem uma obra enorme, aberta para ser estudada pelas pessoas que se interessam mais por trabalhos como o dele em nosso cancioneiro.

Ele e Ednardo são duas pessoas que deram uma contribuição fantástica a música brasileira. O Ednardo com um lado mais simples, com um lirismo mais direto e com um canto muito apaixonado.

E o Belchior com um lado mais intelectual e texto riquíssimo, com a visão da modernidade no texto, critica e irônica da sociedade brasileira. Se observarmos melhor os textos de Belchior, ele é um dos maiores gozadores do que se faz em música popular brasileira. E admiro também o seu trabalho na pintura.

06) RM: Comente o encarte do seu CD.

Graco: Por gostar muito das artes plásticas, mostro inclusive isso no encarte do meu CD. Eu fiz uma colagem para a música Kinzumba-Mass. Essa colagem simboliza a minha ideia do CD. A colagem é para mostrar que a ideia do CD é montar um móbile em que cada música é uma peça que pode estar livre, mas ao mesmo tempo está presa à ideia central do CD, que é passar uma visão humanista do mundo.

E essa visão é ao mesmo tempo contemplativa e desesperada. A ideia é passar a seguinte questão que a cultura de massa, hoje, nos coloca: decifra-me ou te devoro. Como somos submetidos a milhões de apelos pelas mil formas de comunicações de massa, nós artistas temos a responsabilidade de saber assimilar e fazer uma leitura mais próxima do valor real desses apelos que recebemos.

E me coloco como criador na concepção do meu CD como aquele que está tentando decifrar tantos apelos e que tenta passar todas essas questões dentro de um filtro humanista para jogar de uma forma diversificada e ao mesmo tempo unificada, através de um pensamento só, com uma lírica humanista.

07) RM: As músicas do seu CD mostram uma diversidade de ideias e mensagens. Como foi destilada no CD as suas influências?

Graco: Falando mais objetivamente sobre o CD. É aquela história: você está a tantos anos compondo, e quando vai gravar o CD você tem um baú de canções. Fiquei entre duas idéias: mostrar um trabalho direcionado ou fazer um mural, um painel musical das linguagens com as quais eu trabalho ao longo desses anos. Eu acredito que todo artista sofre diversas influências e tem diversas paixões. E a arte se alimenta da própria arte.

Então, tem músicas relacionadas com o jazz, tenho canções mais pop, mais próxima do rock pesado. Eu optei por fazer esse mural no qual eu exponho e me exponho ao risco de mostrar um disco bastante eclético. No qual eu traço um painel das linguagens que fizeram a minha formação musical.

A ideia de buscar uma diversidade, não só buscando o autor dentro dessa diversidade, como também passar uma ideia crítica e ao mesmo tempo mostrar o processo caótico que pode ser a criação do artista dialogando com a sua própria obra. Eu acho que isso é uma coisa muito rica, muita vezes você pega um disco do João Gilberto, encontra aquela história do poeta que faz sempre o mesmo poema.

No qual ele faz uma divagação sobre o que ele sempre fez. Mesmo sendo genial, mas é sempre a mesma linha do último trabalho. Eu estou do lado oposto, eu gosto de dialogar com outras áreas e me expor ao risco de entender outras linguagens, trabalhando com essas linguagens, me colocar dentro delas.

O meu CD é basicamente um trabalho despojado, correndo o risco de apresentar essas afinidades musicais. Mostrando uma trajetória musical ainda pequena, mas muito sincera. São quinze músicas em que faço uma viagem musical pelo universo da minha formação.

08) RM: Podemos observar na ficha técnica do seu CD que há uma verdadeira cooperativa de arte. Como foi reunir tantos talentos?

Graco: Eu quis trazer para a parte gráfica do CD o correspondente musical. Então contei com a colaboração de vários amigos das artes: Alano Freitas, Fernando Velásquez, Siegbert Franklin, Eduardo Eloi, Tiago Santana , Aldifax Rios. A mesma cooperação que tive de diversos músicos de diversas vertentes, que agradeço demais a contribuição de todos.

O Encarte é bastante rico. Se o CD é um painel musical, o encarte é um mural de imagens. Eu acabo fechando a ideia do CD com a concepção extremamente despojada, como mostra a capa, na qual faço uma ligação direta com a minha formação paulistana, porque estou aqui há mais de vinte anos e adoro a arte do grafite. Sou muito ligado na arte pop.

O grafite que tem na capa é um mural do Rui Amaral. Eu tive o prazer de contar com as participações preciosas como da cantora e compositora pernambucana Anastásia, autora em parceria com Dominguinhos da música: “Eu Só Quero um Xodó”, grande sucesso quando gravada por Marinês e por Gilberto Gil na década de setenta. Anastácia é uma cantora incrível , uma figura exemplar da cultura nordestina.

Com mais de quarenta disco em vinil gravados. Ela participa no CD na música “Voa,Voa Sabiá”, que é um baião que tem também a participação de Oswaldinho do Acordeon, outra pessoa que me recebeu com todo carinho quando cheguei a São Paulo junto com meu amigo Vicente Lopes. Tocávamos muito no Forró do Pedro Sertanejo, que é o pai do Oswaldinho.

O Forró do Pedro Sertanejo era um ponto de encontro da comunidade nordestina que fazia música em São Paulo na década de setenta e começo da década de oitenta. Lá encontrávamos Anastácia, Dominguinhos e muitos outros artistas. E a participação especial de Oswaldinho nesse CD é exatamente esse laço com minha origem.

Outra participação muito especial é a do Ednardo, que para mim tem uma importância muito grande. Muito cedo vi o Ednardo cantando na TV, nos programas de sábado e domingo produzidos em Fortaleza com a linguagem e sotaque cearenses. Ele participa da música “Eu e o Coqueiro”, que é um maracatu.

E tem o Daniel Taubkin, que é um cantor e compositor talentoso de São Paulo, que mora nos Estados Unidos, com quem eu tenho várias parcerias, inclusive tem sete músicas no próximo CD do Daniel que vai ser lançado nos EUA que são parcerias nossas.

Nelas, minha contribuição são as letras feitas em inglês que é o meu segundo idioma. Além do Daniel , o CD conta com a participação do Toninho Ferragutti, do Cássio Poletto, do cantor lírico Estevão Maya Maya e outros músicos importantes em São Paulo como o Bocato e por aí vai.

09) RM: Você é um excelente músico e letrista com serviços prestados à arte durante esses vinte anos. E no seu CD, deu para trazer coisa rara da sua fonte?

Graco: Eu gosto sempre de frisar na ideia do CD. É que eu coloco alguns textos, algumas músicas que são verdadeiros manifestos, como são os casos de: “Tijolo Baiano”, em que eu falo de nós, os nordestinos, alvos do preconceito e da estupidez por parte da sociedade reacionária paulistana,“Uno & Verso”, que é uma letra com uma abordagem filosófica muito aberta e muito questionadora da existência de Deus, e tem outras músicas como “Noturno”, “Tigüera”, ligada às comunidades indígenas, um manifesto pela afirmação pela autonomia do idioma, da cultura e de todo imaginário indígena. Então eu quis colocar o CD entre a tradição e a modernidade.

E mostrar uma música nordestina que não ficou estagnada no tempo, ou seja, nossos ídolos ainda são os mesmos?!

Eu quero dizer que tudo evolui e mais uma vez é surpreendente como o nordeste traz mais uma leva de valores da MPB importante, trazendo novas informações que estão revigoradas. O meu trabalho me coloca na condição não só de observador, mas também de criador.

10) RM: Como você vê o cenário da MPB no século XXI?

Graco: Geralmente o que acontece é que a música popular brasileira, que eu costumo chamar de PMPB (O Partido da Música Popular Brasileira), ela está sempre dividida em diversas gavetinhas. Eu sinto que há muito preconceito entre as diversas correntes. Muito preconceito contra o forró, axé music, pop nacional etc. Eu quis encarar esses preconceitos de frente, já que eu assimilo boa parte da música brasileira.

E quis mostrar o choque de cultura, que está presente no CD, mas ao mesmo tempo eu não me considero perdido nesse choque de cultura. O preconceito que há na música popular é fruto das várias tendências e de uma clara divisão de classes. Até certo ponto isso é muito natural, é óbvio.

Acontece que com advento da Tropicália no final da década de sessenta, com um discurso mais articulado e uma poesia de cunho universitário e mais acadêmico, acabou ocorrendo um fenômeno interessante: a música popular brasileira passou a ser vista em parte como consumo de uma elite.

Aquela parte da população brasileira que gostava do samba que era feito por pessoas simples e eram músicas simples e geniais, sem ser rebuscado, mas com uma espontaneidade do objeto canção, essas músicas foram vulgarizadas e tiveram um rebaixamento artístico, no qual foram rotulados como brega. Eu acho que o brega é fenômeno revelador da identidade brasileira, porque temos que reconhecer que existe uma música de baixa qualidade. Eu por exemplo tenho músicas que foram sucesso na voz da Joana, que é rotulada de brega.

E tenho muito orgulho de ter músicas gravadas na voz da Joana que é uma excelente cantora e no mesmo disco que tem músicas minhas tem música do Gonzaguinha, do Ivan Lins , do Chico Buarque, do Caetano Veloso. Mas como ela foi rotulada como Brega, isso é prejudicial porque restringe a carreira do artista e acaba, por pressões da gravadora, cedendo a muitas coisas em função das vendas.

11) RM: Por que você não optou pela música como profissão e só depois de vinte anos lança seu primeiro CD?

Graco: O que aconteceu quando cheguei a São Paulo com outros amigos, tive a sorte de chegar tendo um sucesso como “Noturno”, não só eu como meu irmão Caio Silvio Braz, o Francisco Casaverde, formos gravados pelo Fagner, Simone, Joana, Amelinha. Ocorre que só foi possível viver dos direitos autorais durante alguns anos.

E com o surgimento do rock da Blitz e outros mais na década de oitenta, houve um fechamento para música popular brasileira que lidava com nossa linguagem e eu acabei me tornando um redator publicitário, me tornei diretor de criação de agência. E tive anúncios premiados. Fiz minha carreira no abrigo da propaganda.

As
agências são conhecidas por dar espaço para músicos, jornalistas, desenhistas etc. Eu fiz muitos anúncios para Veja, Folha de São Paulo. Isso foi muito bom, me deu uma visão do corpo a corpo, por que uma agência de propaganda é como um terminal rodoviário, uma loucura. Você tem que está criando a toda hora.

Mandávamos dez títulos para o cliente escolher um. Você cria um corpo a corpo muito grande com o desafio da criação de um bom título, de um texto bom, de uma boa ideia e de um bom filme. Enquanto o cenário ficou fechado para música popular brasileira eu sobrevivi de propaganda.

12) RM: Graco no decorrer da entrevista o seu irmão Caio esteve presente. Como é essa relação de irmão e parceiro musical?

Graco: Eu estou tendo maior expectativa com relação ao trabalho do meu irmão e parceiro Caio Silvio Braz, que está entrando em estúdio para fazer o seu CD. É uma pessoa que tem um trabalho vasto, não só com música instrumental, mas também voltado para o território das canções, com uma pegada própria. E estou ansioso para vê o resultado do CD dele. E tenho certeza que vai ter boa repercussão.

Contatos: (11) 99455 – 1314 | [email protected]


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Comments · 1

  1. Depois de 22 anos é que agora acabo de conhecer um pouco do perfil desse grande compositor cearense, Graco, mas que a meu ver ainda está sendo ‘desconhecido’. É preciso divulgar SEMPRE o trabalho de compositores feito ele e seu irmão Caio. Não é justo que as luzes do cenário ocultem esses talentos natos. Muito obrigado pela bela entrevista. Saúde e sucesso pra vocês todos da “Ritmo Melodia”!!!

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Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.